E Se Não Tivéssemos Ido Para Os Jogos? escrita por Bia Vieira


Capítulo 1
Eu duelo com o repetente


Notas iniciais do capítulo

EAÊEEEEEEEEEEEEEEEEEEE VÉI ESPERO QUE GOSTEEEM! Imagine se eles não tivessem morrido? Hein, hein? Vejam como seria a vida deles no distrito 2!



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Mais um dia chato de aula... graças a Deus que amanhã é a colheita

Eu sempre vou andando para a escola com minha irmã mais nova, Bianca. Ela é só dois anos mais nova que eu mas do mesmo jeito é uma pirralinha... e eu a amo.

-Clô, você acha que vai ser sorteada para os Jogos?

-Sei lá, seria bom mostrar pra todos eu vencendo aquilo lá.

-É... se eu for eu vou ganhar e se eu ganhar, vai ser por você. - sorrio pra ela. Bianca não é fraca, nem um pouco! Ela é forte, agressiva, tem um talento com qualquer lâmina, qualquer coisa que perfure. Desde os sete anos eu sabia isso dela, ela também sempre treinou e eu tenho certeza de que se ela entrar naqueles Jogos, ela vence.

Entro na minha sala e dou de cara com o repetente, Cato, ele repetiu o suficiente para estar no 1º ano do ensino médio. Ele é um garoto legal, nunca tive encrenca com ele, só de vez em quando na hora que ele me irrita ou eu me recuso a emprestar o dever de casa - totalmente mal feito - que eu faço.

-Bom dia, Clovinha. - ele diz.

-Bom dia, Catinho. - respondo.

-Sabe que deve trocar o "C"  pelo "G" né?

-Não. 

-Então pense nisso.

Me sentei, no fundo como sempre, ao lado do meu amigo Jack e minha amiga Phoebe. 

-Tem trabalho pra hoje? - pergunta Phoebe desesperada.

Phoebe é uma garota alta com a pele morena clara e olhos azuis escuros. É bem desleixada e sempre tá perdida.

-Teve. - eu digo.

-Droga, me empresta?

-É pro primeiro tempo e tá tudo errado.

-Tem problema não. - eu entrego meu caderno a ela e ela copia desesperadamente.

O pof. Magnine entra na sala e bate o livro na mesa, assustando todo mundo, como sempre. Aquele velho fala cuspindo mas de evz em quando ele é um brincalhão. Do mesmo jeito, eu o odeio por ser o professor de ciências - sou péssima em ciências - e ter me dado 3,5 na prova. Babaca.

-Vamos, pequenos pupilos, abram os cadernos que eu vou passar olhando. 

É ridículo isso, ele acha que estamos em que ano? 6º? 

Phoebe me entrega rapidamente o caderno, o velhote vê.

-Srta. Viana, estava fazendo o que com o caderno da srta. Fuhrman?

-Er... fazendo uma dedicatória de amizade.

-Então me deixa ver. - ele anda até minah carteira e arranca o caderno das minhas mãos, o fuzilo com o olhar mas isso não funciona, ele procura uma dedicatória e não acha. Também né, eu odeio essas babaquices de dedicatórias. - Pelo visto não tem nenhuma aqui...

-É que eu ia fazer mas aí...

-A culpa é minha, prof. Magnine, eu tinha primeiro pego o caderno da Phoebe pra fazer o dever atrasado.

-Muito bem, admitindo a culpa... por sorte, não vou te dar uma advertência mas vai ter que ficar até tarde no colégio na detenção.

Detenção de bosta! Ficar uma hora e meia sentada na cadeira fazendo nada enquanto ele fica me observando. Eu tenho mais o que fazer.

-Tá. - remsungo e recosto na cadeira.

A aula dele foi chata, parece que ele flagrou a mulher com outro de novo. Não bastava ele estar já irritado e agindo fora do normal. Todos sabem que quando ele está assim, é que ele flagrou a mulher dele no ato. 

