Justin tinha voltado a dormi, e nesse meio tempo eu tinha arrumado algumas coisas em uma mala. Roupas minhas, maquiagens, uns pares de sapato, acessórios. Fiz macarronada para jantarmos, brigadeiros e Justin ainda dormia. Fui para a sala de dança da minha casa, coloquei uma sapatilha e deixei a musica tocar, tão baixa. Me acalmava. Horas se passaram e eu nem percebi, olhei no relógio: oito e quarenta e cinco da noite. Tirei a sapatilha e subi as escadas, indo para o andar de cima e me direcionando ao meu quarto. Justin ainda dormia. Ele esta vivo?

- J? 

- Hum? - Ele murmurou? Ufa, tá vivo. 

- Acorda. Vamos jantar. - Disse.

- Ok, eu já vou. - Ele disse. Sua voz parecia mais rouca que o normal. 

Desci as escadas de volta, indo para a cozinha. Esquentei a comida novamente, pois já estava fria. Coloquei-a em dois pratos, peguei duas latas de Refrigerante de Cola e comecei a comer. Minutos depois, Justin desce com o cabelo molhado e a roupa com que chegou aqui. 

- Vai para tua casa quando terminar de comer? - Perguntei.

- Eu deveria ir, mais não quero. - Ele disse e provou a comida. - Nossa, isso tá uma delicia. 

Eu ri. 

- Eu sei. Eu que fiz. - Comecei. - J, vamos para a casa da tua mãe? Passar o natal com ela?

- Pensei que nem gostasse do Natal. - Ele disse.

- E não gosto... Mais não acho justo você passar o natal longe da tua mãe, e tua mãe passar o Natal longe de ti, entendeu? E como você quer passar o natal com a minha pessoa aqui... Vamos pra lá? São só duas horas e meia de carro, não é? 

- É... - Ele disse. - Tem mais desse macarrão? Tá realmente muito gostoso. - Ele disse. 

Eu sorri. 

- Tem mais só se a gente for passar o natal com a tua mãe. 

- Então coloca mais macarrão aqui. - Ele disse, me fazendo sorrir. 

Quando ele terminou de comer, ele foi para casa dele. Disse que ia pegar umas roupas para irmos, depois voltaria para me buscar. Nesse meio tempo eu tomei banho e fiz todo aquele processo de lavar os cabelos, passar creme no corpo e blá-blá-blá. Eu realmente não gosto de fazer isso, é chato. Com os homens é tudo tão mais fácil. Por exemplo: Justin. Ele só fez nascer pra ser perfeito. E para mim ficar legalzinha eu tenho que fazer todo esse processo. 

Depois de me vestir, desci minhas malas e fui ver tv na sala. Tava passando Dois homens e meio. E eu juro, ainda me caso com o Charlie. Sorri do meu pensamento. - Ah, é claro que me caso com ele... Em outra vida, porque né?

Alguém entrou em casa, era Justin. Ele tem uma copia da Chave. Eu sei uma pra ele. Me arrependo disso. 

- Falando sozinha, chata? 

- Não... - Disse. - Tava só refletindo em voz alta que quero em casar com o Charlie um dia. 

- Você é patética. - Ele disse e caiu na risada. 

Mostrei o dedo do meio para ele que fez cara de ofendido, me fazendo rir.Idiota.

- Então, vamos para a casa da minha mãe? 

- A ceia de natal vai ser na casa dos teus avós ou na casa da tua mãe, afinal?

- Na casa da minha mãe. - Ele disse, desligando a TV e me puxando para fora de casa com minhas malas. 

Nem deu tempo para reclamar dele ter desligado a TV, sendo que eu estava vendo. Ele foi correndo abrir a porta para mim, colocar as minhas malas junto das dele no porta mala e quando entrou no carro respirou fundo. 

- Pra que isso, idiota? 

- Quero bater o record mundial de alguma coisa algum dia. 

- Você é patético. - Disse.

Ele me mostrou o dedo do meio, me fazendo rir.Idiota.

Como toda vez que estamos em um carro, eu liguei o radio e tocava Suddenly I See, depois tocou  The A Team, e tocou uma que a gente não sabia, ai eu ficava só balançando a cabeça e Justin ria. 

- Que tanto ri? 

- Você parece aqueles cachorrinhos de brinquedo que se coloca em carros que ficam balançando a cabeça. - Ele disse, rindo. 

- Eu te bateria se você não estivesse dirigindo. 

- Bati não que eu gamo. - Ele brincou. 

- Idiota! - Disse e ri. 

(..) Horas depois.  

Viramos a noite na estrada, eu estava cansada e com sono. O rádio tinha me dado dor de cabeça e eu não sentia minha bunda. 

- A gente não devia ter chegado?

- E já chegamos. - Ele disse.

- Ah, ótimo. Acho que não estou sentindo minha bunda de tanto tempo que passei sentada. - Disse, Justin riu. 

- Vou pegando as malas, toca a campainha pra mim. - Ele disse.

