- Tsunade! Tsunade! Temos um problema! - Sasuke parecia realmente perturbado.
- O que houve? A Hinata está bem? - Tsunade ficou alarmada, mas ao ver a garota atrás do Uchiha se acalmou.
- A Hina-chan me mandou uma mensagem no celular...
- Hina-chan? - Aponta para a Hinata.
- Outra Hina-chan... Disse que algumas falas estão confusas!
- Mas.. Shakespeare... Eu.. Nya.. Okay.
- Como ela tem seu celular? - Hinata resmungou consigo mesmo, mas, felizmente, ninguém escutou.

 A loira não parecia assim tão irritada, sabia que mais cedo ou mais tarde alguém iria falar isso, então começou a rabiscar o roteiro rapidamente, mudando algumas falas.

- Sigam isso... Ou eu mato vocês - Disse por fim, entregando a todos as novas falas.

 O palco agora ilustrava um beco junto do muro do jardim de Capuleto. Entra Sasuke, "Como afastar-me se daqui não consegue sair o meu coração?", diz escalando o muro e entrando no jardim, saindo de cena e, em seguida, entram Gaara e Naruto.

     Naruto — Romeu! Primo Romeu!
     Gaara — Ele é prudente, boto fé, e soube achar a estrada para o leito macio.
     Naruto — Em disparada veio até aqui, tendo pulado o muro que dá para o jardim... O que está escrito aqui, vovó peituda? Ah, "Chame-o, Mercúcio!", que letra horrível, hein?
     Gaara — Vou chamá-lo, sim. Romeu! Capricho! Paixão! Sujeito louco! Emo viado! Enamorado! Vem sob a forma de um gemido fundo; Cupido, o moço arqueiro que um disparo fez tão airoso, como quando o Rei Cofétua se apaixonou de uma mendiga jovem. Vou fazer um conjuro mais forte. Eu te conjuro pelos olhos de Rosalina, por sua fronte, os lábios escarlates, os delicados pés, as belas pernas, as tremendas coxas, os domínios adjacentes...
     Naruto — Se ele te ouviu, vais magoá-lo.
     Gaara — Não, isso não o magoa. O que o magoa foi invocar no círculo da amada um espírito estranho e ai deixá-lo até que ela o tivesse exorcismado. Isso sim, poderia aborrecê-lo; mas minha invocação é bela e honesta; o nome digo de sua própria amada, só para que ele possa reanimar-se.
     Naruto — Vamos; ele se ocultou entre essas árvores, para perto ficar da úmida noite. Seu cego amor diz bem com a escuridão.
     Gaara — Se o amor é cego, nunca acerta no alvo. Agora vai sentar-se de frente a uma janela, a desejar que a amada fosse a fruta que as jovens chamam nêspera, quando riem sozinhas. Ó Romeu! Se ela fosse um "Etcetera", realmente, bem aberto, e tu, pêra açucarada! Romeu, boa noite! Vou para meu leito, já é tarde para sonhar acordado. Passar bem, querido Romeu.
     Naruto — Vamos, então; pois é canseira inútil procurar quem não quer ser encontrado. Maldito Romeu, aprendeu a se esconder direitinho, malandro.

 Na cochia, Tsunade estava mordendo o próprio polegar, nervosa para saber se a platéia aceitou as falas mais curtas, mas ainda estranhas, de Mercúcio e não percebeu as mancadas de Naruto. "Ai, primeiro Hokage... Espero que isso acabe bem", suspiro, ansiosa para a próxima cena, assim como Sasuke e Hinata.