The Other Side escrita por Looh Hernandez


Capítulo 31
I Lost My Star, My Light


Notas iniciais do capítulo

O capítulo precisou ser grandinho =]



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Busquei minhas roupas e fui até a sala. Bruno se escondia atrás do sofá e me puxou para baixo, para que eu me escondesse também.

Ouviu-se passos e conversas aleatórias entre Bernie, Cindia, Eric, Presley, Tiara, Tahiti e Jaime.

– Opa... - eu disse, vendo que elas tinham avistado Bruno e eu atrás do sofá.

Dona Bernie só riu e disse que estava tudo bem, que ela já foi jovem. Falou para termos juízo e foi se deitar.

Bruno e eu fomos ver um filme e acabamos adormecendo no tapete da sala, depois de comermos pipoca.

Acordamos bem cedo e fomos caminhar. Bruno decidiu que queria água de coco depois de tomar sorvete.

– Eu vou buscar amor. - disse sorrindo.

– Não, eu vou! - ele disse beijando-me de leve.

– Nada disso! - gargalhei e dei saltinhos para atravessar a rua.

Bruno's POV

Malu atravessou a rua dando saltinhos e gargalhando, ela desviou de um carro.

– CUIDADO! - eu disse alto, já preocupado, mas ela não me ouviu. Um carro furou o sinal vermelho e atropelou Malu. - MALUUUUUUUU! - gritei bem alto, jogando tudo para o alto e indo de encontro com seu corpo estirado no chão.

Eu não conseguia pensar direito, minha visão estava turva e embaçada, meus pensamentos estavam confusos e misturados, tudo uma bagunça na minha cabeça. Queria sair daquela situação.

– Acorda! Acorda por favor. - disse chorando e vendo as lágrimas que escorriam dos meus olhos caírem em seu peito.

Seu rosto estava sem expressão nenhuma, apenas um sorriso que estava formado no canto da boca antes do acidente.

– Ch-Chama a ambulância! - eu disse entre soluços.

Um amigo conhecido ligou imediatamente.

Fiquei chorando com Malu em meus braços, vendo que seu peito não se movia e que ela começava a perder a cor.

– Não me deixa Malu. - sussurrei no ouvido dela. - Por favor, preciso de você... Eu vou me matar... Eu não vou conseguir viver sem você... Por favor. - o choro se tornava cada vez mais intenso, mais forte.

Minhas lágrimas turvavam ainda mais meus olhos e eu não conseguia enxergar nada.

Em questões de segundos ouvi uma sirene se aproximar, era o socorro.

Me afastaram rapidamente de Malu e ela foi colocada dentro do carro.

Corri atrás do mesmo, e cheguei no hospital a pé.

Malu foi colocada em uma sala, com vários tubos que pareciam intermináveis dentro de si.

Ouvi o bip que apitava de segundo à segundo na sala. Comecei a chorar novamente vendo que todo seu rosto havia sido enfaixado, que seu tórax e as duas pernas também estavam debilitadas.

– Malu? - perguntei entre soluços.

O médico entrou na sala bruscamente.

– Desculpe. - ele disse apertando minha mão. - Doutor Conrad Donadel.

– E-Ela vai ficar bem? - não conseguia parar de chorar.

– O quadro dela é muito grave... Ouve lesões na coluna, nas duas pernas e ela fraturou a bacia. Um dos punhos foi quebrado e ela vai passar por uma cirurgia daqui três horas. Durante todo o período, antes, durante e uma hora depois, ela ficará cedada. Agora falando sobre as fraturas na cabeça, por pouco ela não deslocou o maxilar, e o choque que ela teve com a cabeça a fez desmaiar e perder a consciência, causando possíveis traumas nessa região. Quanto a isso, não posso afirmar o que vai acontecer ou o que aconteceu com ela... É uma região muito complexa. Ela pode ter sequelas graves assim como pode sair ilesa. - as palavras deixavam minha cabeça com um nó tremendo, eu tentava decifrar o que ele estava falando, não era nada muito difícil, mas eu estava acabado, precisava de palavras exatas.

– Ela vai ficar bem? - repeti a pergunta.

– O quadro é grave... É possível fortes sequelas, mas não se sabe ainda, já que não foi feito um exame mais detalhado. - disse o Doutor, se retirando da sala quando a enfermeira o chamou.

Me sentei e levei as mãos à cabeça.

– Idiota! Era pra ser você, tinha que ser você, mas não ela. - disse deixando que a insanidade me levasse para longe e acabei adormecendo.

Acordei com Philip e Eric lá:

– Os outros vão vir amanhã. - disse Eric, colocando a mão no meu ombro.

– Era pra ser eu, cara... Não ela. - disse chorando mais uma vez.

– Vai comer alguma coisa, vai dormir, descansar e depois você volta mano. - disse Phil.

– Não! Não... Eu vou mais tarde, depois da cirurgia. - quando terminei a frase, vários paramédicos entraram e duas enfermeiras nos expulsaram da sala.

