E então foi quando eu comecei a lembrar... Eu conhecia muito bem... até demais!! Passei muito tempo meu aqui... Aqui era o quarto de...

–Olha! Até que em fim você acordou princesa. –Falou aquela voz que em tão pouco tempo passei a odiar com todas as minha forças.

Não o olhei. Virei o rosto para o outro lado avistando um criado mudo com revistas em cima dele.

–Ei Liza! Meu amor, não faça isso comigo! Eu te amo pequena. Por isso que você está aqui, eu não quero te perder e nem vê-la com outro cara. –Ele falou caminhando calmamente até onde eu estava e parando próximo a o criado mudo. Tirei a minha atenção do móvel e o olhei. Eu não estou acreditando que isto realmente está acontecendo comigo.

–Ah! Para com isso! –Falei e logo depois estranhando pelo fato de minha voz estar um pouco rouca e baixa. Mas continuei. –Você não me ama! Nem se quisesse. Se você por acaso me amasse não iria fazer isso comigo! Iria cuidar de mim, fazer com que não fizessem mal a mim. E é justamente o que você esta fazendo comigo! O mal! –Falei tudo que estava guardado em mim praticamente gritando.

E então depois que falei para ele, olhei para o canto do quarto tentando desviar minha atenção ao armário. Enquanto olhava o móvel, ouvi passos se aproximando e que pararam logo em seguida ao meu lado. Virei o meu rosto para olhar o que ele estava fazendo e então o meu olhar se encontrou com o dele.

Tentei desviar o olhar, mas não consegui. Pois suas mãos estavam em meu rosto, o segurando um pouco delicado. Tentei novamente mexer querendo me separar de lá, mas ele ainda segurava um pouco mais forte. E com o fato de estar com mãos amarradas piorava a situação.

E então o que eu não queria que acontecesse... Aconteceu!

Ele me beijou.

Me beijou de um modo brusco, fazendo com que eu não tivesse nenhum jeito de sair de lá. Ele estava me machucando com toda aquela força. Tentei novamente me soltar do beijo, mas não consegui... Eu era fraca.

E ele continuava a me beijar, sem ligar para a minha opinião. Ele não queria saber se eu queria ou não aquilo. Eu estava me sentindo nojenta, imunda beijando aquele canalha que uma vez eu já o chamei de amigo.

Enquanto tentava mais uma vez sair do beijo, ele percebeu que eu não iria parar de me mexer. Então saiu do beijo. Quando nos separamos ele me olhou e sorriu de um modo um tanto malicioso. Já eu, fuzilava ele com o olhar...

Estava com muito ódio.

–Ah minha flor... Vai me dizer que não gostou? –Falou com um sorriso maroto. Não agüentando me segurar... Como eu não posso ser santa o tempo todo... Cuspi em seu rosto. Ele por sua vez se levantou rapidamente indo em direção a uma porta, que logo reconheci como o banheiro.

Assim que ele saiu, fiquei observando o quarto. Na parede eu vi que tinha um quadro com fotos... Então pendurando próximo ao quadro, havia uma foto um pouco maior que as outras...

Era uma foto minha com ele. E então recordações de quando essa foto foi tirada veio a minha mente...

Flash Back On

–Vamos minha flor! Vai ser legal! –Ele estava praticamente pulando em cima da minha cama, só que ele estava de joelhos.

–Eu não quero ir! Lá não tem ninguém que eu conheço. –Falei me ajeitando na cama e me sentando de um modo mais confortável já que ele havia parado de pular.

–Conhece sim!! –Ele falou sorrindo, um sorriso lindo e maroto.

–Ah é? –Perguntei o desafiando... Ele só assentiu e sentou-se de frente para mim. –Quem vai estar lá que eu conheça então? –Terminei de perguntar.

–EU! –Ele falou fazendo com que eu desse uma pequena risada pelo nariz.

–Sem chance! É bem capaz de você me deixar lá sem companhia para você ficar com uma menina... Do jeito que você é! Ou eu ficaria sozinha... Ou acabaria segurando vela... E Eu não quero nenhuma dessa opções. –Falei para ele.

