Fairy Tail! Aratana Densetsu! escrita por Maya


Capítulo 48
Selador de Almas


Notas iniciais do capítulo

Então pessoal, esse capítulo teria saído antes, mas o Word decidiu tudo o que eu tinha escrito em um dia, e acabei atrasando mais.
Aliás, houve uma mudança de planos. Era pra ser a luta de Satoshi e de Ruby só nesse capítulo, mas enquanto escrevia achei que mereciam capítulos separados. Então a luta de Ruby será no próximo, que já começarei a escrever.
Aproveitem essa enormidade de capítulo o



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– Não se preocupe, Kagura! Eu vou conseguir seu antídoto, e você vai se recuperar! É uma promessa; quando eu voltar, estarei com seu antídoto.”

Essa lembrança quase impediu Satoshi de entrar na vila onde nascera, mas os gritos de pânico e as chamas que saíam das casas o fizeram retomar sua coragem. Ele estava voltando sem o antídoto que curaria a amiga de infância, mas tinha coragem e força o suficiente para salvá-la do perigo atual.

Logo atrás dele vinham suas parceiras de guilda e de grupo: Ruby, Saphire e Ankamy, que tentavam acompanhar seu ritmo. Mesmo ele ouvindo seus pedidos para que ele as esperasse, ele não conseguia parar de correr.

Com uma das espadas em punho, Satoshi pulou para a entrada da vila, e se espantou com a situação; estava pior do que imaginara.

Tudo estava em chamas. As casas de madeira desabavam sobre as pessoas que corriam desesperadamente, fugindo do desabamento e dos bandidos que atacavam a vila. A maioria que não estava sob os destroços estava muito machucada, e sangue era visto por todo o chão. Havia pessoas mortas, outras gemendo em um canto, impedidas de andar por alguma lesão ou pelo próprio medo, outras que tentavam – algumas até conseguiam – fugir sozinhas ou com suas crianças.

Aqueles que conseguiam se salvar esbarravam com Satoshi enquanto o rapaz mantinha o olhar fixo em sua casa, ou no que sobrara dela. Estava completamente destruída, e ele pôde ver manchas de sangue em volta dos destroços... Sentiu um aperto no peito só de pensar em seus pais.

Então, seu olhar se voltou automaticamente para a casa de Kagura. Não tinha desabado completamente, mas não demoraria muito para isso. Desesperado, segurou sua espada com mais força e correu até lá.

Vários bandidos apareceram em seu caminho numa tentativa inútil de impedi-lo. Sempre que alguém se aproximava, era logo ferido pela lâmina e cabo da espada de um furioso Satoshi. Mas eram muitos, e todos eles fizeram uma roda em volta do rapaz para atrasá-lo ainda mais. Cercado, o azulado foi obrigado a lutar a sério.

Satoshi levou a espada para trás de seu corpo e, a segurando com as duas mãos, começou a girar. Um brilho azul o envolveu enquanto girava, e o mesmo se transformou em um anel espiritual que se expandiu até golpear todos os bandidos à volta do rapaz.

– Shinsen-ryu!!

Com o caminho livre, ele voltou a correr até a casa de Kagura.

Chegou bem na hora; a casa não resistiria por muito tempo. Evitando olhar para as gotas de sangue espalhadas no interior da casa, Satoshi procurou por Kagura e qualquer outro sobrevivente.

– Kagura! Senhor e senhora Uchida!

Ele ouviu um gemido e correu na direção do som. Imobilizado por um ferimento na perna, estava o pai de Kagura. Ao seu lado, caída no chão, sua esposa.

– Satoshi...

– Está tudo bem, eu vou tirá-los daqui.

– Não... Não dá tempo. – Ele segurou o braço do rapaz quando este tentou levantá-lo. – Salve a... Kagura...

– Mas...

– Salve a Kagura, Tajiri! Você sabe... Que ela merece mais...

E ele desmaiou.

Satoshi ficou desesperado. A fumaça não só dificultava sua visão, como invadia cada vez mais rápido seus pulmões e atrapalhava seus pensamentos, e nem sinal de Kagura. Cobriu seu nariz e boca com a mão e continuou a procurá-la.

Então, ouviu mais um gemido. Só podia ser ela.

Se desviando dos destroços e das chamas, Satoshi chegou até o quarto onde sua amiga estava. Parecia bem; o rosto estava sujo de cinzas e parecia ter algumas queimaduras, mas nada muito grave. Mas assim que olhou para suas pernas, ele ficou paralisado, sentindo uma onda de tristeza. Estava de volta, mas não cumprira sua promessa.

– Satoshi!

O rapaz recuperou os sentidos assim que ouviu a voz da garota. Deu um tapa no próprio rosto e se obrigou a manter o foco. Ela precisava dele mais do que nunca.

– Eu voltei, Kagura.

Apesar de não conseguir ver direito no meio de todo aquele caos, Satoshi conseguiu identificar um sorriso no rosto da garota. Foi até ela e a pegou no colo.

