Crescer escrita por Mariana


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo.



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Joana era muito organizada, tinha deixado a empresa preparada para viver sem ela. Segundo um manual de instruções que eu recebi do advogado dela a empresa poderia ser cuidada por administradores profissionais desde que alguém da família (eu,  Clara e quem viesse depois) ficasse de olho periodicamente nos resultados. O dinheiro que ela deixou para Clara era o suficiente para ela estudar na faculdade que quisesse. Além disso, ela tinha comprado um prédio próximo de casa para que eu montasse uma clínica médica. 

E foi o que eu fiz.

Voltei a ser o pai de Clara e passei a trabalhar na minha clínica. Mas agora tudo era diferente. Acho que agora eu entendo o ponto de vista dos “adultos”. Eu demorei muito para isso. Finalmente eu posso dizer que tenho um descompasso com Clara.

Eu viajei, abri minhas asas, tive minhas experiências, queria ter muito mais, mas, fui dragado pela realidade.

Tive que voltar.

Ela precisa de mim aqui. Todas as oportunidades que eu poderia querer me foram dadas e eu aproveitei. Agora é o momento que eu viro adulto, assumo as responsabilidades e por mais que eu quisesse continuar por aí, viajando ou sei lá o quê.

Eu fico aqui.

Cuidando da Clara e isso é bom. Mais do que isso. Isso é ótimo. Porque ela é minha filha. Minha vida.

Hoje eu entendo porque Joana se agarrava tanto nela quando chegou à minha porta tantos anos atrás. Por medo de perder essa pequena preciosidade. 

― Então é isso. Você quem vai me deixar agora? ― eu disse pra Clara.

― Ah, pai, não venha com essa história. 

― Eu sei. Você tem vinte e poucos anos...

― Vinte e nove. 

― Ok, ok, vinte e nove, tem uma chance de fazer um estágio no Tate Museum...

― Que eu só consegui graças aos seus contatos, então é culpa sua. 

― Não, só conheço um médico inglês que conhece os curadores do museu, o seu currículo fez o resto. 

― Então, você entende que é uma oportunidade única para uma artista plástica? Não é?

― Entendo Clara. Você sabe que eu entendo. Assim como você sabe que eu vou sentir saudades de você...

― Vem comigo.

― Não. É sua vez de passear um pouco. Vai aproveitar. Quem sabe sem você para atrapalhar minha vida por aqui eu não descubro uma ou outra coisa divertida no Brasil mesmo. 

― Então eu te atrapalho? Eu? 

E ela foi embora, e demorou bem mais que eu para voltar. Mas pelo menos quando ela foi a gente estava rindo. 

FIM


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado