Lorem escrita por The Klown


Capítulo 17
Capítulo 16 - Versus




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            Claus adentrou o prédio que havia encontrado. Do lado de fora, um acabamento muito bem feito e as letras H. A. N. K., gigantescas, destacavam-se em seu topo. Provavelmente uma sigla, mas o que significaria? Sem parar para refletir, atravessou as portas de vidro reforçado e se viu em um tipo de recepção.

            Era grande, porém com uma péssima distribuição de espaço. Encostadas as paredes haviam cadeiras, de plástico, provavelmente. E no oposto a porta uma escrivaninha, e o que seria uma recepcionista atrás dela. Fora isso, era tudo um vazio, dando uma ideia de espaço mal-distribuído.

            Porém, os olhos de Claus estavam centrados na mulher na recepção. Algum tipo de vida humana, finalmente! Ela parecia ser alta, tinha cabelos encaracolados e castanhos, e usava um óculos. Seu jeito era o que comumente se via em recepcionista ou secretárias. A mulher até se assemelhava à um esteriótipo.

            Surpreso e contente por ver alguma pessoa, correu em direção à escrivaninha, de modo desastrado, devido ao cansaço e estresse. Alcançou a mesa e, quase debruçando na tal, ofegou para a recepcionista:

            –Eu... sou... Claus... H-hillman... Minha nave b-bateu aqui e...

            –Claus Hillman? – ela interrompeu – Você está sendo esper...

            Sem terminar a frase, ela evaporou. Claus ficou mirando a cadeira vazia, estupefato por acabar de presenciar uma mulher perfeitamente normal desaparecendo diante de seus olhos. O que havia acontecido?

            Ele estava convicto de que ela estava prestes a lhe falar que estava sendo esperado. Por quem?

            Ao lado da mesa, via-se um elevador. Ele adentrou o mesmo, e apertou o botão equivalente ao mais alto andar. Normalmente era lá que se encontravam os figurões, e era com algum que ele queria falar, relatar a história.

            Claus aguardou pacientemente o vagaroso elevador ascender-se até o último andar. Uma calma melodia saía de algum lugar lá de dentro, que relaxou um pouco o rapaz enquanto o elevador subia.

            A porta abriu-se com a mesma lentidão com a qual ele subiu. Claus pôs-se então a andar pelo corredor no qual estava. Era de um branco cegante, iluminado por lâmpadas fluorescentes nas laterais. À cada sete ou oito metros portas de madeira pintada de branco eram vistas. Ele abriu a primeira e viu um tipo de laboratório, com balões e tubos de ensaio. Dois cientistas estavam lá dentro, vestidos com jalecos.

            Quando eles avistaram o intruso, evaporaram imediatamente, como a recepcionista. Claus, confuso, deixou a sala e abriu a próxima, onde o fenômeno se repetiu, desta vez com um segurança.

            “Sr. Claus Hillman.” – uma voz levemente grave surgiu do nada, embora soasse com certo eco – “Você está sendo esperado. Neste andar em que você está. Sala 17, por favor...”

            Crendo que não tinha escolha a não ser seguir as instruções que a voz passou-lhe, Claus começou a ver os números das portas do corredor. Quatorze, quinze...

            Dezesseis...

            Ele entrou na sala dezessete. Dentro dela, ele viu quatro homens. Um estava em pé atrás de uma escrivaninha, estava bem arrumado, com cabelos curtos e lisos, usando um terno e gravata. Em frente a escrivaninha, era possível ver três homens cuja idade assemelhava-se a de Claus, respectivamente Stewart, Martin e Johnny. Eles pareciam meio atônitos ao ver um rapaz cuja exaustão parecia a deles.

            O homem atrás da escrivaninha dirigiu a palavra a Claus, ele reconheceu a voz que o convocou ali.

            –Bem-vindo, Sr. Hillman... – ele começou – Antes que você tente me contar a sua história, devo lhe dizer que já sei. Você caiu aqui ao bater na nave desses outros três – apontou para Stu, Martin e Johnny – Com seus amigos Pete e Jack. Jack foi raptado e Pete te abandonou.

            Claus olhava para Hank incrédulo. Como ele sabia de tudo aquilo?

            –Bem... você deve estar se perguntando de como eu sei de tudo isso...

