All That Drugs - Sugar Coma escrita por AbyssinWonderdead


Capítulo 16
CAPITULO 15: Misericórdia


Notas iniciais do capítulo

- massa esse capitulo, eu gostei!
- espero que gostem!



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ALL THAT DRUGS

CAPITULO 15: Misericórdia


Miss the misery

Need a reason for a change

Need a reason to refrain

So turn it on again

Don't change your mind

You're wasting light

Get in and let's go

- Miss The Misery – Foo Fighters

Era de tarde quando ela acordou, com a cabeça pulsando e doendo, como se fosse uma bomba que estivesse pronta para explodir a qualquer momento. Olhou em volta, ainda estava na maldita clinica de reabilitação, e não estava sozinha. Seus pais estavam ali, procurou por Tommen, ele não tinha vindo, ainda bem.

- Eu disse que não queria vê-los – resmungou virando-se, ficando de costas para eles, só assim notando que tinham tirado os cintos que prendiam seus pulsos nas grades da maca hospitalar. – O que querem?

- Viemos vê-la, Frances. – a Senhora Katherine respondeu.

- Mas eu não quero ver vocês! Difícil entender, ein?

Katherine suspirou e apoiou a cabeça no ombro do Senhor Edmond, que olhava para Frances com um olhar de reprovação.

- Você andou injetando heroína de novo não foi?

- Não. – respondeu, embora soubesse que era inútil, eles já deveriam saber que ela estava com certa quantidade de heroína no sangue.

O quarto ficou em silêncio, Frances se sentia tonta, sua cabeça estava rodando, e suas pernas estavam dormentes, a ponto de ela não sentir nada.

- Eles estão me dopando?

Seu pai suspirou, afastou Katherine de seu ombro e se dirigiu para o móvel de madeira amarela, onde ligou um som e começou a tocar uma das músicas de Mozart, se ela não estava enganada. Seu pai sabia que ela detestava música clássica, sabia que para ela, era como se quando estivesse ouvindo seus ouvidos queimassem, não era seu estilo, e nunca seria.

- Você sabe que eu detesto música clássica – resmungou com desprezo, olhando para o pai, mas ele não pareceu se importar.

Mexeu as pernas, até que elas recuperaram os sentidos e se sentou na cama, afastando as cobertas, andando cambaleando, trocando as pernas ainda meio moles, se apoiando na mesa e no armário. Desligou o som e ficou olhando para o pai. Ofegante, aquela pequena caminhava a tinha cansado demais, agora ela tinha certeza que tinham dado alguma coisa para ela.

- Sabe que eu detesto música clássica, para que ainda coloca? – ela resmungou – Até parece que não me conhece...

Senhor Edmond ergueu as sobrancelhas.

- Eu não te conheço. – Senhor Edmond respondeu rude.

Frances congelou por uma fração de segundos, riu e olhou para a mãe, como se ele tivesse acabado de contar uma piada, que não tinha muita graça, ele deveria estar brincando com ela, embora achasse estranho que o pai estivesse fazendo piada, fingindo a amnésia, mas sua mãe olhava para o Senhor Edmond como se ele fosse um fantasma, como se ele fosse o ser estranho, e não Frances.

Ele voltou a falar:

- Você não é a Frances que eu conhecia...

- Você só pode estar brincando comigo.

- Olha como fala...

Frances torceu o lábio e foi até a janela, olhou para o céu escurecendo, com um crepúsculo, gotas caindo fortes e grossas nas folhas, molhando o vidro, era aconchegante a chuva, fechou os olhos como que admirando e sentindo a chuva. Olhou para o pai, depois foi em direção à mãe, do jeito mais manso e inocente, e abraçou a Senhora Katherine Lorance, que retribuiu com um beijo na testa e um abraço.

Frances a soltou, ficou a frente da mãe e voltou a falar:

- Eu falo como eu quero, do jeito que eu quero! E também faço o que eu achar que é melhor para mim!

- Você não é a minha filha...

Uma música surgiu como se fosse um tema para aquilo, em sua mente, era um tema para aquela situação, adorava colocar temas para situações, embora aquele não fosse o momento, mas todo momento, era momento para temas.

If I had my way

If I had to lose

Wouldn't take back one thing, never had much to choose

Then it dawned on me

Coming down on you

Like a cold sky raining under a burning moon

Aquilo a estava irritando, o jeito como seu pai a olhava, como ele falava, era tão normal, mas ao mesmo tempo tão anormal e diferente a todos os modos rudes que ele se dirigira a ela. Parecia que ele lançava para ela agora um olhar de pesar e desprezo, misturados com raiva e preconceito.