Ele passa o dever e a turma toda começa a falar, como sempre. Ele dá um grito mandando todos calarem a boca e se senta na cadeira, mas Cato não contêm o comentário com o seu amigo que senta na frente dele, Leo.

-Será que o da 3ª idade viu a vagabunda com outro pela décima vez? - pergunta ele, não foi baixo suficiente, prof. Magnine o dá uma advertência por comprotamento indevido e uma detenção.

Ah não... detenção com ele? Ele é chato e eu quero evitar encrenca com o Mr. Nervosinho.

Fim de aula. Fim de escola. Não tenho a liberdade de ir pra casa, apenas de ficar na detenção só por ter emprestado o caderno a Phoebe, o velho nem conferiu pela segunda vez... que babaca. Fico sentada enquanto ele escreve alguma coisa. Só tem eu e Cato sentados no final da sala, distantes. Sinto uma bolinha de papel passar voando perto de mim, viro a cabeça e vejo que ele queria chamar minha atenção.

-Que horas acaba? - ele "diz" sem emitir o som, mas consigo ler os seus lábios.

Faço um sinal indicando que só 1:30. Ele bufa e se joga na cadeira de braços cruzados.

Uma garotinha com cabelos loiros entra na sala e entrega um recado ao prof. Magnine. Ele se levanta e lê.

-Já volto, fiquem quietos! - ele alerta e sai da sala. Dou um riso.

-Que foi? - Cato pergunta.

-Ele acha que falando "fiquem quietos" vai adiantar alguma coisa.

-Não entendo por que eles avisam se sabem que vamos falar, dá vontade de gritar bem na hora que ele sai. - dou um riso curto.

-Também, a propósito ele foi sim traído, provavelmente.

-Como sabe?

-Eu conheço as pessoas.

-Duvido, então olhe pra mim e me diga. - ele se aproxima e senta na cadeira um pouco próxima a minha.

Nunca olhei tanto nos olhos do Cato, havia esquecido que são azuis.

-Hmmm, você é bruto, gosta de garotas muito bonitas pra não dizer outra coisa e é ótimo com objetos afiados.

-Espadas.

-É.

-Uau... você sabe hein. Agora deixa eu tentar. Você tem uma irmã, gosta de humilhar os outros ás vezes e escreve em um diário.

-Não escrevo em diários. - minto.

-Eu já vi... - ele percebe que não devia ter falado aquilo.

-Como sabe do meu diário? - digo assustada.

-Eu já te vi escrevendo.

Não é possível, eu só escrevo o diário um pouco próxima a Noz e quando estou sozinha.

-Você vai para a Noz de vez em quando?

-Não.

-Anda me espionando? - pego um lápis e aponto para o pescoço dele. Ele ri.

-O que vai fazer? Me furar?

-É capaz.

-Que tal você tentar me furar hoje a noite no centro de treinamento?

-Tá.

Isso é um encontro? Não, não é um duelo.

Ele volta para a cadeira dele ao ouvir os passos do prof. Magnine chegando.

Fico quieta até o final da detenção, logo vou pra casa. Almoço quieta e logo depois mato a curiosidade da minha mãe.

-A Phoebe pegou meu dever e tentou copiar mas eu coloquei a culpa em mim mesma.

-Heróico, mas está de castigo!

-Ah, mãe!

-Clove, é o terceiro aviso! Sabe das regras daqui de casa!

Minha mãe é dura tanto quanto eu, os mesmo olhos, os mesmo cabelos, só que ela é alta e eu não. Ela me ensinou as regras, no terceiro aviso eu fico de castigo.

-Tá.

Vou irritada para o meu quarto e puxo debaixo do meu travesseiro um caderno médio, marrom. O abro e escrevo.

"Querido é o caramba.

Tô ferrada, o Cato quer duelar comigo mas eu não posso sair de casa por causa do castigo... eu vou tentar dar um jeito, não quer oque ele pense que eu vou amarelar, eu quero mostrar a ele que as garotas são fortes, mais do que ele.

