Aurora Azul escrita por Dauntless


Capítulo 9
Capítulo 8 - Máscara caída


Notas iniciais do capítulo

Sim, a grande revelação, então vou falar pouco pra vocês lerem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/234916/chapter/9

Algumas semanas mais tarde, ainda conseguia sentir o cheiro da excitação dos adolescentes na festa do homecoming. Aquela noite foi como uma brincadeira, aqueles que queriam e sentiam vontade de jogar, dançaram, e curtiram sem perceber ou ter noção do tempo. Aqueles que não gostavam da brincadeira, ou sairam ou ficaram esperando eternidades para ela acabar.

Fui pela primeira opção, das que gostavam de brincar. Não me importei com o cheiro de erva que inalava todo o ambiente da casa, não me importei com nada.

No momento em que deixei de pensar e no momento que deixei minha mente livre de tudo o que me rodeava, as coisas complicadas que ocupavam meu tempo 24 horas por dia, meu corpo apenas se deixou levar pela música e pelo ritmo dos corpos quentes que estavam a minha volta. Meus braços faziam movimentos para cima e para baixo, mechendo nos meus cabelos e alisando a minha pele. Meus olhos apenas estavam fechados sentindo a batida da música e deixando meus músculos fluírem. Peter se juntou a mim um tempo depois.

Estávamos bêbados, é claro, mas parte de mim estava sóbria para não cometer deslizes. Ele me acompanhava nos movimentos e se roçava em mim. Se ele acha que eu ainda não percebi as intenções dele comigo... ele deve achar que sou uma mulher fácil e boba.

Peter me conduzia com a sua mão e acariciava meus cabelos ao mesmo tempo. Ambos abrimos um sorriso  e ficamos colados um ao outro na dança. Confesso não saber do que estava fazendo na hora, e meio que tirei vantagem disso. Eu estava na seca há um tempo e depois de uma certa pessoa, ele foi o segundo sexo oposto a chegar tão perto de mim.

Dançávamos como crianças felizes e sorrindo, o que não era um hábito meu. A pequena brincadeira de casinha com Lauren tinha feito minha adrenalina subir.

Quando os primeiros raios de sol apareceram, foi quando a festa acabou. Estava exausta, mas estaria mais se fosse vestida como as outras garotas. Peter desabou no pé da escada, Jimmy se derrapou em um sofá cheio de garotas, eu sabia que ele iria dar um chilique quando acordasse, e com as últimas energias que me sobravam, me arrastei até o carro me desabando no banco de trás, apagando totalmente

Há tempos não tinha algo assim.

Ninguém (Hayden) sabia que deixei meus compromissos de lado. Mas por que eu estava me preocupando ou ligando para isso, aliás, o que ele era meu? Nada. Ele não mandava em mim, ninguém mandava em mim.

Mas quando tinha esses pensamentos, meus velhos pensamentos voltavam para a minha cabeça. Era como um elástico, que se esticava para fora dos meus pensamentos cerebrais e voltava de novo rapidamente. Eu não podia esquecer que estava em missão. Da que eu ligava e que era importante.

Sabia que a qualquer hora William Palmer iria me descobrir. Isso não era para acontecer, ninguém devia saber quem eu era, ninguém. Pois eles me matariam, viriam atrás de mim a qualquer custo pelas coisas que eu fiz e pelas que eu não fiz. Essa hora não era agora, não queria que fosse agora, não antes de eu fazer tudo o que devo.

Eu o mataria se descobrisse sobre mim e isso não é uma piada.

Mataria todos os que se intrometessem e todos os que desconfiassem de mim. Isso não quer dizer que tornava as coisas mais fáceis, mas era a melhor maneira. E era difícil ás vezes para mim também. Na noite do baile de máscara fora apenas um aviso para que não me encomodasse mais. Will nunca me ouviria mas tinha que fazê-lo. Quase o matei, antes de enfiar a faca em sua perna, pensei em seu coração.

O que eu percebi? Quando o vi, depois de todos esses tempos, a garota gelo começou a se derreter.

Seu coração. Aquele que o meu já bateu forte.

-//-

O corredor parecia mais cheio do que nunca, o movimento humano estava enlouquecendo a minha mente. Era um dia perturbador. Eu via pessoas indo pra lá e pra cá como se fossem vultos, até Jimmy fazer um movimento de tchau na frente dos meus olhos e eu acordar pro mundo real.

-Helloooo? Jimmy para Dianna, alguém a escuta?

-Me desculpe, minha mente está confusa hoje - fiz cara de paisagem - do que você estava falando?

-Eu disse: '' Peter Mayer está muito afim de você'' - Jimmy me olhou com os braços cruzados

-Eu... sei disso - falei

-Se está esperando ele te convidar para sair, isso não vai acontecer, normalmente são as garotas que vão até ele e pe...