– Senti saudades. – Foram suas últimas palavras antes de enterrar o rosto no peito do amigo e desmaiar.

– Kagura! Resista, Kagura!

Mais um barulho, e algo caiu do teto. Tinha que sair imediatamente.

Conseguiu encontrar o caminho até a porta com mais facilidade dessa vez – mal sentia mais o fogo – e, assim que saiu, o azulado ofegou e colocou a amiga no chão, sentindo um alívio ao notar que ainda respirava. Deu tapas leves em seu rosto na tentativa de acordá-la.

– Ei... Kagura. Fique comigo, por favor.

Naquele momento, não se importava com o resto da vila em perigo, muito menos com os malditos culpados por tudo aquilo que começavam vinham em sua direção. Só conseguia ver Kagura. Todo o seu esforço agora era para fazê-la acordar.

Então, quando já ia dar outro tapinha, sentiu a mão delicada da moça tocar sua própria mão.

– Satsohi...

Mais aliviado do que nunca, o rapaz sorriu e apertou sua mão.

– Estou aqui, Kagura.

A garota também sorriu, com lágrimas nos olhos. Mas logo ela viu: três bandidos miravam suas armas contra os dois. Se Satoshi tivesse prestado atenção no que estava à sua volta, não estariam correndo perigo...

No entanto, ele ouviu algo que acabou com sua preocupação.

– Fique tranquila – murmurou para amiga.

No instante seguinte, um vulto passou ao lado dos bandidos e socou um deles, antes de voltar a desaparecer. Reapareceu novamente ao lado de outro e socou sua garganta, voltando a sumir de vista. Apareceu novamente em cima do último bandido assustado, e o nocauteou com um golpe potente.

– Bem na hora, Ruby.

Ruby se virou para o amigo, com um rosto sério que ele nunca vira antes.

Sa-to-shi.

Atrás do garoto, alguém saía do que sobrara da casa de Kagura, depositando o pai da garota no chão. Era Saphire.

– Ei, Saphire, que bom que você...

Mas ela também o encarava com severidade, o repreendendo.

– O que deu em vocês duas...?

– O QUE DEU EM VOCÊ! – Gritou Ruby. – COMO É QUE VOCÊ SAI CORRENDO DESSE JEITO E VAI DANDO ESPADADA EM TUDO O QUE VÊ PELA FRENTE?! NÃO TEM SENSO DE PERIGO?! SOMOS UM TIME, DROGA! TEMOS QUE FICAR JUNTOS E TRABALHAR EM EQUIPE! TEM NOÇÃO DE QUANTO TEMPO VOCÊ FICOU LÁ DENTRO?! A CASA PODERIA TER DESABADO EM CIMA DE VOCÊ!

– EU TINHA QUE RESGATAR A KAGURA! – Berrou Satoshi. – MINHA CASA JÁ ESTAVA DESTRUÍDA E ELA É MINHA MELHOR AMIGA! É CLARO QUE EU TINHA QUE SALVAR ELA!

– Parem, vocês dois – interrompeu Saphire, olhando para o senhor Uchida. – Esse homem ainda vai ficar bem, mas... A mulher que estava lá dentro...

Por um momento, Satoshi e Ruby se esqueceram completamente da discussão. O azulado olhou para Kagura; a garota estava chorando, mas agora era de tristeza.

– Você tem certeza, Saphire? – Indagou ele.

– Sim, sinto muito. Ela não respirava mais... Não tinha pulso... Deve ter inalado muita fumaça.

Um silêncio triste se fez. Nesse meio tempo, Satoshi finalmente ergueu a cabeça para ver como estava a vila, e se surpreendeu com o que viu.

As chamas haviam desaparecido, mas não havia nenhum sinal de água pelo chão. Algumas pessoas inconscientes foram deixadas no chão – e ele ficou feliz em notar que seus pais estavam entre elas –, mas pareciam estar respirando. Os bandidos foram completamente derrotados. E, enfim, sentiu falta de alguém...

– Cadê a Ankamy? O que aconteceu aqui?

– A Ankamy aconteceu – respondeu Ruby. – Uma nova técnica... Ela deve ter gastado muita magia para fazer isso. Não me pergunte como, mas ela conseguiu congelar todo o fogo da vila. A Ankamy disse algo sobre fazer um gelo resistente para controlar o fogo e leve para não derrubar as casas... Deve ter acabado com ela, mas foi graças a isso que conseguimos tirar os sobreviventes debaixo dos destroços e derrotas esses canalhas mais tranquilamente. E então, quando vimos que ainda havia pessoas muito assustadas, a Saphire usou sua magia para fazê-los dormir.

– Nossa – admirou-se Satoshi. – Por quanto tempo eu fiquei lá dentro?

– É disso que estou falando! Se você tivesse esperado mais um minuto...

– Eu não tinha um minuto! – Retrucou o azulado. – A Kagura não pode mais andar! Se alguma coisa acontecesse com ela...

Quando voltou a olhar para Ruby, percebeu que a garota perdera toda a raiva anterior, e agora olhava para Kagura; mais especificamente, para as pernas dela.

