POV Bella

A sensação de déjà vú era enorme.

Há poucos minutos eu estava me sentindo tão morta, sem poder controlar meu corpo para consolar Edward e pedir para ele para de falar aquelas coisas tão ridículas. Há poucos minutos eu estava me vendo morta, sentindo a dor das feridas, mas eu já nem estava mais em meu corpo, apenas observava como um narrador de um livro.

E agora ali estava eu, deitada na minha cama, sentindo o calor do corpo de Edward colado ao meu. A respiração fraca na minha nuca, e seu pé entre os meus. Era a terceira vez que aquilo se repetia.

E agora ali estava eu, deitada na minha cama, sentindo o calor do corpo de Edward colado ao meu. A respiração fraca na minha nuca, e seu pé entre os meus. Era a terceira vez que aquilo se repetia.

Mas uma coisa havia mudado, ao invês de suas mãos caminharem pelo meu rosto, seus dedo fizeram um caminho ate minha barriga, e lá se prenderam firmemente.

- Isso é loucura – Escutei ele falar.

- Eu não quero mais passar por isso, dói demais. Não sei se é pior te perder ou te ver sofrer.

- Acho que elas dividem o mesmo lugar. Mas em ambas eu morreria.

- Eu também – Sussurrei.

Senti-me ser mais apertada contra o corpo dele, e soube o que ele estava fazendo exatamente o que eu queria.

- Eu estou em duvida.

- Eu também – ele respondeu parecendo saber o que eu falava.

- Se tivermos um dia normal você morre, se tivermos um dia em casa eu morro. Será que hoje será a mesma coisa? Será que é para gente escolher quem vai primeiro? Será que é a
nossa ultima chance?

- Eu prefiro pensar que hoje é o ultimo dia dessa loucura, e que tudo vai acabar bem, mas se um de nós tiver que ir, será eu.

- Você me deixaria aqui sozinha sofrendo com aquela dor que você conheceu ontem a noite?

- Eu vou tentar deixar uma parte de mim em você hoje, caso eu vá embora você terá um motivo para viver.

- Você quer dizer...

- Se ao fim do dia tudo estiver bem, eu e você estivermos vivos e então seguirmos uma vida normal, não vejo problema em ter filhos.

- Mas...

- Você pelo menos deixaria uma parte de nós viver – ele sussurrou.

- E se não tivermos escolha? E se minha morte já estiver definida?

- Ai eu irei ao seu encontro.

Mudei a posição que estava antes e comecei a lhe beijar,aproveitando de seu corpo como se aquela fosse a minha ultima chance de fazer isso. De repente a idéia dele parecia a mais brilhante dentre todas que o mundo já teve.

- Você quer fazer isso? – Ele perguntou animadamente.

- O mundo precisa de pelo uma memória sua – Respondi e lhe beijei evitando a continuação daquela conversa.

Sua mãos exploraram meu corpo com uma certa quantidade excessiva de cuidado e carinho. Ele me rolou mais uma vez pela cama e ficou em cima de mim. Apertava meu corpo e roçava seu membro em meu sexo. 

Ele sabia me excitar apenas com seu toque, tudo nele era diferente e causava reações descontroláveis em meu corpo. Sentia-me queimar em brasa nos lugares que ele se fazia presente, e eu implorava para ele fazer de nós dois apenas um ser.

Não demorou muito e seus dedos confirmaram a ele que eu já estava preparada para tê-lo em mim. Ele mordia delicadamente minha nuca, e eu já estava em êxtase, arranhando suas costas e gemendo meus pedidos de que ele fosse mais rápido.

Envolvi a cintura com as minhas pernas no momento em que senti ele entrar em mim, era indescritível o quão bom aquilo era. Ele me apertava e eu rebolava gemendo e forçando-o a ir mais longe. Mas ele era muito delicado comigo, ao mesmo tempo que me fazia tão mulher ele me tratava como uma boneca de porcelana.

Me rolou mais um vez na cama, fazendo-me ficar por cima, e bastou eu grudar de uma maneira bastante duvidosa nossos corpos, para que ele tremesse e chegasse ao orgasmo, me permitindo ir junto com ele.

