Justin e eu, entramos no quarto e largamos a mala em qualquer canto. O Sr. Preguiça se jogou na cama e sem mais demoras, fui pegar um par de roupa para um banho que não era mais do que o merecido, eu estava precisando.

No banho é um lugar de se pensar não é mesmo? Eu pensei sobre aceitar a proposta de dançar em Mama Mia! Sim, eu pensei. Eu preciso. Eu preciso de algo a fazer no futuro fora ser professora de dança. Não sou todos na cidade que pensam em dançar, por isso tenho que ter uma outra maneira de ganhar meu futuro. E talvez o estrelato seja meu caminho. Sorri sem jeito. Eu não deixaria Justin. É melhor não aceitar. Ou... Ah meu Deus, me dê uma luz!

- Ann, vai demorar muito no banho? – Justin perguntou do lado de fora.

Ah, eu devo ter demorado demais. Desliguei o chuveiro e me enrolei em uma toalha, abri a porta do Box e logo em seguida sai do banheiro.

- Pode entrar J. – Disse.

- Não quero tomar banho agora. – Ele disse dando de ombros.

- Então porque perguntou se eu ia demorar? – Perguntei a procura de uma blusa do Justin para vestir. Não me julgue, eu pretendia dormi e a roupa dele é gostosa de se usar!

- Porque sim hora. – Ele disse dando de ombros e se sentando na ponta da cama de casal do quarto.

Fui até o banheiro e coloquei uma lingerie, sai do mesmo e peguei a blusa do Justin, a vestindo. Ele me encarava sem falar nada.

- O que é, feio? – Perguntei sorrindo. Me ajoelhei na cama e engatinhei até ele para me alinhar em seus braços. O sono predominava em mim.

- Cara, você é muito gostosa. – Justin disse e veio para cima de mim, pegando em minha cintura e se aproximando para me beijar. Revirei os olhos e recuei do beijo dele.

- Gostosa é carne, sai de cima de mim que eu quero dormi e tu é feio, não gosto de ti. – Disse, tentando parecer séria, quando na verdade estava querendo rir.

Justin fez um biquinho muito fofo. Eu não agüentei e puxei ele pela nuca, selando nossos lábios. A língua de Justin travava uma guerra a minha. As mãos deles foram para dentro de minha blusa – que na verdade era dele – que eu usava. Ele tirou a mesma, e os beijos de Justin passaram a ser distribuídos por todo meu corpo. Eu já sabia o que aconteceria. Com meu melhor amigo. Eu não ligava, queria tanto quanto ele.

(...)

Acordamos com o alarme avisando que era onze horas da noite, e tínhamos que nos arrumar para ir passar a virada do ano na praia. Me virei na cama, batendo minha testa na testa de Justin. Foi inevitável conter o riso.

- Sua testuda! – Disse ele.

- Doeu, cabeçudo. – Disse ao passar a mão na testa fazendo um bico.

Justin se aproximou de mim e me deu um pequeno selinho.

- Vamos nos atrasar! – Ele disse.

- Que isso, eu me arrumo rápido, você que parece uma moça. – Brinquei.

- A “moça” aqui vai tomar banho então. – Ele disse e sorriu.

Justin se levantou da cama, e por um momento tinha até esquecido que ele estava completamente sem roupa. Até que vi ele peladão andando calmamente para o banheiro.

- Ei, peladão! – Chamei. – Ele virou para mim antes de entrar no banheiro.

- O que é? – Perguntou.

Memória fotográfica. Foto! Foto! Foto! Ok, não vou tirar essa visão da minha cabeça nunca mais.

- Nada não. Pode ir. – Mandei.

Ele riu e entrou no banheiro.

Me levantei da cama, me enrolei no lençol, arrumei a cama e separei uma roupa para passar o ano. Um vestido branco e sandálias. íamos para a praia, salto para quê?

