Sentindo um cheiro horrível de vários intorpecentes juntos ,o que só piorou minha dor de cabeça,abri lentamente os olhos.Minha visão estava muito embaçada,talvez pela queda e a batida da cabeça.A queda...,pensei,como estou viva?

Depois de alguns minutos percebi que estava deitada na areia,à beira do mar.Olhei em volta,com a visão um pouco melhor e vi uma fogueira,com os tais chapados em volta e uma floresta ao fundo.Na floresta,o vulto corria pra lá e pra cá,como se esperasse eu me levantar para prosseguir.Ainda muito fraca,como se estivesse pra morrer,me levantei do chão.Nunca foi tão difícil.Olhei em volta e percebi que os chapados tinham me rodeado.3...6...8.Percebi então que tinha voltado ao meu tamanho normal..Cinco deles eram homens,as outras três eram mulheres que se vestiam como vadias.Uma delas se abaixou para me ajudar a levantar,e me sentou em um banco de madeira que eu ainda não tinha reparado.

–Como é seu nome,menininha? - ela disse.Era loira e magrela.

–Eu...oque?-respondi,meio tonta pela forte luz do sol que me cegou.

–Ela perguntou qual o seu nome,baixinha-disse um dos homens.Careca,barbudo,gordo,fedia a esgoto.Sem contar que era marrento.

–É...Alice.Meu nome é Alice.

O careca me analisou,como se eu tivesse contado uma mentira.Isso me deixava cada vez mais confusa.

–Você pode andar?-Disse uma outra mulher,também magrela,de cabelos negros e dentes tortos.-Sabe que não pode ficar por aqui,n...

SHH!-Interrompeu o gordo.-É o seguinte,baixinha,essa área não é o lugar ideal pra uma criancinha como você,então é melhor você vazar.E.Não.Volte.

Ele disse as últimas palavras tão pausadamente que senti como se fosse um desafio.E se eu voltasse depois?

–Ainda não posso andar.-respondi.

–Deixa comigo-disse a magrela loira.-96,pode me ajudar?

Um dos outros caras acentiu com a cabeça.O tal 96 prendeu meus braços para trás e o careca nojento apertou meu pescoço.

–Mas que merda.....?

–Cala a boca,baixinha.Só espera.

A loira magrela estava procurando alguma coisa no meio da areia.Segundos depois levantou-se com uma seringa e puxou minha perna,tentando enfiar a agulha em minha coxa.Comecei a me debater,mas estava fraca e isso não surtiu efeito.Quando ela terminou,todos eles se afastaram depressa de mim.Senti alguma coisa corroendo minha perna,como um veneno,que subiu para o estômago,para os pulmões e enfim chegou ao cérebro.Era uma dor insuportável,mas assim que senti minhas pernas ficarem fortes outra vez ela passou.Fiquei em pé e olhei em volta.Os oito olhavam para mim sem nenhuma surpresa no olhar.

–Oq....?

–Você não se cansa de falar não,baixinha? É o seguinte,isso pode ter te fortalecido,mas se eu te vir por aqui mais uma única vez,vou te dar um presentinho com um efeito muito diferente deste,ok?

–Vai pro inferno.

Começei a andar em direção à floresta,sem nenhuma dificuldade.O vulto vermelho começou a se mover mais freneticamente que nunca.Estava a 5 passos da orla da floresta quando o vulto voltou a correr,e eu o segui.Não fazia ideia do porquê,mas já estava acostumada a seguí-lo,sem esperar que não durasse tanto.

Pra minha surpresa,dessa vez foi muito mais rápido.15 minutos depois de corrida,cheguei a um grande jardim.Eu disse grande? Ele tinha o tamanho de uma casa.Me aproximei lentamente e,de uma hora pra outra,fiquei minúscula.Assim como antes,eu devia ter o tamanho de uma borracha.As flores estavam gigantes,comparadas a mim.

–Pode atravessar o jardim,anjinho - aquela voz voltara e,por mais que eu procurasse,ainda não conseguia encontrar seu dono.-Mas receio que desta vez vá precisar disso.

Instantâneamente algo apareceu sob meus pés.Uma espada.Adequada para meu tamanho,Com o metal mais negro que já vi.

Não entendi o porquê da espada,mas ficar daquele tamanho me encomodava.Procurei em meus bolsos e puxei a 2° caixa,que tinha carregado comigo.Beba-me exageradamete,dizia a etiqueta.derramei apenas uma gota,já que 2 tinham me dado dois metros.Queria ficar do meu tamanho normal,mas não foi isso que consegui.Morrendo de dor de cabeça,sentindo minha personalidade ser afetada outra vez,fiquei furiosa ao perceber que continuava minúscula.Começei a caminha.Se é pra atravessar,que atravessemos logo essa merda.no instante em que dei um passo alguma coisa enorme me atacou.uma corda?Não,uma raiz de planta que tentava me chicotear loucamente.

–Vai.Pra.Merda.-Acada palavra eu fazia um corte na raiz.Para minha total surpresa,ela começou a sangrar.A planta estava sangrando.Isso não podia ser mais estranho.Estava muitíssimo irritada,apesar de não ter um motivo aparente.O líquido,talvez?Isso não fazia sentido,e quanto mais confusa eu ficava,mais isso me irritava.

Logo me distraí,tendo um jardim inteiro me atacando.