Undertaker [Hiato] escrita por biazacha


Capítulo 12
Assunto: Comida pra Dois


Notas iniciais do capítulo

Oi.
Confesso que ando meio #chatiada, porque o número de reviews no último cap foi ridículo! Nem que seja pra dizer "não curti muito por conta disso, disso e disso" ou "não teve nada de emocionante, mas continua!" deixem uma resposta do que acharam! Não vou nem comentar a relação número de leitores, de favoritados e de reviews pra não me deprimir...
Agradeçam as mais que lindas Super Nani e Girl In Love, leitoras novas que renovaram meu astral!!! Assim como a Flávia e a Inner Forces, sempre firme e fortes como verdadeiras leitoras em todo o cap!
Mais de 3000 palavras, vocês não merecem mas não vou zoar a história agora né...
*momento desabafo off*
Enfim gente, boa leitura!!



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Aguentar o resto do percurso com o olhar de piedade de Susan, o silêncio mortal de Jared e os ocasionais ataques de risinhos de Rebecca já foi uma tarefa que exigiu muito do estoque de paciência de Raven; quando se deu conta de que estava tão irritada e estressada que nem percebeu que pegaram o elevador para ir até o quarto de Vlad, soube imediatamente que nada de produtivo sairia daquela conversa.

Principalmente quando estava a dois metros da porta e uma enfermeira saiu do leito dele com um sorrisinho satisfeito no rosto, que murchou para uma careta de asco quando reconheceu a menina. Erguendo uma das sobrancelhas numa expressão de superioridade esnobe que não combinava com seu o estado de seu interior, ela entrou e encarou o loiro oxigenado.

Ele estava deitado na sua cama, com uma camisola de hospital... preta. Completamente incrédula, ela se perguntou como exatamente ele conseguiu aquela façanha – mas decidiu que não iria perguntar, pois ele ostentava um sorriso vitorioso no rosto, que no geral indicava que ele estava prestes a contar vantagem.

-E aí gente? – saudou ele, mais animado do que o necessário.

-Preta? – perguntou Becky, num tom de voz seco.

-Legal não? – gabou-se ele.

-Ridículo. Anti-higiênico. Tipinho.  – listou ela de modo fatal.

-Ui, desculpa se nesse lugar só usam cores pasteis e horrendas.

-Parece que já tá com a mortalha. – observou Jared.

-Vou puxar o pé de tooodos vocês! – disse ele, de modo fantasmagórico; Becky e Jared começaram a rir com ele, mas pararam quase que imediatamente ao ver as expressões de Susan e Raven.

-Ok, foi desnecessário. – desculpou-se Vlad.

-Relaxa, não foi sua intenção, eu estou bem. – disse a loirinha; já Raven não se manifestou.

-Vem cá Texugo. – disse ele, abrindo os braços.

Ela aceitou o carinho de bom grado, se sentando na beirada da cama e enterrando o rosto na curvatura do pescoço dele, sentindo seus braços envolverem-na e afagarem seus cabelos.

-Prometo que quando sair daqui vou na sua casa com você sozinha pra comer e ainda lembro de levar o chantilly pra sobremesa viu? Então fica assim não.

Um silêncio enorme deixou o lugar totalmente carregado. O que Susan tinha de doce, Jared de protetor, Samantha de desencanada, Rebecca de crítica... Vlad tem de cínico. E o pior de tudo é que ela o conhecia a tantos anos que tinha total certeza de que ele soltou aquilo para anima-la. A vontade de socar cada centímetro do corpo já detonado dele alcançou níveis absolutamente divinos.

E não melhorou em nada ao ver que seus amigos se rendiam ao momento e começavam a abafar o riso.

-Eu vou embora. – ela queria tornar aquilo uma ameaça, mas sua voz saiu como a de uma criança birrenta.

-Você sabe que seus pais pagam pra você contar pro psicólogo como o maluco gótico é uma ótima companhia na hora de traçar legal, não sabe? – ela ergueu o rosto e o fuzilou com os olhos.

-Não dá pra dizer o mesmo de você. – disse ela, meramente ignorando o duplo-sentido e se referindo aos restaurantes vegetarianos que era obrigada a ir com ele.

-Nooooooooooooooossa! – entonaram os outros três.

-Eu não deixava. – emendou Becky.

-Relaxem, isso não me afeta – respondeu ele com um sorriso – tenho total certeza que se eu sei comer, também sei deixar o alimento no ponto.

