Dark Cloud escrita por Mamoru


Capítulo 3
Capitulo III


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que os capitulos estão curtos, eu não vou usar o fato de estar meio doente (gripe e acho que febre) para me desculpar. Mas vamos lá! ^^



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- Você é sempre assim? – perguntou enquanto me liquidava pela quinta vez no mesmo jogo e já procurando outro para jogarmos.

- Assim...? – indaguei.

- Morto – disse.

- Eu não sou um zumbi – disse acenando para a televisão. Vai saber, o jogo era de zumbis, ele podia estar pensando bobagens.

- Claro que não – riu incrédulo quando viu que eu falava sério.

- Então porque pergunta? – fiquei confuso.

- Você não sente vontade de fazer nada, nadinha mesmo? – insistiu.

- Eu gosto de olhar as nuvens – disse simplesmente, dando de ombros.

Ele pensou por um momento.

- Isso combina com você, eu acho – disse colocando o novo jogo.

Ensinou os comandos e começamos a jogar.

- Sabe, eu nunca joguei contra alguém esses jogos que tenho aqui, você bem que poderia ser melhor, não acha? – resmungou quando ganhou.

- Acho que sim – disse e ele me encarou com um ar de repentino entendimento.

- Você nem está tentando jogar sério! – acusou e assenti, ele tinha razão. Balançou a cabeça incrédulo. – Vamos lá, só uma vez.

- Eu não posso simplesmente ir olhar as nuvens até poder ir para casa? – disse caindo de costas.

Ele bufou aborrecido.

- Se quer ir embora, vá – falou com tom reprimido.

Aquele tom mexeu comigo. Era como se na mesma frase que ele falava que eu podia ir, ele pedia para ficar.

- Não quero ir – disse ainda caído.

- Porque não? – perguntou exasperado.

- Minha casa fica... Longe – disse-lhe.

- É um quarteirão daqui – ele rebateu. – É bem perto.

- Pra mim é longe – espreguicei-me.

- Agora essa... – disse incrédulo, mas estava rindo também. – Você é tão preguiçoso assim?

- Aqui está confortável – expliquei.

Ficamos em silencio por um tempo e eu sabia que ele me observava.

- Quer que eu te leve para casa, Mana? – perguntou por fim.

- Você vai me puxar daqui de qualquer jeito, não é? – indaguei.

- É claro – disse franzindo a testa.

- Então... Ok, vai diminuir o meu trabalho – disse e Tetsuya começou a me puxar para me deixar em pé.

Despedi-me de sua mãe e ela foi totalmente educada a se despedir também, pedindo para que eu voltasse logo.

- Kurokumo... Como você consegue ser tão diferente em casa? – perguntei, para que não ficasse na duvida eternamente. Odiava dúvidas, elas atrapalhavam a tranquilidade.

- Eu sou diferente conforme com quem estou lidando – disse fechado. – Se é minha mãe, sou de um jeito, se é com meus amigos é outro... Se é com você, também é diferente, porque você é retardado e para de me chamar de Kurokumo. Esse não é meu nome.

- Já acostumei – disse dando de ombros. – É sua cara, podia ser seu sobrenome.

- Afinal, porque Kurokumo? – perguntou intrigado.

- Porque com você vem problemas, como uma nuvem negra – mal terminei de dizer e ele me bateu.

- Ah, então eu te trago problemas? Você vai ver quantos problemas vou te trazer – disse com raiva.

- Você não ia me deixar em paz? – perguntei esperançoso.

- Desista, agora você está sentenciado – disse e eu podia imaginá-lo batendo um martelo. – Vai ter que me aguentar te trazendo problemas por um bom tempo.

Por isso eu não gostava de conversar com pessoas.

Elas nunca cumpriam com o que diziam.

Suspirei e encarei ele.

- Não tenho escolha, não é? – perguntei de alguma forma esperançoso, mas ele negou.

Podia sentir o calor do inferno me preenchendo, enquanto a nuvem negra voltava para casa aborrecido. Seriam dias difíceis, os que estavam por vir.


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