Capítulo 26

Encontros e Desencontros

- Eu nunca disse que a amava – Bill defendeu-se – Virou vidente agora?

- Pior. Sou seu irmão gêmeo – Tom disse com cara de “dãããã quem vê pensa que você precisa falar alguma coisa”. – É sério. Faz alguma coisa.

Ilha de Bordeux, Aeroporto Mérignac, 4:30

- Tem certeza de que não vai avisar a Alexandra? – perguntou mais uma vez. – Ela vai ficar muito brava, e você já sabe como ela é quando fica assim.

- Kirian, a Alexia só vai puder saber quando já estivermos muito longe. – Selene declarou mostrando o passaporte para a mulher de uniforme atrás do balcão.

- Mas Elena…

- Kirian, confie em mim. – pediu quase em tom de suplica, ao mesmo tempo que se sentava numa das centenas de cadeiras dentro do aeroporto. – Eu sei o que estou fazendo, eu quero tirar o mais rápido possível esta história a limpo.

- Eu sei, mas…

- Por favor, compreenda. – passou as duas mãos pelos seus cabelos inclinando-se para a frente de modo a colocar  os cotovelos sobre os joelhos. – Eu também não me sinto à vontade de esconder isto da Alexia, estou pronta para a ouvir. – olhou em volta tentando captar ouvidos atentos. – Mas você sabe… A Alexia… A Alexia e este tipo de negócios não se dão muito bem.

- A Alexia sabe lidar com esse tipo de negócios. – insistiu.

- A Alexia sabe enfrentá-los e detê-los. – a morena corrigiu. - Mas até lidar com eles vai uma grande diferença. Você não acha?

Kirian vasculhou sua infinita mente tentando encontrar algum argumento plausível, mas era em vão. Selene estava certa, mas…

- Tudo bem Selene, mas mesmo assim, por que você não pode avisá-la? Não seria mais…

- Fácil? – Kirian assentiu. – Depois de eu lhe contar isso, você ainda consegue imaginar ela ficando em La Rochelle e não vir com a gente? – não foi preciso resposta, o olhar do vampiro demonstrava que concordava com o que ela disse. – Além disso,  ela ainda tem alguns assuntos para tratar.

- O Puro?

- Sim. Bill e eu estamos um pouco…- demorou um pouco à procura de um termo exato até que… - Incompatíveis.

- Entendo. – ele mentiu.

Uma voz monótona soou pelo aeroporto avisando a partida do avião para Bucareste.

- Estão nos chamando.  – ela levantou-se pegando na pequena mala. – Não vamos perder mais tempo.

- Sim, mas com uma condição. – disse o vampiro, fazendo Selene erguer uma sobrancelha. – Em Bucareste, você vai telefonar para ela, entendeu?

A vampira deixou um sorriso enorme emoldurar o seu rosto.

- Eu prometo. – vendo que tranquilizou o amigo, fez um gesto com a cabeça para o local onde muitos turistas se dirigiam. – Agora, anda logo.

La Rochelle, França. 15:00...

A pouco e pouco, as almofadas vermelhas amontoavam-se no chão formando uma pequena montanha depois da ruiva as atirar contra a parede.

Era a única forma de poupar o seu lap top. Por mais tempo e paciência que investisse na sua pesquisa, era impossível encontrar mais informações de Jeanne Du Pont, a cada site que acessava, tudo o que lia já era do seu conhecimento, nada de novo.

Não saber o próximo passo de Klaus, como advogado de mademoiselle Du Pont, fazia seus neurônios derreterem. Que golpes utilizaria, que argumentos apresentaria e que afirmações daria. Informações que Alexia daria tudo para saber.

Conseguiu, a muito custo, cópias dos relatórios dos seus casos antigos e ela própria tinha que reconhecer, ele era bom e para dificultar as coisas, Klaus O’Connel, nunca tinha tido um caso semelhante ao de Tom e Jeanne Du Pont.

Pegou em outra almofada apertando-a na mão com toda a raiva que sentia, atirando-a em seguida contra a parede, fazendo-se ouvir um baque seco.

Depois de voltar a sua atenção para a tela do lap top, com uma força controlada, fechou-o conseguindo impedir-se de dar-lhe o mesmo destino que as almofadas de seda.

- Agora que eu preciso dela, decidiu repousar eternamente. – desabafou para si mesma.

Desde a noite do baile, ela e Selene ainda não tinham se encontrado, e isso também estava enervando a ruiva. Não estava habituada a esta ausência da amiga.

