Together escrita por Lady Holmes


Capítulo 29
The infamous 221B


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse capítulo. É meu bebê lindo çç, adoro ele UHAUHAHUA.
Uma coisa que eu gosto de falar é que a Jen não sabe ainda como se sentir em relação ao Sher. Ele a enganou, a magoou, porém, ao mesmo, vê-lo vivo e bem é a melhor coisa do mundo. Então, nem ela mesma sabe o que fazer, se fica com raiva, se fica feliz... E isso é bem exemplificado nesse capítulo!
MERRY CHRISTMAS AND A HAPPY NEW YEAR FOR ALL OF YOU GUYS!
PS: aceito recomendações como presente de natal atrasado viu? UAHUAHHUA beijos!



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Sherlock entrou sem fazer muito barulho. A última coisa que queria era chamar a atenção de Mrs. Hudson. Subiu os degraus com cuidado, deixando mini poças de água em cada um. Chegou ao flat ainda encharcado das águas do rio. Seu cabelo pingava, no entanto, não mais que sua roupa. Sentou-se em sua antiga poltrona, observando as mudanças, ou melhor, a falta delas, do 221B.

Tudo continuava tão igual... Era óbvio que Jennifer não havia permitido nenhuma mudança, desejando manter o lugar para recordar os bons momentos. Até mesmo a careta que Holmes havia pichado - e atirado depois - continua intacta, sem mudança alguma, tirando alguns buracos novos, provavelmente causados pela própria loira. Ele escutou a porta abrir-se e passos ferozes subirem até o flat. Sabia que, depois da felicidade de descobrir que ele estava vivo, Jen exigiria uma boa explicação. Aquele ano não seria apagado de sua mente, como não seria da mente de Holmes, que lembrava, com pesar, de cada dia que teve de observar Jennifer Mars de longe.

- Você está bem? - Ambos disseram em unissom. Sherlock sorriu, contudo, Mars apenas se jogou na poltrona ao lado, encarando, seriamente, os olhos claros do homem. Nenhum dos dois se pos a responder. Nenhum dos dois tinha coragem. Depois de mais que dez minutos de um completo silêncio onde, Holmes observava cada coisa que havia mudado em Jen: o sorriso bobo de uma adolescente sumirá, dando vez a um rosto sério, o brilho de vida dos olhos azuis diminuíram, ele podia perceber algumas rugas de preocupação formando-se na pele clara na loira. E, por mais que não quisesse, ele sabia muito bem que cada coisa que havia mudado em Jen, cada coisa que havia lhe transformado em mais racional e menos... A Jen de antes, era culpa excluisava dele. Em contra partida, Mars observava Holmes e sentia um certo alívio em perceber que tudo não era um sonho. Que aquela pele alva que ela tanto lembrava continuava do jeito que ela sempre amou. Que os olhos claros, famintos por informação, continuavam observadores, que os cabelos negros e encaracolados de Sher, mesmo molhados, ainda estavam ali. Como aquele homem que havia lhe salvado de Davis no parque de diversões. O anjo. Afinal, não fora um anjo. Holmes realmente havia lhe salvado aquela noite. Ou assim Jennifer esperava.

- Foi você. - A loira falou. - Você que me tirou da casa dos espelhos. - Holmes abriu um sorriso.

- Você me reconheceu... Qual foi a explicação que encontrou para que eu tivesse lhe salvo? - Jen deu de ombros.

- Um anjo.- Holmes ameaçou a rir - Não ria. Não havia outra explicação àquilo se não fosse um sonho, uma fantasma ou um anjo. Tão logo não era um sonho, ou eu não sentira as dores no dia seguinte, e fantasmas, se existem, não possuem matéria para poder me carregar, o que sobrou foi um anjo. A muito tempo atrás, um sábio homem disse-me: “Quando eliminar o impossível, o que sobrar, mesmo improvável, deve ser a verdade.” Não sei bem sobre a parte de um sábio homem, mas eu acreditei em suas palavras. - Holmes riu, junto de Jen que sabia o quanto aquela frase podia ser dita e continuar sem sentido. Sherlock havia lhe falado aquilo a muito tempo atrás e ela continuava com aquela frase na cabeça. Nunca fizera muito sentido, contudo, fora a única explicação para seu “anjo”.

Houve mais um período de silêncio. Dessa vez um curto período, não mais que três longos minutos. Então, Sherlock Holmes espirrou. Foi a maneira mais ridícula de quebrar o silêncio, porém, fez com que Jennifer mostrasse sua cara de brava novamente.

- Vá tomar um banho e tirar essas roupas molhadas antes que pegue um resfriado, Holmes. - Ele a encarou.

- Eu estou bem. - Jennifer se levantou da poltrona, indo em direção do homem e agarrando-lhe pelo colarinho.

- Eu disse banho! - Sher percebeu que Jennifer estava diferente. Alguma coisa que ele não podia observar... Seus sentimentos estavam mais obscuros, mais difíceis de alcançar do que antes.

