Wunsch escrita por Tsuki no Taiga, Alexia Jo


Capítulo 22
Trama


Notas iniciais do capítulo

Capitulo 22 on



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Léo olhou no relógio. Estava há três horas no carro que o levaria a La Rochelle. O voo tinha demorado quatro horas para chegar a Paris e o carro demoraria mais uma hora para chegar a La Rochelle.

Parecia mais uma eternidade... Se ao menos tivesse como entrar em contato com Alexia... Mas o celular de Alicia tinha sumido. E no momento o problema maior era entrar no baile.

Como entraria em uma festa cheia de segurança e vampiros? Eis a questão.

 

Beleza. Pura beleza era o que se conseguia dizer ao observar o pequeno palacete de La Rochelle.  Tanto no seu interior como no seu exterior podia-se desfrutar de um clima totalmente agradável.

O tão esperado baile de máscaras, preparado para honrar mais um dos imensos aniversários de Emmus, príncipe de La Rochelle, estava correndo às mil maravilhas.

Os nomes dos convidados eram anunciados por dois vampiros de vestes simples, robustos e com voz forte, entrando de seguida nos majestosos salões de baile.

As paredes eram adornadas por detalhes de ouro ajudando os enormes candelabros de cristal suspensos no teto iluminarem os salões, mostrando a sua infinita grandiosidade.

Espelhos detalhados quebravam as paredes refletindo os jardins harmoniosos e belos pelas janelas que se encontravam na parede oposta.

A musica enchia os salões distribuindo a sua alegria pelos convidados vaidosos nas suas fantasias.

Alguns, no centro daquele mundo, rodopiavam de par em par rindo e trocando olhares, alguns inocentes e outros um tanto insinuadores. Outros encontravam-se em grupos trocando ideias e discutindo teorias.

Uma jovem humana afastou-se do seu grupo atravessando a enorme distância que a separava de uma das grandiosas janelas, rojando o seu vestido dourado pelo chão e escondendo o seu rosto numa mascara adornada por penas à procura de um pouco de privacidade para desfrutar de um pouco do ar fresco da noite. Com cuidado para não amachucar o seu precioso vestido, sentou-se sobre um dos longos e confortáveis divãs sem costas colocando as suas mãos delicadas no parapeito, observando as folhas das árvores a serem embaladas pelo fraco vento que lhe acariciava o rosto fazendo notar o cheiro fresco do seu perfume. Olhando para o céu estrelado acreditava que aquela noite seria perfeita e pacifica como a aquela lua que iluminava o céu.

Aquela jovem sonhadora, isolada nos seus pensamentos, não tinha a noção como estaria errada e deixou-se lá ficar ignorando o estranho casal que se aproximava lá fora e que iria quebrar, completamente, os seus desejos de uma noite perfeita e pacífica.

 

Madeleine encontrava-se um pouco apreensiva com aquilo tudo. Sempre participava nos esquemas sujos de Klaus  e completava-os sempre com sucesso, mas desta vez era diferente. Desta vez, para ela muito estava e jogo.

- Se isto correr bem, acredite meu amor, estarei muito mais perto de fazer aquilo por que muito anseia. – Klaus passou a unha comprida pelo o ombro da ruiva até ao pescoço onde fez um pequeno corte, em seguida, levou os seus lábios até ao fio vermelho escarlate provocando um forte arrepio à escrava de sangue que ele desprezou por completo. Sugou o sangue voltando a encará-la de seguida. Os seus olhos explodiam da tão familiar paixão e desejo que sentia sempre que ele a tocasse, os seus olhos esverdeados e exóticos adquiriam um brilho por que muitos homens matassem para serem os responsáveis. Ela sabia disso, mas ignorava concentrando toda a sua paixão naquele vampiro que friamente a tratava. Não importava. Para ela não importava o modo como ele a tratasse. “Parta o meu coração, mas não me deixe” era a sua frase. – Minha querida… - ele beijou-lhe os lábios dando-lhe o sabor do seu próprio sangue. – “Se isso correr bem, estará muito mais perto se tornar minha companheira não só de cama, mas como de raça. – Dito-lhe isto, Madeleine deixou uma lágrima escorrer pelo seu rosto.

- É tudo o que eu mais quero. – murmurou deixando Klaus, mais uma vez, conduzir o seu corpo e vontade.

 

Ambos envergavam a fantasia de piratas, uma camisa larga com folhos desproporcionais nos pulsos que permitiam vislumbrar anéis de ouro com incrustações de pedras preciosas, em quase todos os dedos das mãos.

