Dark Cloud escrita por Mamoru


Capítulo 9
Capitulo IX


Notas iniciais do capítulo

Talvez, só talvez a minha inspiração tenha voltado. Desculpem a demora, simplesmente não saía nada >:



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- Cemitério? – perguntou Tetsuya um pouco sem jeito.

Ele tinha levantado para tomar água – graças a Deus estava vestido – e encontrou minha mãe e eu conversando na cozinha.

Contei-lhe que íamos ao cemitério, pois era aniversário de morte da minha irmãzinha. Ele ficou um pouco sem jeito ao ouvir aquilo, com certeza não esperava nada parecido. Imaginei que somente o fato de minha estar ali justo naquele dia já o deixava atordoado.

- Sabe, eu... Não gosto de... – ele disse coçando a cabeça, nervoso.

- Você tem medo de cemitérios? – perguntei impressionado.

Um cara daquele, com medo de cemitério? Se bem que... Se eu estivesse para morrer, não iria querer gastar meu precioso tempo em um lugar daquele.

- É, tenho. Algum problema? Todo mundo tem medo de algo? – reclamou.

- Você não precisa ir se não quiser, eu só chamei – disse dando de ombros. Olhei para minha mãe. Ela estava na sala tomando um café e nem devia estar escutando nossa conversa. – É que eu não queria te deixar, assim... Sozinho.

- Eu vou para casa, minha mãe está lá – disse.

- Não era isso que eu queria dizer, é que... Você sabe, como a gente estava... Eu achei que... – eu não conseguia terminar de falar o que queria. Parecia crescer algo na minha garganta.

- Não se preocupa. Vai lá, afinal... É sua irmã – disse me empurrando devagar até um lugar onde minha mãe não nos visse e me deu um selinho. – Nos vemos depois.

- Claro – disse sorrindo.

Ele foi para o meu quarto e eu tentei me recompor para voltar a falar com minha mãe. Eu já tinha trocado de roupa e já estava pronto.

- Então... Podemos ir agora – disse com minha voz sem humor.

- Claro – levantou-se do sofá e fui até a porta, eu seguindo atrás.

- O pai vem? – perguntei já sabendo a resposta.

- Não. Ele não queria ver você – respondeu duramente.

Suspirei e continuei seguindo ela. Ela dirigiu-se até o seu carro e fez sinal para que eu sentasse no banco do passageiro, eu me dirigi até lá e entrei.

Depois de alguns minutos na estrada, ela veio com a mesma conversa de sempre.

- Quer voltar para casa agora? – perguntou.

- Não – olhei pela janela a paisagem. Era um dia claro demais, bonito demais para ser aniversario de morte de alguém.

- Achei que não iria querer, mas eu estou pedindo Mana. Por favor, volte. Você sabe que naquele dia eu estava com a cabeça quente e... – eu não queria continuar escutando tudo aquilo, então a interrompi.

- Talvez você sim, mãe. Mas não aquele homem. Ele não quer ir ver a imooto só por minha causa. Eu não vou voltar para lá – cerrei os punhos.

- Eu posso cortar seu dinheiro, parar de pagar o aluguel... – ameaçou.

- E porque não fez até agora? – rebati.

- Porque você é meu filho – disse, sua voz estava reprimida e eu sabia que ela estava querendo chorar.

Se eu dissesse que não estava com pena dela, seria mentira. Mas a forma como ela me expulsou de casa, dizendo que não me queria mais lá, era o bastante para eu ser forte e não ceder. E também, agora eu tinha algo importante ali onde eu estava morando e não pretendia sair dali tão cedo.

Parecia que minha mãe estava lendo os meus pensamentos, pois ela disse:

- É ele não é? É o garoto que estava na sua casa. Eu nunca vi você com um amigo, muito menos um amigo que fosse dormir na sua casa.

- Ele é mais do que um amigo para mim – disse ainda olhando para a janela, recusando-me a olhar para mim mãe.

- Eu gostei dele, parece boa gente – comentou. – Vou esperar então que ele cuide de você.

- Sou eu que cuido dele – resmunguei.

- Isso parece estranho, porque pelo o que eu vejo, ele está cuidando de você e muito bem. Você até mudou! O meu pequeno Mana jamais diria algo assim – ela não parecia mais tão triste como antes, parecia agora mais conformada. Resolvi olhar para ela e vi que em seus olhos tinham lágrimas. Lágrimas não de tristeza, mas de felicidade. – Meu Mana agora se preocupa com alguém.

- Eu me preocupava com alguém antes – disse.

- Sim, mas quando ela morreu você se fechou completamente! – disse agora sorrindo um pouco. – Parecia algo tão bobo e depois virou algo tão sério. Ah, se eu soubesse, tinha cortado na hora.

- Agora é passado não é? Não dá pra mudar – disse dando de ombros.

Nós compramos flores para o túmulo da minha irmã e depois fomos direto para lá. Ficamos relembrando por um tempo sobre ela, até que minha mãe decidiu que já estava na hora de voltarmos. Ela me deixou em casa e nós nos despedimos.

Fiquei olhando as estrelas, no mesmo lugar que na noite anterior, sentindo falta de Tetsuya. Eu não havia notado antes, mas nos víamos todos os dias. Ficávamos juntos por horas e naquele dia mal tínhamos visto um ao outro.

Resolvi ligar para ele – sim, eu tenho um celular – e quem atendeu foi sua mãe.

- Oh, Mana... Venha aqui, por favor... Ele acabou de pegar no sono, está com febre novamente – disse.

Não precisou repetir duas vezes. Em alguns minutos, eu já estava lá.


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Notas finais do capítulo

Bom, é curto, mas já é um começo. O próximo vai ser maior (nem que seja só uma palavra SHUAHUSHUAHS)