Distância escrita por Ushio chan


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Oi, amores! Sei que demorei um pouco para postar, mas é que o capítulo NÃO FICAVA PRONTO! Eu escrevi, escrevi e, no fim, ficou com 5555 palavras, então vou dividir em dois. Hoje posto um, amanhã posto outro.
Nossa... Nunca achei que esta fic fosse chegar aos dezesseis capítulos.
Outra coisa, este capítulo é dedicado à minha querida Ayame Kioshi. Beijos, menina!
Boa leitura, amores!



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PDV BB  

Lawliet está começando a me irritar. Ele não sai da frente daquele maldito computador! Argh! Será que ele pode parar de prestar atenção no caso só um pouquinho?! E se eu... Não, L jamais me perdoaria se eu matasse alguém ou algo parecido com isso. E se eu matasse só uma pessoa, poderia ter uma recaída! Não, mesmo que eu ache alguém com a expectativa de vida acabada, deixarei que ela morra por si só.

Pego mais um dardo e atiro bem no olho de Naomi Misora. Não importa o quanto Lawliet reclame, eu a odeio. Ela me deixou infurnado naquela cela por anos, e só não me mandou para o corredor da morte porque L não deixou. L... Sempre me tirando deste tipo de enrascada. Mas desta vez eu prometi a mim mesmo que só mataria alguém se fosse para auto-defesa.

Estendo a mão para pegar o pote de geléia de morango e começar a comer. Ah, este gosto doce. Me ajuda a pensar. O açúcar, devo concordar com L, é o melhor combustível para o cérebro.

-         Ei, Lawliet?

-         Hm?

-         Pode sair desse computador por um instante que seja? – Peço. Minha cópia de olheiras, cabelos bagunçados e boas intenções se vira para mim.

-         O que quer, Beyond? – Pergunta friamente.

-         Quero fazer alguma coisa. Estou entediado.

-         Saia do quarto, BB. Só não mate ninguém. – Pede. Não acredito! Ele confia em mim a ponto de me deixar sair! Isso me deixa tão feliz que perco a vontade de matar Naomi Misora!

-         Jura?

-         Sim.

-         Mesmo?

-         Em quantas línguas quer que eu diga que sim? – Ele sorri para mim. – Confio em você, Beyond. – Me aproximo dele e o beijo. Um beijo longo e demorado, que só poderia mesmo ter um propósito específico. Puxo Lawliet para meus braços e o jogo na cama.

(Nota da Autora: Todos sabemos como isso vai terminar, né? Para quem curte lemon, foi mal, mas não me sinto segura para escrever...)

PDV – Kim.

Abro meus olhos e olho em volta. Hã? Onde estou? Sento-me na cama e olho para as cobertas roxas... Wammy’s House? Eu voltei! Sim, eu me lembro de estar no carro entre Near e Mello.

-         Ei, finalmente acordou!

-         Near? – Olho para meu irmãozinho que acabou de sair do banheiro.

-         Olá, Onee-chan! – Ele sorri e se senta na cama. Me aproximo dele e o abraço. É tão boa a sensação de abraçar Ne-Ne novamente... Simplesmente não quero mais soltá-lo!

-         Kim! – Sinto minha amiga se jogar sobre mim. – Você não sabe como foi difícil tirar o Near daqui para comer! O garoto não saia do seu lado e você estava dormindo como um cadáver!

-         Como eu vim parar aqui? – Pergunto cheia de curiosidade.

-         O Mello é bem forte, sabia? – Responde Near. Sinto minha expressão mudar só com a idéia de Mello me carregando no colo.  – BB disse para te acordarmos, mas não quisemos. Por que está vermelha?

-         Hã? Nada! – Digo rapidamente. Ah, minha pele clara... denunciando meus sentimentos desde que nasci!

-         Aham... Acredito. – Íris diz com o sarcasmo estampado no rosto.

Levanto-me da cama, perguntando por minhas malas e dizendo que vou tomar banho. Íris me indica o armário e eu o abro. Minha mala já está desfeita! Eles arrumaram as coisas para mim?!

Pego uma roupa e entro no banheiro, ligando a água quente e entrando. Ah, eu precisava mesmo disso. Relaxar.

Reparo que, pela primeira vez desde que fui para o Japão, em especial depois da perda de Yuki-kun, eu estou com fome. Fome de verdade, meu estômago dói com o ácido sendo liberado diretamente nele, sem comida para digerir. Ótimo, desenvolvi uma gastrite. Tudo o que eu precisava mesmo. Olho para a minha própria barriga, vendo que minhas costelas estão bem saltadas. Oh, merda, Mello me estrangulará durante as aulas de natação. Querido Akira, obrigada por, ao menos, não me deixar morrer de fome sem querer... Penso.