Casacos largos, sem mangas, com cores apagadas que acabavam um pouco abaixo da cintura indo ao encontro de calças castanhas envelhecidas propositadamente, enfiadas de modo desajeitado naquilo que se podia chamar de botas de cano que chegava quase ate aos joelhos.

Klaus, tal como Madeleine deixaram o seu cabelo solto emoldurando o seu rosto que apenas tinha uma pala tapando um dos seus belos olhos azuis.

Madeleine, apesar das suas roupas um pouco arrapazadas, deixava os seus longos cabelos ruivos caírem em cascata pelos seus ombros chamando a atenção para o vale dos seus seios que se mantinha à vista pela camisa aberta no inicio dispensando qualquer gola.

- Giorgio e Luna, estamos aqui a representar Markus, membro secundário do Conselho. – declarou Klaus entregando o convite ao homem de cabelos negros que ao ouvir o nome Markus, deu logo passagem. Madeleine aconchegou-se mais no braço de Klaus quando foram anunciados pelos dois vampiros.

- Vai correr tudo bem, meu amor. – ele a tranquilizou a ruiva enquanto se encaminhavam para perto de Emmus.

- Feliz aniversário, meu senhor. Que conte muitos! – Klaus gracejou.

- Acho que os deuses serão bondosos a respeito desse pedido. – Emmus correspondeu à brincadeira e fortes gargalhadas ecoaram pelo salão. – Espero que se divirtam na minha humilde festa. A minha casa é a vossa casa. – disse Emmus tentando evitar a curiosidade de perguntar àquele casal quem eram. O rosto da jovem era-lhe completamente desconhecido e o do companheiro apesar de ser-lhe familiar não se conseguia lembrar de onde.

- Foi uma grande gentileza, a mademoiselle Ariel nos ter convidado. – avisou a voz fina e delicada da ruiva. Klaus assentiu pegando na mão de Madeleine e dizendo.

- Vem, não incomodamos mais o senhor. – e retiraram-se.

Longe dos ouvidos de indesejadas presenças, Madeleine se viu livre para falar.

- Não correu assim tão mal.

- Não, não correu. – concordou Klaus acrescentando. – Mas ainda nem tudo está feito. – Entraram num banheiro bloqueando a porta depois de se certificarem que ninguém estava lá.

Madeleine retirou o cinto onde se encontrava uma espada falsa colocando sobre a pia e ajoelhou-se no chão de modo a observar os canos das pias. Tal como planejado, encontrava-se um saco de viagem. Madeleine sorriu estendendo os braços.

Klaus discava um número no seu celular e não demorou muito até a sua chamada ser atendida.

- Estamos dentro! – confirmou com rapidamente. – Sim…sim. – olhou para o saco que Madeleine abria. – Sim já encontramos. A fantasia é igual ao do Humano? – sorriu maliciosamente. – Excelente. Bom trabalho. – e sem dizer mais nada desligou a chamada.

Madeleine separava a sua fantasia da dele. – Rápido! – exigiu começando a vestir a sua fantasia.

A francesa rapidamente vestiu a sua nova fantasia ficando maravilhada com o resultado no momento que olhou para o espelho.

Um justo vestido branco de seda com um decote um pouco modesto colava-se ao seu corpo anunciando as suas formas femininas. Preso aos seus braços por umas espécies de pulseiras de cobre pendia um véu de um azul de céu limpo que se ligava do braço esquerdo ao direito, deixando aquele manto caído para trás. Um colar enorme, também de bronze cobria o seu pescoço deixando aquela simples fantasia tornar-se exótica. Madeleine atingiu a perfeição fazendo a maquiagem com o lápis preto e uma sobra azul turquesa.

- Uma Cleópatra ruiva? – perguntou Klaus divertido abraçando sedutoramente Madeleine por trás deixando cair a peruca que tinha nas mãos.

- Acho que Júlio César iria ficar mais feliz. – gracejou recebendo um beijo delicioso no pescoço.

- Quando chegarmos a casa, Júlio César vai ter uma longa conversa com a Cleópatra sobre o seu novo visual. – Madeleine sorriu.

- Ela espera por ele. – declarou olhando-o pelo espelho. Klaus lançou-lhe um olhar que a deixou com as pernas a tremer e retirou-se, deixando-a sozinha.

 

Emmus encontrava-se conversando com alguns convidados, quando um rapaz da sua inteira confiança o avisou que tinha uma chamada em espera no seu escritório. Pensou em rejeitar, mas ao saber que era de Markus, membro do Conselho, pediu licença e retirou-se.

