Após algumas trocas de ironias entre os Uchihas – felizmente com risadas – alguém se lembra de tirar a fita adesiva da boca do Mandara, que se joga no meio da conversa, mais especificamente no colo de Itachi, que o segura. “Tobi is a good boy! Tobi pode falar novamente!”, foi tudo o que disse antes do Uchiha o soltar, fazendo-o cair de bunda no chão.

- Buaaaaa, Chi-Sempai não gosta do Tobi!!

Aquilo só foi mais motivos para risadas. A coordenadora chamou a atenção do grupo, fazendo-os voltar a prestar atenção na peça. O cenário mostrava Verona, dentro na igreja. Entra freis  Shino e Hidan.

     Hidan — Santo irmão franciscano! Olá, irmão!
     Shino — A voz é de frei João. Deve ser ele. Ó tu que vens de Mântua, seja bem-vindo. Romeu que disse? Ou então, se o pensamento mandou escrito, dá-me sua carta.
     Hidan — Fui procurar um frade de nossa ordem de pés descalços, que visita os doentes, para ir comigo a Mântua, mas os guardas da cidade, pensando que tivéssemos estado numa casa em que a infecciosa, as portas logo fecharam, não deixando que saíssemos. Desta arte minha pressa de ir a Mântua ficou parada.
     Shino — E quem levou a carta para Romeu?
     Hidan — Não pude remetê-la, ei-la aqui outra vez, tentei achar um portador para levá-la, mas todos têm tanto medo de infecção.
     Shino — Quanta falta de sorte! Por minha ordem, essa carta não é sem importância, mas de peso e conteúdo muito grave. O atraso pode ser de conseqüências muito sérias. Frei João, vai bem depressa buscar uma alavanca; estou na cela.
     Hidan — Pois não, irmão; levá-la-ei já já.

Hidan sai, sem nem representar pressa ou preocupação.

     Shino — Agora tenho de ir sozinho ao túmulo. Dentro destas três horas a bela Julieta vai despertar; vai maldizer-me porque Romeu ficou sem ter notícias de quanto aconteceu. Mas para Mântua vou escrever de novo; em minha cela vou deixá-la escondida, até que possa Romeu chegar aqui. Pobre cadáver vivo, enterrado numa sepultura!

Sai com as mãos nos bolsos. Todos ficaram se entreolhando na cochia, essa, de fato, foi a cena mais curta que Shakespeare escreveu.