Saio do chuveiro e me visto. Abandono o banheiro enquanto escovo o cabelo. Mello, Matt, Leila, Ushio e um garoto que não conheço se juntaram a Near e Íris. Vou em linha reta para os braços de Mello, afim de me lembrar de como é seu abraço, uma vez que não estava cem por cento acordada da última vez que o recebi.

-         Snowdrop! – Sussura em meu ouvido enquanto me abraça e me gira no ar. Solto um gritinho ao notar que estou bem longe do chão. – Deus, garota, como você está leve! – Acrescenta ao me colocar no chão, antes de me beijar. Não posso evitar que o sangue suba ao meu rosto. Como Mello consegue não sentir ao menos uma pontinha de vergonha ao me beijar em público? Quer dizer, a vontade de beijá-lo é muito maior que a timidez, mas... Bem, meu irmão está olhando. Fora os comentários dos expectadores.

-         Vamos, Shio-chan, é melhor deixá-los sozinhos. – Ouço o garoto novo dizer.

-         Yoshi, Ino-kun. – Responde ela em sua voz de Furukawa Nagisa*. Ino. Esse é o nome do menino. Não vou esquecer. Mello me solta a tempo de vê-los saindo com os dedos entrelaçados.

-         Hm... Eu preciso comer alguma coisa. – Digo, ainda colada ao corpo de Mello.

-         também está só nos ossos. Maldita depressão.

Nós seis saímos juntos do quarto e vamos para as escadas, subindo até o quarto andar para chamar Beyond e L. Paramos na frente da porta. A mão de Leila se dirige para a maçaneta, fechando os dedos em torno do objeto redondo, frio e dourado em seguida. Seu pulso começa a girar lentamente para a direita, empurrando o trinco para dentro da porta.

O tempo parece parar quando escuto um barulho extremamente suspeito dentro do quarto. Um impacto profundo contra o velho piso de madeira. Em seguida, um gemido. Minha mão voa automaticamente para o pulso de Leila, segurando-o. Todos os olhares se dirigem a mim, questionando minha atitude.

-         Escutem. – Digo, apontando para a porta. “Argh! Beyond!”, diz a voz de L em um tom delirante. – É melhor não abrir isso.

-         Por que não? – Pergunta a ruivinha de sete anos de idade. Sinto meu sangue subir ao rosto. Preferia não ter a conversa com Leila.

-         É, Kim, você nos meteu num problemão. – Ri Matt.

-         Gomenasai! Mas isso é bem melhor do que o trauma que essa menina teria se abrisse a porta. – Digo. – Ei, vamos embora daqui?

-         Mas não chamamos L e BB! – Choraminga a menina mais nova, ignorando a parte do “trauma”.

-         Eles estão muito ocupados agora. – Íris a puxa pela mão.

-         Como você sabe? – Insiste.

-         Eu, Kim e Ushio te explicaremos depois de comermos.

-         O que a Ushio tem a ver com isso? – Near se atreve a perguntar. Ao menos eu não terei de falar com ele também. Obrigada, mãe, por ter falado com ele e comigo ao mesmo tempo, mentalizo para ela, torcendo para que possa escutar de onde quer que esteja.

-         Ela divide o quarto conosco. Se quiser colocar os fones de ouvido dela e escutar seu precioso J-Rock no volume máximo, ou sair com o Ino, que seja. – Responde Íris.

Seguimos para o refeitório, sentando-nos na mesma mesa em que se encontram nossa nova colega de quarto e o garoto de cabelos castanhos e bagunçandos, Ino.

Pela primeira vez em minha vida, coloco uma quantidade relativamente grande de comida em meu prato. E Nate também pegou bem mais comida do que o usual. Nossa! Há quanto tempo eu não pensava em Near como Nate!

Comemos em uma velocidade incrivelmente rápida, mas nos mantemos na mesa conversando. Leila não para de implicar comigo, Íris e a “Menina-Roxa”. Percebo que a terceira está cada vez mais irritada com a situação, em especial por não saber o que está acontecendo.

-         Alguém pode por favor explicar para essa menina que eu não sei de que merda é que ela está falando?! – Grita ela em dado momento.

-         Calma, Shio-chan!

-         É, menina, o que é isso? TPM? – Pergunta Mello, em um daqueles momentos nos quais ele é irritante como só ele próprio sabe ser.

-         É, é TPM sim, por quê? – Rosna a Menina-Roxa.