– Você... Não pode mais andar? Mas suas pernas não parecem ter nada de errado...

É mesmo. Satoshi nunca contou aos companheiros sobre Kagura, sua doença, e seu maior objetivo. Nunca se abriu de verdade para nenhum deles.

– Não, é uma doença – respondeu Kagura, com a voz fraca, enquanto enxugava as lágrimas. – Ninguém sabe o que é, mas ela me impede de andar. É por isso que Satoshi saiu da vila; ele queria encontrar um antídoto.

Por mais que soubesse que tinha que salvar a amiga, Satoshi não pôde deixar de se sentir péssimo. Ele prometeu que voltaria com antídoto, e voltou de mãos vazias. Talvez não devesse ter entrado na Eletro Magic. As amizades e missões que fez na guilda o distraíram... E agora, Kagura continuava com as pernas paralisadas.

– Eu vou procurar pela Ankamy – disse ele, em voz baixa, e repousou a amiga no chão. – Cuidem da Kagura, vocês duas.

Não demorou para achar Ankamy; a garota continuava inconsciente na entrada da vila, onde executara sua magia salvadora. Mas não estava sozinha.

Satoshi se escondeu para observar a cena. Um homem, de cabelos prateados presos num rabo de cavalo curto, estava ajoelhado ao lado de Ankamy. De pé, um pouco afastado deles, estava um homem de cabelos castanho-avermelhados, muito embaraçados. Ambos vestiam sobretudos marrons e botas pretas.

– É uma maga – disse o de cabelos prateados, examinando a marca da Eletro Magic no braço da garota.

– Esgotou muito poder mágico, mas ainda tem um pouco sobrando – afirmou o outro. – E não muito longe daqui, mais três magos em boas condições... E alguém com muito pouco poder.

– Então, estamos no caminho certo. – O primeiro se levantou. – Veja só, que maravilhosa destruição... Nossos capangas fizeram um ótimo trabalho aqui! Uma pena – ele sacou uma um tipo de espada, nodachi – que tenhamos ficado com a tarefa de executar apenas os magos.

Quando Satoshi viu que o homem estava prestes a fincar sua espada em Ankamy, se levantou e gritou com todas as forças:

– Pare com isso!

E funcionou; o grito distraiu o homem e este parou a espada a meio caminho, virando os olhos azuis cristalinos para o garoto.

– Quem é você? – Perguntou o de cabelos preateados.

– Mais um mago – disse o de cabelos avermelhados. – E esse tem muito poder mágico. Tome cuidado, Mathias.

Satoshi teria agradecido ao homem se seu parceiro não tivesse tentado matar sua amiga.

– Eu sou Satoshi. – O rapaz sacou uma espada. – E esse será o último nome que ouvirá na vida se não sair daqui agora!

O tal Mathias fingiu surpresa por um momento, e logo em seguida caiu na gargalhada.

– É um comediante! Puxa, é a primeira vez que eu vejo isso! Está prestes a morrer, e a última coisa que faz na vida é fazer seu assassino rir...

Satoshi agarrou o cabo da espada com mais força.

– Não é piada. Você ouviu seu amigo; sou forte, tenho poder o suficiente para acabar com vocês dois.

A risada de Mathias foi substituída por um sorriso diabólico.

– Vamos fazer um jogo, então? Só nós dois. Quem matar o outro primeiro, vence.

Satoshi nem teve tempo para responder; no instante seguinte, Mathias já avançava em sua direção em grande velocidade, as mãos segurando a espada. Felizmente, o rapaz teve tempo para se defender. Segurou o cabo da espada com a mão direita, apontando a lâmina para chão, e, com a mão livre, segurou seu ombro direito. Um brilho azul saiu do cabo da espada, formando uma barreira.

Quando Mathias tocou na barreira, houve uma ressonância que lançou os dois no ar, um para cada lado. Logo, o zumbido nos ouvidos de Satoshi desapareceu e ele pôde ouvir as vozes aparentemente distantes de Ruby e Saphire, que gritavam seu nome.

Seu adversário pareceu ter sido ainda mais afetado pelo estouro, mas, assim que recobrou os sentidos, sorriu maliciosamente.

– Magia, hã? Interessante... Um espadachim que depende de magia. Será ele um ser poderoso ou mais um covarde?

Satoshi franziu o cenho.

– Que tipo de besteira você está dizendo? Eu estou usando o poder que eu tenho para proteger meus amigos que você está querendo matar. Isso não faz de mim alguém poderoso, muito menos covarde. Isso faz de mim um mago!

– Que belas palavras – disse Mathias, sarcástico. – Belas últimas palavras...

– Qual o seu problema? Deixe ele em paz! – Gritou Ruby, empurrando Mathias quando ele começou a se aproximar de Satoshi.

Mathias foi pego de surpresa, mas não baixou a guarda por muito tempo. Segurou Ruby pelos braços e examinou seu rosto, abrindo um sorriso nojento em seguida.

– Ei, Leon, essa aqui é toda sua.

