Datherine Forever escrita por Martina Santarosa


Capítulo 13
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Oie gente! Novo capítulo! Desculpa a demora, era época das provas finais e estava difícil de escrever, mas aqui está! Espero que gostem!
Ah, gostaria de agradecer a todos os reviews e a Baby Pierce Salvatore pela recomendação!
E eu acho que deveria explicar: nessa capítulo faço citação ao livro O Morro dos Ventos Uivantes, da Emily Brontë. Quem não conhece o livro, aqui segue uma pequena sinopse para ajudar a entender um pouco o que eu quis dizer:
"Pai da família Earnshaw resolve fazer uma viagem e traz consigo um pequeno órfão ao qual denominam Heathcliff. Toda a afeição que o pai logo demonstra pelo menino causa ciúmes seu filho legítimo, Hindley, que acha que está perdendo a afeição do pai para o menino. Sua irmã, Catherine, se afeiçoa por Heathcliff.
Quando o Sr. e a Sra. Earnshaw morrem, Hindley sujeita Heathcliff a várias humilhações. Este passa a ficar bruto e melancólico. Apesar do amor entre ele e Catherine, ela decide casar com Edgar Linton, por esse ser mais rico e a tornará uma mulher de prestígios, ao contrario de Heathcliff, que apenas a rebaixaria e a envergonharia. Mas mesmo assim, o amor deles nunca morre, amaldiçoando os dois para sempre."



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Fecho o livro e franzo o cenho. Sinto minha alma se apertar no fundo do meu peito e chorar como uma criança. Abro o livro e releio a frase pela enésima vez.

“Se tudo desaparecesse e ele ficasse, eu continuaria a existir. Se tudo o mais ficasse, e ele fosse aniquilado, eu ficaria só num mundo estranho, incapaz de ter parte dele.”

Suspiro ruidosamente, deixando a frustração sair por meus lábios. Impressionante como Emily Brontë conseguiu compilar todos esses meus sentimentos confusos e angustiantes em duas linhas, enquanto eu mal consigo entende-los mesmo após horas pensando. Leio as próximas linhas e automaticamente meu cérebro adapta as frases, mudando os nomes sem mesmo que eu perceba.

Meu amor por Klaus é como a folhagem da mata: o tempo há de muda-lo como o inverno muda as arvores, isso eu sei muito bem. E o meu amor por Damon é como as rochas eternas que ficam debaixo do chão; uma fonte de felicidade quase invisível, mas necessária. Eu sou Damon. Sempre, sempre o tenho no meu pensamento. Não é como um prazer, porque eu também não sou um prazer para mim própria, mas como meu próprio ser.

                Uma lágrima pinga no papel e só então noto que estou chorando. Ela se chamava Cathy. Acho que a habilidade de perder o verdadeiro amor por ambições tolas é um mal do nome. Seco as lágrimas, sabendo que é tarde para chorar, e tudo que estou fazendo é adiar o inevitável.

Caminho vagarosamente até a estante, recuperando a compostura e tentando clarear minha mente. Cruzo os dedos e me permito um ultimo pensamento: Espero que Damon ainda esteja vivo. Um arrepio passa por minha coluna e sinto um nó em minha garganta. Respiro fundo. Preciso de sangue.

Corro pelos cômodos da casa até chegar à adega, no subsolo. Não precisava correr, tenho passe livre, mas meu coração martela no peito e não consigo conter o nervosismo.  Há inúmeras garrafas, mas caminho diretamente para o fundo do salão, em uma área refrigerada, e pego uma garrafa. Retiro uma das taças de cristal da cristaleira e encho-a com sangue AB negativo. Me sento em um dos barris um pouco mais a frente e bebo de vagar, refirmando a barreira em minha mente.

Sei que tenho que procura-lo, sei que tenho que ver se esta bem. Obrigado. Aquela pequena palavra percorre minha mente e derrete meu coração. Fecho os olhos porque os pensamentos doem. Como pude não ter me dado conta de tudo o que eu tinha? Agora já faz tanto tempo que parece que nunca foi realmente meu, mas já foi, e eu simplesmente desperdicei. Deixei-o ir, deixei correr por entre meus dedos, mais que isso, ainda fugi de seu alcance. Passei tempo de mais salvando minha vida, e simplesmente esqueci o por que de viver. Agora meu coração para em somente imaginar o mundo sem ele. Não me importaria em morrer, estaria em paz, desde que ele estivesse bem. Pois uma vida sabendo que aqueles olhos azuis estariam para sempre fechados, não seria uma vida. Eu seria apenas uma espirito vagando sem rumo, uma corpo atormentado aonde um dia houve uma alma. Me permito imaginar que sou assim para ele, como Catherine e Heathcliff, um amor correspondido mas odiado por ambos.

