Distância escrita por Ushio chan


Capítulo 3
febre


Notas iniciais do capítulo

Oi, voltei. Demorei muito?
Bem, eu fiz meio na pressa. Deculpem qualquer problema.
Bjs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/236657/chapter/3

PDV Kim.

Agora eu consigo comer antes de sair. Eu prometi para Mello e Near, então irei cumprir a promessa. Sigo para a escola junto com Yuki. Ele me avisa que vamos com Raito hoje. Por algum motivo eu não gosto muito do garoto, mas ele é amigo de Yuki, então eu o respeito.

Paramos na frente da casa e a irmã mais nova de Yagami, Sayu, sai de lá e vem conosco.

- Olá, Fu-chan. Yuki-kun. – Ela diz. Sayu me chama de Fu-chan porque não “Kim-chan” não soa bem, então resolveu abreviar meu “sobrenome”. Ela é minha única amiga fora de casa aqui e, mesmo assim, não temos laços muito fortes.

- Sayu. – Dizemos ao mesmo tempo.

O irmão dela sai da casa instantes depois, bagunça meu cabelo – deixando-me furiosa –, e vai falar com Yuki. Sayu e eu vamos embora.

Na escola nós nos separamos e vamos para nossas respectivas salas. Volto à minha expressão vazia de sempre e me sento no fundo da sala. Ichinose e outras duas meninas, Gasai Naomi e Higuri Sakura, olham para mim com desprezo. Pego a agenda eletrônica e começo a anotar coisas sobre cada um na sala. É um número muito maior do que estou acostumada, mas já consegui traçar a maioria dos perfis. Sem querer eu acabo vendo o perfil de Mello. Lágrimas se formam em meus olhos, mas pisco com força e tento ignorá-las. Puxo uma foto dele do bolso. O Mello da imagem me olha muito sério, encarando-me com os olhos negros de modo que sinto que parte de minha alma está caindo por eles. Abraço meu pequeno tesouro e, quando vou guardá-lo, alguém agarra meu braço e puxa a foto. Ergo o olhar para encontrar os olhos azuis de Ichinose Yue. Ela não devia ter feito isso. Mantenho-me calma e fria ao dizer:

- Solte a foto, Ichinose-san.

- Este é seu namorado, Fujibayashi? Pode ter certeza de que está sendo traída.

Mantenho a calma.

- Eu confio nele. Agora devolva, por favor.

- Não. Por que eu deveria? Vai me machucar?

- Talvez eu devesse. Mas não pretendo descer até o se nível. – Digo com a maior frieza que consigo reunir. Gasai e Higuri riem de minha calma diante da situação.

- Ui, que medo. – Diverte-se Sakura.

- Se estiver apaixonada a este ponto por uma foto, Yue, pode ficar. Eu tenho outras em casa. E posso falar com ele de lá também. E você não pode fazer nada. – Dou um certo sarcasmo à minha voz, mas a faço questão de não mudar meu olhar. Psicologia reversa. Truque que uso desde os seis anos. 95% de chance de dar certo. Imediatamente Yue larga a foto no chão e vai embora, pisando nela no caminho. Não estragou. Retiro a foto do chão e a devolvo para o bolso.

O professor de história entra na sala e, como sempre, se se senta na mesa.

- Bom dia. – Diz antes de começar a entregar... Provas. Bem, ao menos não terá aula. Pego a caneta e começo a escrever as respostas corretas calmamente. Termino a prova e pego novamente uma foto. Esta é de todos nós juntos. Tiramos no natal, um pouco antes de Beyond ser levado. Não posso chorar. Sou a garota fria, não posso esquecer-me disso. Mas... Nossos rostos sorridentes me olham, forçando os sentimentos a virem à tona.

Na foto, L abraça B e pousa calmamente a cabeça no peito do serial killer. Eles ficam bem juntos, mas a semelhança entre eles faz com que todos achem que é uma relação incestuosa entre gêmeos idênticos. Matt e Íris sorriem timidamente para a câmera. O braço dele abraçando sua cintura e a cabeça deitada na dela. Mello... Mello está atrás de mim, os braços envolvendo minha cintura. Uma de minhas mãos tem os dedos entrelaçados aos dele e uso a outra para puxar o corpo de Near para perto de mim.

Lembro-me exatamente do que acontecia no momento da foto.

Flashback On – d(^_^o)

Roger chegou à sala de brinquedos com uma máquina fotográfica e nos mandou posar para uma foto. No início não queríamos, mas ele insistiu até que atendêssemos ao pedido. Beyond e L se abraçaram. Matt segurou a cintura de Íris e beijou seus cabelos escuros antes de virar o rosto para a câmera. Me assustei ao sentir as mãos de Mello puxando-me para trás, de encontro a seu peito e nos colocando no espaço apertado entre Beyond e L e Íris e Matt, mas a sensação de sua proximidade era boa demais. Assim, entrelacei nossos dedos e sorri para a câmera. Abracei Near com o braço livre, trazendo-o para perto. Agora vejo que até ele sorriu para a foto.

Sem dúvida a melhor foto da qual já participei, mas não por causa da imagem em si. Foi o melhor momento da minha vida, embora só fosse ser perfeito se meus pais estivessem vivos.

Flashback Off – o(|_|)o

-          Fujibayashi, não olhe os materiais. – Ralha o professor.

-          Não estou colando, apenas vendo uma foto. – Mostro rapidamente a imagem. – Eu já terminei a prova, é sério.

Ele vem revistar meus materiais. Abre minha mochila, meu estojo, vê a foto de Mello e a que tiramos no Natal. Por fim, acaba decidindo que sou inocente.

A sengunda aula é inglês.

A terceira educação física.

Educação física.

Artes.