E se virou para jogá-la no chão, deixando-a próxima de seu parceiro.

Ruby esqueceu toda a fúria ao ouvir aquelas palavras. Mal se lembrava do que estava acontecendo. Quando ouviu aquele nome, se esqueceu de absolutamente tudo.

Erguendo o olhar, Ruby viu um par de olhos vazios a encarando. Aqueles olhos, que antes brilhavam num belo tom verde, haviam perdido todo o seu brilho. Havia uma mancha que, a garota sabia, um dia possuiu uma bela cor dourada, assim como sua própria mancha no olho esquerdo – agora, a mancha do olho de Leon também tinha perdido sua cor.

– Leonard...

– Você costumava me chamar de Leon, Ruby.

Mas Ruby não conseguia associar aquele rapaz a sua frente com seu querido irmão. O que acontecera com ele nesses cinco anos?

– Ele fala de você o tempo todo. Tem várias fotos suas no quarto – contou Mathias, em tom de deboche. – Sempre fala de você como “a irmãzinha querida que deixou pra trás.” Francamente! É sua uma assassina...

Com a história contada por Ruby voltando a toda em sua mente, Satoshi se aproximou novamente do adversário e encostou a lâmina da espada em seu pescoço.

– Será que você não tem um pingo de sentimentos? São dois irmãos se reencontrado depois de cinco anos! Duvido que você conheça a história inteira!

Mathias encarou o rapaz, impaciente.

– Eu conheço essa droga de história. Como é comovente! – Ele debochou novamente, revirando os olhos. – Moleque, entenda uma coisa. Nós somos mercenários. Há anos recebemos trabalhos para matar pessoas, mais do que qualquer outro tipo de trabalho, e recebemos bem para isso. Essa matança contínua faz isso com a gente. A gente se acostuma a matar pessoas, a ser frio, e perdemos nossos sentimentos. E pode acreditar que aquele cara – ele indicou seu parceiro com a cabeça – já os perdeu muito antes de mim.

– Ora, seu...

– Deixe, Satoshi – interrompeu Ruby, se levantando. – Eu disse que Leonard sempre foi frio. Não me admira nada que ele tenha perdido os sentimentos tão cedo. E também – ela abanou a mão diante dos olhos do irmão, que continuou fixando o lugar onde a garota estava caída – perdeu a visão, não é?

Leonard abriu um sorriso pequeno, que fez sua boca tremer como se ele não sorrisse há um bom tempo.

– Esperta e direta como sempre, Ruby. Será que podemos conversar às sós?

A ruiva não pensou duas vezes antes de segui-lo. Saphire fez menção de acompanhá-la, mas Satoshi a interrompeu.

– Por favor, Saphire, vou precisar de alguém para cuidar da Kagura, da Ankamy e de todo o povo da vila.

– Mas...

– A Ruby vai ficar bem. Eu sei disso.

Ruby sorriu para o amigo ao ouvir isso. Satoshi retribuiu o sorriso antes de a garota acompanhar o irmão para a saída da vila. Saphire concordou em ajudar o rapaz e correu para levar os sobreviventes e Ankamy para perto de Kagura, num canto mais afastado de Satoshi e Mathias.

– Você não acha que eu me incomodaria em matar esses inúteis, acha? – Perguntou Mathias enquanto Saphire carregava um garotinho no colo.

– Já disse, isso é entre nós dois – respondeu Satoshi, ainda com a espada no pescoço do mercenário. – Você mesmo propôs esse “jogo”.

Mathias sorriu com desdém.

– E mais uma vez, minhas palavras me incriminam. Tudo bem. – Ele lançou um olhar apressado para a outra garota, que agora levava Ankamy. – Só nós dois... Mas não posso garantir a vida dessas mocinhas depois de matar você.

Satoshi segurou o cabo de sua espada com mais força, resistindo ao ímpeto de atacar de uma vez.

– Acabou? – Perguntou Mathias, olhando ao redor quando Saphire levou o último sobrevivente para perto do outros. – Aleluia.

Com um movimento rápido, ele sacou sua espada e bateu no cabo da de Satoshi, bem perto de sua mão, jogando a espada do rapaz para cima.

O garoto já esperava por algo assim. Rapidamente, deu uma cambalhota para trás, sacou sua segunda espada e avançou, empurrando o adversário com seu cabo. Estendeu a outra mão para trás e segurou sua outra espada antes que ela caísse no chão, como se estivesse em total sintonia com sua arma. Assim, ainda com a segunda espada impedindo a espada Mathias, usou sua outra mão para tentar um corte diagonal. Porém, Mathias foi rápido; se abaixou e deu uma rasteira no azulado, mas este conseguiu pular para trás antes de ser derrubado.

– Impressionante – ofegou o mercenário, notando a diferença entre as espadas de Satoshi. A primeira, que ele já usava antes, tinha o cabo azul, com o pomo circular transparente e a guarda preta, com lâmina prateada. Já a segunda continha um cabo rosa escuro, o pomo também circular transparente, a guarda vermelha, e a lâmina era de bronze. – Onde foi que você arranjou isso? – Ele apontou para a segunda espada.

