Datherine Forever escrita por Martina Santarosa


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo! desculpa a demora, é q meu computador travou e eu perdi o que eu tinha escrito, dai tive q começar de novo! kkkk



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Ouço uma batida na porta de meu quarto e praguejo.

                – Ainda não estou pronta! – Grito de dentro do banheiro, mas a pessoa torna a bater.

Deixo o banheiro irritada, apenas de calcinha e sutiã e com a maquiagem pela metade, procurando meu robe. Abro a porta com força enquanto fecho o robe.

– Já disse que... – as palavras murcham ao ver que não é Klaus me apressando para jantarmos, mas sim um rapaz (muito bonito, devo acrescentar) com uma caixa de veludo preta estendida para mim. Enrubesço e aperto mais o robe em volta de mim.

– O Senhor Klaus pediu que eu entregasse a senhorita. – Ele sorri e abre a caixa para mim, me deixando boquiaberta. Um belíssimo colar de ouro com um delicado pingente incrustrado de diamantes com o desenho da letra K em estilo antigo. – Ele pediu que usasse-o está noite.

Passo meus dedos pelo colar de vagar, reconhecendo-o. Meu deus, achei que jamais veria essa peça novamente. Pego a caixa e agradeço, fechando a porta e sentando na cama, atordoada. Retiro o colar da caixa e o analiso com os dedos. Sei que não é uma replica, ele havia guardado. Deixo-o em cima da cama, determinada a não pensar naquilo. Não perderia mais meu tempo com o passado. Tudo aquilo já estava morto, enterrado e perdido entre os séculos que vivi.

Termino minha maquiagem, arrumo meu cabelo e reviro meu armário a procura de uma roupa. Não sei se deveria estar me arrumando tanto, mas estou inquieta desde que ele me deixou na biblioteca, e rever aquele colar estupido apenas me deixou mais nervosa. O chão em volta de mim esta coberto com uma pilha de roupas que jogo para fora do armário, já levemente irritada por não achar algo que me agrade. Quando quase todos os cabides estão vazios, paro e analiso um vestido preto. É, vai servir.

O vestido é elegante e cai muito bem em mim. Sorrio, sabendo muito bem que não sou nada modesta. Ele é tomara-que-caia e marca minha cintura, fazendo com que fique muito fina. A saia plissada e levemente rodada não chega a metade da minha coxa e ao dar um girozinho na frente do espelho o vestido levanta, mostrando minha calcinha preta de renda. Anoto mentalmente que não devo girar.

Minhas sandálias pretas de salto completam o look, mas algo ainda está faltando. Olho pelo espelho para cama e vejo o K reluzindo para mim. Pego o colar, sem a intenção de usa-lo, apenas um teste. Coloco na frente do pescoço, imaginando como ficaria, mas meus pensamentos são interrompidos por duas batidas leves na porta.

Ando até a porta, sabendo que dessa vez é Klaus. Ajeito o cabelo e giro a maçaneta, me deparando com um Klaus muito elegante, mesmo estando de calça jeans, camiseta e blaizer, apoiado no batente da porta, com um ar despreocupado. Nos olhamos de cima abaixo por um instante, analisando um ao outro. Ele focaliza o olhar em minha mão, onde ainda seguro o colar, e depois olha em meus olhos.

– Está linda – ele da ênfase na palavra. – Mas acho que está faltando alguma coisa, não é? – Ele sorri e me puxa pelo pulso até a frente do espelho, onde para atrás de mim e tira o colar de minha mão. Lentamente ele afasta meu cabelo e prende a corrente em meu pescoço. Seguro o pingente com os dedos, estranhando a familiar sensação de vê-lo em minha pele. –Bem melhor assim – ele sorri.

Noto que Klaus continua com as mãos na base do meu pescoço, até que seus dedos descem pelos meus ombros e braços e ele então rompe contato. Um tremor percorre meu corpo e por algum motivo não quero que ele se afaste. Imediatamente refuto com esse pensamento. Boba.

– Vamos? – convido, querendo desesperadamente que aquele momento acabe, que ele pare de me olhar com aquela intensidade e que eu possa parar de olhar para aquele colar e lembrar do passado.

