Fathers Eyes escrita por Giovanna Marc


Capítulo 5
A força que a dor tem.


Notas iniciais do capítulo

Vão me matar? tudo bem, eu mereço u-u



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A chuva continuava a cair, mas agora aos poucos. Já era de noite. E o tempo parecia querer melhorar. Em um hospital de Nova York, uma jovem enfermeira estava no quarto de sua paciente olhando para a televisão que estava ligada no noticiário. Ela prestava atenção sobre o acidente que acontecerá esta tarde na Avenida 2. Um grande acidente. E duas trágicas mortes. Nesse momento a enfermeira ouviu sua paciente resmungando e se mexendo. Largou seu bloco de panfleto com as anotações dela e foi prestar ajuda a garota.

Essa garota era Eve. Com dor em algumas partes do corpo a garota tentou se levantar. Não conseguindo apenas ficou olhando ao redor com suas mãos na cabeça que doía um pouco. Percebeu que havia uma faixa ao redor de sua cabeça. Então a jovem viu a enfermeira. E logo deduziu que estava em um hospital. Mas por quê?

- O que estou fazendo aqui? – Murmurou.

- Você sofreu um grave acidente.

- Grave acidente?

- Sim, precisa descansar.

A enfermeira falou isso indo a uma das bolsas de soro que estava ligada no braço de Eve. A garota a observou pegar uma seringa de uma gaveta de medicamentos que havia ali. Eve não gostava de ver aquilo. Iria ser dopada. Logo Eve arrancou a agulha de seu braço e a jogou no chão. A enfermeira olhou para ela meio nervosa.

- Porque fez isso? Você precisa desse remédio!

- Isso que você está segurando é um tranquilizante. Eu não preciso disso!

- Precisa descansar...

- Já descansei demais. Vou descansar quando morrer.

Logo Eve começou a tirar tudo que ligava ela e os aparelhos. O aparelho que media as batidas de seu coração agora estava fazendo um barulho chato. Como se alguém tivesse morrido. A enfermeira desesperada por não saber conter a garota saiu correndo e gritando por ajuda. Eve então se levantou da cama. Cambaleou duas vezes e logo se endireitou. Olhou em volta e viu sua bolsa encima de um sofá. E encima da bolsa havia seu relicário. Seu coração acelerou e Eve colocou suas mãos sobre o peito como reflexo. Quem ousaria tirar o relicário dela? A garota então ouviu gritos lá fora. Desesperou-se. Sentiu-se nua por um momento dentro daquele pedaço de pano do hospital. Correu até sua bolsa e seu relicário e os pegou. Saiu rapidamente do quarto. Foi quando viu a enfermeira com mais três residentes vindo ao seu encontro. Como toda pessoa normal. Ela correu para o lado oposto. Fazendo os quatros começarem a correr atrás dela. Atropelando alguns pacientes e médicos ela corria igual uma louca agarrada a sua bolsa e seu precioso relicário. Viu uma “saída de emergência” e rapidamente saiu correndo até ela. Cega por essas escritas, ela não viu um médico passar com uma maca com um corpo morto nela. Eve então colidiu com a maca caindo junto com ela no chão. O corpo do falecido parou ao seu lado. Sua bolsa foi jogada a alguns metros dela, ficando apenas com o colar enrolado em seus dedos. Então Eve se virou e viu aquele corpo morto ao seu lado. A ruiva entrou em choque ao ver aquele rosto falecido. Eustace. Seu velho-novo amigo. Ela não conseguia se mover. Petrificou-se ali olhando o corpo dele. Ele não merecia isso. Não mesmo. E seu filho? Será que havia uma mulher? Ela queria saber mais sobre ele, mas agora ele era apenas um homem morto. Eve sentiu mãos agarrarem seus braços. Voltou à realidade e viu médicos segurando-a. Desesperadamente ela começou a se debater. Os três médicos tentavam segurar. Mas junto com as lágrimas, vinha uma força descomunal. Sendo segurada por trás. Eve usou suas pernas e chutou o rosto do médico que estava a sua frente. Os médicos que tentavam acalma-la se assustaram quando viu o médico cair no chão desmaiado. Aproveitando-se do susto dos médicos ela se soltou rapidamente e socou o rosto de um forte médico, que cambaleou para trás cuspindo um pouco de sangue que saiu de sua boca. Vendo um corredor livre atrás dela. Ela correu, no meio disso pegou sua bolsa que estava alguns metros a sua frente. Correu o mais rápido que pode até a saída de emergência.  Quando chegou à porta bateu seu corpo na porta fazendo-a abrir. Deparou-se com o estacionamento do lugar. Havia algumas ambulâncias por ali. Pensou até em pegar uma emprestada, mas seria burrice. Seguiu em caminho da rua. Ainda correndo, olhou para trás e viu que ninguém a seguia mais. Mas mesmo assim continuou a correr em direção a rua. Estava de noite. Algumas ruas eram escuras. Eve viu um beco escuro e foi até ele. Procurou ver se estava realmente vazio então ficou ali no canto. Sentou-se em um canto seco e chorou. Chorou por Eustace. Aquilo não era justo. Porque tinha que ser assim?