– Era de uma pessoa muito especial – respondeu o mago da Eletro Magic. – Estive cuidando dela por todo esse tempo.

No canto afastado da luta, Kagura sorriu fracamente.

Como esperado, Mathias não demonstrou emoção alguma.

– Lindo. Vamos logo com isso? Leon é desleixado demais para ficar sozinho por muito tempo.

Satoshi preferiu não discutir agora; Leon não estava sozinho, estava com sua irmã... Como Ruby poderia representar algum perigo a ele? Mas, ao invés de dizer isso, o rapaz pediu um minuto. Deixou as espadas no chão e rapidamente desprendeu as bainhas de suas costas, despindo o sobretudo preto em seguida, revelando uma camisa de manga curta branca. Depois, prendeu as bainhas nas costas novamente e segurou as espadas. Seu adversário riu de deboche.

– A luta se transformou num strip tease?

Mas Satoshi apenas sorriu e, agora mais rápido do que antes, correu até o mercenário. Mathias foi pego de surpresa, mas conseguiu ler os movimentos do mago e desferiu um corte com a espada quando viu que ele estava a centímetros de distância, mas Satoshi foi mais rápido; pulou para o lado bem a tempo de desviar do ataque, fazendo o outro cortar o ar. Mal colocou os pés no chão e logo pulou novamente na direção do oponente, desferindo-lhe um corte no rosto. Mathias conseguiu bloquear a outra espada de Satoshi, mas o azulado ainda pode dar um chute em sua cabeça. Mathias cambaleou para trás, e Satoshi, perdendo o equilíbrio, rolou no chão ao cair, mas logo se levantou.

Os dois combatentes iniciaram uma sequência de ataques com suas espadas. Satoshi atacava com tudo usando as duas lâminas, enquanto Mathias fazia o máximo bloquear as duas espadas com sua nodachi. Em certo momento, o mercenário conseguiu abrir uma brecha; bateu sua espada com força nas duas de Satoshi, fazendo o rapaz levá-las para cima, atordoado. Mathias, então, rolou para seu lado e bateu o punho da espada com tudo na cabeça do garoto. Satoshi caiu de joelho com a dor, soltando uma das espadas para levar a mão ao ferimento. Mathias aproveitou a chance levou a espada até seu pescoço...

– Não!

O grito de Kagura despertou Satoshi. Num instante, o rapaz agarrou sua espada, com a lâmina apontando para o chão, e bateu no pulso do adversário como seu pomo. Mathias deixou sua espada cair. Satoshi se levantou num pulo e usou sua outra espada para desferir um corte diagonal no de cabelos prateados. Mathias foi rápido em recuar, mas o corte ainda o feriu de raspão. O homem ignorou a dor e tirou algo do bolso do sobretudo, lançando em Satoshi. O azulado não teve tempo de desviar; em um segundo já tinha várias agulhas perfurando seu corpo, dificultando seus movimentos. Aos poucos, suas mãos soltaram as espadas.

– Magos não são os únicos com truques na manga – disse Mathias, com a mão sobre o corte. – Agulhas paralisantes. Úteis, não acha?

– É, muito eficientes – admitiu o mago. – Mas, adivinha só... Sword Magic não exige sempre o uso das mãos!

As duas espadas caídas ganharam contornos azuis, e ergueram- se no ar, girando ao redor de seu dono.

– Ken’nomai!

A espada de lâmina prateada deu mais uma volta em torno de Satoshi e, comandada pela mente do garoto, avançou contra Mathias. Porém, ele golpeou facilmente a espada e a pegou ainda no ar, tirando a mão da ferida, e parando a lâmina da espada de Satoshi a centímetros do rosto do mesmo.

– Pronto para morrer por sua própria lâmina? – Murmurou.

Ao invés de demonstrar medo ou surpresa, Satoshi sorriu novamente.

Atrás dele, a espada de lâmina de bronze reapareceu. Bateu na espada prateada, surpreendendo Mathias, e ela mais uma vez foi lançada no ar. Mas, desta vez, parou e mirou em Mathias.

– Nagareboshi! – Gritou Satoshi. A espada prateada avançou com tudo contra Mathias, envolta por um brilho platinado ofuscante. – Ryusei! – A espada de bronze também parou no ar e, envolta por um brilho dourado, avançou rapidamente contra o adversário.

As espadas mantiveram a mesma velocidade, e se cruzaram no meio do caminho, aumentado os brilhos que saíam delas. Então, cortaram Mathias.

O sorriso vitorioso de Satoshi durou pouco; Mathias estava ileso. E, para o espanto do mago, segurava suas duas espadas, ainda envoltas pelos brilhos platinado e dourado, tentando contê-las como se fossem dois animais selvagens.

– O senhor e a senhora Casterwill tinham razão – resmungou o mercenário. – Magos são um saco... Bem, como foi que você disse mesmo? Hm... – Ele finalmente fez as espadas pararem de se contorcer tanto, embora elas continuassem tremendo. – Ah, sim. Nagareboshi! Ryusei!

