O Legado Das Trevas escrita por caiofernandos


Capítulo 2
Capítulo 1 - A decisão da Corte




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O sol estava se pondo no horizonte, formando um lindo pôr-do-sol. As cores se misturavam de uma forma espetacular, uma junção de laranja, amarelo e vermelho que, junto com a meia circunferência do sol, dava a aquelas três pessoas uma visão inesquecível da natureza.

Harry e Gina Potter estavam abraçados um com o outro, sentados na grama, apreciando a linda vista. Ao seu lado, Rony e Hermione Weasley estavam de mãos dadas deitados, olhando para as nuvens no céu. O parque estava relativamente vazio, com apenas algumas pessoas caminhando e outras famílias.

Os dois casais haviam combinado de se encontrarem no parque um dia após a ida de seus filhos para Hogwarts. Queriam reviver os velhos tempos. Só eles, os ex-alunos que salvaram o mundo. Que destruíram as horcruxes e que derrotaram Voldemort. Por um longo tempo só ficaram ali, observando o crepúsculo.

– Você lembra quando nos conhecemos? – perguntou Harry, quebrando o silêncio.

– Lembro. Perfeitamente. – disse Rony. – Eu fiquei impressionado por você ser Harry Potter, o menino que sobreviveu.

– Aí veio a Hermione se sentar com a gente e você tentou fazer um feitiço com o Perebas...

– Mas não deu certo... – Hermione riu, apertando mais forte a mão de Rony.

– Foi quase, vai.

– Não foi não. – responderam os dois em uníssono e todos riram. Seguiu-se um silêncio onde as recordações fluíam entre suas mentes, desde o primeiro ano até os dias atuais.

– Foram sete anos estranhos, né? – Rony disse

– Foram mesmo. Cheios de aventuras e desafios. – Harry concordou.

– Dava até para escrever um livro. – Gina se manifestou. – “As aventuras de Harry, Rony e Hermione”.

– Pior que dava mesmo. – Rony respondeu. – Você que escreve, Hermione, não é você a sabe-tudo?

– Para de ser besta, seu bobo. – ela deu um tapa de leve nele, enquanto os outros riam. Deu início a um novo momento de silêncio. Porém, ao contrário da maioria dos silêncios, esse não era ruim. Era bom, amigável, confortável. O silêncio traduzia o sentimento deles naquele momento, sentimento aquele que não podia ser escrito por simples palavras. Apenas o simples fato de se encontrarem ali, juntos, como no passado, já fazia do acontecimento algo inesquecível.

– Vamos caminhar um pouco? – sugeriu Harry, se levantando. Os outros o acompanharam, e andaram na grama, por entre as árvores. Conversaram no caminho, sobre suas vidas agora, sobre o passado, sobre o futuro. Sobre os seus filhos, sobre a família, sobre a escola. Também riram bastante com as piadas que eram contadas.

Até apostaram uma corrida. Foi uma corrida de casais, cada um corria com o seu companheiro de mãos dadas, não podendo soltar a mão até a linha de chegada. Rony e Hermione saíram na frente, e estavam ganhando distância, quando Rony tropeçou e caiu no chão, com Hermione em cima. Harry e Gina não conseguiram brecar e caíram também em cima dos outros dois. Era uma cena cômica. Quatro adultas se divertindo como crianças.

Foi ali no chão, um cima do outro, rindo, que Harry percebeu que era feliz. Tinha uma família maravilhosa, filhos lindos e uma ótima esposa, trabalhava como auror no Ministério da Magia e tinha os melhores amigos do mundo. Não se arrependia de nada. Era o homem mais feliz do mundo.


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Grim Steward caminhava rapidamente pelo Ministério de Magia e seguia até as masmorras. Passou por corredores e salas até entrar no Velho Tribunal. Era uma sala circular, com uma espécie de arquibancada que formava uma meia-lua. Sentados lá estavam quarenta e nove pessoas, os membros da Suprema Corte Bruxa.

Os homens e mulheres que decidiam as questões mais importantes e os assuntos de maior destaque. Eles que faziam o mundo caminhar. Tomavam decisões importantes e mudavam os rumos da história. Agora eles haviam sido reunidos ali mais uma vez para tomar outra decisão. O novo ministro bruxo.

A chegada de Grim fez todos pararem de conversar e esperar. O bruxo caminhou em direção aos assentos e subiu uma pequena escada, sentando-se no lugar principal, onde antes ficaria o ministro. Ele era o Alto Conselheiro, o que apoiava o ministro e o chefe da Suprema Corte. Com a morte do ministro, coube a ele liderar a corte.

Era um homem de estatura mediana, com longos cabelos cinza até os cotovelos. O rosto era firme e determinado, um pouco velho devido aos seus 65 anos. Vestia a roupa do seu cargo, uma veste cor de ameixa com um W bordado no peito esquerdo, igual ao das outras pessoas no local. A diferença era que na sua roupa havia um pingente de um caduceu com duas cobras em volta, o que representava ser o líder.

A Suprema Corte, da visão do Alto Conselheiro, era dividida em duas partes: à sua esquerda, estavam os conservadores, aqueles que eram tradicionais, que acreditavam em leis estáticas, sem mudanças. Em contra partida, a direita era formada por liberais, que buscavam um reforma no Código de Leis do mundo bruxo e de novas decisões. A discussão de hoje seria longa. Tomou em suas mãos o pequeno martelo de juiz e bateu na mesa.

– Eu, Grim Steward, declaro agora iniciada a sessão nº 4.536.

Novamente bateu o martelo na mesa.

– A convocação dessa corte foi feita de forma rápida e apressada. Assim sendo, peço as devidas desculpas, no entanto, o assunto é de uma urgência inigualável. A informação ainda não foi divulgada, porém, o ministro da Magia, Quim Shacklebolt, está morto. – a declaração foi recebida com murmúrios na corte. – Silêncio! O ministro foi encontrado morto hoje de manhã, sem causa aparente. O rosto estava assustado e ele suava. A provável resposta de sua morte é o suicídio, apesar de não haver motivo aparente.

Um jovem de 19 anos, o mais novo dali, da direita, se levantou:

– Senhor, permissão para falar.

– Concedida, sr. Olovram.

– A meu ver, o suicídio não é lógico. Eu acredito em assassinato. – Mais murmúrios nas arquibancadas. – É claro que o ministro não se suicidaria no salão principal e não estaria com uma expressão de pavor. Ele deve ter visto algo antes de morrer.

– O quê? Assassinato? Isso é um absurdo. O local estava seguramente guardado e protegido. É impossível alguém ter entrado.

– Senhor. – um homem mais velho, calvo, se levantou - A opinião do senhor Olovram não é ilógica. Apesar de ser radical, há essa probabilidade.

– Entendo, no entanto, relatar à imprensa que o Ministro bruxo foi assassinado é o mesmo que afirmar que nossas seguranças são falhas e que estamos fracos. – e enfatizou. – E isso não pode ocorrer. Hoje mesmo, após essa sessão, declararei a morte por suicídio, por causas ainda não esclarecidas. Quem está de acordo?

Mais da metade da corte levantou seus braços em apoio. Apesar de talvez não ser verdadeiro, o suicídio era uma opção viável. Protegeria o ministério. O jovem da direita sentou-se relutante. Não parecia suicídio. Mas teve de aceitar a decisão da corte.

– Com a morte do Ministro, é necessário que seja eleito o novo, que governará o mundo bruxo e mediará situações para o bem da nação. Que se levantem os candidatos.

Os candidatos à Ministro sempre eram dois, um da esquerda e outro direita. Os candidatos da esquerda geralmente ganhavam, apesar de Shacklebolt ter sido da direita. A decisão era tomada pela corte no ato, com a votação por papéis, que magicamente, desapareciam e no ar, aparecia um telão com a quantidade de votos de cada candidato indicando assim o novo Primeiro Ministro.

À ordem do Alto Conselheiro, se levantou da esquerda um homem alto, com cabelo curto e bem cortado, e um bigode grosso e espesso. Vestia a mesma roupa de todos, porém com um distintivo que indicava ser o representante dos conservadores.

– Yoren Baldwin. – disse com uma voz grave – Candidato a ministro da esquerda.

– E o da direita? – perguntou Grim.

Do meio da arquibancada da direita, levantou-se o mesmo jovem de antes. Alto também, com cabelos castanhos curtos, típicos de um jovem. Os olhos eram castanho-claros e bem atraentes. Era simpático, por se assim dizer. O símbolo que o indicava como candidato estava no seu peito.

“O quê? Um jovem de 19 anos como candidato? Isso nunca ocorreu antes.” Mas aquela era a decisão da direita, e ele tinha que aceitar.

– Elddir Olovram. Candidato a ministro da direita.

– Pois bem. Senhores e senhoras, tomem suas decisões e votem.

Cada membro da corte começou a escrever o nome do seu candidato, inclusive os mesmos. O processo durou apenas cinco minutos. O Alto Conselheiro não votava, de modo que não desse um número ímpar, para não haver empate. Ele aguardou a escolha, enquanto pensava nos candidatos.

Yoren era um homem determinado e conhecido. Já havia participado de várias sessões e era ótimo conselheiro. Apesar de não ter experiência em liderança, acreditava que seria um bom ministro. Mas aquele jovem era diferente. Havia sido pego de surpresa ao saber que fora escolhido como candidato. O que sabia dele era que fora um aluno excepcional em Hogwarts, e já havia arranjado um emprego no Ministério. Em menos de dois anos, subiu a membro da corte suprema. Era simpático também. Muitos o elogiavam e o respeitavam, apesar de ser jovem. Mostrava ser um grande homem no futuro.

No meio do ar, uma tela transparente mostrava o rosto dos dois candidatos, um de cada lado. Pouco a pouco, os votos foram aparecendo abaixo da foto de cada. Não havia um vencedor logo de cara, pois foram empatando. Até que os votos totalizaram quarenta e oito, sendo vinte e quatro para cada. Só faltava mais um voto.

Todos estavam apreensivos, olhares fixos no telão. E então, o voto apareceu. O rosto do derrotado saiu de vista, e o vencedor ocupou o centro, com seu nome logo abaixo, em letras grandes: ELDDIR OLOVRAM. Palmas ecoaram no recinto, enquanto o vencedor descia de seu lugar e se encaminha para o centro. Chegando lá, acenou e discursou:

– Estou agora no lugar do ex-ministro Quim Shacklebolt. Infelizmente, tenho que assumir por uma tragédia. Creio que não serei o grande homem que ele foi, mas me esforçarei ao máximo para liderar essa nação ao seu pleno desenvolvimento. Prometo cumprir as necessidades do meu povo e de mudar as leis, se necessário. Minha intenção é de promover a paz! Assim sendo, agradeço a todos e lhes digo: esse será um tempo de mudanças, de novas leis e de novas medidas. Tudo para o bem da sociedade e do povo! Esse é o amanhecer de uma nova era!

Os aplausos novamente foram intensos. Grim Steward, então, levantou a mão, pedindo silêncio, e falou alto:

– Por decisão da Suprema Corte do mundo Bruxo, eu assim declaro o novo Primeiro-Ministro bruxo, Elddir Olovram. Esta sessão está encerrada.



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