Distância escrita por Ushio chan


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo para vocês, meus amores! Esse eu acho que ficou bom.
Esse é todo narrado pelo Matt. Eu decidi que a partir de agora essa parte da história focará mais no pessoal que ficou no Wammy's e eu, ocasionalmente, falarei da Kim. Ou posso postar um PDV dela por capítulo, lá no final. Votem através de reviews.
P/S: Quero agradecer à Inovador pelo review quilométrico que recebi ontem. Adoro ler reviews quilométricos.



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PDV Matt.

***

Penso em ir ver como Near está indo. Ele está muito melhor do que já esteve durante as últimas semanas e não teve a recaída que eu esperava quando Kim foi embora. De qualquer forma, ele nunca foi mais frio ou passou mais tempo no quarto, então eu irei lá ver ele, já que Mello está enrolado em um cobertor comendo chocolate desde o dia em que ela saiu. A única coisa que me mantém despreocupado com relação a sua sanidade mental é o seu mau humor.

Saio do quarto e viro à direita. Só isso. Aqui é o quarto de Near. Ao lado do nosso. Bato na porta.

- Pode entrar, Matt.- Diz Near de dentro do quarto. A julgar por sua voz espantada, ele não estava esperando uma visita enquanto montava um castelo de dados ou um quebra cabeças.

- Como sabia que era eu?

- Muito simples. Íris bate na porta dizendo “toc, toc”. Mello bate na porta muito rápido e forte. L dificilmente sai do quarto e, quando sai, bate na porta chamando meu nome. Beyond simplesmente não bate na porta. Kim bate rápido e sem muita força, parecido com você, mas ela bate cinco vezes na porta e não está aqui agora. Leila bate na porta depois de abri-la. Logo, você é a única opção restante.

- Pensando desta forma até que faz sentido...

- Como assim? Faz todo o sentido do mundo! É por isso que você não é o primeiro daqui. Kim entenderia.

- Claro, claro. – Agora a conversa voltou para a Kim. É sempre assim com ele. – E como tem passado? Não tem saído muito do quarto ultimamente.

- Tudo bem. – Diz em um to do voz que não me convence.

- Saudades da sua irmã, né? – Sento-me a seu lado no chão.

Ele suspira.

- Sim. – Ele faz uma longa pausa antes de continuar, deixando o clima pesado e constrangedor.

- Se vai desabafar comigo, faça isso logo. Não há nada de errado em se sentir mal. – Tento persuadi-lo a prosseguir.

- Sabe, foi muito recentemente que nós nos tornamos próximos. Eu e a Kim. Se nos conhecesse no início do ano passado, jamais acreditaria no que viu quando viemos para cá. Nós brigávamos muito, sabe? Usávamos violência até. – Near e Kim brigando. Aí está uma cena que nunca imaginei antes. – Acho que eu tinha ciúmes dela. Por ela ser mais velha entende? Foi um mês antes da morte de meus pais que ficamos mais unidos.

- E qual o motivo da mudança? – Mantenho meus olhos fixos no albino. A curiosidade e o espanto simplesmente não conseguem manter-se ocultos dentro de mim como Near faz com as próprias emoções.

- Nossa casa foi invadida, como na noite em que aconteceu aquilo. Nós tivemos que nos esconder debaixo da minha cama. Nós mudamos muito naquela meia hora que se passou antes que minha mãe fosse nos buscar. Depois Kim se tornou um tipo de segunda mãe para mim. Claro que não era a relação ideal para eu ter com minha irmã, mas eu gostava de tê-la como protetora. – Diz com um ar nostálgico e, ao mesmo tempo, infeliz. – Depois viemos para o Wammy’s. Ela se tornou a Kim e eu virei o Near. Mudei mais do que ela, no fim das contas. Apesar de tudo ela se fechou muito menos, embora também tenha mantido muito pouco do que era antes. Só sua essência. E, claro, a teimosia. – Ao acrescentar esta última informação, um ensaio de sorriso se forma nos lábios de Near. Por um instante, tenho a impressão de ver um brilho diferente passar por seus olhos verdes.

- Por que fala dessa mudança como se gostasse dela?

- Porque depois que viemos, nossa relação mudou muito. Não é como se eu ficasse feliz com a perda de meus pais, muito pelo contrário, mas agora eu e Kim somos amigos. Somos irmão e irmã. A Kim é uma irmã infinitamente melhor do que Katherine já foi. E o mesmo se diz a respeito de Near com relação à Nate. – Near termina sua reflexão. Sinto o mais puro choque tomar minha expressão. Por que Near disse o que disse? Ele quis me contar ou simplesmente se esqueceu de que eu estava aqui, perdendo-se em sua nostalgia.