E ele cortou Satoshi, com as duas espadas ao mesmo tempo, dando-lhe um corte em X no abdômen. Satoshi caiu de quatro, gritando de dor – e a dor parecia ser maior ainda pelo cor ter sido exatamente onde estava sua marca da guilda –, e Mathias jogou suas espadas no chão.

– Últimas palavras?

– Quem... Quem mandou... Vocês nos matarem?

– Não posso dizer o nome – disse Mathias –, mas era um cara bem estranho. Parecia fazer o tipo relaxado, mas falou com a gente com muita pressa. Disse para matarmos uns magos que iam para uma vila ao norte de Magnolia, e que podíamos matar todo o resto da vila se precisássemos. Sujeito estranho... Mas, sabe como é, dinheiro é dinheiro.

Enquanto ele falava, Satoshi arrastava a mão até a espada mais próxima, e fez um corte na perna de Mathias. Este gemeu e caiu de joelhos. O mago se levantou com dificuldade e agarrou a outra espada, cambaleando até onde Kagura, Saphire, Ankamy e os outros estavam.

– Saphire... Por favor... Pegue a Kagura e a Ankamy e fuja... – Pediu Satoshi, com a voz rouca.

– Ficou maluco? – Protestou Saphire. – E você? E os outros?!

– Ele quer os magos... Além do mais, eu já perdi o jogo mesmo... Corra, por favor. Eu garanto que não deixarei ele seguir vocês...

– Mas...

– Corra, Saphire! Eu já não posso mais...

Ele parou de falar quando sentiu a mão de Kagura tocar seu ombro.

– Pode sim, Satoshi. Me dê minha espada.

Hesitante, ele estendeu a espada de bronze. A garota segurou sua mão sobre a espada, e um fio rosa se estendeu do pomo até a ponta da lâmina. O fio se expandiu, até se tornar uma camada brilhante envolvendo a arma, e em seguida, a camada ficou agitada como se fosse uma chama rosada.

– Considere isso como uma forma de agradecimento por tudo o que você fez – disse Kagura. – É o que resta de meu poder mágico. Lute com isso, Satoshi. Confio em você, sei que consegue.

– Não seja doida! Se você ficar sem isso...

– Não se preocupe, ainda tenho um pouquinho, o suficiente para me manter viva. Agora, Satoshi, use isso para fazer o que você faz de melhor. Proteja aos seus amigos.

E, amparada por Saphire, a garota desmaiou.

Satoshi beijou sua testa e voltou a se erguer, ignorando a dor. Ergueu sua espada, a de lâmina prateada, e fez o mesmo que a garota fizera com a dela. Agora segurava uma espada envolvida por um brilho rosado e outra, por um brilho azul. O resto do ambiente pareceu escurecer sob o brilho ofuscante das duas espadas juntas.

– Pare de resistir! – Gritou Mathias. Havia um quê de súplica em sua voz. – Me deixe matar você e essas garotas!

– Por que você acha que eu atenderia um pedido desses?!

– Você não entende! Eu preciso desse dinheiro!

– Não seja egoísta! Eu não entregaria a vida de meus amigos nem para a pessoa mais necessitada do mundo!

– Nós dois somos egoístas, então! Você quer me matar para salvar seus amigos, e eu quero matar vocês para salvar meu amigo!

Agora ele definitivamente tremia, mas Satoshi sabia que não era de dor.

Mathias abriu a boca para voltar a falar, mas se interrompeu e olhou para cima. Satoshi seguiu seu olhar. Um pombo muito branco voava sozinho pelo céu, lenta e pacificamente. Sua simples presença pareceu afetar profundamente Mathias. Este baixou a cabeça e, sem olhar para Satoshi, murmurou:

– Pode me matar agora.

– O... O quê?

O rapaz ficou tão surpreso que esqueceu a fúria que sentia desde o momento em que vira Mathias pela primeira vez.

– Me mate. Agora. E não tenha piedade, dê tudo o que eu mereço.

– Mathias...

Satoshi se sentiu estranhamente mal ao perceber que Mathias, até pouco tempo seu maior adversário, estava chorando.

– Ande logo, droga! Não era isso o que você queria fazer?! Estou permitindo que você me mate!

– Que...

– Eu sou um grande fracasso! A minha vida inteira, as pessoas me deram as costas... E então quando alguém finalmente me vê como um humano, e não como uma máquina de matar, eu a deixo morrer... Eu devia ter sido mais rápido! Devia ter o impedido de vir! Mas eu deixei, sabendo de todos os riscos... Sabendo de quem encontraríamos aqui... É culpa minha! O único amigo que tenho na vida morreu, e a culpa é minha!

Satoshi se sentiu pior ainda, subitamente entendo de quem ele estava falando.

–... Leonard...?

Mathias afirmou com a cabeça, num movimento quase imperceptível.

– Ele sempre dizia – murmurou – que quando alguém que consideramos especial morre, vemos um pombo muito branco no céu, e só nós podemos ouvir seu canto. Eu ouvi... Aquela flauta horrível do Leon, pela última vez...

