Sem pensar em nada me joguei em seus braços, que me acolheram prontamente. Agarrei-me fortemente a sua cintura sentindo mais de perto seu cheiro, minha nossa como era bom!

Pelamor Bella! O que você esta pensando? Ele é um estranho! Tudo bem que bonito e cheiroso, mas um estranho mesmo assim! Minha mente duelava enquanto meu corpo se agarrava mais e mais a ele, querendo esquecer tudo o que havia visto naquele antro de safadezas!

– Hei vai ficar tudo bem, eu estou aqui ok? Vou cuidar de você! – Jacob falava baixinho, sua voz rouca soprando em meu ouvido e fazendo-me arrepiar, enquanto uma de suas mãos alisava meus cabelos e a outra as minhas costas, em um gesto carinhoso.

– O-obrigada Jac-cob. – Gaguejei pateticamente me soltando de seu abraço e tentando secar as lagrimas que ainda teimavam em escapar de meus olhos.

– Vem, me de sua mala, vou de levar embora desse lugar.

Ele pegou minha mala colocando-a no porta-malas em seguida, depois veio onde eu ainda estava parada pateticamente, pegou-me pela cintura com um dos braços direcionando-me ao lado do passageiro, na frente do carro. Só ai percebi que ele não estava com o táxi. Aquilo me paralisou no lugar.

– Esse não é o táxi. – Disse confusa, não entendendo o porquê de ele dirigir um carro sport, ao invés do seu táxi como antes, se ele havia dito que ainda estava trabalhando.

E definitivamente aquele não era um carro que se compra com o salário de um simples motorista de táxi, nem aqui nem na China!

– Er... Eu não estava trabalhando como disse no telefone. – Ele estava hesitante, e tinha uma carinha de culpado muito fofa. Foco Bella ele mentiu pra você, como o sacava do Jasper.

– Você também não! – Fechei meus olhos tentando não chorar de novo. Ok eu não tinha razão alguma de ficar assim por um estranho. Mas depois de tudo o que passei hoje eu já não tinha forças para segurar as emoções que me sufocavam a cada segundo.

– Me desculpe se menti pra você, eu não sou de fazer isso, mas sua voz estava tão triste e fraca que não tive outra escolha. E como moro bem perto daqui, não vi problema em ajudar uma amiga!

Olhei para ele espantada. Eu era uma amiga? Acabamos de nos conhecer e ele me considerava uma amiga?

– Jacob nos conhecemos não tem três horas direito, como pode me chamar de amiga? – Indaguei desacreditada, mas ao mesmo tempo feliz por ele me considerar assim, mesmo que meu lado pervo prefira uma outra denominação. Foco Bella foco!

– Claro que sim, você é incrível, delicada, meiga, mas em seus olhos vejo força, determinação, coragem e... Enfim você é bela. – Jacob tinha um olhar intenso sobre mim. E a cada palavra que dizia ele se aproximava mais de mim, quase me imprensando entre seu corpo grande e o carro.

– A-acho melhor irmos agora. – Minha voz era apenas um sussurro.

Senti um calor dominar meu corpo e uma fraqueza atingir minhas pernas, então para não cair no chão entrei logo no carro, esperando que ele fizesse o mesmo e saísse dali o quanto antes.

– Para onde vamos exatamente? – Sua voz era calma e seu olhar intenso. Desviei de seus olhos e olhei pela janela do carro pensando...

– Qualquer lugar, apenas me tira daqui... – Uma ultima lagrima caiu de meu olho direito, seria a ultima, pois não choraria mais por aquele traidor e aquela vaca!

– Tudo bem. – Jacob disse apenas, mas eu sentia seu olhar me queimar vez ou outra.

Depois de um tempo, que não sei bem ao certo o quanto, percebi que estávamos indo para a parte nobre da cidade, era um dos condomínios que ficavam naquela área. Nunca tinha ido ali apenas ouvido falar, e visto uma pequena parte, da sacada do apartamento do Jasper que ficava a duas quadras dali.

Olhei para Jacob e ele estava com o semblante tranqüilo, como se não estivesse fazendo nada de mais. Continuei fixando meu olhar sem dizer nada, mas sei que ele sabia que eu o estava olhando, digo, fulminando com o olhar. Onde exatamente e porque ele estava me levando ate ali!