Não, não somos uma história de amor.

 – Meu Deus... – limpo minhas lágrimas. Deveria estar trancando meus sentimentos, sei muito bem que tudo isso é passado e que já é tarde de mais para qualquer ilusão, então por que não consigo deixar tudo isso ir? You’re too in love to let ir go (você está apaixonada de mais para esquecer). A letra de Fix You aparece em minha mente e aumenta minha melancolia. Estou quebrada, os cacos do meu coração espalhados pelo chão e machucando meus pés a cada passo. As lágrimas escorrem pelo meu rosto e eu preciso de alguém que me concerte.

Me levanto convicta, empurrando toda e qualquer emoção para o canto mais sombrio de minha mente, onde toda a angustia desses 500 anos está. Jurei a mim mesma que não seria assim, e não vou ser. De repente me lembro porque fugi de Damon, porque fugi de todo homem que apareceu em meu caminho. Não sou assim, não quero ser assim, me recuso a ser fraca e me deixar partir por qualquer pessoa. Aprendi do jeito mais difícil que não importa o motivo ou a pessoa pela qual você se entregue, no final você terá que juntar os pedaços sozinha.

Me encaminho para a sessão de vinhos brancos da adega e escolho uma garrafa, pego mais duas taças e saio. O som dos meus saltos batendo no chão de madeira de um jeito confiante me trás um pouco de ânimo.  Ainda posso ser forte, ainda sou a Katherine que fui durante praticamente todo minha vampirice.

– Toc toc – bato na porta do escritório de Klaus e ele sorri enquanto se vira para mim. Está ao telefone, mas logo desliga sob o pretexto de uma desculpa qualquer e vem em minha direção. – Achei que estivesse bravo, então trouxe esse vinho como o meu sincero pedido de desculpas – carrego o meu sincero de sarcasmo e ele sorri maliciosamente e abre o vinho.

– Bem, desculpas aceitas – bebericamos o vinho em silencio por um momento, apenas nos encarando suavemente, deixando claro que está tudo bem. De repente ele agarra minha mão e me puxa para o fundo do escritório, para trás de sua mesa e abre o computador. A imagem de Damon dormindo em um pequeno quarto transmitida ao vivo de uma câmera de vigilância enche a tela e tenho que rapidamente controlar meus batimentos cardíacos, pois sei muito bem que Klaus está prestando atenção em minha reação. Olho intrigada para ele, levantando a sobrancelha como quem diz: Por que está me mostrando isso? Ele sorri e abraça minha cintura, bloqueando a minha visão da tela. – Bem, vou ter que viajar amanha, tenho alguns assuntos a resolver, mas temia que estivesse muito aborrecida, por isso decidi fazer isso como meu pedido de desculpas.

Estico o pescoço mais uma vez para olhar a tela e sinto uma pontada dentro do peito, uma dor que perfura meu coração, mas que abraço o mais forte que posso. Olho para Klaus e sorrio um sorriso contido, evitando mostrar o quanto estou realmente feliz.

– Eu não iria solta-lo, então achei que já seria suficiente se ele ficasse um pouco mais... acomodado. Claro que isolado em um canto da casa, sem contato com o mundo e tudo mais, você me entende, não é querida?

Balanço a cabeça em tom de incredulidade cômica e sinto minha alma se expandir pela sala, banhando tudo com um delicioso brilho cor-de-rosa.

– Bem, desculpas aceitas ­– ele sorrir ao ouvir minhas palavras, e pela primeira vez em muito tempo penso que tudo está bem. Ou quase isso. Damon está vivo, vai continuar bem, consegui o que queria. E Klaus... o sentimento de que está disposto a esquecer seus ciúmes (certo, não totalmente) por mim faz com que eu quase acredite que talvez ele seja bom e possa amar de um jeito certo.

Minha respiração para um segundo e minha primeira reação é jogar meus braços em torno do pescoço de Klaus e beija-lo. Sinto uma felicidade doentia, algo que é fraco e efêmero, mas acelera meus batimentos cardíacos e me faz ficar sem ar (bem, isso e o beijo apaixonado e possessivo de Klaus).

Você não está acostumada a ser feliz. O pensamento surge em minha mente e sei que é verdade, já faz tanto tempo que não me sinto feliz, e agora, vendo a imagem de Damon na tela daquele computador, me sinto incrivelmente aliviada.

Klaus me joga sobre a mesa e me enche de beijo que retribuo ferozmente, e secretamente articulo meus planos de como entrar no quarto onde Damon está escondido. E enquanto meu corpo se perde em meio a carícias, minha mente dança no ritmo da musica que é a esperança de vê-lo mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Deixem reviews pessoas lindas! Nem que seja pra dizer: "li" kkk façam uma menina feliz!
xoxoxoxoxo