Crise Existencial escrita por Bia Salvatore


Capítulo 9
Capítulo 9 - A Condenação


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores :)
Peço desculpa pela demora, mas como vão poder verificar o capitulo é grande. É um capitulo especial na minha opinião.
Espero que gostem :D



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Aproximei-me da minha cama para ver melhor o papel mas, apercebi-me que não era uma folha de papel, era um envelope. Um envelope branco e com pouca coisa lá dentro. Olhei para Jeremy, depois da pequena análise ao envelope desconhecido, este também olhava para o envelope desconfiado.

- Eu vou sair… Depois falamos melhor. – Acabou por dizer Jeremy constrangido.

Olhei para ele até ele abandonar o meu quarto e sentei-me na cama. De quem seria isto, pensei com medo de abrir o envelope. Mas tinha de abrir… estava também curioso.

Obriguei o papel a descolar, não foi necessária muita força para tal e quando vi o conteúdo do envelope, verifiquei que continha uma carta e uma fotografia.

Não estava à espera que isto acontecesse mas aquilo era demasiado real para mentir a mim próprio. A fotografia era minha e da Elena, no bar que eu a tinha levado na Georgia, depois de ela ter aquele acidente de carro.

Uma lágrima quis percorrer o meu rosto mas eu não deixei como sempre faço. Toquei na fotografia, onde o rosto de Elena permanecia intacto e quase que senti a suavidade da sua pele nos meus dedos.

De seguida, abri a carta e li atentamente para mim, aquilo que a minha amada tinha para me dizer.

"Parabéns, Damon!

Desculpa não te dar pessoalmente os parabéns mas sabes que não estou bem ainda. Quero ficar em casa a pensar nas coisas. Caso questiones como isto chegou à tua cama… Pedi ao Matt para o fazer.

Mas bem… o que eu queria dizer era que espero mesmo que vivas (morto) muitos anos, aliás para toda a eternidade, feliz e que te tornes sempre melhor como eu sempre insisti para que fosses, sabes?

Não sei quanto tempo vou durar mas antes que seja tarde demais, como já pensei que fosse, tenho de te dize algo que nunca te disse.

Eu amo-te Damon. Esta é a verdade. Eu sei que escolhi o Stefan, mas depois de tudo o que aconteceu, eu não consigo esquecer o que significas para mim.

Espero que o teu dia acabe bem e boa festa."

- Elena

Uma lágrima escorreu pelo meu rosto, enquanto dobrava de novo a carta. Ele disse que me amava como há muito tempo ninguém me dizia. Ela ama-me pelo que sou e pelo que já fui.

A lágrima que me escorreu pelo rosto não era gelada nem corroía toda a minha pele. Esta lágrima era doce, quente e hidratava toda a minha pele, e neste momento senti-me feliz por chorar porque, no fundo, acho que encontrei uma razão para chorar todas as noites.

Todo este momento de felicidade cessou no momento em que ouvi sons vibrantes vindos das escadas. Tentei-me concentrar em todos os sons para descobrir o que se passava e de repente o Jeremy entra no meu quarto demasiado ofegante e enervado. Pensei que poderia ter sido algum problema com a Bonnie mas quando olhei para a sua cara, vi os mesmos olhos de à pouco, implorar por atenção.

- Jeremy, o que se passa? – Perguntei enquanto avançava para junto dele.

-Bem, para além daquela pessoa que te queria dar os parabéns, há outra pessoa que me pediu urgentemente que viesse ter contigo, porque queria falar contigo.

Ele olhava-me incredulamente e eu não estava a perceber nada daquilo que ele me dizia. Ele falava demasiado rápido, até mesmo para mim.

- Calma! Devagar, Jeremy! – Tentei dizer mas de repente só me veio uma coisa à mente. Elena. – O que aconteceu à Elena? Jeremy, fala! – Não controlei os meus impulsos e empurrei-o até à parede mais próxima, agarrando-lhe o pescoço.

-Larga-me Damon!

-Visto que eu não o largava, gritou ainda mais alto, fazendo com que eu me lembra-se que estava a perder tempo e, por isso e mesmo só por isso, soltei-o.

-Agora está melhor. Há uma pessoa que …

- Vá, Jeremy! Diz de uma vez! – Começava a irritar o suspense.

- A Rose quer falar contigo!

- A Rose?!

O meu mundo caiu drasticamente de um precipício e nada podia fazer para reverter tal fatalidade.

-Sim, a Rose. – Depois começou a olhar para o seu lado e eu previ que ela estava ali.

-Rose, minha querida Rose, que saudade tinha tuas e daquilo que nós… - Disse ironicamente para não mostrar o quanto abalado estava.

- Damon isto é sério. Deixa-me concentrar.

Agora uma criança estava a pedir para me calar?! , Interroguei a minha mente.

- O quê? Tu tens a certeza disso? Ela está mesmo a fazer isso? – Jeremy estava desesperado e até já ponha as mãos à cabeça. Ele disse ela, só podia ser a Elena.

- O que aconteceu à Elena? Diz-me Jeremy. Agora! Chega de esperas!

- A Rose disse-me que a Elena quer morrer. Ela parou de se alimentar há uns dias. Está muito fraca, Damon.

Não consegui diferir tudo aquilo de pé e sem qualquer pudor cai de joelhos no chão, diante de Jeremy, disposto a morrer também.

- Damon, temos de fazer alguma coisa! Ela está em casa, temos de lá ir e obriga-la a beber sangue. Damon reage!