– Não precisa me olhar assim, você não disse onde queria ir, apenas disse que lhe tirasse de lá, e foi o que eu fiz. E como eu ainda não jantei e estou morrendo de fome e não quero comer qualquer coisa, decidi que faríamos uma pequena parada em minha casa.

Ele disse isso tranquilamente enquanto atravessava a guarita dos seguranças e seguia pela rua de casas, ou melhor, mansões daquele lugar. Minha Santa Querupita! Quem é que morava naquelas mansões, os artistas de Hollywood? Era uma casa maior e mais linda que a outra. Não tinha nem palavras para descrever aqueles monumentos. Mas quando o carro parou em frente ao que tudo indicava, a maior casa daquele condomínio, meu queixo literalmente caiu.

– Quando eu crescer quero ser motorista de táxi como você! – Sem perceber ou me controlar já tinha falado aquela abobrinha. Droga eu tinha que ser assim tão bocuda? Ele nada disse apenas sorriu mostrando aqueles dentes branquinhos e reluzentes. Minhas bochechas pinicaram de vergonha.

– Obrigado, mas essa fora uma herança de família. – Sua voz ficou um pouquinho triste, mas seu sorriso ainda estava lá, menos reluzente, mas estava lá. – Vem vamos entrar, Sue deve ter preparado algo delicioso para nos. – Ele acionou um botão no painel do carro que abriu o portão que dava na garagem da casa e estacionou o mesmo perto de um outro carro que parecia ser um Camaro ou algo assim, eu não entendo nada de carro então, e de uma moto essa era uma Harley Davidson.

Tudo bem que eu estava a cada segundo mais encantada por ele, mas ainda assim Jacob era um estranho. Lindo, charmoso, cheiroso, mas um estranho. E entrar assim na toca do lobo não me parecia algo muito esperto de se fazer. Vendo minha hesitação Jacob veio ate a janela do passageiro se agachou e disse:

– Bella eu não vou lhe fazer mal, apenas quero te ajudar. Olha, sei que somos estranhos um ao outro, mas eu senti uma afinidade muito grande por você, algo que não sei explicar. E se eu quisesse lhe fazer mal teria te levado para qualquer outro lugar e não para minha casa. Onde estamos cercados de câmeras que podem provar que você esteve aqui. Então será que não mereço nem o beneficio da duvida?

Depois desse discurso e de olhar fundo em seus olhos, decidi lhe conceder uma chance. Podem me chamar de louca, pirada, maluca, ou qualquer coisa do tipo, mas ele estava certo quando disse que havia certa afinidade entre nos. Realmente e estranhamente eu me sentia segura ao seu lado. Coisa de maluco eu sei!

– Tudo bem, mas se você me matar eu juro que venho puxar seu pe de noite viu? – Disse tentando fazer piada. Ele deu uma gostosa gargalhada me contagiando e me fazendo rir também.

– Não se preocupe eu não sou um serial killer, fique tranqüila ok? – Disse me lançando uma piscadela marota e me ajudando a sair do carro.

Seguimos por uma porta lateral que levava ao jardim da mansão, era o lugar mais lindo que já havia visto com certeza. Tinha varias flores de diversos tipos e cores espalhadas pelo jardim, à grama era de um verde lindo. Havia alguns coqueiros distribuídos harmoniosamente e trepadeiras emaranhavam em entreliças pelo deque da piscina, formando uma aura mágica ao redor da mesma. A casa era toda de vidro, as paredes pelo ao menos. Realmente o lugar mais lindo que já vira.

– Jacob isso não existe! – Disse bobamente com a voz embargada de uma emoção bucólica que aquele lugar transmitia.

– Esse jardim foi projetado por minha mãe. E dado de presente a ela por meu pai. Um dos muitos presentes que ele lhe deu. – Ele também estava emocionado, acho que por alguma lembrança, pois seus olhos vagavam pelo local sem se prenderem a algo em especifico.