- Acho melhor a gente sair daqui – Escutei ele falar com a respiração ofegante – O que achas de irmos para o parque?

- Você tem medo de que ele apareça?

- Eu prefiro prevenir – Respondeu.

Suas mãos começaram a me fazer um cafuné gostoso, e eu descansei minha cabeça no peito dele, sentindo o ritmo de sua respiração.

- Eu to com medo Edward – Falei – Medo de amanhã está sem você.

- Não importa o que acontecer Bella, eu estarei te esperando, vigiando, cuidando de você e do nosso bebê.

Ficamos em silencio, eu não sabia o que responder.

Não sabia de onde Edward havia tirado a idéia de um filho, e nem por que ele parecia querer com tanto desespero. Mas a vontade dele era tanta que acabou a me contagiar.

Ele me convenceu de irmos para a pequena cabana que ele tinha no Moutain Lake Park, era um pouco distante, mas ele parecia não se importar com isso.

Eu fui tomar um banho enquanto ele arrumava as coisas, quando sai do banheiro encontrei duas mochilas arrumadas em cima da cama.

- Estou apenas prevenindo – Informou quando me viu espantada. As mochilas eram grandes, e pareciam está cheias.

- Claro – Respondi, eu vou preparar alguma coisa para o café da manhã.

Coloquei uma calça e uma camiseta regata e um moletom azul por cima. Preparei uns sanduíches com chocolate naquela manhã.

Algum tempo depois, eu e Edward já estávamos na estrada para o parque.

Mantemos nossas mãos o tempo todo juntos, sem nem perceber. Ele parecia pensativo e cuidadoso na estrada, como se tentasse evitar algo. Mas eu sabia que não adiantaria, qualquer coisa que pudesse acontecer seria de noite.

Quando chegamos na casa, eu e ele fomos diretos para o quarto.

Nossos corpos pareciam saber que aquela era poderia ser o nosso ultimo dia, e por isso aquela sensação de ficarmos grudados um ao outro era maior que nunca.

A tarde se passou com caricias, e trocas de palavras, ele me amou das mais variadas maneiras possíveis, demonstrando tanto com palavras como nos seus toques.

Quando a noite chegou, meu coração pareceu tomar um ritmo acelerado, como se ele quisesse que aquilo não acontecesse. Eu e Edward, trancamo-nos no quarto, com medo e tentando de alguma maneira evitar a chegada da morte que estava nos perseguindo.

Ficamos abraçados, ele me apertava como se quisesse me proteger em seus braços de algo que ele nem sabia o que era.

- E o que acontece agora? – Perguntei depois de um certo tempo em silencio.

- Eu não sei – Ele estava tenso, mesmo tentando esconder o medo que ele sentia, eu conseguia perceber o desespero dele.

- Você não precisa ir, se tiver que ser um de nó eu prefiro que seja eu. Não tenho muitas
coisas aqui, minha família vai se curar rápido e...

- Você é tudo o que eu tenho Bella, se eu te perder novamente... Eu não vou conseguir

- Então a gente fica aqui?

- E se ele tiver nos seguido aqui e aparecer?

- Prefere sair?

- Ai o risco será meu – Ele respondeu.

- Não acho possível que ele tenha nos seguidos, ou então já teria invadido a casa, então
vamos ficar aqui. Ok?

- Mas...e se acontecer de uma maneira diferente? Você não ficou com febre hoje. E outras coisas não aconteceram.

- Talvez o fim do dia aconteça como desejamos – Respondi .

Me virei e lhe beijei, em seguida o abracei sentindo-o respirar fundo. Estava bom ficarmos grudados sem dizer muitas palavras. Mas com um certo tempo comecei a escutar um irritante zumbindo vindo de algum lugar.

Uma sensação de mal estar começou a me tomar, e as coisas começaram a escurecer lentamente. Logo a conclusão chegou, era eu quem iria.

- Edward – Chamei com dificuldade – Eu não me sinto bem.

- O que você tem? – Ele perguntou um pouco nervoso – Bella?

- Ta frio, e esse barulho ta irritante. Ta tudo escurecendo.

- Bella, olha para mim – Ele pediu. Eu tentei, mas não consegui ver nada, estava tudo escuro, e frio.