Meio dia, hora do almoço. São 20:00h em Londres.

Como meu lanche, uma maçã, e vou para a biblioteca para jogar “resta 1”. Descobri que o locas serve como sala de jogos para os nerds da escola, ou seja, eu. Me ajoelho diante do tabuleiro e organizo as bolas de gude nos buraquinhos. Coloco um cronômetro ao meu lado e começo a jogar. 4:44min. É meu recorde.

De repente ouço meu celular começar a tocar “the place where wishes come true”, o toque que dei para qualquer pessoa do Wammy’s House, exceto Near, cujo toque é “Dango Daikazoku”. A bibliotecária me olha como se pudesse me matar por isso. Corro para fora para atender o telefone.

- Matt?

- Não. Beyond. O telefone do Matt era o mais próximo.

- O que aconteceu, B?

- Na verdade não... O Near... Droga, eu sou um serial killer, não consigo ser sensível o bastante para falar isso. Toma, Mello.

Ouço uma conversa ao fundo. “Ok, tente reanimá-lo”- É a voz de Mello.

“Tentarei”. - B responde.

- Sou eu, o que aconteceu? – Digo rispidamente. Não quero falar assim com Mello.

- Eu... Hoje o Near não desceu para comer, então vim ver se ele estava bem e... – Lágrimas começam a escorrer. Near não faria isso, faria? Não estou escutando certo.

- Mello, o que. Aconteceu. Com. O meu irmão? – Digo, interrompida por soluços.

- Kim, calma... Não chore, por favor.

- Eu não vou ficar calma, você prometeu que cuidaria dele!

- Ele vai acordar, Kim.

- Mas e se...

- Katherine! – Ele berra do outro lado.

- O quê? E, olha, eu adoraria se não gritasse o meu nome por aí.

- Desculpe. Near estava com febre a semana inteira. Eu não contei nada para não te preocupar muito, mas ele estava. Eu cheguei aqui e ele não abriu, então arrombei a porta e o encontrei inconsciente no chão, ardendo de febre. Matt estava comigo, ele foi chamar o Roger. Ah, eles chegaram. – Ouço Mello dizer algo ininteligível para Roger. Depois passos e a cama rangendo, obviamente sob o peso do louro. Um som de quebrar. Ele mordeu o chocolate.

- Mello? Coloque no viva-voz. – Peço. Em um segundo posso escutar tudo o que se passa no quarto.

- Oi, Kim. – Dizem Beyond e Matt.

- Oi, gente. – Minha voz ainda está embargada. – Qual é a temperatura do Ne-Ne-chan?

- Ainda estamos medindo. Em dois minutos nós dizemos.

- Eu não tenho dois minutos, mas tudo bem. Vou chegar atrasada. É por uma boa causa.

- Ok. E como estão as coisas aí no Japão? – Pergunta Matt.

- Tudo bem...

- E na escola? – Insiste o ruivo. – Muitos amigos? Algum garoto interessante? – Escuto um soco do outro lado da linha. Tenho quase certeza de que Mello quebrou o nariz de Matt.

- CLARO QUE NÃO! COMO PODE SUGERIR ALGO ASSIM? – Grito. – Você sobreviveu, não é, Matt? – Como está Near? Por que o tempo não passa?!

Do outro lado da linha, a voz dele está lenta e as palavras são confusas ao afirmar que está bem.

- A culpa foi dele... – Diz Mello. – Hey, já deu tempo, não? Vou ver a temperatura... CARALHO! PUTA QUE PARIU, 40 graus de febre! Não me admira que tenha desmaiado...

- 40? Tem certeza?

- Sim, este termômetro é daqueles de mercúrio, não houve erros. – Diz Matt.

- Merda! – Passo os dedos no cabelo e começo a enrolar uma mecha branca. Desisti das trancinhas e comecei a imitar Near. É como ter uma parte dele comigo quando faço isso. – Não é possível! Como eu queria poder cuidar dele... Acho que vou pedir para ir para casa para podermos conversar melhor.

- Faça isso. Vão entender. – Diz Beyond. – Mesmo porque... Bem. Você entendeu.

- BB! Não quero nenhum assassinato brutal nesta escola. Mesmo que a odeie.

- Bem, quem sabe você não volta para cá...

- Duvido muito, ainda estou pensando num jeito de resolver este problema em particular. Agora eu vou desligar.

 - Não, não desligue. Talvez se Roger dissesse algo isso aumentasse suas chances...

- Sim. Farei isso. – Diz Roger.

- Obrigada. – Digo enquanto vou para a sala do diretor. Ele é um homem muito alto e magro, sempre em um terno impecavelmente passado e lavado.

- Diretor Higuchi. – Bato na porta. Ele faz sinal para que eu entre.

- Não está atrasada para a aula?

- É sobre isso que eu queria falar. Peço que me dispense por hoje, porque o meu irmãozinho está inconsciente e com muita febre e eu preciso entrar em contato com ele de uma forma que não pelo celular.

- E como pretende provar que isso é verdade? Que eu saiba, seu irmão mora na Inglaterra.

- Eles me ligaram e ainda estão na linha. – Coloco o celular sobre a mesa.

- Roger? – Chamo.

- Sou eu. Sou o diretor do orfanato onde Kim morava, o Wammy’s House. Meu nome é Roger. Hoje Matt veio me chamar, avisando que ele e Mello haviam encontrado o pequeno Near inconsciente em seu quarto. Peço que dispense Kim das aulas de hoje.

- Sim... Farei isso.

Recebo a permissão para sair mais cedo.

- Arigatou Gosaimasu. – Agradeço e saio correndo para o portão, indo direto para minha casa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram?
Espero que sim...
Beijinhos. Começarei a trabalhar no proximo cap.
- Ushio