Justin saiu do banheiro e em seguida eu entrei. Em um banho rápido de 10 minutos que tomei, Justin ainda permanecia a arrumar seu cabelo. Eu me arrumei por inteira, e ele ainda estava a fazer uma amarra legal nos cadarços do supra.

- Já J? – Perguntei entediada por esperar tanto.

- Calma. – Ele se levantou da cama ficando de frente para mim. – To bonito?

- Não. Agora vamos logo.

Sai andando deixando Justin para trás. Ouvia sua risada completamente exagerada pelos corredores do hotel.

Fomos de escadas. Nem eu nem Justin tivemos coragem de encarar o elevador. Para que existe aquilo mesmo? Colocar medo nas pessoas? Elevadores são piores que cogumelos, palhaços, altura e escuridão.

- Já pensou na possibilidade que você pode ficar preso em um elevador com um cogumelo e um palhaço assustador. Ai a luz acaba e o elevador cai de uma altura enorme? – Perguntei ao Justin.

- Porque esta misturando os meus medos com os seus? Isso é assustador, não quero pensar nisso. – Ele disse me puxando pela cintura assim que nos aproximamos do carro de Justin. – Só quero pensar em coisas boas. Nada vai estragar o nosso dia hoje. E nem nossa virada de ano. – Ele disse a sorrir.

- Espero mesmo. – Disse e sorri. Justin selou meus lábios antes de entrarmos no carro, nos dirigindo a uma praia perto dali.

A praia estava vazia praticamente, só com algumas pessoas bem longe. Eu e Justin começamos a andar a falar uma besteira atrás da outra.

- Mais é claro que o Mário é melhor que o Zelda. – Vínhamos discutido sobre os jogos de vídeo games que mais jogávamos quando criança.

- Eu nunca consegui salvar a princesa Zelda, por isso gosto mais do Mário. – Disse.

- Ah não. – Justin disse ao encarar um ponto fixo. Olhei para onde ele olhava encontrando quem eu menos queria.

Catelyn Tully, a vadia que magoou meu amigo estava na praia a pular ondinhas antes da hora. Por puro azar ela nos avistou e com um sorriso muito vadia ela veio bem vadia até nos.

- Ainda dá tempo de corremos. – Eu disse. Justin riu.

- Não tenho medo dela.

- Justin! - Ela gritou e pulou no pescoço do meu pequeno com aquele corpo de vadia dela. Ele retribuiu o abraço. Espero que por pura educação.

- Oi Anna Bel. – Ela disse a mim, seca.

- E ai vadia. – Disse com um sorriso no rosto.

- Dá pra pedir pra sua amiguinha parar? – Catelyn pediu a Justin.

Ele riu e olhou para mim como se pedisse por favor. O que doeu foi que ele não desmentiu ela falando que não somos apenas só amigos.

- Justin, gostaria de falar com você em particular. Pode nos dar licença, Ann? – Ela perguntou, usando o apelido que somente Justin me chamar.

Ergui minhas mãos como quem se rende e sai de perto deles, os deixando conversando.

Me admiro do Justin esta conversando com ela depois que ela disse que ia viajar para... Ah, para o inferno! E ela ainda devia esta lá. Não devia esta na mesma praia que Justin e eu para atazanar minha vida e azedar minha virada de ano.

Retirei minhas sandálias as segurando. Pretendia pular ondinhas.

Faltavam somente um minuto para a virada do ano e chamaria Justin para passar-lo comigo, mais ao me virar para olhar para ele, vejo Catelyn e ele em meio a um beijo. Aquilo embrulhou meu estomago e meu rosto pareceu ferver. Meus olhos arderem, minhas pernas fraquejarem.

Parecia que minha cabeça estava rodando e eu – automaticamente. – fui até Justin e Catelyn e assim que cheguei perto o beijo deles se encerrou.

- Ann... Eu... – Ele ia falando.

Como ele tinha coragem de falar comigo? Como? Não consegui me conter e só virei a não na cara dele. Foi o tapa mais bem dado da minha vida.

- Feliz ano novo. – Sorri e sai andando com minhas sandálias nas mãos.