Quase não consegui dormir, levantei até cedo demais, fiz minha higiene pessoal me vesti, uma roupa confortável, se eu decidisse ir até o parque eu iria precisar, fiz uma leve maquiagem e deixei os cabelos soltos, coloquei a touca que havia ganhado de Harry na parte de traz da cabeça e desci para a cozinha preparar o café da manhã, estava preparando o cereal de Harry para comer quando a campainha tocou, fui até a porta, era o porteiro com mais um papel na mão.

- Bom Dia dona Michele. Chegou isso pra você.

- bom dia, muito obrigada. – peguei o papel e encostei a porta.

“meia hora no Green Park”

(coloque para carregar: http://www.youtube.com/watch?v=94bGzWyHbu0)

Repirei fundo e me encostei na porta com os olhos fechados procurando uma resposta a mim mesma. Eu queria mais do que tudo saber quem era o imbecil, ou a imbecil que estava fazendo tudo isso, mas eu tinha um pavor imenso em saber e poder acabar me decepcionando.

- ta tudo bem Michele? – abri rapidamente os olhos e tentei parecer normal ao ver Anne em pé me olhando assustada.

- ah, tudo sim Anne, estava lembrando o que o que tenho que fazer hoje. – sorri falso e caminhei até ela. – o café esta pronto. – a mesa estava pronta arrumada, ainda bem, sentamos frente a frente, mas não conseguia pensar em nada, apenas no ser que estava me esperando no Green Park. Olhei para o relógio e faltava pouco para abrir a Galeria. – Anne, eu tenho que ir. Almoçamos junto?

- tudo bem te pego no escritório ao meio dia.

- ok, te espero. – nos despedimos e eu fui até a rua chamar um taxi. Assim que o taxi encostou eu tinha duas opções pra endereço, Galeria na Picaddily Circus ou Green Park. (play)

- Bom dia, qual seu destino senhorita? – o senhor com largo sorriso pediu assim que entrei no carro. Respirei fundo  oxigenando meu cérebro, talvez assim eu conseguisse pensar.

- Bom Dia, Galeria de Moda Picaddily Circus, senhor. – sorri amarelo tentando pensar melhor. já estávamos a algumas quadras do condomínio quando resolvi interrompe-lo. – senhor, me desculpe, mas será que podemos ir ao Green Park? – minha respiração ficou ofegante, medo, insegurança, e vontade de esbofetear quem estava me mandando aquelas coisas, tudo isso passava em minhas veias repletas de adrenalina, não era nada divertido, mas eu estava com ódio dessa pessoa e precisava saber quem era.

- problema nem um moça. – sorri agradecida mesmo desconfortável.

Lá estávamos nós indo para o Green Park, para meu encontro com sabe-se lá quem. A medida em que chegávamos perto do parque meus olhos se enchiam, mandei uma sms para Suzi avisando-a que chegaria atrasada, não disse o porque obviamente.

Chegamos na entrada do parque, na vi ninguém. Pela milionésima vez repirei fundo juntando em meus pulmões a maior quantidade de ar possível, pedi para que o senhor me esperasse, sai lentamente do carro, analisando todos os lados tendo a certeza que não seria pega de surpresa por ninguém. “Entrei” no parque, não tinha quase ninguém lá, mudava os passos extremamente devagar, tinha medo de quem pudesse estar lá. Olhava em todas as direções, mas não via ninguém que eu conhecesse. Talvez fosse alguma fã de Harry que não gostasse de nos ver juntos.

- ora, ora, resolveu aparecer. Não ficou com medinho? – a voz irritante ecoou atrás de mim me trazendo de volta a “realidade”, ou seja, tirando todas as hipóteses de ser uma fã.

– porque não se vira pra nós querida?! – outra voz surgiu a meu lado, não era possível, duas contra uma. Mas eu dou meu jeito, sempre dei.

- Então eram vocês. –me virei encarando-as e sorrindo ironicamente, escondendo meu medo, não sei como, mas talvez elas nem tenham percebido. – se soubesse tinha vindo de salto alto e saia, porque correr não vai ser preciso pelo que eu vejo, uma vovó e uma anã, que perigo terá não é? – nem eu me aguentei e ri na cara das duas.

- você ta pensando que é quem, só por ser a namoradinha do Styles não quer dizer que pode sair por  ai falando desse tipo. – a vovó gordinha quis me dar lição de moral.

- típico de avó mesmo dar lição de moral não é Flack? Mais alguma coisa? Ao contrario de vocês que gastam seu tempo atrás de mim com bilhetinhos e coisinhas insignificantes pra me assustar e fazer eu acabar com Harry, eu trabalho, eu sou sócia de uma loja, enquanto vocês fazem o que mesmo? Ah se preocupam em destruir a minha paz, ótimo, pra vocês verem o quanto sou importante, a ponto de vocês, que se acham tanto ficarem preocupadas comigo. – todo meu medo havia se tornado em ironia e raiva, essas duas perdiam o tempo escrevendo merda pra mim?! Serio mesmo?!

- você acha mesmo que eu ia deixar você me esculachar daquele jeito e ia embora sem fazer nada? Você ta aqui em Londres se achando a rainha pisando em cima de todo mundo...- ela continuaria mas cortei sua fala.

- enquanto você esta no Brasil dando uma de filha do papai e da mamãe e não serve nem pra babá de tartaruga. Acorda Valeria, não tem nada melhor pra fazer não, tipo assustar algumas criancinhas. A desculpa esqueci que nem pra isso você serve, não por falta de feiura, porque isso você tem de sobra, mas por falta de talento. – não aguentei segurar o riso e acabei soltando uma gargalhada.

- ok, vamos ao que interessa.

- finalmente vovó, eu já avisei que não tenho tempo pra ladainha.

- chega de ironia Michele. É o seguinte você acaba com Harry, Valeria volta para o Brasil, e eu esqueço que você existe e você tem sua vidinha livre.

-ou?! – as duas ficaram se olhando por um tempo sem reação alguma, mais uma vez não contive o riso. – nossa eu ainda não acredito que vocês perdem o tempo de vocês com essas merdas, gente acorda, Caroline, você já é adulta, terceira idade praticamente, e Valeria, isso é coisa de criança mesmo então não tenho que me impressionar, mas acordem para o mundo real enquanto vocês estão brincando de esconde-esconde eu to vivendo a minha vida, eu to conquistando coisas, fazendo meu futuro e meu sonho realidade, e vocês? Vocês estão apenas tentando me ameaçar, tentando me por medo e tentando acabar com meu namoro, mas olha, não ta dando certo, porque o mundo é dos espertos e não dos lerdos. – joguei um beijo no ar e sai para o carro. Incrédula de tudo o que as duas trouxas eram capazes de fazer, estava tudo tranquilo até chegar na entrada do parque, senti algo bater em mim, por sorte em minha perna, foi com tanta força que me fez cair de joelhos no chão, olhei pra trás e como eu imaginava, a garotinha “boa” em mira, me acertou uma pedrada, e que maravilha, ta sangrando.