O queixo de Raven foi pro chão com aquela resposta; já completamente alheia a culpa pela morte de Gabe, ela começou a se armar e fortalecer, pois as discussões com Vlad sempre iam para a apelação.

-Sério é? Até onde sei o “alimento” há anos nunca se sentiu inspirado a nada!

-É que ele mente muito mal.

-Quando a discussão virou um “porque a Raven e o Vlad não se comem loucamente?” – interrompeu Jared, ignorando o casal que discutia.

-Eu vo lá saber? Mas tá engraçado. – respondeu Becky.

-Engraçado nada, em sinto um voyeur! – protestou Susan.

-A graça é justamente essa – explicou a morena – no geral teríamos que pagar pra ver um casal numa dessas...

-Pagar? – riu o ruivo.

-Bom, nem que fosse a bebida pra deixar os dois meio louquinhos, algo a gente tinha que pag...

-O SENHOR WARMOTH NECESSITA DE DESCANÇO SE QUISER TER ALTA EM BREVE. – uma voz estridente, mas com um ritmo comicamente mecânico, se pronunciou da porta; tratava de uma enfermeira, uma hispânica de seios avantajados e espremidos no uniforme, que vinha visitar Vlad com uma frequência pra lá de suspeita.

-É o que sempre digo: você se preocupa demais comigo Dulce, não sei nem se vou me acostumar quando sair daqui. – respondeu o platinado com um sorriso letal, enquanto os outros estavam embasbacados demais para esboçar uma reação.

-Ah mi querido, não diga isso. – derreteu-se a mulher – Sabe que poderá vir m... nos visitar sempre que bater saudades. – Raven e Becky trocaram olhares de descrença

-E sabe bem que se continuar dizendo isso eu venho mesmo. – a enfermeira riu e gesticulou com a mão, como se dissesse “ah, pare com isso!”.

-Qualquer coisa não hesite em me chamar sim? – sua voz era doce – E quanto a vocês – ela gesticulou em direção aos outros jovens num tom duro e profissional – não o incomodem, amigos ou não, ele precisa de repouso.

Depois de um último olhar maldoso direcionado a Raven – que se manteve inconscientemente nos braços do amigo enfermo durante toda a cena – ela deu meia-volta e saiu estalando os saltos inapropriados para o trabalho agitado em um hospital.

Seguiram-se uns dois minutos curiosos, no qual um ficou encarando o outro e tentando processar o que tinha acontecido ali. De repente, todos eles caíram na risada.

-Ficou provado que uns alimento ficam no ponto beeeeem mais rápido que outros. – riu Becky.

-Por favor, cala a sua boca. – as lágrimas de riso já desciam pelo rosto de Jared.

-O que só me faz lembrar.... quando é que vai parar de frescura e nos contar exatamente o que rolou nos instantinhos em que o maluco gótico ficou na sua casa hein?

-Ah não, as enfermeiras agora vão achar que a gente tem um caso e vão me atacar nos corredores – chiou ela – e você quer que eu fale sobre o meu almoço?! Sério?!

-Na verdade, todos nos queremos. – o tom de voz de Susan era calmo e sem malícia, o que fez com que os quatro virassem em sua direção e a encarassem.

-Humpf, que seja. – suspirou a menina derrotada; eles comemoraram – Mal você, papai e John foram embora, ligaram do hospital em que a mamãe trabalha, pois uma paciente dela teve uma complicação na gravidez, que é bastante de risco.

-E? – perguntou Vlad, completamente insensível ao drama da jovem grávida.

-Aí – continuou ela irritada – ele surgiu com as minhas coisas e convenci a minha mãe que ela podia dar uma olhadinha no serviço e voltar, porque eu não estaria sozinha e...

-Está mentindo. – atacou Vlad subitamente. Os outros arfaram e a encararam de modo acusador.

-Porque diz isso? – defendeu-se ela.

-Porque John não é a única pessoa no mundo que consegue te ler como se fosse uma tirinha no jornal de domingo. – disse ele seco, mas com um sorriso provocador – Agora pare de enrolar e fale a verdade!

-Mas é a verdade! – insistiu ela.

-Sua mãe teve mesmo um problema com uma paciente? – perguntou Susan.

-Suzy! Acha o quê? Que me livrei dela pra ficar sozinha com o Keane? – seu tom era de deboche, mas mesmo assim seus amigos se encararam com a pergunta, realmente ponderando a questão – Estava sendo sarcástica, é claro que não fiz isso! Ela teve um problema com a paciente!!! – guinchou ela.

