Começamos o churrasco.

Bruno decidiu contar uma piada bem na hora em que eu comia minha carne tranquilamente, então, quase engasguei.

Ryan apontou para mim, segurando na mão uma cerveja, e disse:

– Tá querendo morrer demais nos últimos tempos, hein Malu. - eu não consegui evitar e ri. Em seguida mostrei a língua pra ele.

Bruno pra me defender mostrou o dedo do meio para Ryan.

– Que isso manolo, sem stress. - disse Ryan rindo. - Só tô falando que é melhor deixar ela longe da piscina, vai que morre afogada.

– Vai se f#d*r Ryan. - disse Bruno rindo junto à mim.

– Calma Brubs. - eu disse rindo e pulando na piscina.

E não é que eu engoli água?

– P#t@ que p@ri#! - disse Bruno rindo ao me ver cuspindo a água.

– Que tipo de macumba você jogou pra mim Ryan?!

– Ixi, sai fora, esse problema é contigo! - ele disse rindo.

Caminhei à passos lerdos até a esteira e me deitei.

Meu telefone tocou e eu atendi prontamente:

– Alô?

– Dessa vez você foi você... Da próxima ele... Não acha melhor acabar logo com isso? Chega de Balu... Mruno... Meter... Palu... Seja lá qual for o nome do casalzinho, chega! Não vou tolerar mais... - reconheci a voz de Juan.

– Eu não vou tolerar mais as suas ameaças seu imbecil... Faz qualquer coisa com o Bruno que eu te mato. Beijo. - e desliguei.

Voltei a me deitar na esteira, sabendo que o Juan era o típico "mosca-morta" medroso que não atormentaria mais.

Mas... Dessa vez fui eu?!

Ótimo, ele estava metido nessa com a Mary.

Mas como se conheceram?

Deve existir uma rede social para psicopatas, só pode.

Suspirei e tirei uma rápida soneca.

Acordei com Ryan segurando na cintura de duas mulheres, uma ruiva e a outra morena.

– Bora subir lá. - ele riu dizendo para as duas.

Subiram para o quarto da casa - que era alugada por hoje e amanhã para nós.

O telefone de Ryan começou a tocar alarmantemente.

Peguei-o e fiquei com medo de atender, não era meu.

– Atende. - disse Bruno.

Tomei coragem e atendi.

– Alô?

– Hein? Mulher? Cadê o Ryan! Ele é meu, seja quem for! - suspirei.

– Sou mulher do Bruno Mars, de quem ele é assistente. - eu disse e ela ficou quieta.

– Desculpe... - ela parecia constragida - Pode passar pro Ryan por favor?

– Claro, é que ele saiu e deixou o celular aqui... Vou lá chamá-lo. - provavelmente era a ex-namorada que expulsou ele de casa.

Subi as escadas rapidamente, até me lembrar que meia hora atrás Ryan tinha subido com duas mulheres.

Eca, que nojo. Se eu me deparar com aquilo acho que vou vomitar.

Tomei coragem e bati na porta.

– Ryan, posso entrar?

– Não... - ele riu e falou numa voz sufocada e ofegante.

Ai que n-o-j-o.

– Telefone pra você... - insisti.

– Não vou atender c@r@lh#! - ele disse.

Nunca o vira sendo rude com alguém. Era sempre o alvo das piadas e sempre muito alegre, apesar de os palavrões serem um pouco constantes.

Bati o pé no chão.

– Troglodita! - disse irritada.

– P#rr@, dá pra sair? Que coisa, sai daqui! - ele disse ofegante.

Comecei a chorar.

– Idiota! - e joguei o celular dele no chão. - Seu troglodita, mal educado. Nunca mais olha na minha cara.

E desci as escadas chorando, me sentindo uma idiota.

Bruno veio me abraçar perguntando o que era.

Não contei nada, só chorei.

Três minutos depois Ryan desceu as escadas e veio falar comigo:

– Desculpa Malu, é que eu tava em um lance, velho... - voltou a ser o Ryan de sempre. - Me desculpa, eu fui um idiota.

– Eu sei. - solucei.

Bruno insistia em saber o que era:

– O que aconteceu?

Ryan contou a história e Bruno ficou furioso.

– C@r@lh#, precisava ser tão idiota com ela?! - Bruno disse abraçando-me forte.

Retribui o abraço e então todos se acalmaram.

– Desculpa... - disse Ryan afagando meus cabelos.

– Idiota. - murmurei rindo e tirando sua mão de lá.

Ryan me pegou no colo e me jogou na piscina.

Ele gargalhoue disse:

– Agora tudo tá bem. - e então murmurei coisas sem nexo e xinguei ele pra caramba.

Empurrei-o também na piscina.

Depois todos se jogaram e brincaram de "guerra" lá dentro.

Como toda boa moça, tentei afogar Ryan e Bruno... Que consequentemente também tentaram me afogar.

Até que um carro branco parou na porta da casa, com o volume alto de uma música de rap popular.

– Quem é? - perguntei fechando os olhos por conta do reflexo do sol na lataria do carro.

Ninguém soube me responder e ficaram com a mesma cara de interrogação que eu estava.