O problema é que o Cato me deixa nervosa de vez em quando, acho que é por causa do seu tipo intimidador... mas não tenho certeza.

Boa noite, Coisa"

Não sou a garota que põe "Querido diário" e "Boa noite diário" eu o chamo de "Coisa" e pronto, não sou melosa e não é na minha privacidade, onde eu posso ser eu mesma, que eu vou ser.

Faço o deveres pela metade e caio no sono. Quando acordo olho pro relógio e vejo que falta só uma hora pra eu me encontrar com o Cato.

Tomo meu banho e finjo que vou dormir, mas dentro do meu quarto eu me troco e ponho uma blusa preta, um casaco cinza e uma calça jeans e saio pela janela para meu duelo.

Tento ir sorrateiramente, mas muitas pessoas treinam a noite, a diferença é que elas saem nessa hora.

Entro e vejo que só tem o Cato segurando uma espada, ele caminha até onde posso vê-lo melhor.

-Que bom que veio, Clovinha.

-Achei que ia amarelar.

-Nem pense isso, isso não está na minha lista de coisas que eu faço e farei.

-Tá, escolhe a arma. - ele levanta as sobrancelhas.

-Tem certeza? Eu vou escolher minha especialidade.

-Espadas, tá. Pega então, vamos acabar logo com isso. - eu caminho até a direção das espadas e escolho uma.

-Ainda quero saber como soube que sou bom com espadas.

-Te conto quando me disse quando soube que tenho um diário.

-Então você tem? 

Droga! Eu não tinha contado pra ele.

-Tenho, mas não escrevo mais. 

Vejo uma lâmina passar pelo meu pescoço, não nele, mas muito próximo, sinto a respiração de alguém atrás de mim. Respirando na minha nuca.

-Vamos logo. - ele tira a espada e se afasta, pego uma espada.

Ele tenta me atacar, na verdade é pra me matar mesmo, eu desvio, ele corre pra atacar de novo e as espadas se chocaram fazendo um ruído. Dou um giro e voltamos a duelar com agressividade, dou um chute nele e ele tropeça pra trás, logo dou um pontapé forte e ele cai no chão, antes dele se levantar eu corro pra cima dele e ele se debate me empurra para não se levantar mas eu logo consigo prender os seus punhos com meus pés e ponho a espada na direção de seu pescoço.

-Você é bom com espada.

-Você acabou de cometer um erro. - ele me empurra e recupera sua espada, logo só ouço o "clink, clink, clinck" das nossas espadas se batendo, rolo no chão, ele desvia, tudo mais. Só que ele consegue me desarmar, apertar meu pulso e quase quebrando meu braço ele põe sua cabeça no meu ombro apertando meu pulso por trás das costas. Faço esforço pra não gritar de dor. - Eu quando sou elogiado, fico mais forte.

-Que... que bom.

-Você é boa para uma baixinha. - não gosto que me chamem de "baixinha". Consigo me soltar e dou um giro apontando a espada na direção de sua garganta. - Só sabe atacar a garganta?

Abaixo a espada em uma outra direção que ele não gostaria de machucar e continuar vivo.

-Wow... prefiro a garganta. - ele diz e eu sorrio irônica.

-Acabou? Provei que as baixinhas também podem ser boas?

Ele com sua espada dá um toque na minha e ele logo me puxa me pondo de costas pra ele mas me segurando pela cintura com a espada no meu pescoço.

-Você é boa. Agora terminamos. - ele tira a espada do meu pescoço.

-Espera - me viro pra ele -, você... não foi justo!  Eu tinha ganhado!

-Não, não tinha.

-Tinha sim! - eu grito. Ele se vira e caminah na minah direção.

-Você foi ótima, Baixinha. - franzi a testa e o encarei.

-Vai se arrepender de ter me chamado assim, garoto. - o empurro e saio do centro de treinamento.


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Notas finais do capítulo

Oq acharam?