Sweet Girl escrita por Nina0207


Capítulo 2
Capítulo 1 - Não tem essa de má influência.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem



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A garrafa de tequila estava pela metade. A lua brilhava como se me denunciasse. Eu estava deitada no meio da estrada, usando um pijama preto que ia até metade das minhas coxas, um número maior que o meu, o que fazia com que ele escorregasse pelos meus ombros. Eu já não sabia mais o que fazer. Minhas noites se baseavam a isso, sair no meio da noite, com uma garrafa de bebida na mão e vagar pela estrada até um ponto que sei que ninguém passa e ali mesmo beber, deitar no asfalto gelado e olhar as estrelas. Há pessoas que escrevem diários; eu bebo e vago pela rua vazia e fria sem ter pra onde ir. Devem estar pensando que não tenho amigos com quem conversar, ou pra quem ligar, mas, eu tenho. Na verdade, um amigo. O nome dele é Dave. E ele é gay. Nessa noite, não apenas fiquei na estrada bebendo até altas horas, como fui parar na casa de Dave, no final. E como sempre com uma de suas frases: “Me acorda a esse horário e ainda me bebe toda a tequila, sinto muito, mas não a perdoarei. Se ao menos tivesse com álcool! Um absurdo!”.

Uma coisa sobre Dave: é um dos gays mais gays que eu já vi nessa vida. Nos seus dezessete anos, Dave já transou com mulheres e homens, ele já experimentou de tudo, sabe mais sobre uma vagina do que eu posso sonhar em saber e sobre homens, você se pergunta, ele tem as melhores constatações que eu já ouvi. Uma delas é: “Não confie tanto assim nos homens. Sabe isso que eu tenho no meio das pernas? Pois é, é um pinto. Exatamente por isso, que não se confia nos homens”.

A sabedoria em pessoa? Talvez.

Nossas mães trabalham no mesmo hospital e conheço Dave minha vida toda. De um olhar penetrante, ele consegue te envolver mesmo não querendo. Deve ser assim que consegue tanto homem. É um cara experiente, mesmo com seus 17 anos.

Ele odeia que eu fique lembrando que ele tem 17 anos, ele diz que “só por que eu sou um ano mais velha que ele, não significa que eu tenha mais experiência”. Como se ele tivesse muita experiência. Ok, mais do que eu com certeza tem. 

Irrelevante!

Pode parecer que não, mas, seus clichês sobre o núcleo masculino sempre me guiaram e me tiraram de muita enrascada. Mas, como era esperado, seus clichês não me salvaram de Ryan nem de Matheus. Dois caras idiotas, insuportáveis, ridículos, excepcionais, bonitos, apaixonates e incrivelmente irritantes, pelos quais meu coração está dividido. E isso, acredite, não é normal. Sou a garota mais absurdamente metódica e teimosa que possa existir. Duvido de tudo, sou irônica e sarcástica, tento por minha razão à frente dos meus sentimentos em todas as escolhas da minha vida, e praticamente, nenhuma dessas escolhas deram errado, até hoje. O que falha toda uma teoria de fatos que me leva a uma rede de intrigas e perguntas, e confusões. E ninguém melhor que Dave para responder esta rede de perguntas, afinal, ele é homem, mesmo que por dentro seja uma patricinha.

– Você pode pedir ajuda para um cardiologista. – disse ele, certa vez.

– Por quê? – parei de tirar uma casquinha do machucado em meu joelho e o olhei.

– Talvez com uma operação você possa dividir esse coração, ou quem sabe, dar um pedacinho dele pra cada um.

– Está insinuando que eu fique com os dois?

– Mas é claro que não! – falou, fazendo um “O” com a boca e colocando a mão em seu peito, totalmente chocado. – Estou afirmando que fique com os dois!

– Você está ouvindo a merda que está falando?

– Ora Grace, minha bela e maravilhosa criação de Deus, estou dizendo para transar com os dois, assim, o que for melhor na cama, você fica.- disse ele sorrindo para si mesmo. - Você não fica aliviada por ter alguém com a resposta para tudo em sua vida? – disse ele jogando um cabelo longo inexistente para trás.

– E se os dois forem bons? – coloquei o boné para frente na intenção de tampar o sol do meio-dia. Estávamos no parque e Dave, com sua camisa branca sem alça e bermuda cor de rosa, pegava sol numa posição um tanto exagerada.

– Continue transando com os dois, nada melhor que dois pintos fazendo um trabalho que um só não dá conta. – disse, ainda com os olhos fechados, deixando o sol queimá-lo.

– Hm, então pra você um só não dá conta? - ele levantou a cabeça e olhou-me com a expressão “não provoque alguém que fala merda”, e sorrindo, revidou:

– Você não sabe como é bom ter dois pintos a sua disposição! É assobiar e chupar cana ao mesmo tempo, meu amor! – minha gargalhada podia ser ouvida até na próxima esquina.




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Notas finais do capítulo

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