Ao acordar sexta, desço para a cantina. Quando chego no jardim, vejo pessoas de terno no portão do colégio. Além das pessoas de terno, tem um cara com um uniforme, que parece ser da polícia... dos Uchiha? É, pois vejo ao lado do capitão, o garoto de cabelo espetado para trás. O que será isso? Ah, vou é comer, não quero nem saber desse arrogante mais. Vou até a cantina. Compro só um biscoito e um suco e sento numa mesa afastada daquele alvoroço. Sento de costas para o portão. Depois de uns minutos alguém toca meu ombro, olho para trás e lá está Sasuke. Ele se senta ao meu lado.

– Oi – diz ele meio seco.

– Oi... – digo e olho para trás. O pai dele está conversando com um dos caras de terno. – O que houve?

– Nada. Meu pai que não desiste de me tirar do sério...

– Seu pai veio aqui só para isso?

– Não é que... – E parou de repente olhando diretamente sério atrás de mim. Imaginei que ele estivesse olhando pra Karin, que sempre perturba ele. Mas quem se senta do meu outro lado não é ela. É o pai do Sasuke.

– Bom dia – disse e sorriu.

– Bom dia. – E sorrio.

– Ora, Sasuke, te dei educação. Não vai me apresentar sua amiga? – pergunta ele e Sasuke resmunga.

– Essa é Haruno Sakura...

– Ora, é das Multinacionais Haruno, certo? – balanço a cabeça em concordância. – Conheci seus pais. Tivemos um trabalho e tanto em uma das empresas... Pena que não conseguimos resolver... Meus pêsames, sua mãe era realmente bonita. Puxou á ela, hein – disse e sorriu, sorri sem jeito e ele piscou pro Sasuke. – Bom, tenho que ir. Se cuidem. – Se levantou e entrou num carro com os caras de terno e o vi partir. Olho de volta pro Sasuke. Levanto as sobrancelhas.

– Ele gosta de conhecer meus amigos. Shikamaru disse que tem algo importante pra falar. Só não quis me contar por telefone, aí voltei logo – disse e se levantou e começou a andar. – Não vêm? – Ele estava sério... E fui com ele. Subimos as escadas e nem nos falamos. Ao chegar no quarto, Shikamaru ainda está no notebook, na sua cama.

– Já, Sasuke?

– É. Você disse que era importante... e não estou gostando muito desse feriadão – disse e botou sua mochila em cima da cama. Tirou tudo de dentro e foi arrumar no armário. Me sentei na cadeira da mesa de centro. Shikamaru também veio para a mesa, se sentou ao meu lado. Sasuke terminou de arrumar e se sentou á minha frente.

– Vamos lá... – disse Shikamaru. Ele contou tudo. De eu vigiar a enfermaria e da suspeita dessa arma.

– Vamos encontrar – disse Sasuke mais sério ainda. O que me assustou. – E contaram pros garotos?

– Ainda não. Você é um dos mais centrados, Sasuke – disse Shikamaru. – E eu ainda estou pesquisando como reverter essa tal arma. Vocês ainda nem viram a foto de como ela é. – Ele teclou um pouco no notebook e nos chamou pra mais perto. Arrastei minha cadeira e Sasuke se levantou. Senti o cheiro dele. Aquele cheiro não sai da minha cabeça... Ele demorou um pouco pra achar a foto, o que não ajudou em nada. Fiquei sem jeito com o Sasuke ali. Shikamaru botou na foto. Muito estranho. Parecida como uma calibre 38, só que branca. Quando se aperta o gatilho aparece, tipo um pequeno quadrado em azul claro que faz com que a pessoa que a veja caia dura no chão. Boto minha cadeira no lugar.

– Nossa... Temos logo que descobrir como revetê-la. Se é isso mesmo que eles usam...

– Tenho certeza que é, Sakura. Não há dúvidas. – Shikamaru estava confiante, ele quer muito achar uma solução para tudo isso. Concordei.

Alguns dos meus amigos chegaram no sábado, outros no domingo. Eles falaram como foi. As garotas rindo me contaram o nervosismo dos rapazes ao conhecerem os sogros. Rimos muito. Temari disse que Gaara não vai voltar pra escola, ele não está nada bem. Queria muito que ele soubesse a verdade, que a Matsuri foi atacada. Mas eu e os rapazes temos medo da reação dele, ele pode acabar querendo entrar naquela enfermaria á força e tirá-la de lá. Mas, desse jeito, a diretora o expulsaria da escola. O que queríamos era saber se eles acordaram ou não. Essa enfermaria não parece boa, um hospital cuidaria melhor desse caso. Mas, para a diretora, acho que a reputação do colégio vale mais...