            ­–Na verdade, senhor... – Claus disse – Eu quero mais é saber porque todas as pessoas desse prédio que eu vi evaporaram

            –Ah. Não se preocupe... um de nossos agentes está tomando conta delas enquanto falamos – ele olhou para o relógio de pulso – Aliás, meu nome é Hank. Agora, quanto a situação de vocês quatro... Nós vamos lhes enviar de volta à Clare.

            Os quatro abriram sorrisos em seus rostos simultaneamente.

            ­–Para evitar... incidentes, vamos lhes levar em quatro naves separadas.

            Ele apertou um botão em sua mesa e uma parede se abriu atrás dele, revelando quatro portas.

            –Quanto a Pete e Jack – ele olhou para Claus – Temos agentes que estão trabalhando em resgatá-los. Não vai demorar muito até eles se juntarem a você, Sr. Hillman. Agora, se não se importam, cada um pode entrar nas portas... cada uma dá em um hangar com a nave que os levará para Clare.

            Os quatro, um pouco receosos, entraram, cada uma em sua respectiva porta. Estavam um completo breu, todas as quatro. Stewart procurava em sua sala um interruptor para ligar a luz. A voz de Hank foi ouvida:

            –Pois então, senhores. Vocês acharam que iria ser tão... simples assim? Eu não posso mandar vocês para casa. Vocês sabem demais. Ninguém era para ter conhecimento desse planeta e o projeto que desenvolvemos aqui.

            Stewart entrou em um tipo de pânico. Tentou abrir a porta pela qual veio. Em vão. Tentou usar a sua habilidade telecinética, mas nada conseguiu.

            “Adeus.” – a voz de Hank terminou de anunciar.

            Stewart começou a esmurrar a porta... ele iria morrer?! “ABRA ESSA PORTA!” ele exclamava enquanto batia e chutava a porta.

            –Você realmente acha que isso vai funcionar? – uma voz debochada e conhecida murmurou atrás dele.

            As luzes se acenderam e, a frente dele, lá estava. Klown. Com aquela sua máscara. Aquele sorriso vermelho e marcante, marcado no tecido branco...

            Ele se levantou devagar. O lugar onde estavam era enorme, muito maior que um quarto, algo com uns cinqüenta metros de comprimento. Havia algumas coisas lá dentro, alguns objetos metálicos, caixas, aparelhagem...

            Klown estalou seus dedos devagar. Stewart, tomando a dianteira, usou a telecinese para levantar um aparelho e rapidamente o jogou em Klown. Ele desviou, evaporando-se no ar e reaparecendo atrás de Stu, e lhe deu um chute nas costas. Stewart caiu no chão de bruços, Klown o virou. Seu punho se transformou em metálico, e ele sussurrou no ouvido de Stu:
            –...Você vai morrer.

           

 

            Claus lançou uma corrente elétrica para o teto, acendendo a lâmpada. O lugar era exatamente igual ao qual que Stu estava. Só mudava a pessoa esperando por ele ali: Aron Smith, outro sênior.

            ­–Olá, pode me chamar de Aron – ele disse – Eu vim acabar com a sua vida.

            Ele transformou o braço direito em metal maciço e deu um soco no estômago de Claus, que caiu no chão. A dor era insuportável, aquilo fora o soco mais forte que lhe haviam dado. Cuspiu e viu a saliva que saiu, escarlate por causa do sangue. Devia ter quebrado algum osso de sua coluna.

           

 

            Martin mal esperou Hank terminar o anúncio e, sem pensar nas conseqüências, correu em direção ao lado oposto. Trombou com um homem, e começou a socá-lo sem piedade. Até que o tal homem evaporou e apareceu atrás de Martin, agarrando-o pelo pescoço e executando uma chave de pescoço. Martin sentiu o ar esvaziar-se de seu pulmão enquanto asfixiava-se. Ele chutou o homem atrás dele, e as luzes se acenderam. Era do tipo asiático e, pelo jeito, podia se teleportar. Era Fou Tong, o terceiro sênior. Ele correu com sua supervelocidade em direção a ele, mas ele se telportou, desviando-se do ataque.

            Martin teria que pensar bem para conseguir derrotar uma das únicas pessoas mais rápidas que ele.

 

 

            Johnny se ergueu aos ares. Por sorte, aquele lugar tinha um teto alto, então ele não bateu a cabeça. Era bem provável que iam tentar matá-lo... mas quem? Recebeu a resposta quando uma garra arranhou-lhe o rosto.