- Markus?... Claro que houve um problema. Você já devia estar aqui, afinal é um dos meus convidados. - Emmus reclamou com o seu “fiel” amigo. - Roubado? – pergunta franzindo o sobrolho. – Sim, com certeza foi a imprensa, ficarei em alerta, não se preocupe. Adeus meu amigo.

Desligou o celular sentando-se na enorme cadeira que tinha atrás da sua mesa.

- Roubado… - murmura. – Onde esse vampiro maluco estava com a cabeça quando deixou o convite à vista? – pensou em todas as pessoas que viu até que... - ROBERT! – gritou e segundos depois, um homem robusto usando um terno preto e com uma cicatriz marcada no seu rosto entrou na sala. – Quero que encontre um casal de piratas e é pra ontem! – Robert ergueu uma sobrancelha e ai Emmus percebeu que tinha que lhe explicar o essencial.

 

 

Alexia e Selene conversavam animadamente numa das varandas do salão de baile quando Tom as interrompeu.

- Alexia! – as duas sobressaltaram-se olhando rapidamente para trás observando um homem vestido de preto com um lenço atado atrás da cabeça cobrindo-lhe a zona dos olhos, mas sem esconder o olhar castanho achocolatado. O chapéu, a mascara e a capa era o suficiente para denunciarem o que era.

- Reconhece-me? – perguntou fazendo uma voz ainda mais grossa e apontando o dedo indicador, coberto pela luva, para o seu peito. Nenhuma falava. Alexia engoliu em seco e Selene ao ver a reação da amiga começou a travar uma luta para não rir.

- T…Tom! – gaguejou Alexia. Olhou para Selene com cara de poucos amigos.

- Que foi? Eu não contei nada! – defendeu-se a escritora. – Culpa o Vincent.

- Contar? Contar o quê? – perguntou o guitarrista com seus dreads escondidos dentro da fantasia.

- Nada! – a ruiva disse imediatamente.

-  Então? Como eu estou? – voltou a perguntar de forma mais inssistente.

Selene olhou para a cara atrapalhada da advogada se segurando para não rir. Alexia encolheu os ombros tentando acalmar-se, até que Tom, com um movimento rápido passou os dedos pela borda do chapéu, movimento típico que aparece no famoso filme Zorro.

- Caliente! – respondeu Alexia com uma voz um tanto aguda.

Tom, orgulhoso com a resposta aproximou-se da namorada e enlaçou-lhe a cintura, depositando-lhe um selinho nos lábios. Quando afastou-se Alexia olhou a sua boca reparando que desta vez ele não estava usando o piercing.

- Bem… - começou Selene. – Vou deixá-los sozinhos.

- Nem pense! – explodiu Alexia olhando para a amiga com pânico nos olhos. A escritora respondeu-lhe com um sorriso malicioso.

- Alexia… - pronunciou o nome da ruiva docilmente. – Não é bom? O seu sonho tornou-se realidade.

- Selene! – a voz de Alexia transportava toda a sua indignação e embaraço.

- Sonho? – questionou Tom cada vez mais confuso. Selene de costas viradas para Alexia, pousou a mão no ombro do guitarrista sorrindo maliciosamente

- Digamos que a Alexia…passou alguns anos à frente da televisão vendo o seu filme favorito. – apontou para a mascara. - Descanse amiga, vou avisar o Vincent que talvez você o vá procurar para matá-lo. – ela disse sem olhar para a ruiva e depois, parou na entrada da varanda e virou-se para os dois. – Caliente. – repetiu. – Tenho que escrever isso. - e com um sorriso, afastou-se.

 

Selene procurava Bill no meio da multidão. Podia não se aproximar dele, mas podia vê-lo de longe. Não conseguia sentir o seu cheiro devido aos que se encontravam dentro daquele lugar.

Sabia que estava seguro, mas mesmo assim…

Um toque um tanto brusco do seu ombro a despertou dos seus pensamentos, e ao ver quem era, Selene clamou por paciência.

- O que você quer, Victor? Não tenho paciência para mais provocações! – avisou com uma voz ameaçadora que faria muitos retraírem-se.

- Calma, meu amor… - ele pediu de forma presunçosa. – Apenas uma perguntinha e depois pode continuar procurando o seu Puro.

- Pergunte! – ordenou bruscamente tentando conter-se para não rasgar-lhe a garganta.

- O seu nome? – aproximou-se um pouco mais. – Qual é o seu nome nesta geração. – Selene observou-o com desprezo e repulsa. Os seus olhos faiscavam pela raiva que sentia daquele vampiro, mas nada a fazia perder a sua compostura. Forçou os seus lábios a formarem um sorriso.