– Uma linda prova de amor... – Sussurrei para mim mesma, mas acho que ele deve ter ouvido, pois me olhou em seguida com um largo sorriso dizendo:

– A mais linda prova de amor... – Sua voz era rouca e profunda, também um sussurro. – Vamos entrar, estou morrendo de fome. – Jacob pegou em minha mão e entramos pela porta de madeira maciça.

O interior era ainda mais lindo, simples, aconchegante, mais se via um toque de requinte em cada detalhe da decoração moderna, mas com itens clássicos e algumas peças de antiguidade. Um lindo contraste entre o velho e o novo.

– Quer conhecer o restante da casa? – Perguntou-me educadamente, deve ter visto minha curiosidade impressa em meus olhos.

Apenas balancei minha cabeça em afirmativa. Ele estendeu-me sua mão, nem pensei e corri para seu lado dando-lhe a mão e seguimos a fazer um pequeno tour por aquele lugar mágico. A cada cômodo que percorria podia-se sentir a atmosfera de amor, acolhimento e conforto que aquele lugar exalava...

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Depois de conhecer toda a casa, que realmente nunca havia visto nada igual, voltamos à sala, onde continuamos a conversar sobre nossas vidas, trabalhos, família, enfim nos conhecendo melhor.

Jacob era filho único, seus pais eram nativos de uma reserva indígena, que por coincidência fica próxima a Forks, La Push reserva da nação Quileute. Eles saíram ainda jovens de la, recém-casados, na verdade. Vieram tentar a vida na cidade grande, começaram de baixo, com trabalhos humildes, porem honestos.

Sarah, sua mãe, era habilidosa com plantas, então foi trabalhar em casa de família como jardineira. Billy, seu pai, gostava de carros, assim como o próprio Jacob, então conseguiu o cargo de motorista nessa mesma casa.

Foram muitos anos trabalhando para a família Volturi, mas os patrões de origem italiana eram boas pessoas e bons patrões, justos e corretos, pagavam o salário acima da media naquela época, sem contar os bônus, férias, e outros tantos benefícios que nenhum outro patrão oferecia aos seus empregados.

O que lhes possibilitou a chance de concluírem os estudos e fazerem cursos técnicos, Billy de mecânica, e Sarah de paisagismo. Como dormiam no emprego, em uma casa destinada a esse fim, não tinham a necessidade de comprarem uma casa para eles, então investiam suas economias na Bolsa de valores.

Quando Jacob disse isso, fiquei tipo: chocada! Como assim Bolsa de valores! Daí ele me explicou que os Volturi eram grandes investidores e que tinham ate uma empresa especializada nesse ramo empresarial e etc...

Como Billy era muito inteligente e sempre ouvia, mesmo que sem querer, as conversas dos patrões quando os conduzia de carro, muitas dessas conversas eram sobre o sobe e desce das bolsas de valores pelo mundo a fora, enfim as oscilações do mercado financeiro, então seguia os passos de Aro a risca, o patriarca Volturi. Se ele comprava, Billy também comprava, se vendia Billy vendia, enfim o patrimônio Black a cada dia só aumentava.

Em determinado momento a fortuna dos pais de Jacob era tanto ou mais que a dos Volturi. O que possibilitou a realização de muitos dos sonhos do casal. O principal, naquele momento, era a especialização em suas profissões.

Passado algum tempo pediram demissão do emprego na casa dos Volturi, Aro havia ficado surpreso, mas reconhecia que eles tinham o direito de viver seus sonhos. Deu-lhes o maior apoio para seguirem em frente e conquistarem o mundo.

O que realmente aconteceu, Sarah se tornou uma das mais requisitadas paisagistas do país, sendo seu trabalho reconhecido também em outros países. Billy a principio montou uma oficina mecânica, que logo se tornou a melhor da cidade, em seguida do estado, o que resultou em uma rede de oficinas pelo país.

Com a vida profissional estável, eles começaram a pensar em realizar um outro sonho que a muito vinham adiando, ter um filho. A primeira tentativa lhes presenteou com uma gestação em tempo recorde, mas quando Sarah completou três meses, ela teve um aborto espontâneo.

Ficaram muito tristes, mas não desistiram de realizar esse sonho. Passados mais ou menos seis meses tentaram outra vez. Demorou um pouco para perceberem os sintomas, mas haviam conseguido. Billy e Sarah não se cabiam de felicidade.

