POV Bella

Eu me encontrava em um lugar incrivelmente perfeito. 

Quente, macio, e tinha algo me envolvendo, alguma coisa entre meus pés. 

Parecia que as minha memórias estavam sendo bem mais que reais. Sentia uma respiração quente na minha nuca. E uma mão muito conhecida descansar sobre minha cintura.

O medo de abrir meus olhos e perder tudo aquilo era demasiadamente grande.

Fiquei inerte, aproveitando a sensação que o toque daquela pele me proporcionava.
Mas de alguma forma eu fui denunciada. Beijos começaram a percorrer meu rosto ate chegar em meus lábios. E a mão dele descansou emoldurando meu rosto.

- Eu sei que está acordada – Murmurou entre um de seus beijos – Sua respiração muda assim que toma consciência das coisas. Você pode enganar a qualquer um, menos a mim.

- Deixe-me aproveitar um pouco mais desse sonho.

- Não está sonhando – Ele falou – Eu realmente estou aqui, não conseguiu livrar-se de mim com tanta facilidade.

Ainda de olhos fechados, suspirei fundo, desejando que suas palavras fossem verdadeiras.

Mas era impossível, eu o tinha visto, completamente sem vida há... eu nem sabia quanto tempo. Para falar a verdade, eu já nem sabia onde estava, e muito menos como havia ido parar ali.

Senti-me puxada pela cintura, como se ele estivesse me colocando sobre ele, exatamente como na manhã anterior. Aquilo havia sido tão real quanto qualquer coisa que havia acontecido naquele curto espaço de tempo que eu estava acordada.

- Vamos meu amor, confie em mim. Eu estou aqui e não vou a lugar algum – Pediu passando seu dedão em meu rosto, como se acariciasse minha face – Deixe-me ver seus olhos.

Era impossível negar aquele pedido, e muito menos me entregar a minha curiosidade e vontade de poder ver seus traços com vida novamente.

Aos poucos, levantei minhas pálpebras, permitindo-me ter a melhor das minhas visões.

Ele estava ali, de verdade, inacreditavelmente vivo. Toquei sua face, apertando carinhosamente, tentando ter uma prova maior que aquilo não se passava de uma alucinação.

Senti meus lábios se abrirem um sorriso sendo imitado por ele. O beijei, aproveitando aquilo. Nunca fora tão bom beijá-lo.

- Você está vivo – Afirmei gargalhando tamanha era a minha felicidade - Vivo.

- É eu estou – Ele falou, me colocou deitada na cama novamente, e seu corpo pairou sobre o meu, mas eu não sentia o seu peso.

- Mas como? – Perguntei sem realmente querer a resposta, a única coisa que importava era ele ali comigo.

- Eu não sei, estou tão surpreso e feliz quanto você.

- Acho impossível, ainda sinto faíscas de ontem perturbando-me nesse momento. Você não tem idéia o quanto aquilo doeu.

- Doeu tanto em mim quanto em você. Eu pensei que te perderia, mas consegui evitar que o carro batesse em você. Mas, eu não imaginava que aquilo foi acontecer, que eu fosse morrer e então eu vi você chorando sobre meu corpo. Aquilo foi sem duvida a pior experiência da minha vida ou existencia. Queria te confortar, mas não conseguia nem ao menos te tocar.

- Você estava lá?

- O tempo todo, lembre-me de agradecer a aquele médico por não te deixar congelar. E a propósito, sem você eu também seria apenas uma matéria.

O meu sorriso diminuiu um pouco, e então ele beijou-me apaixonadamente, fazendo-me lembrar de nosso primeiro beijo.

Passei meus braço pela nuca dele, e fiz aquilo ficar mais intenso. Sentir seu gosto novamente, sentir seu toque, e seu corpo era tão bom, e eu nunca tinha percebido aquilo com tanta perfeição.

Quando comecei a deslizar minha mão por sua costa, notei que estávamos ambos nus. Eu gostei daquilo, mesmo sem saber como tinha acontecido.

- Bella, eu te amo – Escutei ele sussurrar – E eu definitivamente não vou embora, você parecia tão frágil.

- Eu preciso de você, precisei te perder para notar o quão significante você é. Eu não quero te perder novamente, promete que não vai me deixar?

- Vou fazer o possível – Ele prometeu, e então voltou a me beijar.