Eve não conseguia entender o porquê estava acontecendo isso. Sua vida sempre foi uma droga naquele orfanato. Ela não queria continuar a ter essa vida aqui fora. Franklin havia morrido. O primeiro amigo que ela havia feito. Será que isso era um sinal?

Eve se viu em um beco de Nova York com agarrada com sua bolsa e seu relicário. Com roupas de hospital. Com uma faixa na cabeça. Chorando pelo mudo ser injusto com ela. Será que pode piorar isso?

Então aquela fina garoa começou a se tornar uma forte chuva. Eva sentiu as gotas molharem seu cabelo pela segunda vez hoje. Levantou-se e enxugou suas lágrimas. Olhou para o céu e o fitou por uns segundos.

- VOCÊ ESTÁ DE BRINCADEIRA COMIGO, CERTO? O QUE EU FIZ PARA VOCÊ? EU NÃO TENHO MAIS NADA! EU NÃO TENHO ROUPAS, AMIGOS, MINHA CONTA BANCÁRIA PROVAVELMENTE ESTÁ BLOQUEADA AGORA. O QUE VOCÊ QUER DE MIM? DIGA-ME, PORRA!

Eve gritou essas palavras para o céu. Como se tivesse brigando do seu Deus. Ela ficou encarando o céu com raiva, como se tudo isso fosse culpe dele. Nada estava dando certo para ela. Sentia sua vida sendo levada para baixo com as gotas da chuva. Fitando o céu por longos segundos, um raio brilhoso e forte a pegou de surpresa, fazendo-a fechar os olhos e se encolher ali. Continuou com os olhos fechados esperando o trovão. E assim feito. O som de um trovão perturbador tomou conta de seus ouvidos fazendo-a tremer. Ela olhou para os lados e saiu do beco. Voltou para as ruas onde algumas pessoas encaravam-na com desgosto. Ela estava quase nua com aquele pedaço de pano do hospital. Foi quando no canto da esquina ela viu um caixa eletrônico. Correu com a esperança de tentar pegar o dinheiro de sua poupança. Olhou para os lados com receio e abriu sua bolsa. Pegou sua carteira e tirou dela um cartão de banco em seu nome: Eve Romanoff. Colocou o cartão na máquina. Depois colocou os dados que pedirem. Eve agradeceu ao ver seu saldo. O dinheiro ainda estava lá. Optou por sacar o dinheiro, mas foi bloqueada por um aviso dizendo que ela não podia sacar mais de mil reais. Com raiva, Eve tirou os mil reais que podia e logo saiu dali com raiva. Saiu dali correndo e ensopada. Comeria e procuraria um hotel para dormir essa noite, mas onde?


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Notas finais do capítulo

Comentários! Quero bastante. Amo responder *-*
Eu sei, podem me matar por eu ter matado ele U-U