De volta ás aulas. Quando me sento no meu lugar de sempre, aparece na porta a Karin com o braço em volta do braço do... Sasuke... O que? Eles passam pela minha mesa e ela aperta mais o braço de Sasuke, só pra mostrar que ela que está com ele agora. Ele olha para mim e depois desvia o olhar para frente. Ah, esses dois se merecem mesmo! Eles se sentam no mesmo lugar que a Karin sempre senta. As aulas naquele dia demoraram muito. Eu não conseguia prestar atenção em nada, não entendia nada do que os professores falavam. A única coisa que entendi é que o resultado das provas sairiam amanhã. Eu nem conseguia olhar para trás, queria muito. Quando o sinal do intervalo bateu, fui direto para a biblioteca. Não era hora de ler nem nada. Só não queria vê-los na cantina. Fiquei o intervalo todo á procura de algum livro interessante. Quando consegui arranjar um, o sinal toca. Volto para sala com o livro na mão com a desculpa de que estava doida pra ler algo. Não olhei pro Sasuke. Não queria, pois não sabia o que fazer se olhasse. Quando o sinal bateu corri direto pro meu quarto. As meninas no corredor até gritaram meu nome, não atendi. Eu só queria ficar só. Cheguei no quarto e desabei na cama, comecei á chorar, até não poder mais. Por quê? Por que ele está com ela agora? Chorei até cair no sono. Não quis sair do quarto, quando acordei. As garotas entraram no quarto com raiva.

– Que droga é essa que ele fez? – grita Ino.

– Não entendo... Por que Sasuke-kun faria uma coisa dessas? – disse Hinata. Elas com raiva do Sasuke?

– O que foi? – perguntei, sentada na cama.

– Ah, é. Você não estava na cantina depois das aulas hoje e nem no intervalo... – disse Temari.

– Você não acredita, Sakura... – disse Tenten balançando a cabeça.

– O quê? – pergunto meio impaciente.

– Sasuke... ele está namorando a Karin. – Ao ouvir isso fico paralisada. C-como...?

– Não entendo. Ele vivia correndo dela – disse Temari.

– Ele odeia ela. Por que está fazendo isso? – disse Hinata. Eu ainda não acreditava nisso. Eu não consegui dormir mais. Por mais que eu tentasse tirar o Sasuke e a Karin juntos da cabeça eu não conseguia. Tomei uns três banhos naquela noite. Quando finalmente consigo dormir o despertador toca. Agora sim eu acordei feito uma bêbada. Acordei as garotas. Eu acho que exagerei quando fiz como a Tenten ao pegar uma almofada e acordá-las. Fiz com tanta força que a Ino caiu no chão.

– Sakura, calma aê – disse se levantando. – Pronto, acordei... – Quando eu ia acordar a Tenten, Ino pegou a almofada da minha mão. – Olha, vai tomar banho logo. Deixa... deixa que eu acordo elas. – E sorriu. Tomei meu banho e quando estava quase pronta, me desculpava com a Ino.

– Ino, me desculpe. Eu não estava bem... – disse quando as garotas já tinham saído do quarto para ir pra sala.

– Tudo bem, Sakura... – E saímos. Na escada ela parou. – Você gosta do Sasuke! Logo ele hein, Sakura... – E sorriu. Não quis responder. Ela entendeu e fomos para a sala. Fui pro meu lugar de sempre na sala. Não olhei pro novo casal. Eu prometi ontem á mim mesma que não me importaria com esses dois. Fui bem nas provas, com a ajuda daquele arrogante, consegui uma nota boa em Matemática. Meus amigos também foram bem, apesar do Naruto quase ter ficado de recuperação em História. Agora, vou me focar em vigiar o Orochimaru. Na quarta, na aula de química do Orochimaru, eu estava doida para segui-lo quando ele saísse da sala. Não aguentava mais a aula dele. Parecia que tinha completado um século quando o sinal bateu. Finalmente. Ele sai de sala e vou atrás dele. Digo ás garotas que vou ler o livro que peguei, pois a história é fascinante. Os garotos não sabem porque saí correndo. Mas quando der, falo para eles, como sempre. O professor vai na sala do inspetor, depois saem os dois juntos. Eles sobem as escadas e os sigo. No andar dos dormitórios dos professores eles entram no quarto do Orochimaru. Ficam um tempo lá dentro, acho que uma meia hora, quando eles saíram. Por pouco não me viram, tive tempo de correr pro quarto do faxineiro, vazio, pelo menos. Vou em direção á escada e os vejo descendo. Essa é minha chance, tenho que tentar abrir a porta do quarto dele. Por isso eu trouxe um grampo de cabelo. Eu tinha visto isso com um amigo meu, quando era pequena. Queríamos entrar numa casa abandonada e ele pediu um grampo para abrir, ele me ensinou como se faz. Não é muito difícil. Quando vejo a porta está encostada. Ufa, ele esqueceu de trancar. Pelo menos eu não ia usar o grampo, já que faz tempo que não o uso. Entro no quarto, um cheiro forte de gasolina. Por que ele teria gasolina no quarto? Do lado direito tem uma cama de solteiro, e do lado esquerdo, uma cômoda. O que mais chama a atenção é a mesa que está ao lado de uma porta, o banheiro, provavelmente. Em cima da mesa encontra-se várias papeladas, não eram provas, não eram testes e muito menos trabalhos do colégio. Em algumas papeladas encontrava-se a foto daquela arma perigosa, mostrava como se monta, como abastece, e ele usa gasolina, muita gasolina. Procurei, dentre tantos papeis, algo que dissesse como reverter aquela arma. Mas não entendia nada que estava naqueles papeis. Peguei vários papeis e botei na mochila. Desci as escadas correndo. Precisava falar pros garotos. Não encontrei o Orochimaru pelo caminho, imaginei que estivesse na sala do inspetor. Bati na porta do quarto deles, nervosa. Eu nem sei o que vai acontecer se ele ver que sumiu alguns papeis.

