(Capítulo 8)

(Marina narrando) Eu estava com uma dor de cabeça horrível, me dava vontade de bater minha cabeça em uma quina de mesa para ver se parava de doer.

O sol, frio e triste invadia meu quarto no hospital, aquele sol não combinava nada com o verão de Nova York, mas combinava com o ambiente e o estado em que eu me encontrava, eu me sentia fraca, respirava com certa dificuldade e depois de ter sido levada a ambulância e os paramédicos terem colocado a mascara de oxigênio em mim eu não me lembrava de nada a respeito da noite anterior.

O hospital em que estava era esquisito, o quarto em que estava tinha uma energia que me punha para baixo e me fazia me sentir pior, como se alguém estivesse morrido lá algum dia.

Eu olhei pelo vidro do quarto e vi minha mãe chorando abraçada com o meu pai, minha irmã estava sentada ao lado da Isa e da Ceci nas cadeirinhas do corredor, e lá no final, ele... O Peter, sentado com a cabeça entre as mãos fitando o chão.

Meu pai me viu acordar, eu acenei tentando sorrir um pouco, minha mãe viu e veio correndo me ver.

–Minha linda, como você está?-Minha mãe me perguntou secando as lágrimas.

–Bem... Bom, mais ou menos, ainda sinto um pouco de dor de cabeça. O que houve ontem à noite para vocês virem para cá?

–As meninas me ligaram dizendo que você havia fugido, nós ficamos desesperados e viemos o mais rápido possível, quando chegamos hoje de madrugada tinham acabado de te encontrar e te trouxeram aqui, nós ficamos esperando você acordar, estávamos agoniados temendo o pior. Você foi dopada por um desconhecido, mas o remédio demorou a fazer efeito e você só desmaiou quando chegou ao beco. Você bateu a cabeça em algum lugar e agora está com traumatismo craniano leve, vai ficar aqui por mais alguns dias. Você também pode se sentir enjoada e tonta por um tempo por causa dos medicamentos.

–Tudo bem, mas vocês não sabem o que houve para eu ter batido a cabeça?

–Não, mas fique tranquila que a polícia disse que havia testemunhas no local. -meu pai tentava esconder a tristeza, mas eu via seus olhos cheios de lágrimas enquanto falava comigo.

–Testemunhas?Quem?-eu não me lembrava de ter visto ninguém quando cheguei ao beco.

–Mendigos e pessoas que passavam voltando do trabalho. –meu pai me respondeu pensativo e completou-Eu vou falar com os policiais já volto.

–Mãe, posso falar com a Ceci, a Isa e a mina irmã?-eu pedi, queria saber o que estava acontecendo.

–Oi. Você está melhor Mari. -minha irmã estava vermelha de tanto chorar.

Acenei com a cabeça fazendo que sim.

–Desculpa por ter te irritado, nós sentimos muito. –a Ceci disse, porque a Isa não aguentava nem confirmar com a cabeça o que a Ceci dizia de tanto chorar.

–Tudo bem, mas vocês sabem o que houve ontem à noite?

–Eu não sei de nada. -minha irmã disse isso saiu.

A Isa finalmente conseguiu para de chorar um pouco e dizer entre soluços:

–Não.

Ceci fez que não com a cabeça.

Bateram na porta, era o Peter.

Ceci e Isa se retiraram, ele entrou.

–Oi. Você está bem?-ele me perguntou com uma voz carinhosa.

Eu virei para o outro lado com se não houvesse ninguém ali.