O Lado Negro escrita por Barbara Andreosi


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Bom, desculpem a demora, era a falta de inspiração. Adorei os comentários! Espero que gostem, e chamem amigos para ler! E comentem. u.u Perdoem qualquer erro de escrita, é que eu tava meio hiperativa no dia em que escrevi! Boa leitura!



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Quando eu acordei, o dia estava radiante, o sol lá no alto. Levantei-me e fui escovar os dentes e tomar novamente um banho, depois colocando a mesma roupa da qual dormira. Ela estava amassada, mas nada que a tornasse inutilizável. Jenn já havia acordado, e já saíra do quarto, provavelmente foi tomar o café da manhã.

Havia algo diferente em mim. Mexi as pernas, os braços, a cabeça, mas não encontrei nada que desmascarasse a repentina mudança. Pousei a minha mão direita na minha mão esquerda, e então percebi a elevação que estava presente ali naquele momento. Eu olhei para a pulseira em meu pulso, o fino aro de prata se enrolando neste, com um pingente do planeta Terra, também feito de prata, eu supunha. O símbolo de Gaia. Agora a minha vida, oficialmente, pertencia a ela.

Saí do quarto, indo encontrar Jenn. Quando a encontrei, ela estava sentada na típica mesa de madeira pintada de branca do refeitório, afastada de todos. Embora todos gostassem de sua companhia, ela preferia ficar sozinha, apenas com um seleto grupo de pessoas, que incluía apenas a mim. Mas desta vez foi diferente; ao seu lado esquerdo, havia um homem sentado, extremamente alto, quase batendo a cabeça nas lâmpadas, com um gigantesco jaleco, que lhe cobria quase todo o corpo. Apenas seu rosto, comprido e irritado, o nariz torto, a boca com dentes para lá de estragados, e suas mãos eram visíveis. Tinha pés gigantes, grandes demais para seu corpo. O mais esquisito era por dentro do jaleco. Parecia que algo se mexia embaixo dele, por todo o corpo, como se tivesse vontade própria...

Ao seu lado direito, estava sentado um garoto de pele clara, olhos escuros e cabelos castanhos claros. Usava uma camiseta turquesa, com alguns desenhos abstratos em tons de amarelo estampados nela. Ele comia seu café da manhã desesperadamente, e, se eu não estivesse olhando-o atentamente, diria que estava mastigando o garfo.

– Skylar! – chamou Jenn, que agora me avistara. – Venha, sente-se conosco.

Andei até ela, mantendo a maior distância dos garotos possível. Com o tempo, eu passara a não confiar em ninguém. Tirei rapidamente a pulseira de meu pulso e guardei-a em meu bolso. Eu queria mantê-la longe dos olhos mortais. Eles não mereciam ver isso, mesmo que fosse Jenn.

Ela já havia trazido minha bandeja de café da manhã para a mesa, poupando-me de uma desnecessária caminhada até a mesa de comida.

– Oi, Jenn. – eu disse. – Quem são seus novos amigos?

Jenn olhou para eles, como se agora tivesse um problema. O homenzarrão me olhou, e sua expressão era uma mistura de ansiedade, desdém e irritação. O garoto apenas me olhou de relance, e voltou a remexer no seu prato.

–Humpf! Como se já não me conhecesse, das histórias! Todo mundo me conhece. Eu sou Cot... – ele começou a dizer, mas logo foi interrompido por outra voz.

–Court! Isso, Court, ele é o Court. – Jenn o interrompeu, quase gritando, e pareceu desesperada, depois aliviada. Eu só não entendi o porquê. – Essa aqui é a Skylar, minha companheira de quarto.

Dessa vez, o garoto levantou a cabeça, me avaliando com os olhos. Suas feições simpáticas se transformaram em um sorriso.

–Olá, Skylar – ele me cumprimentou. – Eu sou Neil. Neil Chastwin.

Eu o cumprimentei com um aceno de cabeça, rejeitando sua mão estendida. Sentei-me na frente de Jenn, de cara para os garotos. Peguei a pequena colher de plástico que me é fornecida todos os dias, e comecei a revirar minha salada de fruta, sem dizer mais nada.

