Thai’s POV

- Eu preciso de mais cafeína. - Disse, saindo dali. Coloquei a mão na maçaneta do Starbucks e senti uma mão envolver a minha.

- Desculpa. - Ouvi. - Estava mexendo no celular e nem prestei atenção.

- Tudo bem. - Respondi, tirando a mão da maçaneta e olhando pro moreno lindo ao meu lado. Cara, já vi esse viado em algum lugar. 

- Tá maluca, Kimberly? Sai correndo do nada e... - Parou de falar quando sentiu meu olhar matador sobre ela. - Nem me chamou pra tomar café, amiga. - Disse, entrando na loja.

- Melhores amigas... - Comentei, também entrando.

- Sei como é. - Respondeu rindo. - Bom, você pode ficar na frente.

- Obrigada. - Agradeci e puxei Evelyn. - Esse viado aí não é aquele que você tem no seu celular?

- Arrã. - Deu um gritinho histérico.

- Mais feio pessoalmente. - Menti. 

- Ah, vai se fuder, Thaianne. - Deu um tapa de leve na minha cara.

- Na cara não. - Devolvi seu tapa. Ficamos brincando assim até chegar a nossa vez. O pedido foi o mesmo de antes e logo o pegamos. Sentamos distantes, na (acredite) única mesa vazia.

- Ah Thai, ele não é feio. 

- Olha o tamanho do olho dele. Nem bunda esse cara tem! O Noah dá de mil a zero nesse ser. - Disse, o observando enquanto ele caminhava até nós.

- Posso me sentar aqui? É a minha mesa predileta. - Vi Evelyn assentir do meu lado.

- Ui, adoro desculpas pra chegar perto das gostosas. - Murmurei em português.

- O quê?

- Nada. - Evelyn explicou. - A brasileira aqui tá louca. - Sorri amarelo e levei o copo a boca. - Você é...

- Zayn Malik. - Estendeu a mão pra Evelyn, que apertou-a sorridente.

- Evelyn Marins. Essa daqui é a mal amada da minha gêmea, Thaianne Alves. - Fiz sinal de paz e amor pra ele.

- Irmãs gêmeas? São tão diferentes!

- Ele só tá falando isso porque eu tô com cara de drogada não é? - Perguntei em português pra Evelyn.

- Thai, para de falar em português.

- Por favor. - Zayn pediu. Cocei os olhos, sem tirar os óculos.

- O sono não vem! - Reclamei, agora na língua que o viado pudesse entender. 

- Talvez se você calar a boca, ele vem mais rápido.

- Ah, sis, vai se fuder. - Olhei pra fora e fiquei brisando enquanto eles conversavam. Logo vi uma cabecinha loira e um casaco de moleton preto.

- Ai, meu Deus, o Noah. - Disse, me levantando. 

- Hey, eu te disse o quê? - Evelyn perguntou, segurando minha mão.

- Nada. - Soltei sua mão da minha.

- Tchau Malik, até outro dia em que eu esteja sóbria. - Sorri e saí dalí. Caminhei até Noah, que quando me viu sorriu e abriu os braços. Abracei-o.

- Não conseguiu dormir, né? - Soltei de seu abraço, mas ele ainda tinha as mãos na minha cintura.

- Não. - Respirei fundo. - Quero ir em outras festas daquelas.

- Sério? - Assenti. - Te levo numa hoje. - Sorri. - Mas você tem que fazer um favor pra mim.

- Qualquer coisa. - Ele sorriu e me puxou pra um beijo.

- Tem certeza? - Perguntou, assim que partiu o beijo. Assenti.

- O que eu tenho que fazer? Fala!

- Antes de irmos pra uma daquela, a gente vai pra uma quase igual e depois eu te falo o que você vai fazer.

- Tá. - Selei seus lábios. - Eu vou voltar pra Starbucks antes que a Evelyn enlouqueça. - Ele assentiu. - Passa lá no alojamento hoje. - Beijei-o e corri pra loja. 

Evelyn e Zayn estavam rindo de alguma coisa. 

- Voltou?

- Sabe como é, meu bofe é muito ocupado.

- AH TÁ! - Evelyn disse, voltando a rir.

- Tá bom, hiena. Cala a boca. Vamos embora, eu preciso desenhar, tocar piano, cantar... Essas coisas que me fazem relaxar.

- Você desenha, toca piano e canta? - Confirmei a pergunta de Zayn.

- Além do piano, eu toco violão, guitarra, bateria, baixo e saxofone. E atuo.

- E ela não faz Artes Musicais, nem Artes Cênicas. 

- Não?

- Eu amo desenhar. É a minha vida. - Sorri. - Vamos embora, Evelyn! Tô sentindo a Amy já.

- Eita, desenhos. - Nos levantamos (todos) e fomos até a porta.

- Eu te ligo. - Zayn disse pra minha amiga assim que nos despedimos.

- Ui, eu te ligo.

- Tá com inveja que o meu bofe é rico e o teu é drogado. - Dei um tapa de leve na cara dela. - Idiota.

- O que eu tenho que fazer? - Perguntei, me assustando com a minha voz de bêbada.

- Você vai atrapalhar o casamento da amiga da minha irmã. - Sussurrou no meu ouvido.

- Por quê?

- Ela me trocou por ele. 

- Uh, tá bom. Vamos logo! - Tentei ficar de pé, mas não consegui, então Noah me ajudou. Fomos cambaleando até a igreja. 

- Vamos ter que pular o muro.

- De novo? 

- É que os caras já me conhecem. Cala a boca e pula logo.- Me ajudou a pular e pulou.

- Qual é o nome dele?

- Thomas. Chegamos na frente da igreja na hora certa. 

- Se tem alguém contra esse matrimônio, fale agora ou cale-se para sempre.

- Thomas! Não faça isso comigo, meu amor! - Gritei com voz de drama queen.

- Thai, não faz isso. - Ouvi Noah dizer.

- Eu estou grávida de você, não me deixe agora! - Levei as mãos ao rosto e chorei.

- Quem é ela, Thomas? - Ouvi uma voz histérica dizer.

- E-eu não sei!- Me desculpem, minha amiga está tão atordoada com essa história, nem acredita que o homem que jurou amor eterno a ela está se casando. Vem Thai, vamos embora. - Noah disse.

- Thomas, eu te amo, não me deixa, não deixa seu filho! - Coloquei as mãos na barriga e Noah me puxou.

Corremos, gargalhando, e saímos dali.

- Pra onde vamos agora?

- Pro pub de um amigo meu. 

- Tá, eu tenho que estar em casa antes do Sol aparecer.