– Claro – ele oferece o braço para que eu enganche e eu aceito.

Andamos pela casa por muito tempo, pois o lugar é enorme. Ele me explica um pouco da historia da mansão, que pertenceu a uma família tradicional muito rica até o fim do século XIX, quando faliram e perderam tudo.

– Estava abandonado quando eu comprei – ele conta, com um perceptível orgulho na voz. – Reformamos tudo, e, na minha opinião, ficou ainda mas bonito que antes.

Não conheci o lugar antes, mas sei que estava certo. Haviam espaços com decoração antiga, quadros e mobília clássica que contrastavam perfeitamente com alguns ambientes com decoração moderna, com quadros e esculturas surrealistas de artistas renomeados e aparelhos de tecnologia de ponta. Eu estava maravilhada.

– Você sempre teve muito bom gosto – elogio, e ele me lança um sorriso iluminado.

Conversamos por muito tempo sobre arte, literatura, cinema. Passamos por uma enorme piscina aquecida, uma academia e um ringue de luta. Vejo algumas poucas pessoas no trajeto, e nenhum deles presta atenção em nós, mas não deixo de observar como o lugar funciona e algumas possíveis rotas de fuga. Me desanimo ao constatar que tudo é monitorado por câmeras e nas portas que deduzi serem de saída haviam homens armados.

Depois que andamos por praticamente toda a casa ele me leva para um sala de jantar. Confesso que esperei algo grandioso, talvez uma das salas pelas quais passamos, com uma mesa comprida de madeira toda adornada de ouro, mas o que encontro me surpreende ainda mais. Uma sala grande, mas não tão grande como todo o resto da mansão. Um lugar aconchegante, todo iluminado por velas e decorado com flores claras e perfumadas que não identifique a principio.

– Cravos – olho sugestiva para ele.

– Esta manha você deu a entender que não queria esquecer aquela noite – ele sorri e segura minha mão de leve, me acompanhando até uma pequena mesa redonda arrumada para dois. – Achei que seria apropriado – ele puxa a cadeira para mim e eu me sento.

Ele se senta a minha frente e o observo. Seu rosto é muito bonito sob a fraca iluminação das velas e seu sorriso faz com que eu me sinta estranhamente desconfortável e tímida. Não, não deixarei Klaus me intimidar.

– Então é uma noite cheia de recordações? – Sorrio insinuante e toco o pingente em meu pescoço.

– Achei que não se lembrasse – ele abre a garrafa de champanhe que está sobre a mesa enquanto me lança um sorriso intenso, repleto de mensagens subliminares.

– É claro que me lembro! – Ele me passa uma taça, e bebo um gole antes de continuar. – Na verdade, me lembro exatamente do dia em que você me deu.

Quando ele sorri sinto algo se apertar em meu peito. O sorriso dele é genuíno e animado, e seus olhos exprimem um contentamento amoroso que enche a minha alma de uma culpa dolorosa. Aquele sorriso me aquece, e por mais egoísta e estupido que seja, não quero que ele acabe.

– Eu o conhecia a apenas algumas semanas, mas já estava fascinada – ele ri baixinho e eu coro, sorrindo envergonhada. Abaixo os olhos e fito minhas unhas, como se procurasse por alguma imperfeição. – Quando você me deu o colar, não sabia se o K era de Katherine ou de Klaus, por isso gostava de imaginar que era uma junção dos dois. Como se pudéssemos estar sempre juntos.

Minhas mãos tremem de leve quando termino a frase. Havia tanto tempo que não pensava naquilo e agora dizer tudo isso em voz alta parece bobo. Nunca havia contado para ninguém, e me sinto muito exposta. Respiro fundo e checo o muro de meus sentimentos. Ainda está bom, e vou mantê-lo assim.

Levanto o olhar para fitar Klaus, e ele me olha com o canto do olho, um sorriso meigo e, eu poderia jurar, envergonhado em seus lábios.