Dando um soco seco no colchão levantou-se calçando as suas botas e saiu do quarto.

Tinha esperanças que um passeio pelos magníficos jardins a acalmassem, mas suas esperanças foram destruídas ao sentir o aroma de Bill pelo corredor.

Aproximava-se, talvez a dois ou três corredores dali. Não interessava. Encontrava-se num mau dia, era melhor ele não se aproximar dela nem para perguntar por Selene, além disso, ao sentir Bill a aproximar-se, lembrou que tinha outro assunto pendente, e aquele, não podia esperar mais.

Deu meia volta, indo quase para o final do corredor, onde era o quarto dos gêmeos, e quando foi bater na porta, ela se abriu.

Os olhos de ambos arregalaram-se.

- Tom, acho que temos que conversar – ela disse hesitante.

- Concordo – ele respondeu abrindo espaço para que ela adentrasse o aposento – Eu ia te procurar agora mesmo.

Avião com destino a Berlim...

Madeleine olhou no relógio e suspirou. Ainda demoraria muito. Odiava viagens longas. Ao seu lado, Léo dormia profundamente, de modo que não tinha com quem conversar,

Encostou-se no confortável banco e pôs-se a relembrar.

----- Flashback da Madeleine -----

Madeleine sentiu-se sufocar. Tudo o que Meganie lhe contava relativamente ao seu passado relembrava-lhe todas as conversas que nos últimos anos teve com Klaus. Até mesmo as mentiras eram as mesmas. Não queria acreditar, mas as provas estavam na frente de seus olhos, o que mais ela poderia querer? Tinha que fazer algo, tinha que evitar ter o mesmo fim.

Por quê ser imortal se era incapaz de viver sem aquele vampiro que a queria destruir aos poucos aproveitando-se dela? Não valia a pena. Mas...

- Eu amo-o tanto. - murmurou de novo com a sua voz trêmula. A sua família... O que seria feito de sua família? Tinha-os abandonado para ficar com quem pensara ser o seu príncipe encantado. Abandonou tudo entregando-se por completo a ele.

Escrava de Sangue...

Odiava aquele nome agora que o conhecia.

Escrava de Sangue.

O nome repetia-se múltiplas vezes em sua cabeça sem que conseguisse impedir.
Por mais argumentos que tentasse encontrar, não podia negar que realmente era o que ela era.

Escrava de Sangue.

Dos seus olhos escorriam lágrimas cada vez abundantes, como se nunca fossem parar.

- Madeleine... - chamou Vincent contornando a enorme mesa de madeira polido, indo a seu encontro.

A humana olhou para cima, conseguindo vislumbrar os ternos olhos do vampiro.

- Tem que ser forte. - ele disse com uma voz reconfortante. – Eu sei que deve ser difícil para você...- aos seus olhos Madeleine não passava de uma criatura indefesa e, com o rosto marejado de lágrimas, mais parecia uma criança pequenina perdida dos seus pais ou de algo que a amparasse. - Eu sei que o ama... - começou, sentando-se junto dela sem desviar o olhar. - ... mas o que é certo é que ...- hesitou ao ver o rosto dela a contorcer-se cheio de agonia. Procurou então, uma forma menos fria de explicar realmente o que estava a acontecer. - Ele não a ama tanto como você merece. Ele pode fazer muitos estragos na sua vida e...

- Então por que ele não me mata já? Por que ninguém me mata já? Por que ninguém põe fim a este tormento? – ela interrompeu com a voz trêmula de raiva.

- Não, não diga isso. - pediu Meg apertando mais as mãos, enquanto Vincent, de modo hesitante, colocava o seu braço sobre os ombros da ruiva de modo protetor.

- Eu troquei tudo por ele. Não tenho mais nada. A minha família... - sucumbiu de novo em lágrimas.

- Madeleine, reaja! Isso é mais uma razão para te fazer se afastar dele. – Emmus avisou. – Mas se você quiser continuar assim, não vamos mais te importunar.

A ruiva fitou-o com curiosidade, olhando em seguida para Meganie que a incentivava com o olhar.

Todos na sala permaneceram durante alguns segundos em um silêncio tenso e desconfortável, até que, de forma desajeitada, Madeleine limpou as lágrimas.

- O que devo fazer? – perguntou com uma voz limpa.

----- Fim do Flashback -----

La Rochelle, França...

- David, eu não quero saber. É um assunto sério que não sei por quanto tempo vai durar. – dizia Bill ao celular.