-Ele me chamou mas não o respondi - interrompi-o

-Então diga sim! Faz quase um mês que ele troca olhares com você, vejo aquela estrela brilhante que faz barulho - fez o som do trim - bem nas suas íris. Olha sei que ele não é um garoto bom mas Peter ''Mayer'' nunca correu atrás de uma garota.

Hoje...

-O quê? - me distraí

Não estava prestando atenção no que ele falava, meus pensamentos fugiam descontroladamente.

-Já vi que hoje não dá - falou e se virou na mesma hora.

Fechei meu armário e segui para a aula de Inglês.

~Will~

Hoje, o dia estava a meu favor.

Meu plano estava dando certo.

O tempo gasto valeu apena.

Hoje, seria meu dia.

Estou há vinte e seis horas sem dormir, apenas vigiando o computador. Minhas estatísticas estavam certas, a lógica havia batido em minha porta e finalmente iria descobrir a verdade.

Com o tempo, me tornei um gênio em computação, mas sem comparação aos nerds com óculos.

Os pontinhos vermelhos no mapa azul estavam piscando e brilhando como nunca. Todos eles indicavam possíveis lugares que A Loira visitara. Antes de avançar esse passo, foi preciso calcular todas as possibilidades, mas como eu tinha dito, era sobre lógica esse tempo todo. Monitorei todos os carros importados que rondavam a cidade nessas semanas. Milhares de placas passaram pelo computador e fiz as pesquisas sobre seus donos.

E o mais importante, o seu antigo carro ainda estava a minha mira.

O porsche vemelho tinha um ponto de referência que o computador conseguiu rastrear. Uma casa há dois quilômetros da minha. Ontem havia ido lá pessoalmente checar e para a minha surpresa, a segurança da casa era extremamente boa. Um toque. Uma digital. Um alerta, faria com que o alarme disparasse e balas voassem por todos os lugares. Isso fez com que eu suspeitasse ainda mais do lugar.

Podia ser sua casa, mas eu não atacaria, seria muito gentil da minha parte apenas entrar e destruir as coisas, mas também seria burrice. Tudo devia ser calculado.

Meus pés balançavam impacientemente debaixo da mesa enquanto mechia nos pontos do mapa. Minhas pálpebras queria se juntar mas eu estava muito intrigado e lutava contra isso. Dez garrafas de energéticos estavam espalhados em cima da mesa, todas esvasiadas e ainda precisava de mais.

Analisei as imagens de duas horas atrás do colégio. Era o tempo mais perto que eu conseguia da realidade, alguma coisa bloqueava as câmeras e mais uma razão para suspeitar de lá. Eram duas da tarde, e as imagens indicavam meio-dia. Dei zoom no estacionamento e analisei os carros.

Não podia negar que haviam bastante carros luxuosos, mas um me chamou atenção. Era um carro chinês, importado. Não havia uma loja por Phoenix que vendesse um tipo de carro desses. Era da mesma cor que o porsche. Vermelho. Anotei os códigos da placa e procurei seu ponto de agora.

Meu coração começou a acelerar rápido, tinha avançado um passo grande.

-Carro, entrando na rua vinte e um - falou o computador com uma voz robótica parando em cada palavra - em direção para a rua nove.

-Peguei você - falei e corri para dentro do carro.

Minha perna estava totalmente curada, no lugar do grande ferimento, agora há uma cicatriz.

Dei partida e dirigi o mais rápido que pude para        alcançá-la. Coloquei meu celular para a toca da conexão dentro do carro e apareceram as coordenadas do porshe.

-Cinco quilômetros do alvo - falou a voz robótica

Aumentei a velocidade atravessando todos os sinais  e entrando na frente dos carros. Todos eles buzinaram para mim, soltando um palavrão, mas eu não estava prestando atenção.

-Três quilômetros do alvo

A grande avenida era bem perto da mansão. A sorte estava sorrindo para mim hoje.

-Um quilômetro do alvo

Logo avistei seu carro a minha frente. Dirigi mais rápido alcançando os 200km/h. O carro vermelho desacelerou e diminui a minha velocidade também. Derrepente, ela acelerou e foi se enfiando entre os carros. Mudei a marcha do meu e comecei a perseguí-la.

Não ficaríamos o dia todo brincando de gato e rato, pensei em uma maneira de atraí-la para algum lugar...

Como eu não tinha pensado nisso antes?

A avenida tinha várias entradas, uma delas levava ao alto das montanhas, que eram desertas. Essa entrada era a última antes do túnel. Conseguiria cercá-la para que tivesse apenas uma opção. Mudei novamente a marcha e enfrentei os carros á minha frente. Batia em alguns para chegar mais perto, fiz com que os carros ficassem para trás. Os motoristas devem estar surpresos com o meu carro, uma batida ou um arranhão não era nada, nem um cuspe.

Fiquei bem do lado dela e encurralei-a para o lado direito, o único modo de sair era entrando dentro da estrada á cima. Mudei a marcha pela terceira vez, ela tinha feito exatamento o que eu queria. Poderia senti-la soltando uma maldição dentro do carro, ou até chingando a sí mesma.

