When It Comes To The Truth escrita por Angie Di Salvatore


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Esse prólogo é o capítulo de base para a história. Aproveitem *-*



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  O relógio do hospital bateu as onze da noite, e os corredores brancos estavam vazios. O horário de visitas há muito acabara e permaneceram apenas aqueles que esperavam um parto especial. Hanna Marin aguardava em seu quarto para ser levada à sala de cirurgia quando passos começaram a ecoar nos corredores.

   Um pessoa de sobretudo violou a sala de enfermagem e se apoderou de um uniforme e de um bandeja que leva a refeição aos pacientes. O conteúdo a ser colocado nela, trouxera consigo. Entrou no quarto da paciente e observou com um sorriso enquanto Hannah fazia uma cara de alívio ao ver o copo com suco.

  - Aleluia! Estou faminta, achei que não ia me servir nada - disse com um sorriso maroto.

  - Ah, querida, longe de nós. Agora tome logo, sua cesárea vai ser feita dentro de alguns minutos.

  A ansiedade por causa da cesariana e a vontade de conhecer a filha que carregava em seu frente não permitiu que Hannah percebe-se do que se tratava realmente a bebida. Por detrás do forte sabor de acerola, escondia-se certo teor alcoólico. A enfermeira parecia triunfante, e sabia que era menos provável que ela percebesse a diferença já que era um fruta desconhecida para sua vítima. Pegou o copo de volta e saiu do quarto, parando apenas para pegar seu sobretudo de volta.

  Minutos depois, Hanna foi levada até a sala de parto. Ela acariciava sua barriga, mal podendo esperar para ver o sorriso que alegraria todos os seus dias. Caleb, que a esperava do lado de fora do quarto de hospital, acompanhou-a para o andar de cima. O local era extremamente claro. Um dos doutores colocou uma coberta sobre Hanna e em seguida aplicou a anestesia.

  Caleb aproximou-se de Hanna e deu um sorriso para a garota, que estava suspirando. O instrumentista passava os objetos para o médico, que realizava o parto com todo o cuidado. De repente, o rosto do médico começou a tornar-se inexpressível.

  Os outros doutores em volta começaram a ter as faces tomadas por pavor. Tentavam controlar a si mesmos, mas a expressão em seus rostos era clara demais, estava acontecendo algo fora do planejamento. Caleb e Hanna se olharam assustados.

  - O que houve? – Caleb perguntou tentando manter a voz firme. Não houve resposta, mas insistiu – O que houve?

  O médico principal abaixou o rosto, levando uma de suas mãos á cabeça.

  - Houve complicações... Nós...

  - Seja direto. - disse Hanna prendendo o soluço

  Esta era a vez de os médicos ao redor do homem de cabelo grisalho - que realisava a cirurgia – olharem-se com um ar tenebroso. Hanna estava prestes a cair em lágrimas quando o médico finalmente disse:

  - É tarde de mais.

  - O que isso quer dizer? Eu perdi meu bebê? – lágrimas começaram a escorrer pelo rosto da garota, cada vez mais desesperada.

  - Não, ainda não. Você pode salvá-lo.

  Hanna se via encurralada, ela não tinha saída. E sabia exatamente do que o doutor falava. Era ela ou ele. E em sua consciência, já tinha feito tudo que precisava. Estava na hora de dar lugar à alguém novo. Ela olhou para Caleb, fechou os olhos. Sabia que aquela era a última vez que teria qualquer tipo de contato com ele. Ela apertou sua mão com ainda mais força, sentiu como se estivesse prestes a desabar.

 Apertou a mão dela de volta, e tentou uma última súplica.

  - Podemos tentar outra vez. Não me obrigue a viver sem você. Não faça isso com a gente. 

  - Você não entende, meu amor. Mas acho que breve entenderá. Fizemos tudo por esse garotinho. Já pensou que tragédia, se temos uma menina depois, ela com aquele quarto todo azul? - Ela deu um sorriso amarelo - Acho que não. Eu te amo, nunca se esqueça disso.

  Ele beijou a mão dela e deixou a sala, com lágrimas escorrendo pelos olhos e uma vontade de ir lá e dizer para o médico não aceitar o que havia sido decidido. Mas ele não podia fazer isso com ela. Mesmo que estivesse, naquele momento, em seu leito de morte, ele não iria fazer ela viver com uma decisão que não tomara.

  E de repente uma sensação de culpa o invadiu, e ele sentiu uma terrível necessidade de voltar. Ela dissera que o amava, mas ele não dissera que a amava de volta. E talvez aquela fosse sua última chance.

Quando estava quase na porta da sala, alguém o parou, colocando sua mão fria em sei peito.

  - Calma aí, companheiro. Não é permitido correr nos corredores do hospital.

  - Eu preciso ver a minha mulher. Eu preciso falar com ela.

  - Ah... Você é o marido. Hum, sente-se.

  Ele se sentou e a pessoa lhe lançou um olhar penoso.

  - Sinto muito mesmo... Veja bem, eles tentaram de tudo...

 - Como assim? Eu acabei de sair daí. Eles não podem ter terminado ainda.

 - Não, você saiu há vinte minutos. Você está sofrendo, sua noção de tempo deve estar anestesiada... Eles não conseguiram salvar a sua mulher.

  Ele começou a chorar. Não se importava se era uma pessoa ou uma multidão, pouco lhe importava quem via as lágrimas escorrerem pelo seu rosto. Eu te amo, Hannah, projetava com a maior intensidade que conseguia. Mas sabia que ninguém iria ouvir.

- Quero ver o meu filho.

- Senhor... Eles também não conseguiram salvá-lo.

- COMO ASSIM? - Explodiu - ELES DISSERAM QUE PODERIAM! MINHA MULHER MORREU PARA QUE ISSO ACONTECESSE!

  Ele então jogou o celular na parede na sua frente, onde esse se despedaçou. Se levantou com uma fúria nada contida e saiu andando em passos pesados.

  A pessoa pegou seu sobretudo, que estava no banco, e saiu para o outro lado. Parou na frente do berçário do hospital e observou um recém-nascido ser cuidado pela equipe que acabara de fazer o seu parto. Não ia vê-lo crescer, mas sabia que provavelmente seria loiro como a mãe.

  - Minha última obra prima. Bem-vindo ao mundo, querido. Um inferno para sua mãe, receio. Mas eu vou cuidar para que não morra comigo. Afinal de contas, guardar os segredinhos sujos nunca foi o meu forte.


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Notas finais do capítulo

Esperamos que tenha gostado. Reviews? *-*