Na escola é o seguinte: se no fim de semana você não for passar com sua família, você terá de assinar seu nome na lista dos alunos que iriam ficar na escola, e claro, assinei a lista. Não queria sair para lugar algum. Quando acordo no sábado vejo o quarto vazio. Hinata foi passar o fim de semana no sítio dos tios, junto com Neji. Temari e Gaara foram visitar um parente. Tenten, Ino e Sai foram passar o final de semana com suas famílias. Quando desço as escadas alguém toca no meu ombro:

– ÓTIMO! VAI ME CHAMAR DE MAIS O QUE AGORA? – grito ao ver que era o Sasuke. Já tinha perdido a paciência com esse garoto.

– Ei, calma. Queria falar contigo ontem. Mas você não quis me ouvir.

– Claro. Fale o que quer então. – disse impaciente.

– Tá. Calma. Me desculpe... pelas coisas de que te chamei, eu não estava muito bem, e caramba, não precisava ter gritado – fala ele com a cabeça de lado fingindo que ficou surdo.

– Se você não estava nada bem, não precisa descontar nos outros. Ninguém tem culpa do que acontece contigo. Ou tem?

– Não, não tem. Por isso quero te pedir desculpas. E aqui – disse ele com a mão aberta mostrando algo. Meu colar! Mas... como? – É que quando você caiu em cima de mim, na escada, seu colar tinha se enrolado no botão da minha blusa e... quando fui atrás de você, você estava ocupada no celular. Preferi não incomodar e decidi te entregar outra hora. Mas como era difícil te encontrar sozinha, para devolver, só consegui agora. – Como assim me pegar sozinha? Não gostei da ideia. Mas antes de eu ter falado ou ter feito algo, ele pegou minha mão e botou o colar. Com o toque de sua mão, estremeci.

– Hum... obrigada – murmurei.

– Está indo para a cantina?

– Sim

– Posso ir com você? Shikamaru e Naruto só sabem dormir. – e ele sorri. O que o deixou muito mais lindo. Ora, Sakura, pare com isso, você ainda nem sabe o que sente pelo Sasori. E ele gosta tanto de você... Além do que, o Sasuke é um arrogante, ou era...

– Tudo bem – suspiro. Chegamos na cantina e cada um comprou sua coca e preferimos dividir o biscoito. Ele disse que não consegue comer um inteiro sozinho. Sentamos em uma das mesas que fica em frente a cantina, ele se sentou á minha frente, e eu disse: – Agora sei porque está feliz.

– É, a Karin não está. É muito bom isso – e rimos. Ficamos conversando um pouco por uns minutos. Havia mais silêncio do que conversa ali. Uchiha Sasuke é filho do dono de uma academia de polícia; com uma força policial diferente. Ele disse que a mãe dele morreu no parto dele. Mas eu já sabia disso, mas não disse nada. Depois de um tempo Naruto aparece com um suco e rouba o biscoito que o Sasuke ia pegar.

– Oi gente – diz Naruto e logo se senta conosco – Viraram amigos?

– Por assim dizer – diz Sasuke. Como por assim dizer? Á qualquer momento esse garoto pode se tornar arrogante. Mas eu sentia que não corria esse risco – Pensei que você iria dormir mais.

– Ah, eu fui dormir tarde. O professor Jiraya passou dever demais – diz ele fazendo cara feia. Jiraya é nosso professor de Biologia, pervertido também. Ele fica o tempo todo olhando pras pernas das garotas. Pelo menos eu sento no canto da parede.

– E você queria o que? Você ficou chamando ele de pervertido. Não é mentira, mas estava claro que ele não ia deixar você ileso dessa – falou Sasuke.

– É verdade que ele gosta da diretora? – pergunto. Alguém falou isso um dia na sala.

– Provavelmente. Também, com aqueles peitões... – diz Naruto quase babando.

– Só porque Hinata não está aqui você fica de graça né, Naruto?

– O QUÊ? – E ri da cara dele – E você está todo felizinho só porque está aqui com a Sakura-chan. – olhei pro Sasuke. Ele olhou pra mim, depois bateu na cabeça do Naruto. Que o fez cair da cadeira.

– Cala a boca, dobe! Você não reparou que a Karin não está aqui? – disse Sasuke.

– Ah... – diz Naruto massageando a cabeça, e se sentando. Shikamaru aparece.

– Cara, que sono...

– Vindo de você é uma novidade – diz Naruto, e rimos.

– Vocês sabiam que a diretora foi casada com o Orochimaru? – disse Shikamaru.

– O QUÊ? – pergunta Naruto e eu ao mesmo tempo. De olhos arregalados. Sasuke não sabia também, mas não perguntou, só ficou com os olhos arregalados mesmo.