-Um caso tão grave a ponto de te deixar sozinha em casa? – Becky, infelizmente, sempre foi uma pessoa cética.

-Uma menina de catorze anos, viciada em cocaína e grávida de gêmeos tá bom pra você? Pode ligar pra mim mãe se quiser confirmar. – agora ela praticamente rosnava sua defesa. Eles soltaram exclamações de surpresa e choque com a informação, e Vlad soltou um assobio longo e baixo.

-Essa aí sabe viver intensamente. – comentou, obrigando todos a segurarem o riso, pois seria no mínimo indelicado com a paciente tão frágil e precária de Julia. Eles eram maldosos, mas maldosos com senso de decência. Naturalmente, tirando o Vlad.

-Então ela ia sair e ele chegou? – perguntou Jared curioso.

-Ela não queria ir – afirmou a menina – e quando ele chegou eu não estava lá embaixo; só sei que quando vi ele estava no meu sofá e ela estava indo embora dizendo que ele disse que não se importaria de ficar até ela chegar.

-Pronto, pega na mentira. – disse Becky.

-O quê??! – exclamou ela indignada.

-Você disse que usou a chegada dele para convence-la a ir. – explicou Jared.

-No fim dá tudo no mesmo! – sua revolta com aquele interrogatório era quase tangível.

-Seu subconsciente está tentando negar que o maluco gótico já tem a aprovação da sogra e você fala que dá no mesmo? – caçoou Vlad.

-COMO ASSIM SOGRA??! – por mais raivosa que estivesse, no fundo da mente ela montou um panorama na qual Julia realmente era a sogra de Keane. Tratou de apaga-lo antes que começasse a corar ali.

-Ok, continua! Ela foi embora e aí...

-Eu continuo Jay, se pararem com as gracinhas. – observou ela.

-Não prometemos nada. – apressou-se a dizer Becky.

-Mesmo porque não são gracinhas – emendou Vlad – e sim conclusões brilhantemente indiscutíveis retiradas a partir de intenso trabalho de raciocínio.

-Posso continuar? – perguntou ela zangada.

-Vá em frente! – encorajou Susan. A menina suspirou e tornou a falar:

-Minha mãe deve ter contado a ele que não almocei, porque logo de cara ele perguntou o que eu queria.

-E você pediu yakissoba. – concluiu Jared.

-Na verdade, pedi macarrão.

-E aí?

-Aí ele caçoou que macarrão não era a escolha mais leve do mundo pra quem acabou de ter alta.

-Ele não caçoou – interrompeu Susan – na verdade ele foi apenas sensato se parar pra pen... ah, desculpe. – calou-se ela frente ao olhar letal de todos.

-Eu respondi que com molho branco seria light.

-Sério mesmo?! – disse Susan.

-Qual o problema? Estava brincando com ele! – perguntou ela, cansada daquela atitude deles.

-Da onde eu venho isso se chama paquera. – disse Vlad de modo cantado.

-E ainda diz que o alimento mentia quando dizia que você não tinha charme...

-Ah, calem a boca! Tava rolando uma química e aí?

-Becky, não tava rolando uma química! – Raven parecia uma maníaca com aquele semblante.

-Tá, tá, tá, você vai dizer isso mil vezes e não vamos acreditar. – murmurou Jared – E aí? – ela encarou o ruivo por alguns segundos antes de recomeçar:

-Ele mesmo sugeriu o yakissoba, falando que era massa também, mas mais saudável.

-Isso é questionável. – observou Susan.

-Cala a boca! – berraram os outros três; Raven bufou e retomou a narrativa:

-Discutimos rapidamente porque não tem restaurante oriental por aqueles lados e estava cansada; aí ele me guiou até a cozinha e praticamente me ordenou que indicasse onde ele acharia os utensílios e ingredientes. Então ele começou a cozinhar... – a menina parou de falar ao ver que Rebecca estava com a mão levantada – diga Becky.

-Sem querer estragar a magia do momento mas... não é meio nojento? Aposto que ele ficou impregnado com cheiro forte de legumes ou de tempero.

-Porque diz isso? – perguntou Jared confuso.

-Esqueci que você nunca viu o Keane; ele está sempre com uns casacos pesados ou jaquetas de couro... esse tipo de coisa fica cheirando facinho, principalmente quando envolve fumaça. – explicou ela.

-Ele tirou a jaqueta antes de começar a cozinhar. – disse Raven.

