Capitulo XV – Nova Oportunidade

O ano de 89 chegou e com ele uma visita muito inesperada.

- Mégara o que você esta fazendo aqui? - Eu não fui rude pelo contrario meu tom exclamava alegria e surpresa.

- Vim te ver. – Ela ria como uma criança. Cocei meus olhos para verificar se aquilo não era um sonho.

- Mas como me achou? – Eu a convidei a entrar para o meu minúsculo loft. Eu estava tão surpresa com a presença de Mégara ali que nem pedi que ela não reparasse a bagunça.

- Deu um trabalho danado. Primeiro eu tive que falar com o babaca do Eric. – Ela me fitou por uns minutos, mas eu não expressei reação. Eu já não ouvia aquele nome a muito tempo. - E ele por muito custo me deu o nome do bar onde vocês tinham se conhecido. Eu fui lá perguntei de você para as meninas, mas elas disseram que não te viam a um bom tempo. – Aquelas lá deveriam estar muitíssimo felizes em não me ver. – Mas elas me deram o endereço da casa do seu padrasto e eu fui lá. Falei com sua mãe e me identifiquei como uma amiga. Ela me contou toda situação e por fim me deu seu endereço. – Wow! Ela tinha dito muitas coisas mais depois que eu prestei atenção superficialmente.

- Que bom que você não guardou magoas pelo que te fiz. - Nós falamos agora do Cinderella.

Mégara me contava o que tinha ocorrido depois que fui embora. Tom havia terminado (ou estava quase terminando) seu casamento com a cobra. Jeff tinha se engraçado com alguma modelo. Fred estava em casa reunido com a família.

Ela me contava também que a turnê com Bon Jovi tinha sido um sucesso. E que no meio desse sucesso, ela tinha encontrado o amor. O amor do baterista da banda. O pai dela não tinha se oposto a decisão parece que Tico (não o nome dele não era esse) era um homem integro.

Ela estava lá para dizer que havia sido rude e mesquinha na época em que eu estava na banda. Ela por nenhum momento olhou minha situação. Ela nunca tinha reparado que eu ficava pelos cantos ou frequentemente era objeto de divertimento de Eric.

- Bom eu tenho uma proposta para você. Bem antes de negar escute. Eu sei que você ficava vislumbrada com o set, filmagens e tudo. Eles estão precisando de um faz tudo e como você já tem uma noção, pensei em você na hora. O que me diz? – Bom eu nunca tinha trabalhado para valer, eu só servia bebidas e isso qualquer um podia fazer, certo? De fato eu tinha noção, não tinha passado meses ali com o Cinderella sem aprender nada. Eu não era burra.

- Wow! Sei lá, Mégara. – Eu não podia negar. Afinal ela tinha tido todo um trabalho para poder me achar e ainda tinha lembrado de mim.

- Diz que sim. Eu falei de você para os meninos e eles gostaram. – Espero que ela não tenha dito merda sobre mim, cara.

- Eu ainda sou menor de idade e isso vai dar um problemão e... – Ela não me deixou terminar.

- Você ainda tem os documentos falsos que o Eric conseguiu para você? - Ela me olhou pensativa.

- Sim, mas ate lá vamos resolver isso. – Ela olhava para fora da janela. – Seu loft é uma graça, mas vai passar um bom tempo longe dele. E aí ‘tá animada para a turnê? – Não tinha tido nem tempo de digerir a noticia que eu ia trabalhar para o Bon Jovi.

- Quando minha ficha cair eu falo. – E ri. Mégara me acompanhou no riso. – Eu sei que tem evitado falar dele, mas eu superei o Eric. Pode parecer ridículo, mas eu queria noticias dele sabe. Apesar dele ter feito uma cachorrada comigo, eu... – Eu não sabia como explicar isso para Mégara. Bom aquele conquistador barato havia sido minha primeira paixonite, o primeiro que me correspondeu e finalmente o primeiro com que eu tive sexo de verdade.

- Ele tá bem. Cheio de groupies, cheio de cocaína e oh! Merda. – Ela olhava o teto. - Depois que você foi embora, ele pirou. Ficou se culpando que ele era o merda que tinha feito você pirar e dar para metade da banda. Ele se sentiu culpado e o Tom não o ajudou e ainda ficou botando defeito. Eles brigaram e os meninos acharam melhor dar uma pausa na banda. – Ui! Que merda grande eu tinha feito, saiu melhor que minha vingança. – Você causou um reboliço naquela banda. Ganhou ate um apelido carinhoso: Bittersweet* - Ate que tinha combinado comigo.

- E quando eu começo com a banda? – Eu mudei de assunto. Aquilo era passado e ao contrario dele eu não ia ficar me martirizando.

- Bom vamos tomar umas cervejas no bar lá em New Jersey e você esta convidada. Não se preocupe eu venho te buscar. E duvido que você volte para casa, se é que me entende? – Depois que ela disse isso, ela deu uma singela piscadinha.