Satoshi abaixou lentamente suas espadas. Leonard, morto? Impossível... Ele estava com Ruby, não estava? Ela não mataria seu irmão. Então, o que poderia ter acontecido?

– O que está esperando?! Se eu continuar vivo, me transformarei em algo completamente vazio, sem objetivos, matando pessoas por dinheiro que não vai gastar em nada... Então, eu lhe peço. Acabe comigo.

O rapaz ficou parado no mesmo lugar, aturdido demais para falar. Leon estava morto. Como será que Ruby estava se sentido? Ficou cinco anos sem vê-lo, e no dia em que o reencontra, ele morre... Então, sua mente voltou para Mathias. Alguns minutos atrás, só o que queria era matá-lo; afinal, ele mandou todos aqueles homens atacarem o povo de sua vila, quis matar Ankamy, e expôs Kagura ao perigo. Mas agora, vendo seu sofrimento com a morte de Leon, matá-lo de repente lhe parecia uma coisa muito errada. Se Satoshi entendeu bem, Mathias fazia seus trabalhos de mercenário para sobreviver, sustentar a ele e Leon. Qualquer pessoa podia achar que ele era uma pessoa fria e sem coração a primeira vista, mas a dor de perder seu melhor amigo fora tanta que agora estava implorando que seu adversário o matasse. Satoshi achou que o que ele fez não podia ser tão errado assim se ele tinha seus motivos para isso, e que Mathias não merecia uma morte dolorosa depois de passar a vida sozinho. Não merecia mais dor alguma.

Então, sua espada de lâmina prateada vibrou em sua mão. Compreendendo o que ele realmente merecia, Satoshi assentiu.

Mathis sorriu.

– Por favor, seu ataque mais forte, estou pronto para isso.

Não seria seu ataque mais forte, mas era o ideal para a situação. Desde que ganhara sua espada, Satoshi não achou que teria de fazer aquilo algum dia, mas, felizmente, se lembrava das instruções de como fazer.

Com a espada de bronze, ainda brilhando em um rosa intenso, cortou o ar, e em seguida cortou o ar logo acima com a espada prateada. Juntou as duas espadas e as fincou no vão entre os dois cortes. Agora, a sua frente, havia um círculo roxo entre um traço brilhante azul e outro, rosa.

A região por volta do círculo ganhou um brilho branco, que se estendeu até preencher todo o vão entre os traços. Em seguida, os traços e o brilho se estenderam até formar um anel em torno de Satoshi. Este apontou sua espada de lâmina prateada – que, assim como a outra, perdera seu brilho – para o buraco de contorno roxo.

– Mathias – começou –, você foi julgado por essa espada, e foi considerado digno. Você matou muitos e fez trabalhos desonestos para ganhar dinheiro, dinheiro que, acredito eu, foi usado para sua sobrevivência e de seu melhor amigo. Você não falhou em sua missão. Você fez o que podia. Mathias, se a vida inteira você ficou sozinho, está na hora de experimentar a sensação de ter várias pessoas à sua volta.

“Eu sou o guardião dos últimos desejos, portador dos bons sentimentos, selador das almas, Satoshi Tajiri. Selarei tua alma nesta espada que agora empunho, se você permitir.”

Mathias pareceu hesitar um pouco, mas por fim assentiu, decidido.

“Então, Mathias, tu não irás para o céu nem para o inferno. Teu corpo morrerá, porém tua alma permanecerá em nosso mundo, selada nesta espada, protegida por mim. Tua alma me acompanhará em minhas batalhas e comigo experimentará a sensação de ter várias pessoas boas ao seu redor, ajudando a te proteger.”

“Assinamos agora um contrato entre nossas almas. Se uma for destruída, a outra também será. De acordo?”

Mathias assentiu novamente.

“Estando ambos de acordo, eu agora concluo o selamento de tua alma.”

Então, uma névoa saiu do corpo de Mathias, passou pelo buraco do anel que envolvia Satoshi, e encontrou a espada do mesmo. A espada voltou a brilhar, embora agora fosse um leve brilho platinado, e várias ondas de luz passaram pela lâmina enquanto a névoa desaparecia. Mais um brilho, agora azul, saindo das duas bordas do anel, prendendo Satoshi brevemente em uma cápsula, até a névoa desaparecer completamente. O brilho e o anel desapareceram e uma névoa prateada escorreu como água para dentro do pomo transparente da espada do rapaz.

Mathias La Guardia. Prazer em conhecê-lo.

Satoshi sorriu ao ouvir a voz daquele que fora seu melhor adversário.

– Satoshi Tajiri. É um prazer.

Porém, a dor lancinante do corto em seu abdômen voltou com tudo, e ele caiu ao lado do corpo morto de Mathias. Saphire correu ao seu socorro e o puxou até onde Ankamy, Kagura e os outros estavam.

– Satoshi! – Gritou ela, desesperada, mas ainda parecendo estar meio espantada meio admirada pelo que o amigo acabara de fazer. – Droga... O que eu faço...