- Você acha que só porque é um rockstar amado e multibilionário pode adiar os seus shows assim? Do nada?

- É da minha saúde que nós estamos falando. Tenho certeza que os fãs vão entender.

- Se você está com um problema de saúde, você deve vir para cá, onde os melhores médicos da Alemanha estarão á sua disposição, além do mais...

- Eu não vou discutir contigo – o cantor cortou-o – Aqui eu tenho toda assistência da qual preciso.

- Bill eu ainda acho...

- David, sou eu quem paga o seu salário – Bill disse já com a paciência curta – Você não precisa achar nada. Confie em mim, se eu digo que tenho tudo o que necessito aqui, é porque o tenho, entendeu?

- Vou confiar em você – a voz do produtor soou desapontada – Mas qualquer coisa... Me liga.

- O.K. Até mais – o artista finalizou desligando o aparelho.

Bill suspirou. Odiava discutir com David. O produtor parecia realmente se preocupar com cada membro da banda como se fossem seus filhos, e exatamente por isso Bill resolveu omitir a verdade, não queria que David também ficasse exposto.

Olhou para o pequeno furo em seu pulso e pensou em como Selene estava naquele momento.

XXXXX

Alexia sentou-se numa cadeira em frente á cômoda, ficando de frente para Tom que sentou-se na cama.

- Do que tanto você se lembra? – ela perguntou olhando em seus olhos.

- Algumas coisas... Sei o que você é... O Bill... A nossa relação... – parou por um segundo – Não deviam ter mentido para mim.

- Não, não devíamos – Alexia concordou – Mas teria acreditado se tivéssemos dito a verdade?

Tom pareceu pensar por um momento, mas logo suspirou maneando negativamente a cabeça.

- Provavelmente não, mas eu estaria mais preparado... Eu não sei como eu era, nem o que eu fiz – disse abaixando a cabeça, mas logo erguendo-a para poder olhar nos olhos da vampira – Não sei como eu teria agido antes... Mas os dias que eu passei ao seu lado... Foram os melhores... O namoro que nós inventamos foi tão incrível... Eu...

- Por favor, Tom – ela o interrompeu – Não torne tudo mais difícil do que já é. Não é seguro, além do mais...

- Acabei de falar com o David – Bill entrou de repente no quarto, nem notando a presença da vampira – Podemos ficar por mais algum tempo.

- Kirian deu notícias? – Tom perguntou dando atenção ao irmão.

- Não, estou esperando ele me ligar.

- Deviam ter esperado o amanhecer para embarcarem. Ir para a Transilvânia de madrugada é quase suicídio, não tinha porque Selene ter pressa. – disse o guitarrista.

- Tom, desde quando você sabe algo sobre a Transilvânia? – Bill perguntou com um tom jocoso.

- Eu não sei nada, mas presumo que seja isso! – o mais velho defendeu-se.

- Como é? – Alexia ergueu a voz, fazendo o vocalista perceber a sua presença ali. – A Selene foi para onde? E o que o Kirian tem a ver com tudo isso?

- Ela tinha conseguido informações sobre o caso do Tom e foi atrás de respostas, mas eu não sei onde o Kirian entra nessa história – Bill explicou, confuso – Ela não te avisou?

- Ela disse que ia te avisar – Tom garantiu.

A expressão da advogada enrijeceu-se e ela saiu do quarto como um furacão.

Bucareste, província da Valáquia, região Muntênia, Romênia.

Hotel Crowne Plaza Bucharest...

Kirian acabara de sair do banho e tinha apenas uma toalha branca enrolada na cintura. Os longos cabelos negros e molhados grudavam por suas costas e pelo peitoral definido deixando, por vezes, gotículas cristalinas correrem por seus músculos e irem perder-se na toalha felpuda.

Mexeu em sua mala, procurando a roupa que vestiria, mas encontrou algo mais. Num vidrinho de cinco centímetros, no formato oval, continha um líquido espesso e de um vermelho intenso.

--- Flashback ---

Kirian esperava por Selene do lado de fora do seu quarto. Tinham combinado de irem atrás de Markus e Jeanne o mais rápido possível. Por isso, partiram imediatamente.

Pensava em como seriam seus contatos na Transilvânia e se estava tudo pronto para sua volta. Quando seus pensamentos foram interrompidos por uma voz musical.

- Você é o rapaz que vai viajar com Selene, não é?