- Por que está me contando seus nomes? – Atrevo-me a perguntar.

- Por que eu confio em você, Matt. Jamais diria o nome de minha irmã à alguém que não confiasse. – Responde. Tenho a sensação de que ele está mentindo. Pode até confiar em mim, mas tal revelação não foi sua intenção inicial.

Levanto-me e faço a coisa mais estúpida que poderia. Sorrio para ele e digo:

- Mail Jeevas. – Eu revelei meu nome. O de verdade.

- Nate River. – Agora sei também o sobrenome deles. – Seu segredo está seguro comigo.

- O mesmo com relação ao seu. – Digo ao virar as costas e ir embora. Merda, Mello vai me matar.

Saio do quarto e avisto Leila vindo em direção à porta. Não sinto a menor vontade de falar com a ruivinha, então apenas volto para meu quarto.

Sinto o sangue descer do rosto ao ver Mello, ainda enrolado em seu cobertor e comendo uma barra de chocolate com menta. Por algum motivo este é o sabor mais visto aqui ultimamente.

- Matt, aonde esteve? Achei que só fosse ver o Near.

- E fui mesmo. – Respondo, sentindo o sangue deixa o rosto.

- Sei... – Diz com um ar zombeteiro. – Diga logo o que aconteceu, Matt. Parece que viu um fantasma. Ah, espere! Você viu um fantasma.

- Uau, como você é hilário, Mello. – Suspiro. – E aconteceu sim alguma coisa. – Neste momento, o louro perde a cor também.

- O quê? Near está bem?!

- Ele disse o nome dele. E o da irmã. E desabafou comigo. Ele realmente não está bem, Mello. – Digo, na esperança de enganá-lo.

- Não foi só isso. – Diz estreitando os olhos. – Você não se preocuparia tanto com algo assim. Ficaria chocado e emocionado, mas jamais passando mal. – Então uma onda de compreensão passa pelos olhos negros, que se arregalam. – Mail Jeevas, você contou seu nome para Near, não foi? – A ameaça toma sua voz. Merda, eu realmente não consigo enganar o Mello.

- Me desculpe, Mihael. Desculpe. Eu não quis nos prejudicar, juro para você.

- Ah, Merda, Matt! – Ele soca a parede, provocando um estrondo. – Espero do fundo do coração que Near mantenha aquela boca branca dele fechada porque, se eu tiver que sair daqui por sua causa e nunca mais vir Kim, vai se arrepender por ter nascido. Farei você se arrepender por cada minuto de vida que você teve. – O tom de ameaça em sua voz ganha ênfase pelo volume baixo e quase sibilante.

- Porra, Mello, você acha que eu fiz isso para termos que sair daqui? Para te afastar da sua namorada? – Grito, sacudindo seus ombros. – A Íris mora aqui, sabe? E eu amo ela tanto quanto você ama a sua “Snowdrop”, como você a chama. Além do que, não preciso fazer nenhum esforço para afastar vocês, porque ela morra no Japão, caralho!

Em resposta a meu argumento, sinto o punho fechado de meu amigo vir de encontro a meu rosto. O impacto me derruba. Sei que coloquei o dedo em uma ferida aberta, mas eu não quis fazer isso. O que deu em mim hoje?

- Mail. Jeevas. Nunca. Toque. Neste. Assunto. – Diz pausadamente. Massageio o ponto onde ele me acertou, sentindo um pouco de sangue nos dedos.

- Desculpe. Perdi a cabeça.

- Eu também. – Ele estende a mão e me ajuda a levantar.

- Mello? Sabe que eu não fiz de propósito, né? Você é como um irmão para mim. Esteve do meu lado até mesmo naquela noite, eu jamais te prejudicaria. - Vejo-o travar o maxilar ao se lembrar da noite em questão.

- Tudo bem, Matt. E-eu contei para Katherine também. – Ele se refere à menina pelo nome real. Pergunto-me o motivo de tal atitude. - O meu nome, quero dizer. Disse para ela no aeroporto, quando ela foi para lá.

- Mas é diferente. Kim é sua namorada. E eu sou o que do Near?

- Você é o irmão do cunhado dele. Você é o irmão da irmã dele. Além disso, é amigo do Near. E, por Deus, você quer ou não quer que eu te perdoe.

- Quero. Obrigado, Mello. – Abraço meu melhor amigo.

- Só não pense que te perdoarei se der em alguma merda. Mas também não vou te abandonar, irmão.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim, porque fiz com todo o carinho do mundo só para vocês, meus amores.
Por favor, deixem reviews.
Beijos da Ushio, que ama tanto os seus leitores.