-         Calma, Violeta, estou só provocando! Não quero saber se você está ou não neste período do mês! – Sinto uma pontada no coração ao escutar o apelido novo de Ushio. É como se um monstro tivesse despertado dentro de mim. Um sentimento completamente desconhecido toma conta de mim por um segundo, criado exclusivamente a partir daquele apelido. É algo que se assemelha ao medo, mas não exatamente isso. Um frio na barriga, um aperto no coração, um nó na garganta. O que é isso?! – Snowdrop? Tudo bem? – Escuto a voz de Mello se dirigir a mim agora. Todos os sintomas desaparecem em um piscar de olhos.

-         Hã? Ah, sim, tudo bem. – Respondo, estremecendo quando suas mãos tocam meu cabelo.

-         Tem certeza, onee-chan?

-         Sim, Ne-Ne. – Sorrio para meu irmãozinho. Este sorriso é mais do que verdadeiro, então ele não deve questionar ou tentar me fazer explicar o que aconteceu. Mello ainda afaga meu cabelo lentamente, tentando afastar de mim um sentimento horrível que ele não sabe que passou por mim e eu não sei como denominar. – Ei, por que não vamos lá para fora um pouco? O dia não está muito ensolarado, Near, não vai incomodar.

-         Ok. Sem problemas.

-         É, Carneirinho, acho que você já passou um bom tempo isolado da humanidade, concorda? – Acrescenta Mello. – Aliás, o simples fato de a Kim querer sair já é um motivo para comemorações.

-         Mello! – Dou-lhe um tapinha no braço, sem força alguma. O resultado? Um nó enorme no meu cabelo. Sinto uma certa nostalgia com esta situação. É como aquela tarde, quando o louro me contou sobre seus sentimentos.

-         Ei, lembra daquela tarde quando estávamos no sol e você simplesmente desmaiou em cima de mim?

-         Eu lembro... – Near se pronuncia. – Linda quase me matou do coração ao dizer que você estava na enfermaria, onee-chan!

-         Nunca vou entender o que aconteceu naquele dia. Eu estava usando protetor solar e o uniforme. O sol mal estava batendo em mim! Eu não deveria ter tido uma insolação.

-         Acho que não foi uma insolação que você teve, Ki-Ki. Acho que foi mesmo é a proximidade do Mello. – Matt, é claro, provoca. Fico completamente vermelha.

-         Não... Eu... Enfim, foi uma insolação mesmo. Fiquei até com queimaduras. – Para provar que é verdade, afasto o cabelo do pescoço, mostrando uma pequena marca meio enrugada e mais escura que o resto da pele.

-         Não foi esse machucadinho que te fez desmaiar, Kim, fale a verdade. – Insiste o ruivo. Escondo o rosto no peito de Mello, a timidez me dominando. Não me entenda mal, eu amo o Mello e não tenho um pingo de vergonha disso. Só sou tímida demais e não tenho a capacidade de lidar com a implicância de Matt. Se fosse como Yue, que era minha inimiga, eu seria fria e não reagiria, mas Matt é meu amigo.

-         O que ela quer dizer, acredito, é que ela ainda não gostava de mim naquela época. Não é, Kim? – Faço que sim com a cabeça, o rosto ainda oculto.

-         Gomenasai. – Sussurro.

-         Relaxa. A vida é assim mesmo.

-         Ei, casal feliz! Vão para um quarto! – Ino parece ter o mesmo espírito irritante e simpático de Matt.

-         Ino-kun! Deixe-os em paz! – Ushio nos defende, mas mesmo assim eu e o louro nos separamos. Near também nos olha com um olhar um pouco antipático. Acho que ainda levará um longo tempo para que Near aceite minha relação com Mello, ainda que ele goste mais do louro agora, pelo que posso perceber.

Saímos todos da casa, indo ficar um pouco diretamente sob o céu nublado. Caminhamos pelos jardins do orfanato, chegando até... Oh! O lugar abandonado no qual Mello e eu  passamos aquele intervalo. Continua igualzinho. Perfeito. Como aquele dia foi, quando penso nele agora.

Estendo minha mão para ele, que a segura. Às vezes vínhamos aqui para ficarmos sozinhos, antes de eu ser adotada. Era muito bom. Muitas lembranças se passam por minha mente.

-         Íris! Você ainda não me explicou. Conte-me o que estava acontecendo! – Pede Leila, com curiosidade transbordando na voz infantil.

-         Muito bem, sente-se, chibi-chan. – Mando. Ela se senta na grama com as pernas cruzadas e eu, Íris, Ushio e Mello a imitamos. Ele tenta evitar, mas nossos dedos ainda estão entrelaçados. – O que sabe sobre como os bebês são feitos?