Seus lábios desviram-se dos meus e começaram a descer, sentia o beijar cada centímetro do meu corpo, sem um rumo certo. Eu acariciava a maciez de seus cabelos, e deliciava-me com a sensação de senti-lo roçar em mim.

Aos poucos eu começava a delirar com o que estava a transforma-se aquela troca de caricias. 

Gemer se tornara a melhor maneira de comunicação, declarando o quão bom aquilo estava ficando. Ele me rolou pela cama, com sua mão entre minhas pernas, eu sentia-me no ponto certo para recebê-lo em mim.

-Eu quero você em mim, agora, por favor – Eu conseguir formar uma frase coerente entre os gemidos que escapavam de minha garganta.

A resposta foi muito melhor que o soar de voz, pelo menos naquele momento. Ele penetrou-me como nunca tinha feito antes, ou melhor, já tinha feito sim. Exatamente como a nossa primeira vez. 

Sua mão apertou minha cintura, fazendo-nos ficar mais colados. Era tão bom ser apenas um, trazia toda a segurança de que não seria abandonada por ele.

A respiração dele em meu pescoço estava ofegante, enquanto brincava de me excitar. 
Mordi o lóbulo de sua orelha, e então ele chegou no ponto onde eu perdia todo o controle de meu corpo, e acabei por cair no paraíso, sentindo-o cair sobre mim em um sinal de que dividíamos a mesma sensação de êxtase.

O toque de uma música calma começou a soar entre nossas respirações ofegantes. Logo identifiquei como sendo o meu celular. Estava perto, ate demais, mas estava tão confortável o jeito que eu estava arrumada entre Edward, que suspirei chateada com aquilo.

O celular parou de tocar, mas não se passaram nem dois segundos para que recomeçasse a tocar.

- Acho melhor atender – Edward falou derrotado.

- Está tão bom aqui, não quero sair dessa posição – Falei fazendo o biquinho que Edward amava. Ele sorriu e saiu de cima de mim, inclinando-se para a cômoda ao nosso lado. Ele pegou meu celular e entregou – Ela não vai desistir.

Rolei meus olhos antes de pegar o celular e ver quem era. Alice.

- Oi – Respondi sem emoção alguma na voz, mas então uma coisa veio em minha mente. Edward estaria morto para ela? Aquele dia estava se repetindo? Edward era apenas uma ilusão? Sem duvida eu queria que aquela ultima hipótese fosse mentira.

- Olá Bella adormecida – Ela saudou animada – Onde está o príncipe encantado, nem para te acordar ele presta ou esta tratando de manter você na cama?

- Está me mantendo na cama – Respondi um pouco dividida entre emoções. Felicidade e confusão.

- Ah claro, claro. Então vocês não estudam mais, não é?

- Para falar a verdade... Alice que dia é hoje? – Perguntei.

- Caramba, ele te fez esquecer ate o dia? Nossa senhora, a reconciliação foi boa ein amiga. Vou tratar de esfregar isso na cara da Jessica por ela ter te falado aquilo ontem. Só para você saber, hoje é 28 de setembro.

- 28 de setembro não foi ontem?

- Bella, me liga quando você acordar, ok??

- Ta – Respondi, desliguei o celular e o joguei no chão e mirei Edward– Acho que hoje é ontem.

- Como assim? – Edward perguntou confuso com a minha afirmação.

- Hoje é ontem, como se o dia estivesse se repetindo, para que tivéssemos uma nova chance – Respondi contente – Agora tudo que temos que fazer é não sair de casa.

- Pensei que quem implorava para não sair fosse eu – Ele respondeu me enchendo de beijos.

- Hoje quem vai fazer isso sou eu – Falei.

Ficamos uma boa parte da manhã ali, aproveitando nós dois, ignorando qualquer coisa externa. 

Quando a tarde chegou, eu coloquei uma camisa dele, como eu adorava fazer, e fui 
preparar alguma coisa para comer.

A casa estava absolutamente bagunçada, exatamente como deveria está, como se o dia anterior não tivesse existido. Sorri comigo mesma e não arrumei a bagunça.

Preparei panquecas com chocolate para mim e Edward. E depois dele me ajudar a organizar algumas coisas, nos acomodamos na sala para assistir um filme.

- E então? realmente não sairemos de casa hoje? - Perguntou me apertando enquanto os créditos do filme passavam.

- Pelo menos você não – Eu respondi – Prefiro prevenir.

- Ah, então você também não sairá de casa hoje – Ele falou – Você está quente, assim como ontem.