-E colocou um avental? – perguntou Susan, com cara de quem estava imaginando a cena e iria começar a babar a qualquer instante.

-Colocou. – confirmou ela.

-E dobrou as mangas até o cotovelo antes de começar? – dessa vez foi Vlad quem perguntou.

-Claro que sim! – murmurou ela irritada – Mas isso é óbvio!

-Não é não, a partir do momento em que você simplesmente omite. – retrucou ele.

Se não estivesse hospitalizado por provavelmente salvar sua vida, Raven lhe daria um soco.

-Mesmo porque todas as meninas na escola viram no máximo um pedacinho do pulso dele. – emendou Susan.

-E pelo seu desempenho dando cortadas no vôlei, tenho certeza de que o braço dele é definido. – acrescentou Becky.

-Até onde vi é definido. – admitiu ela.

-Viu como era um detalhe crucial? – provocou Vlad.

-Cala a boca! – chiou ela.

-Fico me perguntando como será o abdômen dele... – divagou Susan.

-Pelo que vi, é definido também; pelo menos peitoral bacana eu sei que ele tem. – disse ela.

Então se deu conta da merda que tinha soltado quando notou os quatro olhares sobre ela: uma loira surpresa, um ruivo descrente, uma morena sacana e um platinado em deleite.

-Eu sabia que você ia omitir o crucial. – disse ele rindo.

-Sério, vai ter que explicar como exatamente você sabe disso. – disse Jared, a encarando como se duvidasse de cada palavra que ela diz.

-Não foi nada demais! – disse em pânico – a camiseta que ele usava embaixo da camisa era justa, então dava pra ter uma noção, apenas isso!

-Ele desabotoou a camisa? – perguntou Susan incrédula.

-Não disse isso. – respondeu ela, apesar de a amiga estar completamente certa.

-Ele nunca usa a jaqueta aberta e ninguém usa uma camisa aberta sob uma jaqueta fechada! – rebateu Becky.

-Ele desabotoou a camisa. – disse Raven, encarando o teto e ruborizando.

-Huuuuuuuuuuuuuuuuuuuuum! – responderam eles.

-Quer saber? Vocês duas tão umas desesperadas e vocês dois tão uns gays!

-Eu estou ficando com o Mike. – disse Becky, referindo-se a um cara do time de futebol americano; o que era bem estranho, pois ele era um idiota e ela uma nerd maligna.

-E eu acabei de terminar um namoro, quero curtir a solteirice, isso sim! – Susan realmente tinha terminado a pouco menos de um mês com James, um colega de time de Mike, bombado, burro e super ciumento.

-Cara, com tantas enfermeiras atrás de mim, acha mesmo que desejo o corpo do maluco gótico nu nesse cama comigo? – “isso, joga na cara: não só as enfermeiras como boa parte das meninas que conhecemos” pensou ela, ignorando propositalmente a parte do ‘nu na cama com ele’.

-E eu tenho namorada poxa, garanto que a Maddison não é só fachada. – era uma menina bonita, delicada e prestativa, combinava perfeitamente com Jared. Mesmo ele não merecendo alguém como ela, já que não era exatamente um santo.

-Ok, mas continuo achando suspeitas as reações de vocês. – desconversou ela, querendo fugir da realidade cruel de que no fundo era a única encalhada ali.

-Reações justificadas quando paramos pra pensar que você dificilmente dá trela pra um cara. – apontou o ruivo.

-Ok, depois da strip tease, o que mais rolou? – perguntou a morena, encerrando a questão.

Mas a pergunta a fez lembrar imediatamente dos diálogos tensos e quentes que os dois tiveram  “Por isso estou oferecendo meus serviços como striper e não michê.”; será que ela deveria mesmo contar a fundo as horas que passou com ele? Todo o clima, as provocações, o jeito possessivo como ele a olhava.... eram seus amigos, mas tinha suas dúvidas se eles iriam entender o que se passou. Talvez começassem a apoia-la a tentar um relacionamento que ela ainda não sabia se queria, ou o contrário, poderiam insistir que ela se afastasse dele.

Então resolveu ficar quieta e continuar omitindo.

-Enfim, ele cozinhou e não conversamos nada enquanto ele preparava a comida; só fiquei olhando, porque ele parecia aqueles chefs profissionais. – propositalmente, a garota apagou qualquer indício de conversa dos dois para que de modo algum eles conseguirem arrancar aquela cena dele a acuando no balcão.

-Ele cozinha bem, pelo menos? – perguntou Vlad, visivelmente desanimado com a falta de emoção no relato.

