Acordo com um raio de luz que passa pela janela, olho em volta, mas não há ninguém no meu quarto para limpar ou coisa do tipo. Hoje, será o dia da colheita, normalmente as pessoas ficam preocupadas com a possibilidade de ir para os Jogos, mas eu quero muito ser escolhida este ano.

Saio da cama e visto meu vestido vermelho, mas deixo meus cabelos soltos como de costume. Vou passar o dia fora, por isso já quero estar pronta para a colheita quando chegar a hora. Desco as escadas correndo e saio sem minha mãe me notar, ela não aprova que eu queira ser o tributo feminino do distrito 2, mas não terá como me impedir de me voluntáriar.

Quando chego no centro de treinamento, vejo Cato parado na porta, provavelmente me esperando. Cato também já esta pronto para a colheita, e quando abre os braços, não êxito, vou abraça-lo imediatamente.

Cato, meu melhor amigo dês que possa me lembrar. Ele tem poder sobre todas as garotas, das mais fortes até as mais fracas, mas não sobre mim, acho que é por isso somos amigos.

– E então Clove, está pronta para o nosso ano?- diz Cato com um olhar confortante. Esse ano é literalmente nosso ano, nos dois vamos nos voluntáriar se não formos sorteados, o problema é que somente um vencerá e não discutimos em nenhum momento que se nós dois sobrássemos quem ganharia.

– Você quer dizer o meu ano não é?- sempre fazemos piadas sobre quem ganhara mas nunca falamos realmente serio.

Nos dois entramos no centro e fomos treinar um pouco. Aqui eu sou conhecida como a garota das facas, porque posso atirar uma faca em um coração mesmo estando a dois metros de distancia. Corro até o compartimento das facas e as jogo até que os sinos toquem.

– Não podemos nos atrasar para o nosso ano. - sussurra Cato

– Então, vamos indo

Começamos a andar em direção a praça. Não conversamos muito, porque provavelmente a pergunta do momento nos deixa sem palavra. Quem irá vencer? Não conseguirei matar Cato mas o que realmente me deixa preocupada é... Será que ele pode me matar? De repente Cato pega minha mão como se soubesse o que estou pensando... Não, ele não sabe o que estou pensando, se soubesse nunca teria feito o que fez agora. Ele me puxa e me beija.

– Desculpe, eu precisava fazer isso. Esse pode ser o nosso ultimo momento sozinhos.

Eu não sabia o que pensar, nunca tinha visto Cato como algo mais que um amigo, nunca. Mas agora...

– Não tem problema, talvez...

Algo interrompe minha fala, minha mãe me puxa para o local da inscrição. Depois de furarem meu dedo, vou até a parte da praça onde estão todos os adolescentes da minha idade. Não demora muito tempo até que Polumoss Cansos, uma pessoa que eu realmente detesto, chega e começa a dizer o de sempre.

– Primeiro as damas! - Neste momento estou cruzando os dedos para ser eu.

– Marnem Faless- Eu fico imóvel por um momento, me lamentando, Marnem era minha companheira de treinamento, mas esse não era seu ano.

– Eu me voluntário, me voluntário como tributo feminino!- Os guardas vem imediatamente em uma direção e me levam até o palco. É comum os voluntários no nosso distrito.

–Qual o seu nome?- Diz Polumoss com um sorriso forçado nos lábios.

–Clove Sevina- Cuspo a minha resposta sem olhar em seus olhos.

– Agora, os cavalheiros- Fico pensando na possibilidade de ser Cato, se ele for escolhido talvez outro garoto se voluntareie e ele não possa ir, depois daquele beijo não sei se o quero na arena comigo.

–Deimon Cronom- Polumoss Consos realmente gritou o seu nome, ou eu que estava nervosa de mais.Espero alguns segundos esperando que alguém se voluntareie... Mas nada acontece. Ate que ouço uma voz, e infelizmente, ela é familiar.

–Eu me voluntário!- Grita Cato no meio da multidão. Os guardas o buscam e ele começa a se aproximar aos poucos do palco com um sorriso no rosto

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