Pokegazette Ao Resgate escrita por Teruque
Após deixarem Aoi e Reita descansando aos cuidados de Absol.
Ruki, Kai e Uruha seguiram para sua próxima missão. Possivelmente a mais difícil que o trio enfrentaria, pois corriam o risco de darem de cara com Kyogre, o grande Pokémon dos mares. Mas estavam confiantes em suas estratégias de batalha e experiência que conquistaram durante todo o jogo.
– Jogos fazem tudo parecer simples e normal. – comentava Uruha enquanto começavam a exploração pelo Mar das Tormentas.
– Explique melhor esse “simples e normal” – pediu Kai.
– Olhe aqui mesmo. Só precisávamos de um Pokémon aquático, no caso eu, para adentrar no mapa subaquático. E estamos andando e respirando debaixo da água como se pudéssemos fazer isso em qualquer outra realidade.
– Mas essa é a intenção dos jogos mesmo. Transformar as pessoas no que elas quiserem. – concordou Kai sorrindo de canto.
– Eu não escolhi ser um Pokémon amarelo que nem serve pra evoluir. – reclamava Ruki um pouco mais a frente que os outros dois.
– Ruki invés de reclamar tente andar junto e não ir se afastar cada vez mais. Se algo aparecer de repente acabará sendo um alvo fácil.
– Aquele tal de Kyogre está no último andar desse lugar, não é? Então foda-se o resto. Sou do tipo elétrico, ainda tenho minha vantagem.
– Não vá muito por isso Ruki. – alertava Uruha. – A equipe de Shiftry também tinha vantagem sobre tipos aquáticos e não conseguiram nem chegar ao final.
– E ainda tinham o apoio da equipe Blastoise... – complementou Kai. – O que será que os atingiu?
– Seja o que for só espero que não nos ache também. – comentou Uruha.
– Ainda faltam quantos andares? – indagava Ruki já se aborrecendo da estranha calmaria do lugar.
– Sei lá. Não estou contando. – respondeu Uruha dando de ombros. – Ainda não deu tempo nem de ficarmos cansados então ainda deve faltar muito.
– Logo encontraremos os integrantes deixados para trás, ou assim espero. Shiftry disse que não chegaram tão longe. – recordava Kai.
– Quem estamos procurando mesmo? – voltou a perguntar Uruha sem demonstrar tanto interesse.
– Dois Nuzleaf, um Blastoise, um Octillery e um Golem. – respondeu Kai.
– Um Golem? Eles são do tipo de pedra, não são?
– Sim Uru...
– Esse então veio pra cá pra morrer mesmo. Tem que ser um completo idiota mesmo.
– Eu me lembro de certo pato idiota e fresco que quase teve um troço ao ficar em frente a um Pokémon inseto. – interferiu Ruki.
– E o que isso tem a ver agora?! – Uruha irritou-se com a lembrança.
– Nada. – deu de ombros. – É só engraçado lembrar.
– Ruki... Poderia fazer a gentileza de se fuder? – respondeu bem calmamente, tentando conter a vontade de bater em certo chibi.
– Vocês dois parem de infantilidade. – Kai recolocava a ordem na equipe. Fazendo os dois ficarem em silencio, mesmo que por um curto tempo.
– Nee... Kai. – chamou Uruha cortando o silencio. – Atualmente você é o mais fraco da equipe certo? Mas o único que pode escolher a vontade que tipo quer ser quando evoluir. Chega a dar até um pouco de inveja.
– Tenho sim várias evoluções como Reita disse, porém só posso optar por uma. Talvez a que tiver mais ao alcance na hora...
– Assim como Reita achou pedras do tipo fogo na caverna de Groundon, poderíamos encontrar de água perto de Kyogre, não acha? Assim teríamos dois tipos aquáticos na equipe.
– E também nos seria mais favorável na luta contra Groundon... – completou – É isso ai Uru, seria uma boa idéia evoluir para um tipo aquático.
– Eu sou um gênio, pode dizer.
– Não... Você só deu um palpite de sorte.
– Chato. – fingiu estar chateado, logo rindo.
– Será que vocês dois poderiam parar de falar sobre evoluções? – Ruki ficava de embirração.
– O que foi chibi? Ainda irritadinho por não conseguir evoluir? – implicava Uruha, mas Ruki já parecia meio distante. – Hey! Rato amarelo me ouviu?!
