All That Drugs - Sugar Coma escrita por AbyssinWonderdead


Capítulo 1
Prólogo: Introdução ao Inferno


Notas iniciais do capítulo

--- espero que gostem...



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ALL THAT DRUGS

PRÓLOGO: Uma Introdução ao Inferno

“With all, all of my money

With all, all of my Love

With all, all of my Money

It doesn’t feel as good as the drugs

– All The Drugs – Hole

Ela se achava a garota mais estranha de toda Seattle, mas a população também concordava com ela, e não era para menos, tinha a fama de “pulsos cortados”, “esquisita”, “maluca”, “depressiva” e o pior: “drogada”, embora ela não se importasse muito com os burburinhos que soavam por aí, sobre ela.

Frances Lorance, uma adolescente largada, de dezesseis anos, amiga apenas da própria sombra, de seu violão, sua guitarra, seu gato, seu único amigo humano: Travis Moranttes, seus CD’s de Nirvana, Green Day e Gun’s n’ Roses, e seu irmãozinho Tommen, eram seus únicos amigos, mas Frances não queria nem saber do resto, se fosse por ela estariam todos mortos.

Para ela sua vida era uma grande porcaria, embora Frances não soubesse muito bem, o por quê de achar aquilo, talvez fosse por causa que ela sempre detestara tudo e todos que não fossem semelhantes a ela.

Seus pais até que eram chegados, não brigavam muito, se entendiam, mas brigavam as vezes por motivos completamente idiotas. Viviam tentando mimá-la, fazê-la gostar de coisas de patricinhas, tipo: rosa choque, dourado e todas as coisas nojentas que uma patricinha faz, gosta de fazer, come, bebe e veste; mas não deu muito certo. O negócio de Frances era o Rock n’ Roll, roupas e maquiagem escura, All Star imundo e calça rasgada. Ela ia na casa de Travis quase todos os dias com sua guitarra Gibson DG – 335, igual à guitarra do Dave Grohl, vocalista do Foo Fighters, só que preta.

Frances e Travis tocavam e cantavam juntos na maior parte do tempo, eram independentes, namoravam, pensavam em se casar, mesmo sem os pais aprovarem, mesmo que fossem os maiores desleixados de Seattle, mas ela gostava dele, e ele gostava dela, nada podia dar errado em um casal Rock n’ Roll.

Os dois haviam largado o colégio no último ano, eles viviam pensando em um significado de “liberdade” apropriado para eles, o próprio conceito de “liberdade”.

Os pais de Frances e Travis haviam proibido os dois de se verem fazia alguns meses, Frances tivera inúmeras brigas com os pais no começo, gritando e batendo o pé para que a deixassem vê-lo de novo, mas era meio obvio que os dois se encontravam as escondidas, e os amigos de Travis davam cobertura para os dois se encontrarem em um terreno abandonado na entrada da cidade.

Quando não estava com Travis, estava em seu quarto, aprendendo a tocar novas músicas, tentando escrever alguma, mas eram tentativas falhas, Frances não tinha criatividade para músicas, todas que ela fazia ficavam estranhas, depressivas demais, então desistia delas rapidamente. Travis que criava boas músicas, mas ele se recusava a tocar para ela, só a deixava ver a letra. Nas outras partes de seu tempo sem Travis, Francis estava lendo, ou ouvindo música, ou fazendo carinho em seu gato: Brandon, mas ela só o chamava de Bran, então era Bran, um persa exótico laranja, e gordo tipo o Garfield; era um amor de gato. Só ela cuidava dele, a Senhora Katherine Lorance e o Senhor Edmond Lorance odiavam o gato, e Frances sabia de uma coisa: Se ela não estivesse ali, talvez seus pais já o tivessem matado, e quando ela fosse embora de casa o levaria junto, para não sofrer o inferno que ela sofria em casa.

Seu quarto era uma coisa enorme, de paredes pretas e brancas que ela fizera questão de ela mesma pintar, era uma coisa obscura, com caveiras, borrões, palavrões, frases depressivas, e trechos de músicas, ela adorava aquilo, adorava a arte abstrata de seu quarto, e as artes abstratas que fazia em seus cadernos que deveriam ter sido da escola. A cama era de casal, daquele tipo Época Medieval, a cama de madeira, com a cabeceira bem decorada, colchão grosso e não era duro, fora isso, havia seu armário, um banheiro, o suporte da guitarra em uma das paredes, e outra parede enorme, onde ela colocava fotos, letras de músicas e desenhos presos por fita adesiva.

Frances quase não podia chegar perto de Tommen, seu irmão mais novo, visto que seus pais achavam que ela era errada, que ela era má influencia para Tommen, e ela mesma achava isso, mas seu irmão gostava dela, e ela não podia impedi-lo de chegar perto. Mesmo com a proibição, sabendo que resultaria em brigas a noite, ou em qualquer horário.

Mas havia o maior motivo de suas brigas em casa: drogas.

Frances era viciada em heroína, mas pelo menos ela não abusava tanto, eram doses pequenas, injetadas por ela mesma na veia.

E a heroína resultou em uma guerra, ela se lembrava como se tivesse sido ontem, o dia em que volto para casa de madrugada, um pouco bêbada, e o Senhor Edmond havia batido nela, aquele dia fora inesquecível, e se lembrava de ter visto o rostinho inocente e apavorado de Tommen na escada, olhando fixamente para ela.

Se naquela noite sua mãe não tivesse impedido seu pai, ele provavelmente teria batido mais e mais nela, ou até mesmo matá-la.

Havia sido o pior dia da vida dela, ela se lembrava bem.



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Notas finais do capítulo

---- Espero que tenham gostado
---- Só postei aqui, se encontrar em outro lugar denuncie!