Billy estava há muito tempo querendo presentear sua esposa com algo especial, e viu por entre as plantas dos projetos de sua amada, um desenho em especifico. Perguntou-lhe se era algum trabalho, mas Sarah não queria lhe dizer, então ele insistiu mais um pouco, por fim ela não agüentando tanta insistência, lhe confessou ser um projeto particular dela, na realidade havia sonhado não só com aquele jardim, mas também com a casa e tudo o mais.

Então, marido apaixonado e feliz por ser pai, Billy procurou uma pessoa para se passar por cliente da empresa de Sarah contratando os seus serviços. A principio ela não desconfiara de nada, mas de acordo o projeto avançava, Sarah percebia as diversas semelhanças da casa dos seus sonhos, para aquele projeto de seu mais novo e misterioso cliente.

Os meses seguiam, e Sarah notara algo estranho com sua gravidez de quase sete meses. O bebê havia parado de mexer. Procuraram um medico, ela fora examinada e diagnosticaram que o feto havia entrado em óbito. Era uma garotinha. Mais um baque na felicidade do casal.

Desta vez o sofrimento foi ainda maior, mas não se abateram, se uniram ainda mais, se amaram com mais paixão, reafirmaram seus votos de casamento, fizeram uma linda lua-de-mel atrasada. Voltaram com seus ânimos renovados e ainda mais dispostos com seus trabalhos. Sarah teria que terminar o projeto da “casa jardim”, como chamara a casa dos seus sonhos, sem nem saber, ainda, que seria a sua casa jardim.

Quando a casa, e todo o jardim estavam prontos, Billy levou sua esposa para conhecer o seu mais novo lar. Seria um presente pelo nascimento do bebê, mas agora seria como um alento e refugio aos seus corações. Sarah não acreditava que seu amado havia lhe presenteado com algo tão lindo, mesmo que já tenha visto muitas vezes antes, mas a emoção de agora saber que a casa jardim na verdade era sua, lhe tirava o ar...

Após a mudança para aquela casa, Sarah notara certas mudanças também em seu corpo e comportamento, mudanças que a lembravam de suas duas outras gravidezes. Procurou novamente um medico, que lhe confirmou as suspeitas.

Desta vez optaram por Sarah repousar todo o período de gestação, claro que não ficaria confinada a um leito 24 horas por dia, mas não poderia trabalhar na empresa, viajar seja de avião ou de carro, e outros cuidados básicos de uma gestação normal. O resultado de todo esse cuidado foi o nascimento do lindo garotão de três quilos e meio, que trouxe muitas alegrias aos seus amados pais.

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Ao terminar de me contar toda a historia de sua família durante o jantar, Jacob estava emocionado, assim como eu. A historia de seus pais era muito linda, a mais linda que eu já havia ouvido antes. Algo intenso, verdadeiro, real. Senti certa inveja desse amor todo, algo que nunca havia sentido antes. Deveria ser reflexo de tudo o que passei nas ultimas horas.

Após o jantar Jacob nos encaminhou ao famoso e lindo jardim. Suspirava a cada segundo admirando aquele lugar magnífico. Deveria ser maravilhoso poder dormir e acordar todos os dias com aquela vista espetacular.

E em meio aquele clima sereno e confortante, eu lhe contei tudo o que tinha presenciado quando cheguei ao apartamento do Jasper. Jacob ficou indignado com tudo e muito surpreso com minha atitude. E também receoso com o meu plano de vingança. Disse que esse tipo de atitude poderia me machucar ainda mais.

Eu sabia disso, mas eu queria, eu precisava fazer alguma coisa, não poderia deixá-los me fazer de idiota dessa maneira e ficar tudo bem! Já tinha tudo esquematizado em minha cabeça, só teria que esperar o dia amanhecer para enfim colocar em pratica meu plano.

Já estava super tarde então pedi que ele me levasse para casa, precisava descansar nem que fosse apenas por alguns minutos. Na verdade eu queria era ficar sozinha e chorar tudo o que me afligia e me revoltava no momento. Durante o meu desabafo na casa do Jacob, confesso que não resisti e chorei, mas pude me controlar a tempo antes que começasse a surtar em sua frente.