– É. Eu ainda nem acredito.

– O que ela viu nele? – perguntei fazendo cara de nojo.

– Não sei. Só sei que quero vomitar. – diz Naruto. Ficamos falando do Orochimaru. Pensamos em como jogar shampoo naquele cabelo seboso. Em como dar de presente de aniversário sabonetes e protetor solar. O cara é branco feito uma vela.

Resolvi ir pro quarto, pra fazer o resto dos deveres e me livrar logo. Sasuke e Naruto também resolveram fazer logo os deveres. Shikamaru ficou na cantina comendo.

– Vocês não acham um pouco estranho o inspetor ficar conversando demais com o Orochimaru? – pergunta Sasuke enquanto estávamos subindo. O inspetor é um cara que tem o cabelo meio cinza, de óculos, chamado Kabuto.

– Vai que ele quer pegar um aluno fora da cama? Orochimaru só quer ferrar com os alunos – diz Naruto. A partir das nove da noite nenhum aluno deve ficar fora da cama. Se pegarem fora da cama, é levado á direção. E pode até ser expulso.

– É bem estranho, sim. Não só pelo fato do Orochimaru querer ferrar os alunos – digo, pensando em todas as vezes que o inspetor fica conversando com o professor.

– Então o que será que os dois sempre conversam tanto? – pergunta Sasuke.

– E quem vai saber? – digo por fim.

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Já era sexta-feira, na aula de História do professor Kakashi, quando Tenten joga um papel dobrado na minha mesa. O abri e estava escrito:

Temari: Nesse sábado na praia. Q tal?

Shikamaru: Só se for de tarde.

Ino: Claro q vou =D

Sai: Issaê. 66')

Neji: Flw =)

Tenten: Já estou lá =D

Hinata: Certo ^.^

E escrevo:

Sakura: Ñ sei. Precisa de autorização pra sair. Se eu ligar pro meu pai, será q a Tsunade deixa se ele deixar?

Naruto escreveu e passou pro Sasuke, ele escreveu. Daí o Sasuke me devolveu.

Naruto: Uhhuuu õ/ vou sim ô/ E Sakura-chan, a Tsunade tem q deixar.

Sasuke: A Tsunade deixa sim. Vou sim.

Quando saímos da sala fui direto ligar pro meu pai. Ele deixou eu ir, e claro, antes de deixar, me encheu de perguntas. Mas fazer o quê. Fui na direção e falei com a Tsunade, ela ligou pro meu pai e ela deixou e me entregou uma autorização. Quando foi no sábado de manhã já estávamos de pé. Cada um com sua autorização. Esperamos os garotos, bando de preguiçosos. O motorista da Temari que nos levou.

Naruto já saiu correndo pela praia para achar um lugar bom. Chegamos até o lugar que ele achou, arrumamos os guardasois, os garotos tiraram suas blusas. E eu e as garotas quase morremos. Naruto bem bronzeado, Sai bem branquinho, Shikamaru meio bronzeado, Neji branquinho e Sasuke branquinho mas muito lindo, que definido... Um mas lindo que o outro. Eles viram nossas caras e começaram a rir. Ficamos muito sem graça. Hinata não queria ir naquele instante para a água, muito tímida. Então resolvi ficar com ela. As garotas tiraram as cangas e os garotos só babando. Principalmente Shikamaru, Neji e Sai. Foi a nossa vez de rir deles. Eles riram junto. Eles resolveram ficar brincando de bola, aí Hinata levantou e tirou a canga, Naruto ficou babando por ela e acabou recebendo uma bolada na cara Neji tinha o acertado e todos riram. Tirei a canga, Sasuke sorriu, e eu sem graça, sorri também, e fomos jogar. Nos divertimos muito. Naruto resolveu fingir que estava se afogando e Hinata ficou desesperada. Ele voltou para a areia e fingiu desmaio.

– Aaaah, Naruto-kuun – correu Hinata até ele. Ela se abaixou e Naruto a puxou pelo braço e lhe deu um beijo. Ela se levantou toda vermelha olhando pra nós. E nós sorrindo para eles. Até Naruto ficou sem graça com aquele sorrisão no rosto. Ficamos até de noite na praia. Naruto e Hinata, Temari e Shikamaru ficaram afastados de nós, namorando, claro.

