I Miss You So Far escrita por FuckinWay


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oi, como estão?
Muito obrigada pelos reviews, sim?
Esse e o próximo capitulo são P.O.V do Frank, espero que gostem.



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Saudades, lembranças, culpa, a voz estridente de Linda vinda da cozinha, gritando frases que me faziam querer morrer... Foi com esses pensamentos que arrastei a pequena lamina por meu braço pela terceira vez naquele dia, sentindo meu corpo oscilar ao libertar o sangue de cor escarlate, que escorria de encontro a meus dedos, saindo do corte recente e reabrindo alguns mais antigos. Deixei meu corpo escorregar pela porta polida, jogando-me contra o chão gelado de mármore do banheiro. Minha mãe continuava gritando, cada palavra dela doía mil vezes mais que qualquer um dos cortes, mas agora eu estava longe, concentrando apenas no corte aberto, deixando cada vez mais daquele liquido viçoso pelo chão escuro, que eu nem precisava mais me preocupar em limpar, afinal, Linda não se importava mais.


Pois bem, conheçam minha tão odiosa mãe. A mulher extremamente doce perante aos outros, é a mesma tão insensível, mesquinha e homofobia, que se preocupa somente com parecer ser uma boa mãe aos olhos alheios. Ninguém conhecia esse lado de Linda, e eu nunca fiz questão alguma de mostrar aos outros sua verdadeira face, pois era quase impossível que alguém acreditasse, afinal, o que os outros achavam era que ela era uma mãe carinhosa, exemplar, e que eu devia relevar o fato de ela não aceitar minha sexualidade. Eu sinceramente não acredito que já fui amado por ela, afinal, quem ama não vira as costas, certo? Não diz pro único filho coisas como as que esta gritando, agora do outro lado da porta que ela esmurra como se não houvesse amanhã, tirando-me de meu transe.

– Você só esta debaixo do meu teto ainda, Anthony, porque é menor de idade! Se não fosse minha obrigação, eu nunca iria sustentar um homem como você. - eu sentia a porta onde ela desferia socos e provavelmente pontapés tremer em minhas costas, enquanto a voz dela parecia perfurar meus tímpanos. - Homem... - riu - Como se alguém como você pudesse ser chamado de homem. Você desonra nossa família Antony, o que acha que seu pai iria achar se estivesse vivo, heim?! - e com isso pude ouvi-la sair de perto do banheiro e bater a porta de meu quarto em seguida.

As lágrimas se misturavam ao meu sangue, que agora já não jorrava com tanta intensidade. Aquilo me lembrava a última vez que vi Gerard. Meu Gerard. Meu único amigo, e provavelmente a única pessoa nesse mundo que realmente já se preocupou comigo um dia, e que graças aquele monstro que se dizia minha mãe, eu tive que abrir mão.

A discussão era intensa, como todas as que vínhamos tendo a algumas semanas. Na época eu ainda perdia meu tempo e palavras para tentar mostrar a Linda, que Gerard era essencial em minha vida. Ela não entendia que nunca havia acontecido nada entre eu e ele, na cabeça dela, o fato de eu ser gay significava que eu "me esfregava" -como ela mesma dizia- em qualquer homem que se aproximasse de mim, e foi então que pronunciou a frase que acabou com o pouco de felicidade que ainda me restava.

– Quero que fiquei longe de Gerard. Se eu vir você com aquele outro viadinho, eu faço da vida dele um inferno, ‘tá me ouvindo Frank? Eu não o quero aqui, e também não quero você se encontrando com ele, fui clara? - a voz dela ecoava em meus ouvidos, e eu tinha a total certeza de que não adiantava retrucar ou desobedecê-la, ela possuía contatos, e poderia acabar com a vida social de quem quer que fosse. Apenas concordei, chorando como nunca antes, pensando em formas de me afastar de Gerard.



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Notas finais do capítulo

E então, o que estão achando? Estou abusando muito do drama?
Deixem reviews por favor, aceito criticas, sugestões e tudo mais. ♥