Estava chegando de uma viagem de negocios, sou escritora e ja emplaquei alguns best sellers, estava divulgando meu ultimo sucesso em uma turne cultural pelo pais, minha ultima parada foi na Philadelphia.

Era o cansaço em pessoa, pois minha viagem foi sem escalas, imagina o bagaço da laranja? Era assim que eu estava me sentindo, mas mesmo estando tao exausta queria poder ver, tocar e beijar muito o meu namorado lindo.

Que naquele momento estaria em seu apartamento, de acordo com o que ele mesmo havia me avisado no ultimo telefonema em que nos falamos.

Sei que adiantei um pouco o meu retorno, mas ja tinha cumprido toda a programaçao da minha agenda, e essa seria a ultima longa viagem de divulgaçao, ainda teria algumas entrevistas para televisao e alguns canais e sites da internet que poderiam ser feito aqui em Seattle mesmo, entao nao vi problema algum em voltar pra casa mais cedo e fazer uma linda e deliciosa surpresa para meu querido namorado.

Mas acho que esse negocio de fazer surpresa nem sempre é bom! Pois quem pode ser surpreendido somos nos, enfim. Peguei um taxi assim que desembarquei em Seattle e segui direto para o apartamento do Jasper. Sim Jasper Whitlock vocalista da banda sensaçao do momento Fuckin You é o meu namorado.

Nao passei em casa para deixar minhas malas, decidi passar a noite no apartamento dele e amanha iria pra casa. O motorista do taxi começou a falar alguma coisa, mas minha ansiedade de ver meu Jasper e o cansaço da viagem nao me deixaram prestar atençao em nada do que ele falava.

De minuto em minuto eu olhava meu relogio, o taxista vendo minha ansiedade deu uma gargalhada nada comportada o que chamou minha atençao para ele.

Ao olhar o retrovisor pude vislumbrar uma fileira de dentes brancos que contrastavam com uma pele lindamente bronzeada, uma cor que confesso que sempre invejei, pois sou branca demais, sabe?

Continuei a olha-lo pelo espelho e fui surpreendida quando seus olhos negros como uma noite sem luar me fitaram intensamente. Meu coração disparou no peito, minha respiraçao ficou irregular, senti meu rosto esquentar de vergonha por ter sido pega no flagra. Desviei meu olhar sentindo que ele ainda me observava. Fiquei com medo dele se distrair e bater o carro.

– Por favor voce poderia olhar para frente, nao gostaria de sofrer um acidente essa noite. – Disse controlando uma subita vontade de olhar em seus olhos outra vez.

– Claro, claro. – Respondeu-me com sua voz rouca que me fez arrepiar dos pes a cabeça. O que estava acontecendo comigo! - Viagem de negocios ou a passeio? – Perguntou-me o taxista de repente.

– Me desculpe, mas nao costumo falar de minha vida com desconhecidos. – Respondi depois de um minuto ainda sobre o efeito que sua voz me causou, algo que definitivamente devo esquecer pelo bem do meu namoro e sanidade.

Era so o que me faltava sentir atraçao por um desconhecido e ainda por cima taxista enxerido. Devo esta carente. É isso, so pode ser isso! CARENCIA. Saudade do meu lindo namoradinho. Suspirei alto sem perceber, mas o moreno taxista de sorriso lindo e intrometido percebeu.

– Me desculpe se pareço abusado e intrometido, mas é que essa é a primeira vez depois de muito tempo que conduzo pessoas, sabe? Ja tinha me acostumado com o trabalho burocratico e bem, voce é minha primeira passageira em anos. – Desculpou-se com sinceridade na voz e em seu olhar, que nao pude deixar de retribuir pelo espelho.

– Tudo bem eu tambem lhe devo desculpas, pois fui um pouco rude. – Falei sentindo minhas bochechas corarem, droga de reaçao involuntaria.

– Jacob Black, prazer. – Disse parando o carro em um sinal vermelho, ainda faltava algumas quadras para chegar no apartamento do Jass.

– Isabella Swan, ou só Bella. – Estiquei minha mão para ele, quando a pegou senti uma corrente elétrica atravessar meu corpo, me assustando e fazendo com que soltasse seu aperto firme e a colocasse em meu colo olhando pela janela em seguida, em uma falsa demonstração de descontração.

– Acho que agora pode responder minha pergunta, Bella. – Disse quebrando o silencio que se instaurou no carro.