Então, ainda meio relutante ele me levou para casa. Jacob havia me convidado a dormir por lá mesmo, mas não aceitei seu convite, pois realmente precisava ficar sozinha e pensar. Alem do mais se ficasse eu poderia fazer algo que estragasse nossa recente amizade. Ele é desejável demais, lindo demais, atencioso demais, cheiroso demais, e estava me deixando muito confusa a cada segundo.

Fomos em silencio, não era desconfortável, mas eu sentia certa vibração no ar, uma aura sensual se formando e isso realmente era perigoso.

Não poderia me envolver com ninguém no momento, principalmente alguém como ele, tão cheio de qualidades e que merece alguém completa, alguém que não tivesse com um grande buraco no peito, alguém que fosse boa o bastante para ele, que poderia estar por inteiro em uma relação.

E infelizmente, eu não era essa pessoa! Droga quando eu conheço alguém que valha a pena, eu não estou em condições de me envolver. A vida é uma merda!

Chegamos e eu nem havia percebido, tão distraída que estava. Desci do carro ainda no automático, algo que vinha acontecendo desde seu convite para dormir em sua casa, e a triste constatação de que eu queria muito ter aceitado, mas esse teria sido o maior erro de minha vida.

Não que passar algum tempo com ele teria sido ruim, mas se por um acaso nos relacionasse intimamente, eu estaria o usando, não estaria por inteira, por ainda estar fragilizada e abalada com a traição do Jasper. E isso não era certo ou justo com ele ou mesmo comigo.

– Foi muito bom passar esse tempo com você Bella, foi uma noite... Interessante. – Senti ele hesitar na escolha de palavras. Acho que não querendo me ofender ou algo assim.

– Realmente foi... Ela começou como um pesadelo, mas no final, agora que nos conhecemos um pouco melhor... Realmente uma noite interessante. – Fiquei um pouco confusa em minha fala, a situação era no mínimo estranha, mas de uma forma boa.

Jacob me deixava a vontade, com ele eu me soltava, eu era adolescente de novo, me sentia assim pelo ao menos, era espontânea. E isso era bom, mas estava me confundindo, pois eu ainda sentia algo pelo Jasper. Não era de longe o que sentia antes, mas ainda sentia algo...

No entanto, Jacob também me fazia sentir sensações novas e intensas. Ao seu lado eu me sentia bem, muito mais que bem, me sentia em paz, mesmo vivendo em meio a um pesadelo. Mas sua presença de algum modo, me confortava.

– Então tchau Bella, nos falamos depois. – Ele se aproximou lentamente, como se esperasse uma reação contraria, passou um braço por minha cintura e aproximou seu rosto bem lentamente do meu, olhando-me nos olhos.

Sua respiração tocava meu rosto arrepiando-me, seu cheiro realmente era tentador, o calor que desprendia de seu corpo era confortante e me via desejosa de me perder ali em seus braços, ficar agarrada a ele por tempo indeterminado. Caramba o que esse homem tem que me fascina tanto!

Seus lábios carnudos e convidativos roçaram levemente o canto da minha boca depositando ali um beijo molhado, demorado e muito delicioso. Minha pulsação era descontrolada, meu coração parecia querer romper meu peito. Minha respiração era pesada e irregular, gotículas de suor escorriam por minhas costas, em claro sinal de nervoso. E um gemido ficou preso em minha garganta.

– Boa noite Bella...

Jacob se afastou rapidamente, nem esperou por uma resposta minha. O que não aconteceu porque minha voz não saia, minha boca se abria vezes seguida, mas nada, nem um som saia por ela.

Esse homem...

Entrando em seu carro ele acenou pra mim com aquele sorriso amplo e lindo, me fazendo suspirar bobamente, e partiu. Ainda fiquei ali na portaria do prédio onde moro, olhando pela rua onde seu carro havia sumido.

Fiquei ali pensando, ou tentando pensar, em como com um simples toque, roçar de lábios, que nem foi assim tão nos lábios, foi bem no cantinho, foi mais como pele contra pele mesmo, ele havia me bagunçado inteira.

Continua...