– S-sakura? – diz Sasuke. Fiquei paralisada – O que faz aqui?

– O mesmo de sempre. – Tirei a mochila do ombro. – Tenho algo importante aqui. – Ele olha pra mochila e depois entra no quarto segurando a porta. Entrei e não tinha ninguém, e agora? Saio ou espero os garotos? E se eles não vierem logo? Sentei na cadeira. – Onde estão os outros?

– Na cantina, com as garotas – disse sentado á minha frente. Estava nervosa. Eu ali sozinha com ele. Fiquei um tempo sem olhar pra ele. Queria evitar aquele olhar que me some o chão. O olhar nem era metade do que me deixa desconsertada perto dele, o cheiro também, como gosto do cheiro dele... e pensar... pensar que a Karin está com esse cheiro... Urgh! – Sakura, eu não estou com a Karin por querer é qu-

– Por que está se explicando? A vida é sua – interrompi ele com frieza. Ele viu que eu não estava pra conversa e não falou mais nada. Pouco me importa se ele está com ela por querer ou não. Ele está com ela, e isso já é muito. Peguei meu celular e enviei um sms pro Shikamaru, precisava urgentemente que eles vissem isso. Sasuke foi no banheiro, quando ele fechou a porta eu suspirei. Quando os garotos chegaram no quarto, Sasuke estava sentado em sua cama, pensativo.

– Fala o que descobriu, Sakura – disse Shikamaru que se sentou á minha frente. Abro a mochila, pego os papeis e entrego pro Shikamaru.

– Eu não entendi nada aí. Quem sabe você entenda ou os outros garotos.

– Brilhante, Sakura! – disse Neji olhando os papeis com o Shikamaru. – Quem sabe eu entenda um pouco. É tudo trabalhado em formulas de química. Não é tão difícil. – Eu havia esquecido o quanto Neji é bom em química. Espero que ele consigo. – Se bem que tem coisas aqui que nunca ouvi falar... – disse ficando triste.

– Não importa. Por tanto que saiba algo, já é bastante – disse me levantando. – Bom, se conseguirem algo, me avisem, por favor.

– Certo – disse Shikamaru. – E Sakura, como conseguiu isso?

– Eu quase vacilei no andar dos dormitórios do professores. – Sorri – Mas consegui porque o Orochimaru, sem querer deixou a porta aberta.

– Ok. Qualquer coisa te chamamos – disse Shikamaru olhando a papelada. E sai, entrei no meu quarto e respirei fundo.

As semanas se passaram e eu perguntando sempre aos garotos se descobriram algo. Nada. Isso ainda não desanimava Shikamaru, pois era uma chance de ter seu melhor amigo de volta. Neji trabalhou bastante na papelada. Toda vez que víamos Orochimaru, ficavamos nervosos. Bem, eu ficava. Pela cara dele, ele não suspeita que alguém tenha entrado em seu quarto e pego uma papelada sobre algo tão importante. Quando numa sexta-feira houve outro ataque. Alguém do terceiro ano. Uma garota loira, de cabelo curto. Neji resolveu trabalhar mais rápido. Ficamos mais assustados em andar sozinhos pelos corredores, porque como vimos, ele não tem hora para atacar. Os garotos estavam sempre com as garotas, pelo menos meus amigos não corriam risco. O pior também era aguentar o Sasuke com a Karin. Cada dia mais, ficava insuportável. Quando numa terça-feira, eu estava sentada na escada tentando entender uma matéria chata de Matemática, Karin passa por mim.

