Uma semana depois eu descobri o sobrenome de Edgard e ainda os nomes de sua mãe e irmã mais nova. Apesar dela ser amiga da minha mãe, eu não fazia idéia de qual era seu nome, sobrenome então nem se fala.

Edgard Halle.

O nome de sua mãe é Olivia Halle e sua irmã é Katharine.

Eu achei os nomes bonitos.

Meu nome é Lidner. Maria Lidner. Minha mãe se chama Rose.

Minha mãe não parecia gostar da Sra. Olivia.

Ela falou muito mal dela no telefone, eu não consegui entender a razão.

Tinha ligado para uma tal de Rem, acho que é a mãe da Bridget.

Ficaram mais de meia hora conversando. Quando ela terminou fez outra ligação, para a Sra. Olivia, a convidando para almoçarem juntas. Pediu-lhe para trazer Katharine e Edgard.

Também não sei por que fez isso, mas eu nem me importei, corri para o meu quarto e troquei de roupa.

Meia hora depois quando eles chegaram, eu fui falar com o Edgard. Mamãe sorriu pra mim e eu retribui arrastando Edgard para o quintal. Katharine apenas nos seguiu.

-Seu sobrenome é Halle não é? – Perguntei para Edgard e ele apenas afirmou com a cabeça.

-Você sabe o meu? – Perguntei e ele negou.

-É Lidner. – Falei indo para o lado dele. Eu queria me aproximar mais dele, eu queria quebrar o gelo criado desde aquele dia. Mas ele continuava com aquele semblante frio, até que finalmente ele falou algo.

-Eu ouvi minha mãe falar mal da sua no telefone. – Ele falou sério e olhando para os lados para que ninguém mais o escutasse. Katharine estava do outro lado do quintal.

-E eu ouvi a minha falar mal da sua. – Sorri sem jeito.

-O que ela disse? – Ele perguntou sério e me fez parar de sorrir na hora. Olhei pros lados e não havia ninguém.

-Ela disse que a sua mãe só fala com ela por causa do dinheiro. – Disse-lhe séria e em voz baixa.

-A minha disse que não suporta sua mãe. – Ele disse no mesmo tom, nós estávamos bem próximos já que estávamos falando baixo. Ele percebeu rapidamente e se afastou.

Ficamos com o semblante sério e voltamos a brincar. Nem pareciamos crianças. Não entendíamos o que era isso, a ganância e inveja da mãe do Edgard, e a luxúria e orgulho da minha mãe.

Cansamos de brincar e Edgard deu a idéia de ir saber sobre o que elas estavam conversando. Fomos até a janela e ficamos olhando sob a janela da sala, elas nem nos notaram. Não dava para escutar o que conversavam mais pelas expressões faciais a cada frase dita, elas estavam se vangloriando de algo.

Eu meio que li os lábios da mãe de Edgard e pude ler com clareza a palavra "Pai". Foi quando eu parei de olhá-las e sentei sob a janela. Edgard olhou pra mim e se sentou ao meu lado.

-O que foi? – Ele perguntou intrigado.

-Eu me lembrei... Do meu pai. Eu nunca o conheci. Você conhece seu pai Ed? – Falei pausadamente e baixo, com um semblante triste e olhando para o lado.

-Eu também não o conheci. – Olhou para o céu e fechou os olhos. Enquanto eu o olhava. – Minha mãe disse que ele morreu. – Concluiu e olhou pra mim.

Desfiz minha cara de espanto na hora. Permaneci quieta, não sabia o que dizer.

Ficamos quietos por alguns minutos até que pela primeira vez ele quebrou o gelo.

-Vamos entrar para comer alguma coisa? – Ele me perguntou levantando cautelosamente, sem aparecer do outro lado da janela. Ele estendeu sua mão e levantei com a ajuda dele, fomos de mãos dadas para a cozinha sem nem perceber.Katharine? Nem nos lembravamos dela.