Datherine Forever escrita por Martina Santarosa


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo!



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A casa é imensa. Tento me lembrar porque não saí para conhece-la antes, mas não me lembro. Estou abismada com a beleza. Inúmeras salas e quartos decorados com os mais finos e luxuosos móveis que o dinheiro pode pagar. E alguns que o dinheiro não pode pagar. Olho os quadros na parede e sei que não são replicas. Michelangelo, Da Vinci. Meu Deus, que casa perfeita.

Esqueço que estava indo para a cozinha, me sinto totalmente absorta enquanto percorro os corredores, admirando cada peça. Mas meu queixo cai quando entro em uma sala ampla, com prateleiras de livros até o teto, duas escadas em caracol no canto que levam a um mini segundo andar, feito para poder alcançar os livros de cima. A biblioteca é perfeita e não demoro para entrar e admirar as grandes coleções de livros.

Ela é repleta de todos os tipos de livros, e deixo meus dedos correrem pelas capas, lendo os títulos de vagar. Retiro uma edição antiga de Romeu e Julieta. Folheio s páginas e perco a fala. É a edição original. Me sento em um dos sofás de veludo que estão no centro e procuro minha passagem favorita.

– Ó Romeu, Romeu! – Leio, extasiada. – Por que és Romeu? Renega teu pai e recusa teu nome; ou, se não quiseres, jura-me somente que me amas e não serei mais uma Capuleto.

– Continuarei a ouvi-la ou vou falar-lhe agora? – Me assusto com Klaus entrando na biblioteca e recitando a fala de Romeu.

– Sabe Shakespeare de cor? – Sorrio, um pouco impressionada.

Ele assente com a cabeça e se aproxima de mim, sentando ao meu lado e pegando o livro de minhas mãos. Involuntariamente me afasto dele alguns centímetros, mas se ele nota, finge que nada aconteceu.

– Eu e Willian costumávamos ser amigos.

– Conheceu ele? – Fico boba ao ouvir isso. Ele conheceu um dos meus escritor favoritos? – Isso é incrível!

– Ele era um romântico incorrigível e eu um jovem com o coração partido – ele me olha, os olhos profundos, e eu desvio o olhar, me sentindo mal. Ele não pode estar falando de mim, certo? – Nos dávamos bem – ele da de ombros, desviando o olhar para o livro e me indicando para olhar um paragrafo. – Essa é minha parte favorita.

Pego o livro, leio em silencio e sorrio, olhando ele de relance.

– Senhora, juro por essa lua que coroa de prata as copas destas arvores frutíferas... – ele recita, exatamente como está no livro, a primeira frase de Romeu.

– Oh! Não jures pela lua, a inconstante lua que muda todos os meses em sua orbita circular, a fim de que teu amor não se mostre igualmente variável – continuo, sendo a sua Julieta.

– Por que devo jurar?

– Não jures de todo ou, se quiseres, jura pela tua graciosa pessoa que é o deus de minha idolatria e acreditar-te-ei! – sorrio. As palavras são lindas.

Ele sorri para mim e arruma uma mecha de meu cabelo. Penso na noite passada, nas flores, nos significados, nas lágrimas, e me afasto. Ele suspira e levanta.

– Não deveria estar aqui. Não se lembra que eu disse que deveria permanecer em seu quarto? – O tom frio toma conta da sua voz e me sinto melhor. A verdade é que o Klaus doce e apaixonado me assusta mais que o Klaus vingativo.

– Achei que depois do que houve ontem eu tivesse passe livre pela casa – sorrio sarcástica para ele.

– Pensei que você fosse querer esquecer a noite passada e aquele seu barraco ridículo – ele parece irritado, andando pela biblioteca fingindo examinar os livros.

– Por que pensou isso? Só porque você quer esquecer que confessou sua paixonite obsessiva por mim? – rio diante da sua expressão de raiva e, lá no fundo, vergonha. Caminho até ele languidamente, provocante, cada passo transbordando de ironia, assim como o sorriso que lanço à ele quando o alcanço. – Sabe, – minha voz é brincalhona e maliciosa – andei pensando no porque você não me deixa andar pela casa e no porque você tortura o Damon, e acho – faço uma pausa dramática, mordendo o lábio – que é porque você está morrendo de ciúmes.

Ele me segura pelos braços com muita força e me puxa para perto, seu rosto muito ameaçador perto do meu. Engulo em seco, ele está realmente irritado. Ele sorri de um jeito cínico, como um psicopata que sorri vendo sua vitima morrer lenta e dolorosamente em suas mãos. Estremeço e isso faz com que seu sorriso aumente ainda mais.

– Nunca. Mais. Brinque. Comigo. – ele diz pausadamente, enfatizando cada palavra, os olhos sérios e gelados nos meus. – Podem haver consequências – ele sorri e mais uma vez estremeço.

Ele me solta bruscamente, rindo, e quase caio no chão. Ele caminha até a mesa de bebidas e serve duas doses de whisky, trazendo uma delas para mim.

– O que você vai querer para o jantar? – ele diz suavemente, como se nada tivesse acontecido e estivéssemos apenas discutindo trivialidades.

– O que? – pergunto sem entender como ele pode ser tão irritante.

– Bem, já que você vai ficar desrespeitando minhas ordens e andando por ai, pelo menos deveria jantar comigo.

Bebo meu whisky em um gole só, sem nenhuma vontade de jantar com ele. Estranhamente isso não me pareceu um convite, mas um ordem, e no momento não penso em contraria-lo.

– Você pode escolher, tanto faz para mim – por que eu não quero jantar com você!

– Que menina sem opinião. Mas tudo bem – ele sorri pra mim, deixando seu copo em cima da bancada. – Passo no seu quarto hoje as sete, te levo para fazer um tour por aqui e depois jantamos – ele fala com autoridade e deixa a biblioteca.

Fico sentada ali por mais tempo, irritada por ele ser tão bipolar. Não quero jantar com ele, não quero vê-lo, quero apenas me encolher no braços de Damon para sempre.

Ah, Damon. As palavras dele voltam a minha mente. O sorriso terno que ele me lançou e o som de meu nome em seus lábios. Obrigado. Eu estava em êxtase. Aquelas palavras me derreteram, deixaram meu coração quente e confortável dentro do peito, como se amar fosse realmente bom. Lembro-me de Romeu e Julieta. Tua graciosa pessoa que é o deus de minha idolatria. Eu sempre seria sua Julieta, o amaria até o fim, compensaria todos esses anos que o fiz sofrer, que estive cega. Mesmo que ele não fosse meu Romeu, eu morreria por ele.

Então tudo parece mais claro. A ideia brota em minha mente, serena e amedrontadora. Não era algo que eu quisesse, mas talvez assim eu finalmente conseguisse pagar por minha divida. Saio da biblioteca, deixando Romeu e Julieta sobre o sofá.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que vocês acham? Ganho algum review?