Court pareceu confuso, e, com um suspiro irritado, se voltou para seus ovos mexidos com bacon, e tomou seu suco de laranja tão vorazmente que eu pensei que ele engoliria o copo.

– Eu esperava mais de uma criança semi... – o resto de sua fala foi abafado pelo segundo copo de suco.

O garoto simplesmente deu de ombros, retornando a comer seu café da manhã, mas dessa vez era mais cauteloso. Ele tentava ficar muito perto de Jenn, o que me levou a imagibnar que ele era apaixonado por ela.

Eu encarei Court, mas ele não levantou o rosto novamente sequer uma vez. Eu esperava que isso não fosse o quê eu estava pensando. Tinha o pressentimento de que esse cara seria problema.

E, em geral, meus pressentimentos estavam sempre certos.


Depois do café da manhã, eu voltei para meu quarto, me atirando na cama, e uma cortina de cabelos avermelhados cobriu o meu rosto. Antigamente, nas minhas horas vagas, eu me sentava na velha penteadeira de minha mãe, e penteava os cabelos, os prendia, soltava-os e depois recomeçava tudo de novo. Mas, depois de minha volta, eu percebi o quão fútil era isso. E, além disso, eu não queria me olhar no espelho, ou ao menos chamar a mínima atenção a mim. Não queria me lembrar de qualquer coisa que aconteceu há exatamente 148 atrás. Mas, infelizmente, eu mesma era um lembrete constante. Por isso cobria todos os espelhos, ou qualquer coisa que pudesse vir a mostrar o meu reflexo.

Assim, liguei a TV que algum parente de Jenn lhe trouxera. Eu ainda não estava acostumada a toda essa tecnologia de televisão em cores, telefones, computadores e tudo mais. A televisão estava sintonizada no canal da Nickelodeon, apresentando um dos episódios de Bob Esponja. Sim, eventualmente, eu assistia esse desenho animado. Na verdade, eu só assistia por um motivo: o jeito que o porífero tinha de lidar com as situações. Sempre sorrindo, mesmo que não houvesse motivos para este. A triste verdade era que eu gostaria de ter sido assim, enquanto a minha vida ainda tinha conserto. Mas era explícito que agora isso era impossível.

Fui tirada de meus devaneios por Jenn, que entrara silenciosamente no nosso compartimento. Eu me levantei e sentei na cama, ajeitando os cabelos que estavam na minha cara, e ela sentou ao meu lado. Estranhamente, a cena me foi familiar, me lembrou de algo ou alguém.

– Sabe, Sky, o dia está tão bonito. – ela disse sorridente, brincando com a ponta do lençol azul-claro. – Porque a gente não... Sabe, vai dar uma voltinha por aí. Sair um pouco. Você precisa respirar ás vezes. – ela pegou o controle remoto de minha mão, e então desligou a TV.

Eu a olhei, como se ela tivesse me aberto uma porta. Jenn? Chamando-me para um passeio? Não era típico dela.

– Eu até gostaria, mas, você sabe, eles me consideram um pouco perigosa para sair assim. – respondi, mostrando-lhe minha pulseira etiquetada de “MENTALMENTE PERTURBADA”, e seguido ainda de algumas outras coisas, como o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH. Na verdade, eu tinha tal doença devido ao fato de ser uma semideusa. Ajudava a nos manter focados na batalha, e a dislexia porque nossa mente estava programada para o grego antigo.

– Sem problemas – disse Jenn, sorrindo. Ela era como o Bob Esponja; conseguia sorrir em qualquer ocasião. – Eu conversei com o Dr. Claus, e ele disse que vai ser bom para você, bem, você sabe, respirar um ar puro, dar uma caminhada.

O dia estava um pouco estranho. Provavelmente o Dr. Claus me queria fora por algum tempo, ou para livrar-se momentaneamente de algum empecilho (que no caso, seria eu), ou porque simplesmente não estava com vontade de discutir a respeito de um passeio com Jenn.