– Ham... – Limpei minha garganta tentando achar minha voz que misteriosamente sumiu naquele instante. – Chegando de uma viagem de negócios. – Respondi, pois ao que parece ele não me deixaria em paz.

– Hum, sei... Que tipo de negocio? – Perguntou-me aparentemente interessado em saber mais coisas sobre mim, e voltando a dirigir o sinal já havia sido liberado.

– Sou escritora. – Não me sinto muito a vontade de falar sobre mim com as pessoas, mas esse Jacob tem alguma coisa que me faz responder todas as suas perguntas. – E você Jacob? Pelo que disse antes acho que não era taxista ne? – De repente vi-me curiosa a respeito do Jacob. Realmente ele parece ser no mínimo interessante...

– Não, sou empresário. Na verdade esse carro faz parte da minha frota. Sou o dono dessa linha de táxis e também de uma frota de choferes de luxo. – Respondeu tranquilamente.

– Uau, parabéns. – Fiquei um pouco sem graça, pois achei que ele fosse apenas um taxista enxerido, mas me enganei feio.

– Obrigado. – Respondeu lançando mais uma vez aquele sorriso brilhante que contagia. Impossível não sorrir de volta.

Ficamos conversando por alguns minutos, Jacob tinha um senso de humor contagiante alem do sorriso claro. Nunca ri tanto em minha vida, muito menos falei de mim pra ninguém como naquele táxi para aquele moreno lindo e completo estranho.

Eram tantas coisas ditas, compartilhadas, historias de amigos, nossas próprias, falávamos da vida, de tudo e nada ao mesmo tempo. Nem percebi que já estávamos nos aproximando do apartamento do Jasper.

– Chegamos. – Jacob anunciou já saindo do carro para pegar as malas. Sai do carro com uma sensação estranha, como se algo ruim fosse acontecer. Deve ser o cansaço da viagem, balancei a cabeça tentando afastar esse pensamento.

Observei o Jacob retirar minha mala do porta-malas sem dificuldades e então não pude deixar de perceber o quanto forte, alto e lindo ele era. Sua pele realmente me dava inveja era de um moreno que nem se eu ficasse uma semana debaixo do sol não conseguiria obter, cabelos curtos negros arrepiados, pernas longas com coxas grossas e ual o que era aquele montinho na base do quadril, minha nossa! Se estava assim “dormindo”, imagina o tamanho quando acordado...

A camiseta branca que ele estava usando moldava seu peitoral e tanquinho mais que definidos e a jaqueta justa torneava seus bíceps tonificados. Quando olhei em seu rosto minha boca que já estava levemente aberta se aguou quando vislumbrei lábios carnudos com um sorriso de canto e olhos negros brilhantes a me fitarem intensamente.

Com toda certeza é o homem mais lindo que já vi em toda minha vida, nem mesmo o Jasper é assim tão... Tão, nossa! Isabella que pensamentos são esses? Você é comprometida, ama seu namorado que nesse momento deve estar dormindo sonhando com você.

– Obrigada mais uma vez. – Agradeci e o paguei assim que ele deixou as malas na portaria do prédio.

– Não por isso. Ate qualquer dia Bella. – Disse se aproximando pegando em minha mão e puxando-me para um abraço apertado que me surpreendeu, mas retribui mesmo assim.

Seu corpo era quente pelo que pude perceber mesmo com o tecido das roupas entre nos. O cheiro dele era simplesmente maravilhoso, nem mesmo Jass cheira assim tão bem. Quer dizer o Jasper tem um cheiro de perfume. Suave como uma brisa fresca.

Mas Jacob, nossa! Ele tem um cheiro forte de homem, não é cheiro de suor fedido, não me entenda mal, é um cheiro único uma mistura de almíscar, amadeirado, estonteante, me deixou com água na boca, ainda mais, e me fazendo engolir seco.

Assim que nos afastamos ele me entregou um cartão com seu numero de telefone e se despedindo entrou no carro e foi embora, a principio achei que fosse o numero do táxi, mas assim que o carro sumiu pela rua vazia, já era tarde da noite, olhei atentamente o cartão e constatei ser seus contatos pessoais, o que me deixou um pouco confusa.

Será que ele acha que vou ligar para ele? Só pode ser maluco, se pensa que vou fazer algo assim, eu tenho namorado oras!

Coloquei o cartão na bolsa, peguei minha mala e segui em direção ao elevador. Passei pelo guichê do porteiro o cumprimentando, que gentilmente me ajudou com a mala.