– Saphire... Faça o seguinte... – Sua voz soou tão fraca que nem ele conseguira ouvir direito, mas por sorte a garota compreendeu. – Na floresta... Há muitas... Muitas plantas com uso medicinal. Pegue o máximo de folhas e ervas que conseguir e traga para cá... Eu saberei dizer quais serão úteis e direi o que fazer com elas... Traga pelo menos duas folhas grandes também...

Anotando tudo mentalmente, Saphire concordou com a cabeça e correu para a floresta.

Satoshi olhou para Kagura. Tinha tanta coisa para contar, tanta saudade para matar... Porém, não sabia exatamente o que diria. Ela podia até perdoá-lo por não trazer o antídoto, mas o próprio Satoshi continuava a se repreender. Ele podia ter procurado mais. Quando estivesse recuperado, e toda essa missão doida tivesse acabado, procuraria direito, mas era angustiante pensar que Kagura teria de ficar ainda mais tempo sem poder andar. Por isso, não sabia ao certo o que dizer sobre essa promessa quebrada.

Então olhou para sua espada, na qual a alma de Mathias residia, e percebeu que o que mais precisava dizer era “Sinto muito”.

Em apenas um dia, quebrara duas promessas.

–----

– Mestre, esse é o Monte Zonia?

– É sim, Satoshi.

– E é aqui que nós vamos treinar?

– Sim, Kagura. Se vocês querem se tornar grandes espadachins, aqui é o lugar perfeito para treinar.

Perto de um grandioso monte, um homem jovem, mas com rugas de expressão espalhadas pelo rosto, acompanhava duas crianças. Uma delas era um garoto, tinha olhos pretos e cabelos azuis ainda curtos cobertos por um gorro branco, usando um casaco azul claro, calças pretas e botas marrons. A outra era uma menina de olhos rosados, cabelos negros quase chegando aos ombros sob um gorro vermelho, casaco rosa, calça branca e botas também marrons. Ambos pareciam muito ansiosos para começar o treino.

– Vocês passaram nos testes e acredito que estejam aptos para iniciar o verdadeiro treinamento – disse seu mestre. – Por isso, podem pegar suas espadas.

Ele estendeu duas bainhas e entregou uma para cada criança. Satoshi tirou uma de lâmina prateada, e Kagura, de lâmina de bronze.

– São espadas especiais, que chamamos de “Portadoras” – continuou o homem. – Estão vendo esses pomos transparentes? São recipientes, que guardarão a alma – ele apontou para a espada de Satoshi – e o coração – ele apontou para a de Kagura – das pessoas certas.

– E como saberemos quem são essas pessoas? – Perguntou a garota, curiosa.

– Saberão quando chegar a hora. A espada indicará. É a espada quem escolhe que alma ou coração guardará. Mas não é só apontar a espada e pronto, há passos certos para concluir esse processo. Prestem atenção...

Ele mostrou exatamente aos dois como se fazia para selar a alma ou o coração do indivíduo selecionado pela espada.

–... Mas não vamos mais perder tempo com isso, está na hora de treinar. Vamos, subindo, seu treino no Monte Zonia começará!

Após horas treinando com suas novas espada, as crianças caíram, exaustas, no solo do monte. Seu mestre declarou o treino encerrado e começou a descer o monte.

– Deve ser meio estranho carregar o coração de uma pessoa – comentou Kagura.

– Tenho uma ideia! – Exclamou Satoshi. – Quando eu morrer, você selará meu coração. Que tal?

– Não seja idiota! Eu não quero ver você morrendo, nunca...

O garoto olhou para a amiga e percebeu que ela estava vermelha como um pimentão. Então notou que seu rosto também ardia.

– Eu também não quero ver você morrer, maluca – disse ele, voltando o olhar para o céu estrelado, sentindo o rosto corar mais ainda. – Mas, se você morrer antes, eu com certeza selarei sua alma. Tá... Tá, já sei.

Ele se sentou, e Kagura fez o mesmo.

– Kagura, não importa qual seja a decisão da espada, não importa quem ela escolha, a única alma que selarei aqui será a sua!

A garota sorriu radiante.

– Satoshi, mesmo que essa espada indique alguém, o único coração que aceitarei guardar nela será o seu! – Ela estendeu o dedo mindinho. – É uma promessa, certo?

Satoshi também sorriu e estendeu o mindinho, juntando com o da amiga e balançando-os.

– É uma promessa!


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Notas finais do capítulo

No próximo... (narrado por Ruby)
Leonard, meu irmão. O que houve com você?
Cego e com problemas de saúde... Mas não parece muito infeliz. Nunca pensei que conseguiria distinguir um sentimento em você novamente, nem ao menos pensei que voltaria a te ver... Agora, eu vejo, você está realmente feliz. Eu não consigo ficar assim em um momento desses.
Com o alguém pode sorrir tanto com esse destino nas costas?
Não perca o próximo!
"A Última Assassina"
Soreha, sayounará!



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