Fui até a porta e toquei a campainha. Três minutos depois, Pattie abriu. 

- Annabel, minha princesa! - Ela disse me abraçando

- Saudades Pattie. - Sorri.  

- Também estava querida. 

- Só dela, mãe? - Perguntou Justin, com duas malas minhas na mão. 

Peguei as malas da mão dele e ele foi abraçar a mãe dele.

- Lembrou que tu tem mãe, seu desnaturado? 

- Desculpe mãe, essa semana foi corrida. - Ele disse. 

- Imagino. - Eu disse baixo. 

- Vamos crianças, entrem. 

Pattie ajudou com as malas, nos mostrou o quarto que ficaríamos. É, o quarto. Vem mais pessoas para cá, tipo, tios e primos e os avós de Justin, e não teria quartos o suficiente para ficarmos em quartos separados. 

- Vão ficar aqui. E cuidado em? Meu quarto é daqui a duas portas, se ouvi bagulho eu venho aqui com um instintor de incêndio. 

Eu comecei a rir. 

- Ok mãe, qualquer coisa eu falo pra senhora se a Annabel tentar abusar de mim. 

Eu bati com a coisa mais próxima que encontrei nele. Pattie ria. 

- Tá mais fácil você tentar abusar dela, filho. 

- É! Pattie me conhece. - Disse. - Sou uma boa menina.

- A porta do meu quarto é a segunda do lado direito, querida. Qualquer coisa... 

- Pode deixar, Pattie. - Sorri. 

Pattie saiu pela porta a fechando atrás de si. Eu peguei minhas malas e comecei a arrumarás no closet, passaríamos aqui uma semana no máximo, eu acho. 

- Quer comer alguma coisa antes que eu comece a abusar de você? - Justin brincou. 

- Quero. - Fiz bico. - Tô com fome, e com dor de cabeça, e como sono, e com fome. 

- Tá com fome duas vezes? 

- É. É muita fome. - Disse. 

- E o que você quer comer?

- Qualquer coisa. - Disse.

- Acho que... Não tem isso. - Ele riu. - Vem, vamos descer pra comer. 

Ele me puxou pela cintura me fazendo ir passando logo pela porta. Descemos as escadas, fomos para cozinha e lá comemos bolo de chocolate com achocolatado. Logo subimos e eu fui logo tomar banho, Justin foi depois de mim, enquanto isso eu desfazia a mala dele também, ele é folgado, ele não ia arrumar nada e eu odeio bagunça. O vestido com que eu estava me deixando magra, sei lá, me senti linda com ele. Justin saiu do banheiro já vestido, eu me olhava no espelho. 

- Você esta linda. - Ele disse. 

- Eu sei. - Sorri, Justin riu.

- Convencida. 

- Aprendi com o mestre. 

- Eu sei. - Eu ri. 

- Não podemos dormi agora, se não, não conseguiremos dormi de noite. 

- Eu sei... - Disse. 

- O que quer fazer? Quer sair?

- Não... Vamos ver alguma coisa. 

- Tá, liga a TV aí, vou escolher um filme lá em baixo. 

Ele desceu e eu liguei a TV, vendo o que estava passando de bom e sinceramente? Nada. Justin voltou segundos depois com "Os vampiros que se mordam" eu nem sabia do que se tratava, até colocar o DVD. Nós zoavamos tanto com a Saga Crepúsculo, e ver essa parodia da série foi reconfortante. Passamos a tarde assim, até a noite. Vendo um filme atrás do outro. 

Dias depois... 

Se passaram já três ou quatro dia que estamos aqui na casa de Pattie, hoje é dia 24 mais não me lembro o dia que viemos para cá. Minha memória é ótima, deu para sacar? Nesse momento eu estou em um parque tomando sorvete com Justin, e apreciando a neve que cai. Sim, estamos tomando sorvete em um dia de muito frio. O sorvete doía na garganta de tão gelado. 

- Má idéia a tua tomar sorvete nesse frio. A culpa é tua de minha garganta tá doendo agora.

- A idéia não foi minha Annabel, a idéia foi tua. A culpa é tua por direito.

- Shiu. A culpa é minha e eu coloco a ela em quem eu quiser. 

Ele riu e eu passei sorvete no nariz dele. Sua boca abriu em um grande "o" e eu sai correndo deixando o sorvete cair. Justin corria atrás de mim, acabei escorregando e caindo na neve. Fechei os olhos ao senti Justin cair em cima de mim. 

- Gordo! - Gritei. 

- Shiu. - Ele sussurrou. - Preciso me vingar de você.

- Não J. - Fiz bico, Justin apenas me olhava. 

Foi aí que eu percebi. Estávamos muito perto. Justin sustentava seu peso com as mãos, eu sentia a respiração dele, quente. Apesar do clima gelado ao nosso redor. Ele ia se aproximando cada vez mais, e eu só conseguia ficar perdida em meus pensamentos e desejar que seus lábios tocassem os meus.