– Cala a boca Uruha! Acho que ouvi alguma coisa.
– Ruki? Acha que pode ser algum deles? – indagou Kai.
– Não sei, mas quero descobrir. – correu na direção que jurava ter ouvido o som.
– Hey! Ruki! – gritou Uruha. – Ele é bem inconsequente pelo tamanho dele.
– Vamos logo atrás dele Uru. – disse Kai antes dos dois irem à direção ao pequeno inconsequente.
–Ruki! – Uruha voltou a gritar ao ver o pequeno.
– Kai, Uru. Olhem ali. – apontou para direção de um Pokémon terrivelmente ferido.
– Aquele é um dos Nuzleaf. – Kai se colocou a frente para socorrer o ferido. – Hey! Está tudo bem? O que aconteceu? Hey!
– Kai, olhe bem para o estado dele. Acha mesmo que está bem? – ironizou Uruha.
– U-ru-ha – Kai falou pausadamente. – Se não vai falar nada de útil fique calado. – ameaçou.
– Hey Kai. – chamou Ruki. – Ele parece estar acordando. – referindo-se ao jovem Pokémon que havia acabado de resgatar.
– Hey... Como se sente? – Kai voltou a perguntar assim que confirmou que ele estivesse realmente acordado.
– O que estão fazendo aqui?! – a reação inesperada de Nuzleaf assustou seus três ‘salvadores’. – Ele pode voltar a qualquer momento!
– Ele? – Uruha foi o primeiro a se recuperar da surpresa. – Quer dizer Kyogre?
– Ele... Ele é enorme... Deveria estar adormecido no último andar, mas... Mas estava próximo a superfície...
– O que aconteceu com os outros? – Kai indagou.
– Eu... Eu não sei... Ele os levou... Não sei o que aconteceu com eles... Shiftry!
– Não se preocupe. Shiftry está bem. – Kai tentava o acalmar. – Ele nos avisou sobre os ocorridos e...
– Por que vieram?! – o interrompeu. – Agora vamos todos morrer...
– Já cansei desse povo que não coloca fé na gente. – resmungou Uruha.
– Vamos seguir para tentar encontrar mais alguém. – prosseguiu Kai.
– Mas... Vocês estão me ouvindo?!
– Vamos te ajudar a voltar com vida, Nuzleaf. Você e mais todos que encontrarmos aqui. – Kai tomava a posição de líder impassível. – Uruha, você é o único que pode entrar e sair a hora que quiser desse mapa. Precisamos localizar os outros logo e assim você os guiará para fora daqui.
– No que está pensando Kai?
– Obrigatoriamente são permitidas apenas quatro integrantes por equipe. Ainda falta encontrar mais quatro desaparecidos. Dividiremos-nos em dois grupos então, dividindo os itens também. Uruha, quero que fique com os dois Nuzleaf e Golem e Ruki e eu prosseguiremos a busca de Blaistoise e Octillery.
– Tem certeza disso Kai?
– Não se preocupe Uru. Ficaremos bem, certo Ruki? – o menor apenas afirmou. - E não iremos fazer nada que possa irritar ainda mais Kyogre.
– Desde que saiam todos daqui em segurança tudo bem. Nossa missão é apenas resgate e não luta. – Uruha suspirou. – Consegue andar Nuzleaf?
– Acho que sim, mas...
– Ótimo. Vamos terminar logo então.
Prosseguiram em equipes diferentes e trajetos separados durante o resto da busca. Uruha, depois de um tempo de caminhada, se sentiu obrigado a carregar Nuzleaf nas costas caso quisesse continuar. Só possuía um único item de “Recover” e alguns outros itens que foi encontrando no caminho, queria usá-los só quando achasse realmente necessário. Não quis tomar muitos itens de Kai e Ruki, pois sabia que eles precisariam mais que ele.
Suspirou aliviado ao encontrar os outros dois por qual estava responsável em condições consideravelmente melhor que o primeiro resgatado. Até mesmo Golem, sendo do tipo pedra, estava em boas condições. Deduziu que fosse graças sua alta defesa.
Com isso, já com o limite permitido de integrantes, seguiu o mais rápido possível para fora daquele lugar. Não achava certo deixar seus amigos para trás. Mas tinha que confiar em Kai e Ruki e acreditar no plano trajado por eles.
Mas algo ainda o incomodava. Se o lado dele estava tranqüilo, sem traços de tanta destruição. Então seus amigos estariam em grande perigo.