Ouvi algumas palavras de desespero vindas de Jeremy mas não consegui tomar qualquer decisão. Estava morto, ainda mais, agora que fazia a ligação a tudo o que se tinha passado até àquele momento. As dores no corpo de Elena, coisa que nem reparei por estar tão habituada a vê-la humana. A carta que parecia uma despedida. O facto de não ter vindo à festa, para não mostrar quão debilitada estava. Tudo fazia sentido agora e eu tinha de agir. Agir por impulso.

- Vamos lá ter com ela. Vou só buscar sangue. Vai indo para a entrada. Já lá vou ter. – Acenei com a cabeça e ele retribui o gesto. Desapareci o mais rápido possível. Não podia perder tempo. Tinha de a salvar.

Estava a chegar à entrada, de forma lenta porque o que não faltava ali eram humanos incultos em assuntos vampíricos, quando Stefan se coloca no meu caminho.

- A que se deve tanta agitação, Damon?

-A Elena quer morrer. Vou meter-lhe sangue pela garganta abaixo. Fim da história. Adeus. – Disse ironicamente, dirigindo-me para a porta e fazendo sinal a Jeremy para prosseguir com o plano.

-Espera! – gritou Stefan agarrando-me no braço. – Não a podes obrigar a fazer isso. Tens de falar com ela mas ela é quem toma a decisão.

-Bravo Stefan! Deixar tomar as decisões dela? Já viste onde isso a levou? Deixa de agir como o príncipe encantado dela. Eu não a vou deixar morrer como tu deixas-te. Não vou!

Sai disparado de casa. Estava furioso e sedento de raiva. Como podia ele deixa-la morrer outra vez? Ela está errada e eu não a vou perder para sempre.

Parei o carro à porta de casa de Elena e sai a uma velocidade frenética do carro.

-Elena! – Gritei ansioso por ouvir a sua voz.

Como ela não respondeu, com um simples toque abri a porta que por sinal estava trancada. Senti Jeremy gelar atras de mim ao ver o que acabara de fazer mas optei por nem olhar para trás. Revistei a sala mas não se encontrava ninguém nela, por isso subi rapidamente as escadas e fui ao seu quarto.

Quando cheguei ao quarto de Elena, vi-a deitada na sua cama, completamente imóvel. Sabia que não estava morta porque não vi nenhuma estaca no lugar do seu coração, mas estava incapacitada. Essa incapacidade era gerada pelas veias secas do seu corpo e a cada toque rangiam tal como uma porta velha. Avancei para junto dela, sentando-me a seu lado na cama.

-Elena…Estás a ouvir-me? - Disse carinhosamente enquanto lhe apertava a mão.

Senti os seus dedos rodearem os meus e assim, só fez com que eu ficasse mais carinhoso com ela. Arranjei-me na cama de a forma a puder segurar a sua cabeça, para que ficasse mais fácil de ingerir o sangue. Mordi o meu pulso, já que Jeremy estava petrificado à entrada de casa.

- Bebe, minha querida. Vais ficar bem. Tens de beber, precisamos de falar. – Pedi-lhe enquanto encostava o meu pulso à sua boca e apesar da sua indecisão inicial, acabou por acatar o meu pedido.

Com o tempo, ela começou a ficar melhor, apesar da quantidade de sangue ingerida ser muito pouca.

- Elena, consegues falar?

-Sim, acho que sim. – Sussurrou ela, enquanto se tentava sentar.

-Porque é que fizeste aquilo? Não te posso perder Elena. Não posso mesmo.

Depois de o dizer, ela olhou-nos nos olhos e permanecemos assim alguns minutos. Ela admirou o meu rosto e eu o dela, apesar de já o saber decore. Porém ela não tinha força suficiente para ficar sentada e inclinou-se e repousou a sua cabeça no meu ombro.

-O Jeremy vai-te trazer mais sangue e quero que o bebas. Amanha falamos melhor sobre isto. Agora não tens forças para isso e precisas de descansar.

-Não! – Conseguiu gritar e assustou-me. Não estava à espera daquilo. Será que estava a recusar beber sangue? – Não vás! Fica comigo. Eu bebo sangue, faço o que quiseres mas fica comigo.

Fiquei confuso com aquela confissão mas tentei não me mostrar surpreso.

-Calma, Elena… Eu não vou a lado nenhum. Vou só buscar o sangue e fico aqui contigo. – Sorri ao dize-lo e fui buscar rapidamente o sangue.

Ela bebeu todo o sangue que lhe dei e depois coloquei-a na cama.

-Vá, dorme… - Acariciei-lhe a testa e ela gemeu, talvez de dores que ainda deveria ter no corpo.

-Anda para aqui… para a minha beira… por favor. – Eu sorri, a felicidade transbordava das minhas entranhas.

-Sim, eu vou.

Fechei a porta do seu quarto e desliguei a luz. Deitei-me na sua cama com ela. Elena rapidamente se aconchegou a mim e eu apenas me ajustei ao seu corpo.

Consegui salva-la mais uma vez. Stefan não aparecera e eu não me incomodei a pensar no que ele estava a sentir, já fizera estragos que chegue para uma eternidade. Descartei esse pensamento quando outro se sobrepôs. Amanha, teria que falar com Elena sobre tudo. Sobre a carta, a suposta morte, a nossa relação. E ainda teria que descobrir quem me queria dar os parabéns.

Depois de toda aquela reflexão, apercebi-me que deixara a minha festa sem aniversariante e ri-me por isso. Mas nada mais importava enquanto estivesse ali com Elena.


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Notas finais do capítulo

Então gostaram do capitulo ? E da Rose?
Nos proximos capitulos...
Quem será que quer dar os parabéns a Damon?
Se Klaus está morto como Tyler pode aparecer ?
Será que Elena já decidiu com quem quer ficar?
E a discussão com Stefan? Será que ainda não tinha falado da transformação de Elena?
Continuem a ler, comentem e façam um escritor feliz :D



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