O moreno se levantou, indo em direção ao banheiro, fechando a porta atrás de si. Jennifer ficou mais dois segundos em pé, parada, pensando em quão doido aquilo era até que, finalmente, a razão lhe caiu e lágrimas começaram a surgir.

As noites má dormidas, os dias sem vida, as vezes que ela passou dos limites e quase acabou morta. As milhares de vezes que ela, sem querer, desejava, no seu maior íntimo, estar morta com ele. As preocupações que causou para os outros, as coisas que deixou de fazer e... Luke. O que ela diria a ele? Que, agora que o namorado, que nunca esteve morto, voltou, ela não sentia mais nada e pediria, educadamente, que ele se afastasse? Não. Ela sentia alguma coisa por Luke. Nem que fosse compaixão, pelo menos naquele momento.

Ela precisava, e Jen sabia disso, de tempo para pensar. Contudo... Holmes estando ali significava que estavam ficando sem tempo. Agora, era porque todos os psicopatas de Londres queriam Jennifer morta que Holmes estava aqui ou era apenas para pegar o filho de Jim?

Jennifer se levantou de supetão, caminhando com firmeza até o banheiro e abrindo a porta. Holmes estava coberto com uma toalha, saindo do banho.

- Jen... - Ela não se derreteu, como normalmente fazia, quando escutou seu nome sair da boca dele.

- Como você pode? Só gostaria de entender. Você ao menos se perguntava como eu estava? Ou essa sua briguinha com a família Moriarty ocupou todo o seu tempo? Você... ao menos tem noção.... do que me fez passar? - A loira segurava o choro, tinha um grande aperto no coração, no fundo, muito no fundo, ela queria abraçá-lo. Deixar que seus lábios se tocassem novamente. Mas não. Ela precisava saber se ele não iria desaparecer mais uma vez. Se na próxima, ela ficaria cinco, dez anos, esperando. Ele tinha que saber que ela não o esperaria para todo sempre. - Diga-me Holmes, o que o grande consultor detetive pensou que eu faria quando visse seu corpo sem vida naquela calçada? VOCÊ HAVIA FEITO UMA PROMESSA! Nunca, nunca me deixar sozinha, nunca me ferir. E o que você faz? VOCÊ FINGE UM SUICÍDIO! - Sherlock não tirava os olhos de Jen, contudo ele não dizia uma palavra. Doía para ele vê-la daquela maneira. Tão frágil, tão... quebrada. - Você ao menos me amou? - Holmes arregalou os olhos para ela, brilhando-os em fúria.

- Amei. Por Deus, Jennifer. Eu amei e ainda amo, mais do que tudo!. E foi por isso que eu tive de ir... Todos os dias... todos os dias desse incompletável, interminável ano, eu vinha ao 221B vê-la. Esperando o dia que eu teria a senha e diria aos snipers de Moriarty abaixarem as armas. Cada dia que eu via você sofrer... Mars eu nunca amei ninguém como eu amo você. Eu nunca deixei de amá-la e nunca, nunca, deixaria que fizessem alguma coisa contra você. Eu sabia que John não lhe deixaria sozinha, e assim, mesmo que doesse, eu precisava terminar o que Jim começou.

- Então é isso, não é? Tudo sempre vira alguma coisa que Moriarty fez! Sua guerra com aquele homem e, agora, com o filho dele, nunca vai ter fim? Vamos viver desse jeito até quando Sherlock, até quando? - Ela chorava, desesperada. Jen se aproximou de Holmes, com os punhos erguidos. Entretanto, antes que pudesse deferir o soco, Holmes agarrou seu braço direito, puxando-a para perto do corpo ainda molhado do moreno. Ele a envolveu com os braços, não permitindo que ela saísse dali.

E ela chorou. Não fez nada mais, apenas... Chorou.

Ele ergueu o rosto dela, aproximando-o do dele. Ambos se olharam. As lágrimas ainda fugindo do rosto de Jennifer. Mars não queria admitir, mas precisava do beijo de Holmes. O mesmo se passava com Sherlock, ele precisava daquilo. Um ano distantes só os fez perceber que eram feitos um para o outro. Sher encostou, suavemente, os lábios em Jen que permitiu a entrada da língua do moreno no mesmo instante. O beijo se intensificou, Sherlock pegou Jen no colo, levando-a para a cama e a deitando delicadamente. Mars gargalhou, lembrado-se de tantas outras vezes em que as brigas do casal acabavam na cama.  Parecia tão improvável há algumas horas, porém, nesse momento, parecia tão real.

Em algum momento da noite, a roupa que Jennifer havia demorado para escolher quando Luke a convidou para sair acabou espalhada no chão do quarto. A toalha que Holmes levava, a muito, havia desaparecido para baixo da cama e os dois corpos dançavam mais uma vez, em um momento único. Sentiam o calor, o toque, o corpo um do outro mais uma vez. E era tão bom. E durante aqueles momentos, o perigo, o medo, a guerra que estava ocorrendo fora das paredes do infame 221B, parecia apenas um pesadelo distante. 


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