– Vamos sair daqui... – tentou dizer firme. Precisava confiar na força dos amigos e completar sua parte da missão.
Ainda vagando cada vez mais fundo, Kai e Ruki ainda buscavam por Blastoise sem muito sucesso. Encontraram Octillery quase morto, sendo obrigados a usar um de seus “Recover” nele. E agora temiam em que situação estaria o último desaparecido.
– Espero que Uruha tenha tido mais sorte que a gente. – suspirava Kai.
– Com certeza deve. Aquele pato tem uma sorte incomum. Veja por exemplo a droga do jogo que ele conseguiu – ralhava Ruki. – E parece que Kyogre se irritou mais com os tipos aquáticos das equipes...
– Espero que Blastoise ainda esteja vivo.
– Qualquer coisa tem um “Revive” que podemos usar. – disse Ruki. – Se na vida real fosse tão fácil assim salvar alguém... – riu.
– Nós não podemos morrer Ruki. Não fazemos parte do jogo. Se ficarmos sem itens para nos manter não se sabe o que poderia acontecer conosco.
– Eu sei Kai, mas não vamos morrer.
– Kai! Ruki! Ali. – chamou Octillery ao ver algo.
– Aquele é...
– Líder Blastoise. - Octillery se locomoveu o mais rápido que conseguia para próximo do Pokémon quase soterrado. – Por favor, agüente firme! Kai, Ruki! Por favor!
– Ele ainda está vivo. – disse Kai, diminuindo a tensão do grupo. – Menos mal... Hey... Blastoise pegue, é nosso último “Recover”, mas precisa mais que qualquer um de nós.
– Kai... Como chegaram até aqui? E quanto aos outros?
– Estão todos bem. Uruha os guiou em segurança. Agora vamos sair daqui também. – respondeu Kai.
– Espere. Há pedras de evolução aqui. Era isso que Kyogre guardava. – disse Blastoise.
– Se é isso que o deixou tão nervoso então iremos embora sem tocar em nada. – sugeriu Ruki, mais como um alerta.
– Mas... São pedras de evolução! Elas estão escassas em todo lugar!
– Então vai lá! Acabe de jogar sua vida fora! – retrucou Ruki contra a ganância de Blastoise. – Você já é última evolução, então não tem nem porque querer tanto essas pedras!
– Desculpe... Pensei que pudesse ser útil para seu amigo...
– Vamos sair logo daqui.
Mal deu tempo de Ruki completar a frase que sentiram um pequeno tremor.
– Ele voltou... – a voz de Octillery era tremula. Bastou apenas mais um estrondo para confirmar seu medo. Kyogre havia os encontrado.
– E agora Kai...? – indagou Ruki. – Ele é bem maior do que eu esperava...
– Conversar não funciona, não é?
– Pode ter certeza que não.
– E correr?
– Podemos tentar...
– Eu não consigo correr rápido! – gritou Octillery.
– Droga... Blastoise consegue carregar Octillery? – ele apenas afirmou. – Então vão. Ruki e eu ganharemos tempo pra vocês.
– Mas...
– Vão!
Sem discutir, se afastaram o mais rápido possível deixando os dois frente a frente ao grande Pokémon.
– Sabe que isso é loucura, não é Kai? Podemos morrer se tentarmos atacá-lo.
– Só precisamos ganhar tempo para eles e para nós.
– E como?
– Não pensei nessa parte...
– Como é?!
Sem tempo para novas perguntas e respostas, Kyogre avançou sobre ele, quase não dando tempo de esquivarem.
– Parece que teremos mesmo que contar com ataque físico. – disse Ruki se preparando para seu ataque.
Não parecia surtir muito efeito contando com a diferença de nível, mas ainda assim atordoava aquele Pokémon.
– Acha que consegue paralisá-lo por um tempo para que possamos correr?
– Posso tentar, mas um Pokémon desse tamanho não vai ficar parado por muito tempo.
Kyogre, aproveitando a pequena distração deles, dirigiu um ataque contra Ruki, o único que realmente podia lhe causar problemas.
Sem pensar, Kai empurrou Ruki, levando todo o dano por ele.
– Kai!!! – Ruki se desesperou ao ver o amigo aparentemente desacordado.
– Ruki! Não se distraia! – a voz de Kai o acordou de um quase transe ainda a tempo de desviar do novo ataque do inimigo.
– Eu pensei que tinha morrido!
