Eu adoraria começar minha história com algo normal, do tipo: “acordei, o dia estava lindo bla bla” ou ainda, falar da minha família. O que eu acredito que não seja muito bom.

Eu sempre acreditei em cavalos alados (pegasus ou pégaso, ou seja lá como é chamado) e unicórnios ou outros tipos. Mas, irei explicar melhor.

Tudo começou no final da aula de álgebra. Ouvi um barulho vindo da sala de música e ninguém mais pareceu ouvir. Ignorei. O sinal tocou, e todos saíram da sala. Eu fui ver o que causou o barulho. Assustei-me.

 Um cavalo com asas – ou pégaso. Ou sei lá! Ainda me confundia com essas coisas. Mas em fim. Eu estava sozinha quando me deparei com o bicho. Ele era estranho, mas muito fofo.

 - O que você está fazendo aqui, Gih? – perguntou Julie, minha melhor amiga. – parece que viu um fantasma.

Eu ainda estava fascinada, mas a partir do momento em que Julie falou comigo, o bicho sumiu.

- Eu... Eu não sei. – gaguejei.

Fui para a sala com Julie. Não consegui mais prestar atenção na aula, pedi permissão à professora e sai. Fui à sala de música.

- Onde você está bicho?

Nada.

- Hey! Apareça.

Procurei um pouco. O bicho estava atrás de alguns instrumentos. Tremendo.

- O que houve bicho? Meu deus!

Mais uma vez, nada. Esperei alguns minutos, mas o sinal tocou.

- Acho... Acho que tenho que ir. – falei ao pégaso.

Voltei para casa com a Julie, ela iria dormir uns dias em minha casa, pois a mãe dela estava viajando, e o pai, pode-se dizer que Julie não conheceu seu pai.

- Você ainda não disse o que viu na sala de música... – ela disse.

- Eu vi algo como um cavalo com asas... Ele brilhava, muito.

Ela apenas riu.

- Só você mesmo, Gih. Essas coisas não existem. Bom pelo menos eu nunca vi um desses...

Fiquei calada. Não acreditava naquilo que tinha acabado de ouvir. Há poucas horas, eu tinha visto um cavalo. E não era um simples cavalo. Era um pégaso, e muito real para mim. Eu e Julie fomos almoçar, depois estudamos um pouco e conversamos. Resolvi ir ao colégio.

- Bicho, eu sei que você está ai. Por favor apareça. Fale comigo. Eu não vou te machucar. – falei.

O bicho tinha sumido de novo. Procurei por toda sala. Ele não estava.

- Talvez seja sua imaginação Gih. Vamos... Alguém vai nos pegar aqui e brigar com nós.

- Se quiser ir vá. Desculpa Ju, mas preciso ficar sozinha.

- Como você quiser.

Julie saiu. Continuei procurando o pégaso, quando senti algo atrás de mim.

- Ai! – falei.

Olhei para trás, era o pégaso. Ele parecia sorrir. Os olhos dele de repente brilharam. E me veio na mente: “leve-me para sua casa, por favor. Não estou seguro aqui.”

Mas como? Ele falou comigo?

“Por favor, me tire daqui. Eu não estou seguro”.

- Hum... Ah. Não sei se devo. Como te levarei? Meu deus! E... você falou comigo?

“Claro, garota, acharia que eu estava falando com mais quem? Agora me tire daqui”.

Aquele bicho gostava muito de mandar para falar a verdade.

- Se você me mostrasse como te ajudar...

“Ai meu deus, esses jovens de hoje!” ele pareceu reclamar “Vamos, me leve para sua casa. Livra-me daqui.”

Resolvi como levaria o pégaso até minha casa. Lá não teria espaço para mais um habitante... Mas pensei o quanto seria legal voar ou fazer qualquer coisa com um pégaso.

- Ok, eu te ajudo. Mas, o que eu ganho com isso?

“Provavelmente, tudo minha jovem. Tudo o que a senhorita quiser.” Disse-me.