Dei de ombros, me levantando, e fui calçar o velho par de tênis Nike que a simpática enfermeira me dera. Virei-me de costas, e então peguei a adaga que há anos causou a morte de minha família, que estava em baixo de meu colchão, e guardei-a no cinto. Por mais que eu tentasse esquecer minhas raízes, eu ainda era uma filha de Hades. Não podia me dar ao luxo de sair desarmada. Muito mais com uma mortal.

– Neil e Court vão estar lá? – perguntei, embora eu já soubesse a resposta.

– Sim. – ela disse, e então de uma risadinha nervosa. – o Dr. Klaus me disse que levasse os novatos para um tour pelo hospício.

– O.k., isso serve. E você tem razão, eu preciso sair um pouco. E, além do mais, eu estou doida para conhecer a praia daqui de Toledo. – eu disse um pouquinho mais feliz que o normal. – E, avise-me quando você e Neil forem se casar.

Jenn enrubesceu, depois sorriu, e foi me conduzindo para fora do sanatório.


Jenn estava certa; eu tinha que conhecer a praia daqui de Ohio.

Certamente, a praia era rodeada de prédios e construções modernas, mas nem mesmo isso conseguia estragar a paisagem. O lago era extremamente grande, e se entendiam até onde meus olhos não podiam alcançar. Sua cor era de um tom de turquesa, muito vívido. O céu estava azul, repleto de nuvens que passavam e cobriam o sol radiante. Não havia muitas pessoas, apenas um pequeno grupo de turistas, mas que nem ao menos notaram a nossa presença. O monitor do grupo explicava que o Lago Erie era um dos Grandes Lagos, e que era o décimo terceiro maior lago do mundo em extensão territorial, e mais um monte de coisas do qual eu não estava interessada.

Tirei os tênis, largando-os na beirada da praia, onde já era asfaltado. Comecei a andar lentamente na areia, sentido sua maciez massagearem os meus pés. Fechei os olhos, caminhando. Aquilo me trouxe a sensação de estar novamente na beirada de Long Island, com todos os meus amigos do acampamento, assistindo aos fogos de Quatro de Julho...

Abri os olhos bruscamente, tentando espantar a sensação. Eu não queria me lembrar desses tempos, nem ao menos tem um flashback bem ali.

Eu me virei, na expectativa de ver Jenn. Ela fazia o mesmo que eu, só que Court e Neil estavam atrás dela. Court parecia muito mais alto ao ar livre, como se pudesse tocar as nuvens se esticasse os braços.

Andei até a beirada da água, deixando que esta banhasse os meus pés descalços. Eu me sentei na areia, e Jenn me seguiu. Court ainda perambulava pela praia, como se isso fosse algum outro mundo. E, por acaso, não poderia ser?

Certifiquei-me de que ninguém prestava atenção em mim, e então levei a mão ao bolso. De lá, tirei a pulseira com a qual Gaia me presenteara. Era uma réplica tão parecida com a verdadeira Terra que, se ela não estivesse bem debaixo dos meus pés, eu acharia que tal planeta fora encolhido e transformado em pingente. Ele até mesmo fazia um movimento de rotação.

De repente, senti um arrepio percorrer minha espinha, como se dedos gelados tocassem minha nuca. Eu me virei, e então encontrei Court me olhando, com ódio, os olhos na pulseira. Eu a escondi rapidamente, mas era tarde demais. Ele já a tinha visto. Eu só podia torcer para que ele não soubesse o quê aquilo significava. Afinal, a essa altura, eu já sabia que propósito o trazia aqui, e então uma coisa que Gaia me dissera veio á mente: Quando eles vierem te buscar, não relute. Aja como um deles. E então quero que relate tudo que ver ou ouvir. Conte-me seus planos. Tudo.

– O que está olhando? – eu disse, a expressão cautelosa.

Ele riu de um jeito estridente, frio, descarregando toda a sua raiva naquela risada.

– Uma das servas de Gaia.

Eu respirei fundo, e então me direcionei para ele.

– Gaia? – eu disse, em falsa inocência. – Quem seria? Creio que você está me confundindo com alguém.

Suas narinas se dilataram, e parecia que fumaça brotaria destas.