Ele primeiramente estava sem reação. O idiota que eu teria que chamar de amigo queria me levar até uma festa na praia em um sábado no final de tarde. Eu achei até legal, mas realmente não estava com muito animo para festa...

–Ok então! –Ele falou me tirando dos pensamentos e fazendo com que eu voltasse ao mundo.

–Ótimo! –Falei me ajeitando novamente para deitar vendo que ele não iria falar mais nada.

–Ei! Eu falei que não iríamos para festa! Mas não falei que iríamos deixar de sair. –Ele falou pegando o meu braço e fazendo com que eu sentasse de novo na cama. O olhei sem entender fazendo com que ele continuasse... –Nós vamos sair!

–Ah! E eu poderia saber para onde nós vamos sair? –Falei vencida pela mina curiosidade.

–Surpresa! –Ela falou me puxando e colocando me de pé ao lado da cama. –Agora vai se arrumar! –Falou mandando em mim.

–Desde quando você manda em mim? –Falei o olhando e colocando minhas mãos na cintura.

–Não disse que mandava! Agora vai... –Ele falou me dirigindo até o meu closet. –Pega uma roupa, toma um banho rápido e desce!

–Eu não sei o local! Como eu posso escolher que tipo de roupa? –O perguntei novamente com as minhas mãos na cintura.

–Nós vamos para um lugar quente! Então coloque um short! Mas não um curto! Não que fiquem olhando suas pernas! –Ele falou olhando para mim e sorrindo... –Só eu posso olhar. –Ele falou olhando para mim de cima a baixo com um sorriso safado no rosto e fazendo com que eu corasse.

–Ohh. –Falei espantada com seu jeito e logo dando um tapa um pouco forte em seu ombro. –Tarado!

–Ai Liza! Essa doeu! –Ele falou passando a mão no local e saindo de lá.

Escolhi uma roupa tomei banho e desci.

Assim que cheguei lá em baixo, ele fez com que eu botasse uma venda nos olhos. Achei um pouco idiota, mas topei. Fomos o caminho todo conversando e ouvindo musica da radio. Até que chegamos ao local e ele desceu e me ajudou a sair do carro.

Ele tirou minha venda e vi que estávamos em um parque ele era lindo...

Próximo havia um fotógrafo tirando fotos da paisagem de lá. E como esse meu amigo era um “pouco” idiota pediu para que o moço tirasse uma foto nossa...

O homem aceitou a proposta e tirou uma foto nossa. Nem sei como ele conseguiu pegar a foto do cara...

Flash Back Off

Meus pensamentos foram interrompidos assim que ouvi passos pesados saindo do banheiro. Olhei mais detalhadamente e vi ele saindo do banheiro com uma cara de raiva. O que me assustou um pouco, mas logo votei ao normal.

E então ele foi chegando mais perto de mim, estendeu a sua mão e me bateu. Ele me deu um tapa no rosto, um tapa forte... Estava ardendo um pouco. Minha vontade era de colocar a minha mão no local machucado e dar um tapa de volta nele... Mas não podia, não tinha como... Minhas mãos estavam presas.

Ele se abaixou ficando na minha altura e sussurrou em meu ouvido...

–Amor, você sabe que mereceu isso né! Não devia ter cuspido em mim... Acredite dói mais em mim do que eu você minha bebê. Agora vem cá... –Ele falou se afastando de mim e me puxando pela mão fazendo com que eu me levantasse junto com ele.

–O que você esta tentando fazer? –Perguntei com um fino de voz.

–Você sabe muito bem... –Ele falou com um sorriso malicioso. E então ele foi me deitando na cama...

Saberia que a partir de agora iria me sentir suja.

Imunda...

E ele continuava...

Então comecei a gritar... Mas não adiantou, pois ele pegou uma fita adesiva forte e coloquei sobre a minha boca, fazendo com que eu tivesse dificuldade de gritar e falar...

E então resolvi me desligar do mundo...

Fui apagando...

E tudo foi ficando escuro...

E então ouvi um grito...

Com certeza não era meu...