            As luzes acenderam-se e ele viu um falcão, com a ponta das garras sujas de sangue. Ele se transformou em Jonathan Hawk, e logo a seguir em um tigre. O tigre pulou para cima de Johnny e o derrubou. Johnny, revidando, chutou o tigre-Hawk  que caiu para trás e se transformou em um homem inteiramente de titânio, que se aproximou para socar o rapaz. Ele se desviou e voou para trás. Hawk, sem perder tempo, morfou-se novamente em um gavião e voou com as garras estendidas para novamente arranhar o homem-voador.

            Johnny, porém, foi mais inteligente. Agarrou o gavião-Hawk pelas garras, as pernas, e as torceu com força. Naquela forma, ele havia quebrado as pernas de Hawk. Ele se transformou em humano e gritou em plenos pulmões, por dor. Ele rapidamente se transformou novamente em falcão e voou até a tubulação, virando um tipo de inseto e desaparecendo de vista logo depois.

 

 

            Claus chutou as canelas de Smith, que caiu para trás. Ainda com dores no peito e sentindo o sangue escorrer em sua boca, ele começou a socar a face de Aron. Seus dedos estalaram quando a face do mesmo se tornou metal.

            Smith levantou-se e avançou para Claus, que estava caído no chão. Ele se transformou em metal por inteiro. Era a chance de Claus, porque metal conduz a eletrecidade. Com toda a potência que consegui acumular, eletrocutou o inimigo, que começou a gritar. Não teve piedade. Se havia aprendido algo como bandido, Claus aprendeu que ter piedade era um grande erro. Ele apenas parou de lançar correntes elétricas quando o inimigo parou de gritar e caiu no chão, já não mais respirando.

 

 

            Martin estava confuso. Era só olhar para um lado que Fou se transportava para o outro. Aquilo embaralhava a mente do velocista, que então começou a ficar tanto de tanto virar-se. Fou apareceu na sua frente e lhe meteu um soco na cara. Martin, ainda de pé, revidou o soco.

            Fou Tong sentiu o nariz quebrar diante daquele soco. O sangue começou a espirrar do ferimento. Colocou as mãos para estancar o sangramento, nem percebendo o chute que Martin lhe dava abaixo do estômago. Ele caiu, e o velocista lhe começou a lhe dar repetidos socos no rosto. Sentindo muita dor, Tong desistiu de se resistir, e se entregou ao doce abraço que a morte lhe oferecia.

 

 

            Ele sentia os ossos de seu rosto quebrarem enquanto levava repetidos socos em sua face. Amaldiçoou tudo o que via nele... aquele chapéu, as roupas medievais, a máscara sorridente, que mirava para ele com uma expressão eternamente debochada. Stewart sentia o sangue escorrer de sua boca, de seu nariz, mas estava exausto para revidar. Cansara de lutar, de correr.

            Não. Ele tinha de revidar... seus amigos contavam com ele. Stu chutou Klown e levantou-se. Ergueu outro aparelho com seu poder e o jogou em direção de Klown. Desta vez, o palhaço não se evaporara, mas virou um pequeno esquilo e correu em direção de Stu, se tornando pessoa novamente. Suas mãos ficaram vermelhas e encostaram em Stewart. Ele gritou enquanto sentia aquelas mãos vermelhas em suas costas, ferventes como aço incandescente. O palhaço, então, tirou as mãos incandescentes de Stu e lhe eletrocutou com o poder de Claus. Então, tornou se em metal e avançou para Stu, para encerrar o serviço.

            A porta atrás de onde a pequena briga acontecia abriu-se de supetão. Klown mal teve tempo de se virar. Foi eletrocutado por um Claus furioso e dolorido. Berrou a plenos pulmões. Mas ainda estava em pé.

            Stewart levantou-se e mirou a máscara de Klown. Deu um soco potente na face do palhaço, cuja máscara rasgou-se pela metade, e o palhaço caiu, derrotado, com a metade da máscara virada para cima.

            Ele olhou para seu salvador. Claus estava prestes a desabar. Martin e Johnny estavam atrás dele.

            –O-onde está Hank? – Stu perguntou

            –Não sabemos, desapareceu – Martin respondeu com dificuldades.

            –Vamos – Claus disse, estendendo a mão para Stewart – Vamos dar o fora daqui...

           


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