-         Bem... Nada. Só sei que ficam no útero, mas não entendo como eles vão parar lá... Uma vez perguntei para a minha mãe, mas ela disse que falaríamos disso quando eu fosse mais velha. – Responde.

-         Comecemos pelo básico. O que sabe sobre menstruação? – Ushio se mete.

-         Não é um sangramento que acontece mensalmente com as mulheres?

-         Hai. – Ushio responde antes de explicar o resto do processo para a ruiva.

-         Ew... Mas e se o óvulo for fecundado? E como isso acontece?

-         Aí a mulher engravida. Isso acontece quando um espermatozóide consegue entrar no óvulo. – Digo. Ok, consegui! Não fiquei vermelha dessa vez!

-         Um o quê? E como isso acontece?

-         Bem... Um espermatozóide é uma célula que, digamos, “completa” o óvulo, transformando-o em uma célula embrionária e passando para ela toda a informação sobre como o bebê vai ser. E os espermatozóides ficam no... corpo dos homens. – Mello ri. Dou uma cotovelada em suas costelas. – E... bem... É aí que começa mais ou menos o que estava acontecendo no quarto do BB e do L.

-         E como isso acontece, Snowdrop, explique para ela! – Mello provoca.

-         Eu não vou dizer isso em voz alta! – Digo, voltando a enterrar o rosto na blusa dele. Matt e Ino riem. Near se senta ao lado de Leila e coloca o braço em torno dos ombros da ruiva.

-         O que está fazendo? – Pergunta.

-         Você vai precisar de muito apoio depois de escutar o que vai escutar, acredite. Eu fiquei uma semana sem dormir depois que a minha mãe falou comigo e com a Kim. E nem conseguia olhar nos olhos da minha irmã.

-         A questão é, quem terá coragem de dizer pra essa menina, tirando toda a  sua inocência?

-         Sabe alguma coisa sobre sexo? – Arrisca a Menina-Roxa.

-         O que é isso?

-         Bem, quando duas pessoas se amam muito, elas às vezes fazem sexo.

-         Tipo o Mello e a Kim?

-         Isso você pergunta para eles. – Ri Matt.

-         Kim? Você e o Mello já fizeram isso?

-         Não! – Exclamo, ficando vermelha como um pimentão. Não! Como o vestido do meu uniforme no Japão.

-         Por que não?

-         Bem...

-         Muito novos. – Mello fala por mim.

-         O que isso tem a ver?

-         Bem, o sexo envolve uma série de responsabilidades, riscos... Bem, primeiro que a menina pode engravidar.

-         Mas alguém pode me explicar o que isso envolve?!

-         Basicamente o garoto coloca os próprios órgãos sexuais nos da menina. – Mello diz.

-         Hã? Como?! – Pergunta Leila. É Matt quem fala desta vez. – EEECCAA!!!!! – Geme a menininha. – Mas o que isso tem a ver com os espermatozóides?

-         É o único meio de eles chegarem lá...

-         Como?

-         O garoto goza, porra! – Exclama Ushio, já cansada da conversa e impulsionada pelos hormônios da TPM.

-         É quando ele... Libera os espermatozóides no corpo da garota.

-         Mas se isso envolve um garoto e uma garota, como BB e L...?

-         Nem sempre. Tudo depende da orientação sexual das pessoas, ou seja, se eles gostam de pessoas do sexo oposto ou do mesmo sexo. Se houver amor entre as duas pessoas, está valendo. – Sorrio para ela.

-         Ah! Ok, entendi. Não foi assim tão ruim, Near. Não parece muito bom, mas não exatamente repulsivo.

-         Só nos faça um favor?

-         Hã?

-         Não diga a ninguém que tivemos essa conversa. – Pede Íris.

-         É. Aliás, ótima conversa. – Me pronuncio.

-         Certamente. Bem que podíamos ir embora agora, tipo, cada um para o seu canto, cada macaco no seu galho. – Mello diz, levantando-se e me puxando para cima.

Nosso grupo se dispersa, Íris e Matt indo para um lado, Ushio e Ino para o outro, eu e Mello para um terceiro e Near e Leila ficaram por lá mais um pouco. Prometo a mim mesma que passarei o resto do dia com meu irmão.


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Notas finais do capítulo

ARGH! Ficou horrível, não é? Ah, eu sei que ficou, desculpem! Mas a segunda parte do capítulo é um milhão de vezes melhor, juro!
Bem, a parte do BB e do L foi a Ayame quem pediu, pois ela disse que estava com saudades do casal e eu quis fazer isso por ela. E acho que foi a única parte do capítulo que ficou descente, não foi? Podem falar, eu deixo!
Bem, amores da minha vida, beijos para todos, mesmo que tenham odiado o capítulo.
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