Kirian notou quem era logo pela beleza andrógena do rapaz. Por trás do olhar aflito e da expressão preocupada estava o ser mais poderoso daquele lugar, mas naquele momento, parecia tão vulnerável quanto qualquer outro e pelo modo como parara a sua frente, parecia uma criança prestes a contar para a mãe que fez uma travessura. Bill era adorável.

- Sim, sou eu - Kirian respondeu de modo educado.

- Eu... Não sei se posso confiar em você – o músico revelou mantendo a cabeça baixa, mas erguendo-a logo em seguida – Mas eu não tenho escolha – disse tirando um frasco do bolso da jaqueta e entregando para o vampiro – Eu sinto que vocês vão fazer uma coisa muito perigosa... E eu já exigi muito da Selene. Eu quero que leve isso e fique com você. Caso aconteça algo, vocês podem usar o meu sangue como arma, mas ele não deve chegar às mãos dela, pois do mesmo modo que pode salvá-la, pode destruí-la... Espero que eu não esteja fazendo a maior burrada da minha vida.

Bill abaixou o olhar para esconder as lágrimas que teimavam em correr por seu belo rosto. Tinha vergonha de chorar na frente de um vampiro que nem conhecia, mas não podia evitar.

- Você a ama muito, não é? – Kirian perguntou olhando atentamente para o frasco, na tentativa de deixar o Puro menos constrangido.

- Mais do que você imagina. – o cantor revelou esforçando-se para manter a voz normal – Por favor, cuide bem dela e me ligue caso aconteça algo. – Finalizou lhe entregando um papelzinho branco com alguns algarismos escritos.

- Eu cuidarei! - O vampiro prometeu, recebendo um sorriso em resposta.

--- Fim do Flashback ---

O vampiro guardou o frasco na mala novamente e começou a vestir-se.

XXXXX

No quarto ao lado, Selene encontrava-se jogada na cama, olhando de soslaio para o celular em cima da cômoda, até que começou a tocar incessantemente, e o nome na tela não mentia: Alexia.

La Rochelle, França...

Mal Alexia tinha saído do quarto dos gêmeos, novas batidas na porta foram ouvidas, era Vincent.

- Bill, já falou com o Jost? - O vampiro perguntou.

- Já sim. Consegui convencê-lo de que o melhor para ele é ficar aqui.

- Ótimo, vou começar o seu treinamento agora, pode ser?

- Claro! O Tom pode vir? – os olhos do vocalista brilharam.

- Não tenho objeções – Vince respondeu jovialmente – É só ele não tocar em nada. Venham comigo.

XXXXX

Alexia batia freneticamente com o pé no chão esperando por ouvir a voz de Selene no celular.

- Atende… - resmungou entre dentes tentando conter a raiva que sentia. – Se-le-ne, atende a porra do celular senão eu juro que…

- Alexia… - a voz da amiga soou de forma controlada, interrompendo a praga que a ruiva iria lançar.

- SELENE!!!!!!!!!! Você está louca? – gritou começando a andar de um lado para o outro do seu quarto. – Que história é essa da Transilvânia? O que você está fazendo ai? Porque não me avisou? – as perguntas foram feitas umas a seguir ás outras, sem qualquer tempo de intervalo entre elas, e foram lançadas com uma agressividade que não conseguia esconder o desespero que a advogada sentia. – Você quer o quê? Me matar de novo? É isso?

- Tenha calma Alexia, não é caso para tanto. – respondeu Selene tentando se controlar.

- Não é caso para tanto? – a voz incrédula e estridente ouviu-se pelos corredores fazendo alguns empregados do palacete pararem por breves segundos. – O que você está fazendo aí?

- Kirian e eu….

- Kirian...? – Alexia sentou-se sobre a cama tomando mais atenção à conversa. – o que Kirian está fazendo ai com você?

- Se você fizesse menos perguntas e me ouvisse seria muito melhor para você! – a escritora rebateu já perdendo a paciência, e vendo que a outra vampira não iria responder continuou - Temos suspeitas que Jeane Du Pont tenha algum…vinculo com Markus.

- Markus? – Alexia parecia confusa. – Que Markus?

- Um dos membros secundários do Conselho.

- Esse Markus? – Alexia arregalou  os olhos tamanha fora a surpresa. – Isso é impossível. Tem certeza do que está dizendo?

- Não, mas tudo indica que sim.

- Isso é impossível! – exclamou. – Markus é um dos vampiros mais snobes que eu conheço, nunca se daria com uma humana.

- O quê? Você o conhece? – agora, quem estava admirada era Selene.