Resolvemos ir embora. Estávamos todos já exaustos, no carro Naruto dormindo no ombro da Hinata e Shikamaru no ombro da Temari e ela quase dormindo também. Nós nem percebemos a hora, quando chegamos no portão e o porteiro disse:

– Melhor vocês subirem logo. Não vou falar nada pra diretora. Mas se o inspetor pega vocês... – interrompeu-se ele. Já sabíamos no que ia dar. Então entramos correndo, quando estávamos passando pelo jardim, meu celular toca. Paro embaixo de uma árvore e eles me olham, fazendo expressões para eu andar logo e subiram as escadas. Atendo o celular:

– Sim?

– Sakura, já estou indo pra aí logo, logo. Vai ser no próximo feriadão – fala Sasori. Não sei o que senti, não sei se fiquei feliz, não sei se fiquei triste... triste?

– Certo... Sasori, é que tenho que desligar, não é um bom momento. Se o inspetor me pega fora cama... não quero nem pensar...

– Ok, boa noite, minha linda – disse ele e desliguei.

Subi as escadas correndo. Quando eu estava no terceiro andar vi algo no chão. Cheguei mais perto e vi o garoto gordinho da minha sala caído com suas fritas espalhadas pelo chão. Toquei nele e ele estava duro feito pedra e muito gelado. Parecia que tinha saído de um freezer. Tapei minha boca, pois quase gritei. Olhei toda a volta, não tinha ninguém. Fui até a escada para olhar para baixo e estava vazio. Ninguém. Voltei para checar o pulso dele, ele não estava mas duro, seu corpo agora estava mole, e o coração batendo normalmente e ele não estava tão gelado como antes. Ouvi passos, fiquei com medo de que fosse o inspetor, ou alguém para botar culpa em mim, do que havia acontecido ali. Olho em direção á escada e vejo uma figura de cabelo espetado. Sasuke? Ele correu até á mim.

– O que houve?

– Não sei, cheguei aqui e ele já estava desmaiado. Chequei o pulso dele, está batendo normalmente e ele estava... – parei a frase, não seria fácil falar que o garoto estava duro feito pedra, ninguém acreditaria.

– Estava o quê? – perguntou ele olhando diretamente pra mim.

– Ele... – mudei de assunto – O que você está fazendo aqui? Se o inspetor te peg-

– Não é hora para nos preocuparmos com isso. – Sasuke me interrompeu – Você ainda não me respondeu. Ele estava o quê?

– Temos que falar com a diretora. Agora não dá pra falar. Ninguém acreditaria em mim. – ele concordou com a cabeça – Eu fico aqui e você busca a diretora. Tá?

– Volto logo. – e ele desceu correndo. Fiquei olhando para a escada até não ouvir mais seus passos. Olhei pro garoto, agora lembrei o nome dele, Chouji. Tentei acordá-lo. Mas, sem sucesso. Olhei em volta. Não estou mais preocupada com o inspetor, á essa altura, quem estaria? Ouvi passos na escada, e alguém falou:

– Você ainda vai me dizer porque estava á essa hora fora da cama, sr. Uchiha – disse a diretora.

– Certo, certo. Mas aconteceu algo bem pior do que um aluno fora da cama. – Quando olhei em direção a escada, a diretora estava com um roupão verde por cima de uma camisola branca, o roupão lhe caia pelo ombro, ao lado de um Sasuke curvado para frente, com as mãos apoiadas nos joelhos.

– O que houve aqui?

– Não sabemos. Eu já o encontrei assim – disse eu saindo do caminho para a diretora ver o aluno.

– Vocês viram o inspetor?

– Não – disse Sasuke.

– Senhorita Haruno, vá buscar alguém pra carregar ele até a enfermaria. E senhor Uchiha, me ajude a carregá-lo.

Desci correndo. Passei pela diretoria. A enfermaria fica do lado da quadra. Entrei lá e tinha cheiro de álcool, não muito forte, mas não sabia como a enfermeira conseguia dormir sobre a mesa com aquele cheiro.

– Enfermeira – disse alto, para acordá-la.

– Hã, sim? – disse levantando rapidamente a cabeça.

– Desculpe, é que tem um aluno caído no terceiro andar, e precisa-se de músculos.

– Certo. – disse a enfermeira que se levantou, foi até uma outra porta e gritou – Kisame, Kakuzu, acordem, tem gente desmaiada no terceiro andar, andem logo. – E saíram os dois enfermeiros, um mais estranho que o outro. Um tinha dentes afiados e o outro com olhos verdes muito sinistro. Eu subi na frente, a diretora e o Sasuke estavam carregando o Chouji. Já estavam na metade do caminho. Os enfermeiros vieram com a maca, o colocaram e desceram. Tsunade se virou para nós e perguntou:

– Você disse que o encontrou assim. O que estava fazendo fora da cama a essa hora? – perguntou a diretora olhando pra mim. E olhou para o Sasuke – Você também, senhor Uchiha.