– Não tente me enganar, filhote de deus! Gaia, a que se dissera nossa mãe, mandou a mim e a meus irmãos para terríveis cavernas, nas vísceras da terra! Não deixarei que uma de suas servas se infiltre em nosso acampamento, e destrua-nos! Você deve morrer, tola semideusa!

A essa altura, eu já estava de pé, levando a mão ao meu cinto, onde eu possuía a adaga que custara a vida de minha família. Eu a empunhei, mas dessa vez tomando cuidado para que ele não visse.

– Acha que fez bem ao se juntar ao exército dela? Acha que ela hesitará em te matar, se tal feito for beneficiá-la? – ele explodia em raiva, e então me pegou pelo pescoço, apertando-o cada vez mais, tirando-me do chão. Eu me debatia, mas não surtia efeito algum. – Ingênuos semideuses! Renda-se, e assim sua morte será mais rápida!

Tudo dentro de mim pareceu formigar, como se poder corresse por minhas veias.

– Os deuses que você tanto idolatra – eu disse, com a ponta de voz que me restava – são egoístas e ambiciosos. Acha que Zeus relutaria em sacrificar algum de seus entes, se isso lhe tornasse mais forte? Eles têm sede de poder, são fúteis e só se importam com si mesmos. Junte-se a mim, monstro, e poderá reinar ao lado de minha Patrona. Do contrário, acho que terei de matar você.

Ele riu, apertando ainda mais meu pescoço. Jenn gritava e corria freneticamente, tentando fazer algo que o impedisse de me matar. Ela parecia confusa, assim como Neil, que corria igualmente desesperado.

–Eu sou Coto, o Furioso – disse o monstro. – Ajudei na rebelião contra Urano, e vencemos. Acha que pereceremos diante de Gaia?

Eu tremia de raiva. Instintivamente, levei levantei a adaga em minha mão, e, com um golpe, passei a lâmina no pulso que estava no meu pescoço. Ele urrou de dor, e me soltou. Então, com um puxão, tirou o jaleco do corpo. Dali exibiram-se, de cada lado do corpo, cinqüenta braços, todos com um único objetivo: me matar.

Levantei-me do chão, e agora eu estava coberta de areia. Jenn gritava desesperadamente, como se fosse uma surpresa Coto me atacar de tal maneira.

Eu corri, pulei e me agarrei a um dos braços mais próximos do chão. Ele parecia ter aumentado de tamanho; tinha quase uns cinco metros de altura.

Comecei a subir por eles, mesmo que estes me socassem e arranhassem. Alguns braços eu conseguia manter longe com minha adaga, outros me prendiam pelo pé, o quê me dava algumas desvantagens. Quando finalmente cheguei ao seu ombro, minha roupa toda rasgada e desgrenhada, golpeei furiosamente o pescoço do monstro.

Os golpes só serviram para deixá-lo mais irritado, e ele levava vários braços ao ombro, mas eu os afastava com minha adaga. Em um momento, quando ficou claro que eu morreria, agarrei seus cabelos nojentos, e me prendi á sua cabeça. Eu não sabia o que fazer. Em toda a minha vida passada, eu nunca lutara com um centímano. Afinal, eles estavam do lado dos deuses.

Eu não tinha nada disponível na praia que pudesse me ajudar; lá tinha apenas areia, Neil, Jenn, e uma caverna, mais ao longe.

Uma caverna...

E então uma idéia louca me ocorreu. Lembrei-me do que Coto dissera, havia menos de cinco minutos: Gaia, a que se dissera nossa mãe, mandou a mim e a meus irmãos para terríveis cavernas, nas vísceras da terra!

Pulei de sua cabeça para o chão, e meu tornozelo começou a doer tanto que eu pensei que explodiria. Mas não podia me dar ao luxo de deixar isso me impedir. Eu me virei para Neil, que segurava uma flauta de bambu, atordoado.

– A FLAUTA! – gritei. – VOCÊ PRECISA USAR A FLAUTA!