- Quando isso for da sua conta… - começou deixando cair a mão dele para o vazio, quebrando assim qualquer contato físico. -…eu te digo. – e com um aceno de cabeça virou-lhe as costas com a intenção de sair dali.

Nem um passo tinha dado quando o seu braço foi violentamente agarrado e uma força obriga o seu corpo a voltar para trás.

Victor olhava-a com um olhar gélido ignorando a fúria que se apresentava na expressão da escritora.

- Não vire as costas para mim, pode ser a ultima coisa que você faça.

Aquela reação do vampiro deu vontade de rir, mas a audácia de Victor apenas provocava uma vontade agoniante de o atirar pelo o ar e vê-lo se estilhaçar no chão.

– Te fiz uma pergunta! – ele continuou.

Selene estava pronta para dar um resposta bem mal educada, mas foi interrompida por uma voz meiga.

- Selene, ele está te incomodando? – perguntou Bill olhando seriamente para o vampiro, nem mesmo naquele momento a sua voz soava ríspida. Ele estava sem a máscara.

Dias atrás Bill teria medo daquela criatura, mas era um Puro e naquele momento estava venda aquela criatura a tratar mal uma pessoa importante na sua vida e isso quebrava qualquer medo que tivesse.

Victor ignorou Bill olhando para Selene com um certo desprezo.

- Selene? – os olhos da escritora retraíram-se. – Como a Deusa da Lua? – começou a rir deixando Selene ainda mais furiosa e Bill pensativo. – Elena, minha querida… - começou com um desapontamento teatral no rosto. -…você costumava ser mais criativa com os nomes.

Bill levou um choque e na hora fez a ligação. A imagem da Sel no vídeo que deveria aparecer a escritora, o nome, o pseudônimo, o fato de ela conhecer as obras da escritora... Fazia sentido.

- Já sabe o que queria, Victor, me solta – ela ordenou e ele o fez ainda rindo.

- Aliás, você fica sexy de Mulher Gato, até combinou com a fantasia do seu puro. Até mais minha cara Helena de Tróia.

Selene teria corado se pudesse e novamente Bill arregalou os olhos.

- Vo... Você fo... fo...

- Não, eu não fui Helena de Tróia – ela o interrompeu – A minha avó a costumava me chamar assim. – terminou com uma leve entonação de nostalgia.

- Por que não me contou que era a Deusa da Lua? – ele perguntou aflito – Você sabia que eu queria encontrá-la. Sabia de tudo! Por que me negou isso? Eu nunca nego nada para as minhas fãs, você deveria fazer o mesmo!

- Escute bem Bill – ela disse perdendo a paciência – Existia um propósito pelo fato de deu usar pseudônimo. E eu nunca te neguei nada, Bill. Tudo o que eu fiz até agora foi para te manter protegido, tanto dos outros quanto de mim mesma. Você adora aquela escritora, eu entendo, mas a Deusa da Lua é quem eu nunca poderia ser. A Deusa da Lua é a minha parte humana, Bill. É ela quem você admira, eu não queria te tirar do seu conto de fadas.

- Selene, não tem nada a ver isso – ele rebateu – O que me deixa triste não é só o fato de você ter me negado “conhecer” a minha escritora favorita, o que me deixa triste é o fato de que você escondeu isso de mim. Você sabe tudo sobre mim e eu não sei nada sobre você! Eu nem sei por que aquele cara te chamou de Elena, ou quem é aquele cara...

Selene abaixou a cabeça e suspirou.

- Vem comigo – ela disse.


XXXXX

 

- Bem… - começou Tom quebrando o silêncio constrangedor da ruiva. – Parece que as nossas fantasias combinam. Zorro e Elena de La Vega, estou certo?

Alexia assentiu sem olhar para ele. Ainda se encontravam na enorme varanda de pedra que dava uma visão privilegiada para um dos enormes jardins do palácio de La Rochelle. Enormes labirintos de arbustos cercavam um dos múltiplos lagos artificiais que em tempos enchia-se de barcos de madeira com as donzelas da nobreza nos seus passeios de fim da tarde a apreciar pequenos patos nadando junto deles ate que alguém lhes oferecesse um pedaço de pão.

Agora, o lago encontrava-se vazio com uma pequena ondulação provocado pela breve brisa fazendo a imagem da lua refletida naquelas águas, desfazer-se.

Tal como ele, Alexia encontrava-se inclinada para a frente com os seus braços cruzados sobre o parapeito.

