Dark Cloud escrita por Mamoru


Capítulo 7
Capitulo VII


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo! Esse é mais um pouco mais feliz que os outros - na medida do possível.
Aproveitem ^-^



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- Eu não tenho tempo para isso – resmungou Tetsuya.

- Não tem tempo para o que? – perguntei um pouco irritado com aquele modo de agir dele.

Eu já havia percebido que Tetsuya não fazia nada em longo prazo. Todos os planejamentos dele não passavam de três dias.

- Para a peça da escola. Escolheram-me para Romeo, porque não escolheram uma peça menos clichê, só para começar? – perguntou indignado.

- Pediram essa, na sala dos professores – expliquei.

- Francamente, eu não quero fazer isso – suspirou.

- Pode ir parando, Kurokumo. Você vai fazer isso sim – cortei.

- Desde quando você que manda em mim? – levantou uma sobrancelha em questionamento.

- Não sei – admiti. – Mas você vai fazer isso. Seria uma ótima capa para o álbum de fotos.

- Mas que... Ah, não. Eu não vou fazer isso só pra você tirar foto – disse aborrecido.

- Você vai fazer isso, porque eu sei que você é um bom ator e gosta de atuar. Não adianta mentir para mim, eu já vi você atuando ano passado, senhor diretor da peça – disse acusativo.

- Ah, cara... Sério, eu até posso participar, mas eu não posso fazer um papel substituível? – perguntou exasperado.

- Kurokumo, você não vai morrer em um mês. Dá muito bem para fazer esse papel – ele estava começando a me aborrecer seriamente com esse papo de “Não tenho tempo! Não posso!”. Ele deixava de fazer muita coisa por causa disso.

E depois ele queria que eu vivesse, enquanto ele agia como se já tivesse morrido. Respirei fundo antes de continuar.

- Vamos deixar de lado esse papo. Você vai fazer o papel de Romeo, me render fotos e pronto. Acabou – disse.

- E se eu ficar de cama no dia da apresentação? – insistiu.

- Você? Já vi você arruma ruma casa inteira com febre. Porque não faria uma atuaçãozinha enquanto deveria estar de cama? – retruquei.

- Atuaçãozinha como um dos principais da peça – acrescentou.

- Tanto faz – disse dando de ombro.

- Ok, tudo bem. Mas hoje você dorme lá em casa – disse em tom de acordo.

- O que isso tem haver? – questionei.

- Nada, mas vai ser legal – disse dando de ombros e indo falar com a representante de classe sobre aquilo.

Desde que eu percebi que gostava do Tetsuya, ficar sozinho com ele em um quarto não foi tão agradável quanto antes.

Sentia-me nervoso quando ele se aproximava demais para pegar algo. Ou quando ele me tocava por algum motivo.

Houve uma série de gritinhos felizes das garotas quando souberam que Tetsuya tinha aceitado ser o Romeo e ele suspirou, olhando para mim de modo acusador.

Quando chegamos a casa dele, ele foi tomar banho e eu fiquei conversando com a mãe dele.

Ela era uma senhora legal, e agora eu tinha me acostumado a falar com ela. Tinha histórias engraçadas da infância de Tetsuya, que ele a fazia parar de contar quando aparecia. Mas era divertido.

- Mãe! – disse ele censurador, com o rosto corado. – Vem Mana, comprei um jogo novo.

Fui até ele e quando entramos no quarto, senti minha nuca arrepiar-se.

Ele me mostrou o jogo e eu acabei rindo da capa.

- Você só gosta de jogo de luta? – perguntei.

Ele ficou paralisado, olhando-me.

- O que? – perguntei estranhando sua reação, eu achava que ele iria discordar ou algo assim.

- Mana... Você riu – ele disse incrédulo.

Estava lá parado, olhando para mim com cara de bobo. Porque tudo aquilo? Eu só tinha dado uma risadinha, nada demais.

- É... – disse sem entender.

- Eu nunca vi você rir – continuou do mesmo jeito.

- Ver alguém rir não é tão estranho – disse ainda com meu ar de riso.

- Ver você rir, é estranho – ele retrucou.

- Ok, agora já chega – disse sério.

- Ah... – ficou desapontado. – Ri de novo – mandou.

- Oi? – perguntei sem saber o que viria a seguir.

Ele suspirou e começou a me fazer cócegas. Qual era a daquele garoto? Tetsuya era muito bom naquilo e eu caí no chão sem me aguentar de rir. Tentei ignorar o fato de ele estar me tocando, mas não consegui totalmente.

Era impossível não notar quando sua mão alisava minha barriga antes de recomeçar as cocegas. Parecia até que ele fazia de proposito. O maldito até me mordeu.

Rapidamente ele parou e pegou a câmera que estava em cima da cama e tirou uma foto que me deixou cego.

- Aqui! – disse feliz.

- O que você está fazendo, pelo amor de Kami-sama? – perguntei desconcertado.

- Registrando um milagre – falou colocando a câmera de volta no lugar.

- Não sei pra quê tudo isso.

- Mana, essa é a prova de que eu estou indo bem. Você está mudando – ele explicou.

- Muita coisa já mudou, Kurokumo – repliquei.

- Muita coisa, mas não o fato de você me chamar assim! – disse exasperado.

- Você será sempre uma nuvem negra, não adianta. Depois dessa também, queria o que? – disse levantando uma sobrancelha.

- Ah! – disse exasperado. – Vamos jogar logo!

Pegou o jogo e colocou-o.

- Eu não vou desistir – resmungou.

- Tetsuya, pronto – desisti. – Satisfeito?

Ele sorriu e somente assentiu. Parecia feliz demais para falar alguma coisa.

Eu hein... Era só um nome. Eu preferia muito mais meu apelido.

Afinal, qualquer um o chamava de Tetsuya, mas só eu chamava de Kurokumo.

Olhei os papeis em cima da cama e notei que eram as falas dele da peça. Tinha bastante coisa.

- Você não devia estar ensaiando, Tetsuya? – perguntei ainda olhando para os papeis e ele acompanhou meu olhar.

- Ah, devia sim, mas... Eu decoro rápido – pareceu se sentir culpado.

- Eu quero ver você ensaiando – disse.

- O jogo é mais legal – retrucou.

- Não é não, vai lá – ele suspirou e pegou os papeis, começando a lê-lo, com tom de peça de teatro.

Ele era muito bom naquilo. Era um desperdício de talento deixar ele fora daquela peça. E todo mundo sabia disso.

Só ele que pensava que era melhor se afastar, idiota.


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Notas finais do capítulo

LOL Mana sorrindo -hm



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