- Conheço sim, Emmus nos apresentou num baile providenciado por Ariel. Mas… Que tipo de ligação é que ele tem com a Jeanne?

- Isso ainda não sabemos… - declarou Selene. – Mas…

- O que é que um vampiro como Markus poderia querer dessa modelo de quinta categoria? – Não era um pergunta para Selene, e sim para si mesma. Não havia qualquer lógica nem razão.

- Isso é o que nós vamos descobrir… - Alexia despertou dos seus pensamentos ficando em alerta ao que Selene dissera. -  Não se preocupe, eu e Kirian já…

- Pára tudo! – Alexia levantou-se de um salto. – Vocês não estão ai para descobrir mais sobre Markus, estão? – suplicou para que a resposta fosse não, mas Selene respondeu de forma decidida.

- Claro que estamos. Temos que descobrir mais para resolvermos de vez esse caso e…

- Louca…Você é louca… - a voz da Alexia saía de forma histérica e descontrolada. – Agora eu tenho a certeza, você é definitivamente louca. – retomou o seu andar de um lado para o outro começando a sacudir o dedo indicador como se estivesse a ralhar a uma criança de cinco anos. – Selene, ouça bem o que eu lhe digo, eu quero vocês de volta agora.

- Alexia… - murmurou Selene sem emoção já se habituando aos típicos ataques deste tipo da ruiva.

- Alexia nada. Você…Você não… - corrigiu - Vocês são loucos, Kirian também está com você. Têm a noção que ir atrás de um membro do Conselho é uma tentativa de suicídio? Como é que você foi….

- Temos provas para dizer que as afirmações que Jeane Du Pont afirma de estar grávida de Tom Kaulitz são completamente falsas. – diz sabendo que faria com que Alexia esquecesse automaticamente do outro assunto.

Segundos de um profundo silêncio passaram até que quase num sussurro Alexia anunciou a sua presença.

 - Como é que é? – ouviu-se o riso malicioso de Selene.

- Pois é amiga, a sua querida Jeanne Du Pont tornou-se adepta das barrigas de enchimento.

- Como…

- Kirian conseguiu umas fotos fantásticas da nossa querida modelo, penso que você irá adorar vê-las.

- Selene, eu…

- Agora fazemos assim, você não vai fazer mais drama de eu e Kirian vamos nos suicidar aqui e eu digo-lhe onde pode encontrar as fotos. Que acha? – a ruiva hesitou por um bocado até que entregou os pontos.

- Você não precisava de ir, esse é o meu caso… - a sua voz soava calma mas Selene sabia que Alexia fazia o máximo para se controlar. – Não queria que você se arriscasse tanto. Eu própria iria.

- Para quê? – rebateu a mais velha com uma agressividade moderada que logo eliminou. – Tenho mais experiência que você com estes negócios sujos, eu já pertencia máfia siciliana antes de te conhecer. Se alguém tem que fazer esse tipo de coisa, sou eu. Ou vai negar isso?

- Isso é jogo sujo! – acusou a ruiva.

- Viu só como eu tenho experiência? – soltou uma gargalhada seca.

- Eu amaldiçoo todas as suas gerações por não me ter avisado dessa maldita viagem Selene, lembre-se disso.

- Como se eu pudesse ter gerações posteriores – a escritora respondeu sarcástica – Mas vou tentar não esquecer. – prometeu a vampira. – Voltando ao assunto principal, você quer ver as fotos ou não? – a pergunta não esperava resposta. – Nos meus aposentos… - Selene baixou o tom de voz de maneira que só Alexia conseguiria, a custo, ouvir. – vai encontrá-las coladas na parte de baixo do tampo da minha mesa.

- Muito bem, vou lá agora… - respondeu de seguida, mas antes de desligar . – Exijo estar informada sobre tudo o que acontecer ai… E Selene... Muito cuidado. Não faça nada arriscado.

- Se acalme. Nada irá acontecer. Vou desligar. Adeus.

A chamada terminou e com um gesto quase imperceptível, Alexia guardou o seu celular no bolso da calça, precipitando-se para a saída.

Tinha muito que fazer. Terminar a tal conversa com Tom, averiguar as fotografias prometedoras e preparar os seus argumentos para o julgamento em tribunal. Não tinha tempo a perder.

Continua...

N/A: Gente do céu, desculpa pela demora!!! Nós duas estávamos numa situação difícil e tava meio tenso conseguir escrever. Desculpem mesmo!!

Bjs!!