– Por um momento havia morrido mesmo. Só continuo de pé por causa do nosso único “Revive”.
– Então estamos mesmo ferrados agora.
– Com certeza. Só um milagre para nos salvar agora...
– Kai, olhe ali atrás de Kyogre.
– Aquelas são...
– As tais pedras de evolução. Se alcançarmos ao menos uma teremos certa vantagem.
– Espera Ruki! Ele não deixará nem que se aproxime! – gritou inutilmente.
– Só precisamos de uma brecha.
– Ruki!
Kai avançou sobre uma das nadadeiras daquele Pokémon tentando evitar seu novo ataque.
– Kai! E depois o louco sou eu?!
– Cala boca e o atinja logo!
– Mas você será atingido também.
– Só faça logo! Um Thunder Wave não vai ferir apenas paralisar.
Antes que o ataque fosse completado, Kyogre conseguiu atirar Kai longe, sendo o único a receber o ataque de Ruki, paralisando durante um tempo.
– Kai! – correu atrás do amigo, aproveitando que o inimigo estava paralisado. – Kai...? – surpreendeu-se ao ver a aparência do amigo. – Filho da puta! Além de me deixar preocupado ainda consegue evoluir sem pedra?!
– Hã?! – ainda confuso, olhou para si entendendo a raiva de Ruki. – Ah... Isso? Também não entendi como aconteceu. Mas deve ser o milagre que esperávamos. – riu.
– Sem piadas agora, Kyogre não ficará parado por muito tempo!
– Mas como sairemos daqui? Nossos dois Pokémon aquáticos foram na frente. – Kai recordou-se em meio a corrida para longe de Kyogre que já voltava a persegui-los.
– Pensamos nisso depois. Agora corra Como se sua vida dependesse disso.
– É até irônico você dizer isso, Ruki.
– Só corre, ta legal!
– Hey! Vocês dois!
– Blastoise?! – disseram ao mesmo tempo surpresos.
– O que ainda faz aqui?
– Vocês não conseguiram sair sem ajuda de um Pokémon aquático. Então voltei. Estava lhes devendo uma. E vejo agora que evoluiu, Kai.
– Menos papo e mais ação. – interferiu Ruki. – Conseguimos retardar Kyogre, mas ainda precisamos sair daqui.
Ainda conseguiram escapar daquele lugar antes que Kyogre voltasse a alcançá-los. No fundo agradeciam por ele ser tão grande, retardando-o na hora de correr.
– Ruki... Lembre-me de dar uns safanões no Uruha por ter me convencido a pegar essa missão. – Kai, assim como Ruki, arfava após toda correria e experiência quase morte.
– Pelo menos ainda conseguimos salvar todo mundo, não é? – sorriu.
– E no final ainda fomos salvos por quem fomos salvar. – complementou Kai. – Obrigado Blastoise.
– Apenas retribui o favor.
– Chega por hoje? – indagou Ruki em um tom divertido.
– Chega. Até vou deixar pra brigar com Uruha depois de dormir e torcer para não ter pesadelos com aquele Pokémon. – respondeu fazendo Ruki rir.
Com a missão do Mar das Tormentas finalmente concluída, acreditavam que finalmente Kyogre se acalmaria e ninguém mais voltaria a perturbá-lo tão cedo.
– Depois ainda tenho que perguntar a Reita sobre essa minha evolução.
– Com certeza, você nem chegou perto das pedras... Ainda não entendi como ocorreu.
– Bom... Do tipo aquático com certeza não sou.
– Aoi que irá te zoar. Rosa e ainda com uma pedrinha na testa.
– Ele que nem pense nisso.
– Calma Kai, sem violência. – brincou recebendo um olhar nada amigável do amigo. – Sabe de uma coisa, essa missão nos rendeu vários pontos. Passamos de Rank finalmente.
– Pelo menos valeu de algo toda essa loucura então.
– Kai versão ruim. Tudo bem chega de conversa. Vou esperar seu humor melhorar.
Seguiram o resto do caminho até a base em silencio. Felizes por ver que Uruha também havia retornado com segurança.
Porem Kai esquivou-se de todas as perguntas dos curiosos por sua inesperada evolução, expulsando Aoi do futton e adormecendo por lá.
Ninguém se atreveu a mexer com ele. As perguntas poderiam esperar afinal.
E a manhã seguinte os esperavam para mais uma missão quase suicida.
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