E então a compreensão pareceu inundar seu rosto. Ele levou a flauta aos lábios, e uma melodia defeituosa começou a soar. Eu quase peguei no sono, mas me forcei a correr na direção da caverna, ignorando a dor lancinante que emanava de meu tornozelo. A melodia não danificou em nada o centímano, mas me deu tempo suficiente para chegar á caverna.

A caverna era gigante, e grama brotava do solo, o quê me fez pensar que estava ali há muito tempo. As paredes me faziam pensar que em estava debaixo da terra. Perfeito.

Parei na entrada na caverna, que devia ter uns oito metros de comprimento, para que Coto me visse, e me seguisse. Por sorte, ele não era tão inteligente.

Ele me seguiu, e então eu pulei para dentro da caverna. Ele pulou também, então começou a tentar pisar em mim, ou me agredir com seus cem braços. Eu lutava como louca, esquivando-me aqui, rolando ali, pulando lá, até que de repente o monstro parou, confuso.

– Mas que tipo de lugar você me trouxe? É algum tipo de mensagem? Quer ser enterrada aqui, suponho. Certo, não posso lhe negar isso, meio-sangue. Mas é estranho, não acha, querer ser enterrada em uma cavern... – e então a o centímano entendeu o que eu fizera. E então o horror estampou-se em seu rosto. - Você... você... quer dizer... não pode me enganar... EU SOU COTO, O FURIOSO! NINGUÉM PODE ME MATAR!

Percebi que atordoá-lo com seu maior medo fora uma grande idéia, afinal. Então o monstro foi ficando mais fraco, e foi diminuindo de tamanho, até estar do tamanho do qual eu o conhecera. Tirando proveito de todo o seu medo, enterrei a lâmina de minha adaga em seu coração. Aproximei meu rosto do dele, como se fosse contar-lhe um segredo.

– Você teve sua chance de se juntar a Gaia, monstro. – sussurei, satisfeita. – Considere isso um favor, por ter te livrado de uma vida ao lado dos deuses. Quem sabe, Coto, quando Gaia dominar o mundo, possamos dar a você uma função digna. – dei uma risada fria, enterrando ainda mais minha lâmina em seu coração. Seus olhos, de repente, ficaram como o de um animal aterrorizado.

E então ele soltou um berro de dor tão grande que a caverna tremeu, e, em instantes, eu estava sentada em um monte de areia.


Quando cheguei novamente à praia, Neil e Jenn quase pularam em cima de mim, ansiosos.

– O que. Houve? Você. Está. Bem? Ó, céus, como pude deixar isso acontecer? Disseram-me que Coto era imprevisível, mas não pensei que seria a esse ponto. Meus deuses! Mas, geralmente eles não atacam campistas e semideuses... – Jenn disse, e as palavras praticamente jorraram de sua boca, e então ela se lançou em meus braços, me abraçando. – Ah, céus, você está bem? O quê houve com Coto... – e então Neil e ela me olharam, de olhos arregalados.

Empurrei delicadamente Jenn.

– Eu estou bem. E respondendo á sua outra pergunta... Dei um jeito nele.

Jenn e Neil me olharam com desconforto.

– Mas, isso é estranho, porque Coto nunca atacou um semideus antes. Não que fosse necessário. – Neil me olhou nos olhos, como se perguntasse: o que é você?

Dei um sorriso tímido.

– Ele deve ter me confundido com alguém. – Dei de ombros.

Jenn me olhou, e então se sobressaltou.

– O quê foi? – perguntei.

– É que... Você não está confusa? Sobre o monstro, sobre semideuses, e como os mortais ao menos notaram a sua luta com o monstro? – suas sobrancelhas estavam arqueadas, e ela ofegava como se fosse ela que tivesse acabado de matar um monstro de cem braços.

E então me lembrei que, nesse meu retorno, ela achava que eu ainda não sabia sobre a minha verdadeira identidade.

Então eu fiz o que faço de melhor; fingi uma expressão confusa, e me lancei nos braços dela, começando a chorar. O estranho é que o choro falso foi transformando-se em um choro real, e então tudo que eu fazia era real.

– Estou com medo – eu disse, entre soluços. – E você me deve uma explicação.



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Notas finais do capítulo

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