– Quando decidi comprar-lhe o colar acreditei que você acharia que o K significava Katherine, e acharia um presente normal. Mas a verdade era muito mais egoísta – ele desvia os olhos dos meus, se ocupando reenchendo nossas taças. – O K era de Klaus, porque eu queria que você sempre tivesse um pouco de mim te acompanhando, mesmo que não soubesse.

Sinto minha respiração ficar levemente mais pesada. As palavras dele enchem minha mente e uma parte de meu cérebro me relembra de todas as noites que passei em claro sonhando com ele enquanto era humana. Fecho levemente os olhos por um instante, tentando ser racional. As palavras dele são acolhedoras, tentadoras. Respiro fundo e deixo que a parte lucida do meu cérebro me mostre sobre o que eu realmente deveria estar lembrando. Se ele me amava, porque fez tudo isso comigo?

Ouço a musica que toca em um radio no canto da sala, e reconheço. Canto a letra mentalmente, deixando de lado todos os sentimentos. Amor, ódio, dor, saudades, solidão, tudo isso para trás. Sinto minha mente ficar mais leve enquanto todas as emoções se encolhem atrás do muro de sentimentos. Hoje, nada disso pode vir a tona.

– Adoro essa musica – digo, olhando para ele com um sorriso meigo. – Lucky I'm in love with my best friend, lucky to have been where I have been… – Canto baixinho e ele ri. – Ei, não ria de mim! – Mas nós dois acabamos rindo.

Ele se levanta e caminha até mim, me estendendo a mão.

– Dança comigo? – O sorriso dele é irresistível, e tudo que posso fazer e segurar sua mão e deixar que ele me guie.

Ele segura minha cintura e minha mão e dançamos de vagar. É gostoso, e logo relaxo, esquecendo minha crise de sentimentos. A musica lenta e sonora nos guia, fazendo com que instantes depois eu solte sua mão e envolva seu pescoço com os braços, descansando minha cabeça em seu ombro. A mão dele sobe e desce pelas minhas costas, em um movimento hipnótico e delicioso que desperta uma coragem em mim que não achei que fosse ter.

– Sabe, – sussurro para ele, aproximando minha boca de seu ouvido – tem uma parte da casa que você ainda não me mostrou.

– E qual seria? – A voz dele é baixa e grave, me fazendo ficar nervosa.

– Seu quarto.

Ele me distancia um pouco, afim de poder olhar em meus olhos. Há uma expressão de duvida em seu rosto, por isso sorrio e roço levemente meus lábios nos dele, provando que não estava brincando.

– Posso te mostrar depois do jantar – ele diz contra os meus lábios.

– Eu estava pensando em pular o jantar – ele me olha realmente incrédulo, então beijo o canto de sua boca e sorrio. – Eu sou muito curiosa.

Ele sorri de um jeito intenso, sensual, que faz com que meu corpo se agite e minhas pernas fiquem levemente bambas. Respiro fundo.

– É só subir a escada à direita – ele faz um movimento com a cabeça indicando a porta.

Sorrio e me dirijo para a porta puxando-o pela mão e pegando o champanhe em cima da mesa. É, vou precisar.

Me sinto dividida enquanto subo as escadas com Klaus logo atrás de mim. Metade de mim quer fugir, correr para longe daquele homem que já me fez sofrer tanto, se aconchegar nos braços de Damon e nunca mais sair dali. Outra metade, a metade que controla meus pés enquanto ando pelos corredores escuros a procura do quarto, sabe o que está fazendo, tem suas metas e objetivos e não vai se deixar abalar por sentimentos estúpidos.

E há, lá no fundo, uma voz que insiste em gritar, uma voz que eu tento rejeitar mais do que tudo. Um voz que grita que eu quero isso. Que eu quero ele. Uma parte da minha mente que quer se agarrar ao amor e carinho que ele está me oferecendo, mesmo consciente de tudo que ele já me fez. Uma parte que está cansada de sofrer, que quer ser cuidada. E por mais que eu tente ignorar, é essa a voz que eu ouço mais claramente quando Klaus abre a porta de su quarto para que eu entre.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que deveria acontecer? Deixem reviews!
XOXO



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