Me encostei na parede esperando que aquilo acabasse logo.

– Vai pra casa cara... - insistiu Phil.

– Não! - falei mais alto. - Eu vou esperar a cirurgia acabar.

Mas eles foram mais fortes que eu e me arrastaram para casa.

Tomei um banho e me troquei rapidamente.

Passei no quarto em que estávamos e fiquei mexendo nas coisas dela.

Peguei seu perfume e borrifei no ar. Senti aquele cheiro maravilhoso e imaginei muita, mas muita alegria e felicidade, ela era assim.

O choro me tomou novamente.

– Seja forte c@r@lh#! - eu disse deixando que o choro me tomasse mais uma vez. A última vez, espero.

Peguei suas roupas e afins, e quando fui fechar o closet vi que algo impedia a passagem - aquela porta estava assim à alguns dias.

Fui ver o que era: uma boneca de pelúcia com saia que as dançarinas de hula-hula usam, um colar de flores e com um sutiã de coco. Peguei-me rindo daquela situação.

Nós tínhamos ido ao circo e ela pediu aquela boneca.

"Como eu aprendi a dançar hula-hula à um tempinho, quero aquela...", ela disse toda empolgada.

Lembro que beijei-a bem forte e disse:

"Iria vender mais se tivesse o teu rosto e o teu corpo". Ela só gargalhou e me socou de leve no ombro.

A tristeza me invadiu de novo, queria sentir a pele de Malu mais uma vez, sentir que ela estava viva, poder ouvir sua voz.

Sai do closet e coloquei tudo que precisava no carro.

– Já vai meu amor? - perguntou minha mãe. - Descansa... Por mim, por favor. - ela disse chorando também.

Eu a abracei bem forte.

– Eu só vou dormir um pouco e depois eu vou mãe... Vou descansar duas horas e vou direto para o hospital. - disse fechando o porta-malas e entrando em casa, indo direto para meu quarto.

Fechei meus olhos pesados e cansados tentando esquecer de tudo e dormir.

Acordei e joguei uma água gelada no rosto, dei tchau para todos e fui para o hospital.

Fiquei esperando notícias do Dr. Conrad, mas a cirurgia parecia nunca acabar.

Quando ele finalmente sai, recebo uma notícia péssima:

– Ela pode ter... Perdido a memória. - meu chão desaba.

Minhas pernas ficaram bambas, eu não conseguia sequer respirar direito.

Ele me trouxe um copo d'água, mas joguei o copo longe.

– C-Como é? - perguntei tentando forçar minha cabeça a entender as palavras dessa vez.

– Não é nada confirmado... É possível que ela tenha perdido a memória, mas são mínimas as chances. - ele disse tentando me acalmar.

Foi chamado mais uma vez para dentro da sala e eu o deixei ir.

Fiquei andando de um lado para o outro, em busca de soluções até me dar conta de que havíamos nos esquecido de uma coisa: Quem dirigia o carro que atropelou Malu?

Martelei, martelei, pensei e pensei até chegar em uma conclusão.

Liguei para Mary:

– O. Que. Você. Pensa. Que. Fez?! - disse estridentes, tentando me manter calmo.

Peeeeeeing, não deu certo.

– Sobre? - ela se fez de sonsa.

– Não se faça de idiota c@r@lh#, minha mulher tá quase morrendo e eu quero saber quem fez essa p#rr@! - disse já irritado.

– Credo Bruno, nunca te vi assim. - p#t@ que p@ri# vou matar alguém velho.

– Diz logo Mary! Eu sei que foi você... Só você tinha motivos para isso... - eu disse quase explodindo.

– E as suas outras vadias?! Elas te queriam tanto Bruno, que seriam bem capazes de fazer isso... Ou vai ver foi só um acidente mesmo. - ela suspirou.

– As câmeras da avenida pegaram quem fez isso... E se foi você, você vai me pagar. - e desliguei o telefone, pensando em quem mais poderia ter feito isso.

Jessica está fora de questão, ela tá namorando agora e já até tinha feito as pazes.

Liguei para cada garota que eu tinha ficado e todas elas estavam namorando ou quase casando e estavam trabalhando duro.

Só podia ter sido ela... Vou esperar o fim da cirurgia para pensar melhor, só queria ver minha Belinha bem.

Até que vários médicos e paramédicos entram na sala, ouve-se um som contínuo. O coração dela havia parado de bater, pude ver, observando por um espaço mínimo de um cirurgião para o outro que ela estava sem sua cor viva, estava pálida, meio azulada e um pouco verde.

Levei às mãos a cabeça, agora eu estava desesperado.

Phil me puxou para fora da sala e me sentou. Bebi água mas o desespero só aumentava.

Não conseguia me imaginar sem ela, eu estou completamente desesperado!


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Notas finais do capítulo

Sofri escrevendo esse cap :[
Looh
xoxo
@looh_reis