Been waiting all your life

Your wish is coming true

Bless your heart for beating me right out of you

Estava irritada demais, ou era a falta da heroína, estava voltando a sentir todas as dores de antes, seu estômago se revirou, como se tivesse um fósforo aceso dentro dele, queimado as paredes internas, e como se alguém o estivesse amassando e torcendo. Estava doendo, e seu cérebro hiperativo, misturado com a dor e dúvida só faziam ela ficar com uma raiva maior.

Miss the misery

Need a reason for a change

Need a reason to explain

So turn it on again

Don't change your mind

You're wasting light

Get in and let's go

- TALVEZ EU NÃO SEJA MESMO, OLHE PARA VOCÊ! EU NÃO TENHO NADA DE VOCÊ! FRIO, MEDÍOCRE, E COM GOSTOS HORRÍVEIS!  

What a nice long leash

What a nice tight noose

Never worked for me but sure would look good on you

O pai de Frances estava ficando roxo, Frances sabia que não era muito sensato cutucar uma ferida como o pai, ele gritar com ele era a mesma coisa que cutucar, colocar sal e álcool em cima de uma ferida em carne viva. Sorriu para ele, e viu que o Senhor Edmond não aguentou muito tempo de paz com a filha gritando com ele, e desferiu um tapa forte na face de Frances, ela caiu para trás, com a face vermelha e latejando. “Vai ficar com um roxo enorme na cara”, pensou enquanto tocava o local, e doía até o osso.

– COVARDE! COVARDE, COVARDE! – gritou para ele.

Frances se pôs a levantar do chão, cambaleando e tropeçando nas próprias pernas ainda meio dormentes. Trovões tomavam conta do lado de fora, fazendo os vidros tremerem, enquanto uma chuva caía forte e ruidosa, batendo no telhado, nas folhas e no vidro, e o vendo fazendo os galhos das árvores baterem no enorme vidro daquele quarto da clínica. Raios e relâmpagos iluminavam os céus uma hora ou outra como fogos de artifício.

Been waiting all your life

Your wish is coming true

Bless your heart for beating me right out of you

Ela começou a rir da reação do pai, como se não esperasse outra reação além daquela. Sua mãe estava ao seu lado, tentando ajudá-la a se levantar com mais firmeza. Frances sorriu para a mãe, como quem queria dizer “está tudo bem”, mas não estava, o local onde o Senhor Edmond a batera estava ganhando um aspecto horrível, um vermelho forte, misturado com rosa e roxo bem no centro, os olhos azuis como safiras e intensos de sua mãe brilhavam, como um céu azul com pequenas estrelas cintilando fortemente.

Lágrimas rolaram dos olhos intensos e tristonhos da Senhora Katherine.

- Já aconteceu uma vez, não se lembra? – sorriu para a mãe, com uma gentileza que existia em seu sorriso naquele momento, mas ficou séria rapidamente – PODE ME SOLTAR! – gritou para a mãe que a segurava pelos pulsos, com toda a força, para não mover a filha. Ela voltou a dar risadas zombeteiras e a olhar para o pai mexendo a cabeça para vários lados com o sorriso – Eu sabia... Mãe eu sempre estive certa, sempre estive com a razão. As pessoas que eu deveria amar, eu odeio... E as pessoas que eu deveria odiar, eu amo. Você é desprezível, e ainda assim te chamo de pai!

Miss the misery

Need a reason for a change

Need a reason to refrain

So turn it on again

Don't change your mind

You're wasting light

Get in and let's go

- Largue-a Katherine. Largue essa louca!

- Talvez eu esteja mesmo! – disse quando sua mãe lhe soltou os pulsos. – Como eu previ... Nasci ao contrário! EU ESTOU OFICIALMENTE FORA DOS TRILHOS “papai”! – disse com zombaria.

Miss the misery

Give me reason for a change

Miss the misery

Give me reason to refrain

Miss your misery today

Miss your misery today

Come on and turn it on for me

O Senhor Edmond ia bater nela novamente, mas sem que nenhum dos dois percebesse, Katherine havia saído do quarto, e chamara enfermeiras, elas seguraram Frances, que se debatia não com muita violência, mas mandava elas a soltarem. Mas logo que uma delas injetou um sedativo na veia dela, Frances começou a se acalmar aos poucos, e então... Só disse mais uma coisa:

- Tirem ele daqui. – apontando para o pai. Que estava com Katherine ao seu lado, Frances não podia ouvir mais nada, a visão estava embaçada, e a última coisa que viu, foi sua mãe que provavelmente estava gritando com seu pai.

Don't change your mind

You're wasting light

Don't mean it's right

Don't mean it's righ...


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Notas finais do capítulo

--- haha adorei esse capitulo! >.
--- bjs, espero que tenham gostado
--- n esqueçam os reviews!