A mala de trás do importado se abriu e vários pequenos buracos apareceram.

Essa não!

Desviei para o lado, saindo de trás dela, enquanto dirigia, abri a janela do lado do passageiro da frente e saquei a arma para atirar. Não fiquei surpreso se o vidro era resistente.

Conduzi meu carro para mais perto do dela e empurrei-o. Ela dirigiu mais rápido e fez o mesmo com o meu com mais violência.

Após alguns minutos brincando de bate-bate, chegamos ao alto do cume. Ela parou o carro há pouca distância do meu e desligou-o.

Fiz o mesmo. Peguei o colete que estava na mochila ao lado e abri a porta sacando uma calibre 380. O sol estava mais forte do que nunca, seus raios fizeram com que eu colocasse o óculos escuros para enchergar melhor. Comecei a avançar lentamente pela grama. Ao meu redor, havia apenas uma árvore e o resto era pedra. Parei há alguns centímetros atrás do carro vermelho e tive que continuar a me mover pois o chão queimava.

Por impulso, puxei rapidamente a porta do carro e vi que ela não estava mais lá. Olhei ao redor alerto, apontando a arma para os cantos e estudei o local. Havia uma ponta feita de pedras, sua beirada não continha grade, o que era óbvio.

Senti algo forte pressionar minhas costas derrepente, como se tentasse atravessar a minha pele e me virei. A loira estava bem atrás de mim segurando duas armas e começou a atirar. Senti todas as pontadas virem e fui cambaleando para trás. O meu colete era firme e segurava tiros de fuzil. Comecei a atirar nela e desviou rolando para detrás do carro. Isso significava que a tinha pego de surpresa. Estava sem proteção,  que significava que tudo estava ao meu favor.

Como sempre, ela usava uma máscara e estava com uma roupa casual, não conseguia enxergar nada do seu rosto, apenas o seu corpo, que era escultural. A loira apareceu novamente para atirar em mim e percebi que usava luvas também. Me escondi atrás do carro dela.

Começamos um tiroteio.

Atirávamos sem parar um para o outro, até que minhas balas acabaram e tomei a decisão de lutar com ela corpo-a-corpo. Corri agachado para a sua direção e quando cheguei, ela não estava mais lá. Era extremamente rápida.

Virei para trás tarde demais para ver que estava se jogando para cima de mim. Gritei por minha pele estar queimando nas pedras e ela começou a socar meu rosto como um saco de boxe. Mas não iria deixar levar vantagens, tirei minha faca da calça e apunhalei suas costas. A loira não gritou mais se enfraqueceu por um momento.

-Isso foi pela minha perna - falei e a joguei para cima com meus pés a fazendo cair em cima do carro.

Dessa vez havia gritado pela queimação e se levantou tão rápido quanto eu. O sangue escorria pelas suas costas mas parecia não ligar. Olhei para a beirada da ponta de pedra e no exato momento eu sabia o que precisava fazer. Corri diretamente para lá e ela veio atrás de mim como planejei. Deixei que me derrubasse mesmo que o chão estivesse muito quente.

Ela pegou a minha garganta pelas mãos e a mobilizei rapidamente abaixo de mim que tão rapidamente pegou minha cabeça entre suas mãos e bateu com força a sua testa com a minha. 

Voltou para a sua antiga posição em cima de mim e fiz o planejado. Empurrei a com meus pés para trás, fazendo com que caisse montanha a baixo.

Me levantei e me virei para observar o estrago mas ela ainda estava lá, com uma das mãos na pedra, preparada para cair.  Colocou a sua outra mão em cima tentando subir mas eu pisei nelas.

-AWRRRRRRR! - gritou

-Acabou. - falei - Sua jornada na terra acaba hoje, mas antes, quero saber qual é o rosto que se esconde debaixo dessa máscara.

Me agachei, tirei meus óculos para que essa cena fosse mais real.

Seus cabelos loiros balançavam junto com seu corpo, eram quase brancos no sol. Respirei profundamente e agarrei a sua máscara.

No momento que a puxei, meus batimentos cardíacos foram á mil. Mas senti que o meu coração estava na minha garganta.

Não consegui respirar direito.

Minhas emoções estavam misturadas. Fiquei confuso, triste, feliz, zangado, aliviado... tudo ao mesmo tempo.

A pedra em que segurava se rompeu e ela caiu.

-NÃO! - gritei o mais alto que pude, como se me grito pudesse resgatá-la

Ela havia desaparecido entre as árvores abaixo, corri para o carro. Tentaria chegar á ela antes que fosse tarde demais.

Eu não poderia perder a Danna outra vez.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

AI MEU DEUS, ATÉ QUE ENFIM! EU NÃO AGUENTAVA MAIS GUARDAR ISSO PRA MIM, SIMM É ELA, AGORA COMENTEM, ME FALEM DA SUA REAÇÃO, DO QUE ACHOU, DO QUE ESPERA...TUDO! MANDEM O REVIEW!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aurora Azul" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.