- Vai passar, assim como ontem – Respondi e virei para lhe beijar – Sabe, eu estava pensando, quando eu sair da faculdade, poderíamos ir para Irlanda... vou me esforçar muito para ser chamada.

- Não vamos falar sobre isso, por favor – Pediu me apertando – A única coisa que importa é você e eu, ainda me sinto mau pelo que te fiz ontem.

- A culpa não foi sua – Falei – E essa dor está sarada, já que está aqui comigo.

- Sabia que você se comportou bem melhor que eu? – Ele falou – Não sei o que faria se 
estivesse em seu lugar. Acho que pegava a primeira coisa que tirasse a minha vida e me mataria sem pensar duas vezes.

- Nunca mais repita isso – Eu falei seriamente olhando diretamente em seus olhos – Se acontecer algo comigo eu não quero que morra, quero viva por nós dois.

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Aquele fora sem duvida o melhor dia da minha vida. Ficar o tempo todo só com ele na nossa casinha era mais que perfeito. Sentia-me como em um bolha, onde nada de ruim pudesse acontecer.

Estávamos terminando de nos vestir com uma roupa leve, o banho havia demorado mais que devia, por isso estava tão cansada, e resolvemos parar para comer alguma coisa.

Eu amarrava meu cabelo em um coque, e quando terminei para ver como estava. Um short e uma camiseta colada, que eu planeja logo tirar.

- Você está linda – Edward grito quando passou pela porta do quarto, eu vi seu reflexo no vidro da janela que eu usava como espelho.

- Você é suspeito, diz que me ama, então não tem direito a comentários.

- Eu não digo que te amo, EU TE AMO – Ele gritou em alto som – E somente eu tenho direito a comentários.

- Engraçadinho – Comentei voltando a analisar-me no vidro – Edward, eu estou gorda.

- Gorda?

- Sim, olha essa barriguinha. E eu ate estava de regime. Droga, vou parar de comer para ver se funciona.

- Para de falar besteira Bella, você está perfeita, não precisa fazer nada – Ele falou em reprovação – Hey, você viu aquele meu calção preto?

- Qual deles?

- Aquele que você sabe que eu gosto.

- Ta na lavanderia – Respondi.

- Pega para mim.

- Ah Edward, por favor, vai me fazer ir na lavanderia? Usa essa calça verde que está na cadeira, eu adoro te ver nela.

- Você gosta é? – Ele brincou – Vou usar só para você tirar.

- Então nem coloca – Eu brinquei.

Voltei a olhar para a janela, e nesse momento vi um movimento estranho ali.

- Acho que a Pizza chegou, eu abro - Gritei.

- Isso foi rápido – Edward falou – Essa entrega está cada dia mais depressa, eles realmente acham que eu não pagaria mesmo com ele atrasado?

- Edward, você não pagaria se ele chegasse atrasado – Eu falei.

Abri a porta me deparando apenas com a escuridão, olhei para o jardim da frente e não vi ninguém ali. Procurei pela moto geralmente usada, mas nada.

- Então, cadê a pizza? – Edward perguntou chegando mais perto de onde eu estava.

- Não tem ninguém, mas eu juro que vi alguém aqui fora – Falei virando-me para ele, com a porta ainda aberta. 

- Deixa eu ver – Ele falou colocando seu corpo para fora da casa olhando para o jardim.

- É sério, eu vi alguém – Falei apreensiva, sentindo um tanto de medo.

Sabe quando você se sente observada por alguém? De longe, como se estivesse sendo mirada por algo? Olhei mais uma vez para os lados, ate encontrar um homem escondido atrás de uma pequena arvore. Percebi que ele estava armado e congelei.

- Edward – Falei um pouco nervosa – Vamos entrar.

- O que foi? – ele perguntou nervoso.

- Tem alguém ali, ta armado, vamos entrar e chamar a policia.

- Se acalma Bella – Ele falou me colocando entre seus braços – Se acalma.

- Vamos entrar – eu sussurrei. Mas eu estava congelada ali.

- É, vamos entrar.

Eu estava de costas para onde o cara estava, olhando fixamente para Edward. Vi que ele fitava o local onde eu tinha visto o homem.

De repente, um ponto vermelho apareceu na testa de Edward. E a única coisa que 
consegui fazer ou pensar em fazer, foi me colocar na sua frente para impedir o que quer que aquele cara queria.