-MUITO bem. – disse ela, e eles a encararam com malícia – Ah gente, me poupe! Ele realmente cozinha bem pra caramba, não vou ficar de frescura só porque vocês tem uma mente poluída!

-Ok, ok, mas se estivesse no nosso lugar, teria a mesma reação. – disse Becky. Raven não respondeu.

-Quando sua mãe chegou? – perguntou Vlad, buscando uma brecha pra ataca-la.

-Assim que terminamos. – respondeu, e novamente eles ficaram descrentes – Sério, não tinha nem colocado os pratos pra lavar ainda. – eles suspiraram desanimados.

-Mas ele fez algo de fofo? – cavocou Susan, ansiosa.

-Bem... ele comeu as cenouras que eu não quis.

-Não falou pro cara que odeia cenoura? – perguntou Jared rindo.

-Achei que seria rude.

-Talvez – refletiu ele – mas esse Keane me parece ser legal, ainda não entendo o que tanto ele faz em cemitérios.

-Acredite, nem a gente. – respondeu a morena.

Um pequeno silêncio se seguiu. Vlad resolveu se pronunciar:

-Ok, relato mediano e estou profundamente decepcionado... mas ainda sinto que está escondendo alguma. Aliás, tenho certeza.

Ela ponderou a questão em milésimos de segundos: se dissesse que não, eles iriam insistir e ela acabaria contando mais do que gostaria. Mas a questão era: o que dizer pra sossega-los, não morrer de vergonha ou ser zoada por Vlad por todo o sempre?

-Não é nada demais, vocês querem coisas picantes e não fofas. – respondeu ela, achando uma saída.

-Queremos qualquer coisa! – disse o amigo se agitando em sua cama; a qualquer instante uma enfermeira voltaria raivosa.

-Bom... – começou ela – quando disse que estava cansada, ele falou que quando acabássemos de comer, ele poderia conversar comigo até eu pegar no sono. Achei fofo.

-AI MEU DEUS! – Susan deu um gritinho, no ápice da felicidade.

-Parece coisa de anime. – sussurrou Becky, um pouco chocada.

-Parabéns Texugo, arranjou seu próprio Cullen! – caçoou Vlad.

-Retiro o que disse: ele não parece um cara legal e sim obcecado. Vocês dois se merecem. – disse Jared totalmente sério e convicto.

-Aff e então minha mãe chegou e ele foi pra casa dele. Satisfeitos? – disse ela com um pontada de raiva.

-Não, mas é o que tem pra hoje né. – disse o enfermo chateado.

Ficaram ali por mais cinco minutos, pois pelo menos umas três mulheres surgiram falando que era a hora de ele tomar um banho e que depois realmente devia descansar. Com um sorriso pervertido no rosto, Vlad observou os amigos serem enxotados pra fora de seu leito.

-Podem ir, eu volto sozinha numa boa. – disse ela.

-Tem certeza? – perguntou Jared, visivelmente preocupado.

-Tenho. – disse com firmeza – Preciso dar esse passo sozinha, mas obrigado por terem vindo comigo até aqui.

Eles a abraçaram e foram embora. Respirando fundo, ela passou por andares e corredores extremamente similares, limpos e deprimentes, rumando até a sala do Dr. Roberts, onde sua consulta começaria dentro de dois minutos.

Parou defronte a porta e conteve o impulso de voltar pra casa correndo. Ela precisava de ajuda pra superar a dor e a culpa por Gabe e sabia muito bem disso.

-Não pode ser tão ruim. – murmurou baixinho pra si mesma.

-Vai nessa. – a voz da palhacinha azul se fez presente, mas a mesma não estava em lugar nenhum.

E antes que pudesse decidir o que fazer com a revelação, a porta se abriu e um par de olhos cor de mel a encararam por trás de óculos quadrados.

-Você deve ser a Srta. Castle não é? – perguntou o homem de jaleco branco.

E, no mesmo instante, ela teve um péssimo pressentimento a respeito de seu psicólogo. 


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Notas finais do capítulo

Sim minhas fofas, eu ainda mato vocês com um fim de cap... o próximo vai ser particularmente complicado de escrever, então podem ser sinceras e me dizer o que estão achando? Porque assim fica difícil né...
Beijos!! (*--*)//
P.S.: fiz uma one-shot baseada com o que rolou com a minha amiga nas férias, se chama Serious Eyes, mas quem quiser me fala que passo o link bonitinho ok?