Apertei o botão de chamada do elevador com uma estranha inquietação em meu peito, não tinha certeza, mas queria acreditar ser saudade do meu namorado e não pela atitude confiante do Jacob em me dar seus contatos e também pelo inesperado abraço, sem contar o fato de ter guardado o cartão ao invés de te-lo jogado fora.

Tentei convencer a mim mesma de que fiz isso por ser uma cidadã consciente, e não queria sujar a rua. Droga de elevador que demora uma eternidade para chegar! Pensei nervosa.

Assim que o elevador chegou um casal idoso, que já havia visto algumas vezes por aqui, saíram de mãos dadas e fazendo carinho um no outro. Aquilo me fez aquietar um pouco a confusão que estava meus pensamentos, e me fez recordar do inicio do meu namoro com Jasper. Suspirei me vendo ali naquela mesma situação com o Jass ao meu lado no futuro...

Entrei no elevador olhando ao redor e achando aquele espaço um pouco apertado para um prédio daquele porte, sem contar a pintura na fachada do prédio e no hall de entrada que já estavam gastas e muitas outras coisas que pude perceber ao longo do meu namoro com o Jass, e que ainda não providenciaram o concerto ou modernização dos mesmos.

Balancei a cabeça, é sempre assim quando estou ansiosa começo a pensar em milhões de coisas ao mesmo tempo, não me focalizando em nada, completamente aérea. Um alvo fácil para mal feitores como dizia meu pai, chefe de policia.

Suspirei outra vez, que saudade do meu amado pai, preciso visitá-lo com mais freqüência, mas essas viagens a trabalho, o tempo que passo desenvolvendo e escrevendo, me sugam todo o tempo e o que me sobra eu passo com Jasper, então não me resta muito para fazer uma viagem ate minha cidade natal, Forks mesmo não sendo assim tão distante uma cidade da outra.

A musica ambiente que ecoava no alto falante, embutido nas paredes do elevador, era irritantemente melosa, odeio isso, não agüentava mais ter que escutar aquilo. Enfim cheguei ao andar do apartamento do Jass.

Peguei minha mala e caminhei com passos seguros em direção ao meu refugio particular. Assim era o meu pensamento naquele momento.

Ao chegar em frente a porta do apartamento levei minha mão a campanhia, mas parei o gesto com uma idéia se formando em minha cabeça. Por que não fazer uma surpresa completa, ou seja, usar a minha chave e entrar direto ao invés de bater em sua porta? Isso! Assim seria mais emocionante, pensei empolgada com a idéia.

Procurei pela chave em minha bolsa, com ela em mãos abri a porta com cuidado para não fazer barulho, peguei minha mala entrando no hall do apartamento e coloquei-a próxima a mesinha que tinha ali.

A sala estava parcialmente escura somente uma luminária presa na parede próxima ao corredor iluminava o ambiente. Depositei minha bolsa no sofá e comecei minha incursão pelo local, na verdade fui direto para o corredor que dava acesso aos quartos, com certeza Jasper já estava em seu quarto.

Caminhei tranquilamente pelo corredor, o carpete espesso que revestia boa parte do apartamento, abafava o som dos meus sapatos Jimi Choo.

De repente um barulho me chamou atenção, a principio não consegui identificar o que poderia ser, então pensei ser a televisão do quarto que Jasper teria deixado ligada, mas a medida que me aproximava pude distinguir melhor o barulho e constatei ser gemidos.

Meu primeiro pensamento foi: Jass esta assistindo filmes para adultos? Balancei a cabeça, pelo que eu saiba ele não era adepto a esse tipo de passa tempo.

Então uma sensação ruim, aquela mesma sensação que tive assim que cheguei de táxi, me invadiu com ainda mais força, me fazendo alcançar a maçaneta da porta do quarto com mais rapidez e força, a girando em seguida e abrindo a porta de uma vez.

Mas não sei se foi uma boa idéia, quer dizer a visão que tive me assombrará pela vida inteira. O que eu vi e ouvi foi tão grotesco que senti minhas forças deixando o meu corpo, que naquele momento parecia feito de gelatina, pois tive que me apoiar na porta com o restinho de forças que ainda tinha para não sucumbir ao desgosto e ir ao chão.

Enroscados nos braços um do outro estavam meu namorado e aquela que acreditei ser minha melhor amiga.

Continua...