– Testuda! Sabe, tenho adorado ficar perto do Sasuke. É uma pena que não sobre nada para você. Amo os abraços dele, os beijos del- – Eu tinha perdido a paciência e enfiado a mão na cara dela.

– Olha aqui, se você está com ele, ótimo! Me deixe em paz! Você já tem ele todo pra você, me deixa! – E subi as escadas com raiva. Eu ia passando pelo corredor chorando, quando esbarro no Naruto. – Desculpa, Naruto – disse enxugando as lágrimas.

– Sakura-chan! O que houve? – Não respondi. Não queria falar mais nada. Naruto me abraçou. – Calma... É o Sasuke, não é? – disse quando estávamos sentados no corredor. Respondi que sim balançando a cabeça. Naruto suspirou. – Ele está com a Karin, porque você vai casar com o Sasori.

– O quê? Não... como assim?

– Não? Ué, Sasuke disse que quando foi no seu quarto outro dia, ele viu uma mensagem no seu celular, sem querer, do seu pai. Dizia algo sobre seu pai sentir orgulho de você, que estaria também com medo de te perder porque vai casar com o Sasori. – Foi por isso então que ele tinha saído do quarto. Por isso ele não queria falar comigo... Sasuke...

– Foi um mal entendido, Naruto. Eu não aceitei me casar com Sasori. Ele me pediu mesmo em casamento, mas meu pai achou que eu tinha aceitado, quando eu disse que não queria casar com Sasori...

– Caraca, hein... Que mal entendido...

– Droga! O que vou fazer agora? – Eu sentia uma pontada de esperança. Não sabia o que fazer...

– Falar com ele... Mas...

– O que agora?

– Sakura, ele disse que não poderia ficar com mais ninguém. Que de um jeito a Karin acabou... segurando ele... eu não entendi bem... – Também não entendi... O que o Sasuke disse outro dia? Que não queria ficar com a Karin? Isso! Bem, de qualquer modo vou fazer algo, não posso deixar ele com ela... Eu... gosto muito dele...

– Vou dar um jeito. Naruto, não fala nada pro Sasuke desse mal entendido, eu mesma falo...

Quem dera eu pudesse mesmo. Na verdade eu quase nunca via o Sasuke só. Quando na sexta, Naruto joga um papel em cima da minha mesa:

Sasuke: Pessoal, nesse fim de semana vamos na casa da ilha. Vai estar vazio lá. Que tal?

Temari: Claaaro =)

Shikamaru: Eu estava planejando dormir o dia todo. Mas tudo bem... deixo pra outro fim de semana...

Tenten: Uhuu, ceerto ;P

Neji: Ok =D

Sai: Mas vai ter um quarto pra cada casal dessa vez? Só por saber... (66'

Ino: SAAAI!! Pervertido... bem, vou sim ¬ _ ¬

Naruto: ô/o/o/o/ uhuuu ilhaaa Uchihaa, adoro ir lá. =D =D

Hinata: Claro ^.^

– Ilha Uchiha? – pergunto pra Hinata.

– É, Sakura-chan. Sempre vamos na ilha da família do Sasuke. – Fiquei indecisa. Naruto viu:

– Ah, Sakura-chan. Vamos. Você vai gostar. – E sorriu.

Na sexta á tarde, já estávamos na limousine dos Uchiha. Karin também estava lá, toda feliz abraçando o Sasuke, e eu tentando me distrair ouvindo música e olhando pela janela. O bom é que parece que não adianta ela jogar na cara que está com ele, pois vou acabar enfiando a mão na cara dela de novo, quando não está com suas amigas, principalmente. Já estávamos á caminho do cais para pegar um pequeno iate para a Ilha. Leva só umas horas de viagem, quando as meninas estavam na piscina, fui á cabine onde Neji e Shikamaru estão cuidando da papelada da arma.

– E aí, gente? – pergunto me sentando em uma poltrona.

– Já conseguimos metade – disse Shikamaru com o notebook.

– Já é algo – disse sorrindo.

– Não entendo. Aqui não diz como se abastece essa coisa...

– É mesmo! Nem falei pra vocês que vi numa folha como se abastece e que também sentia o cheiro no quarto dele. Eu devo ter deixado lá...

– Sério? Caramba, isso vai ajudar muito – disse Neji.

– Sim, e é com gasolina que se abastece esse negócio. Muita gasolina. O cheiro de dentro do quarto do Orochimaru era insuportável. – Sai aparece na porta feliz.

– Gente, chegamos!