Tom observava-a. Os seus cabelos pendiam-lhe do rosto tapando os seus ombros desnudados. Um longo vestido verde escuro com bordados pretos adequava-se ao seu corpo como se fosse feito especialmente par ela.

O decote começava pelo tecido das mangas descaídas propositadamente terminando em V dando lugar a um corpete de um verde mais escuro com linha preta que lhe realçava os seios.

- Pelo que entendi, o seu filme preferido é o Zorro, não é? – disse Tom tentando quebrar o silêncio perturbador. Mas de novo Alexia assentiu deixando-o desiludido. Queria tentar fazer um dialogo que demorasse pelo menos um minuto, mas já começava a pensar que tal coisa seria difícil. – Só vi esse filme uma ou duas vezes. – Alexia olhou-a espantada para surpresa do guitarrista.

- Uma ou duas vezes! – repetiu. – Como é que isso é possível? – perguntou um tanto indignada. Tom aproveitou-se da deixa para manter a sua namorada a conversar.

- Bem, ele não é o meu preferido, mas se fosse não duvido que o tivesse visto mais vezes. – ele disse, e Alexia concordou. – Quantas vezes o viu? – perguntou observando um sorriso atrapalhado no rosto da advogada.

- Já perdi a conta! – olhou de novo para os jardins. – Foram muitas, apaixonei-me por aquele filme.

- Apaixonei-me é uma palavra muito forte. – gracejou Tom. – É o teu estilo de filme? – Alexia assentiu com a cabeça.

- Aprecio muito os filmes que retratam o passado.

- Percebi. – murmurou o guitarrista. – Não me posso esquecer disso. – disse seriamente para divertimento da ruiva.

- Por quê?

- Desde a minha perda de memória que não me lembro nada de você. E se você anda comigo, acho que devo saber tudo sobre você. – justificou-se olhando para a ruiva. A luz da lua era o suficiente para reparar nos seu olhar cheio de mágoa. Alexia, desencostou-se do parapeito virando as costas aos jardins.

- Vou buscar uma bebida. – ela disse. – Estou com um pouco de frio. – mentiu. – Vem?

- Vou ficar aqui mais um pouco, te encontro daqui a pouco. – Tom depositou outro selinho nos lábios da ruiva questionando para si por que de um momento para o outro ela tenha ficado tão triste.

Alexia entrou dentro do salão agradecida por Tom ter recusado o seu convite. Caminhou entre os convidados à procura de alguém que a ajudasse a animar. Sentia-se culpada. Cada vez que olhava para aquele rapaz que desde do dia do ataque fizera tudo para lhe agradar sentia uma enorme culpa a corroer-lhe a consciência.

Sabia que devia mentir, afinal era para a sua segurança mas mesmo assim. Não conseguia interiorizar isso na sua mente.

Muitos convidados abordaram, sendo obrigada a oferecer sorrisos falsos e desnecessários e trocar palavras adequadas e que todos desejariam ouvir.

Apesar dos seus problemas não podia permitir que ninguém desconfiasse do que quer que fosse. Tinha uma imagem e postura a manter e defender.

Uma hora passou e Alexia, não observando Tom em qualquer parte decidiu voltar para a varanda. Não ficava descansada deixando-o sozinho naquele ambiente. Era demasiado perigoso.

Tentou acalmar-se quando não viu ninguém naquele lugar.

- Onde é que ele estará? – perguntou de forma quase inaudível e com uma ligeira preocupação. Dirigiu-se ao local das bebidas, procurando alguma coisa forte que a ajudasse a acalmar, foi então que alguém lhe tocou gentilmente no seu ombro nu.

 

XXXXX

 

Selene...

Era a única coisa que Bill conseguia pensar. Como pudera ser tão distraído ao ponto de não encontrar a verdade que estava em frente ao seu nariz?

Desde a última conversa que tiveram, Bill tinha-se isolado num canto do salão principal de festas. Tinha tirado a mascara que o caracterizava como Batman deixando os cabelos caídos sobre os ombros. Mantinha um copo de champanhe nas mãos, que aceitara de um dos garçons que passara, mas nem tocara na bebida.

Olhou em volta avistando Vincent que vinha na sua direção, nesse momento a sua visão começou a turvar-se. O copo escorregou dos seus dedos estatelando-se no chão e Vincent precipitou-se para ele.

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

oiiiiiiiiiiii! Espero que tenhaM gostado do capitulo, eu este sabado atrasei-me um pouco, mas é que estes ultimos dias têm sido um pouco complicados eu vir ao pc...espero pelos vossos comentários.. XAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAu!