Antes de tudo pesso que leiam as notas iniciais, por favor!

Abaixei minha cabeça assim que ela terminou e saí dali, com uma vergonha imensa de tudo o que fiz.

Demi POV...

Havia acordado um pouco sonolenta, sem saber o que estava fazendo em uma cama que não era a minha. Sentei-me um pouco desengonçada e olhei ao redor, era como um quarto de hospital, um pouco mais moderno.

Depois de alguns minutos olhando toda o local, Emily e outro homem que não conhecia entraram no quarto despreocupadamente, parando a uma boa distância de mim.

– Está melhor Demetria? – O homem disse. Eu tinha uma vaga lembrança do mesmo, mas não sabia quem era.

– Quem é você? – Meu olhar estava confuso.

– Você não se lembra? – Ele perguntou; balancei a cabeça negativamente como resposta.

– Desculpe, deveria? – Fiz outra pergunta. O homem me olhou um pouco atento antes de responder.

– Não, acho que não. Eu sou o Dr. Chad. – ele apertou minha mão. – Você está melhor?

– Acho que sim. – Dei um sorriso fraco. – O que aconteceu?

– Nada que você precise se preocupar, está tudo bem agora. – Ele retribuiu o sorriso. – Eu vou pedir pra lhe trazerem um lanche, hoje eu acho melhor você ficar em observação, tudo bem? Pode ir para o seu quarto amanhã se tudo der certo. – Ele me disse. Fiquei um pouco confusa, afinal, se nada tivesse acontecido, não estaria aqui. Logo eles estavam trazendo meu café da manhã, o qual eu como tudo enquanto Emily me ficava ao meu lado.

Assim que terminei me veio à lembrança de algumas coisas que aconteceram anteriormente, ou melhor, a coisa; lembrava-me de ter visto Justin e Selena na televisão, como se fossem o casal mais apaixonado do mundo. Senti uma pontada de dor eu lembrar daquela cena, me fazendo pensar no quanto eu estava me importando com eles. Quer dizer, os dois estavam felizes juntos enquanto eu me debulhava em lágrimas por causa de toda essa felicidade explícita. Valeria a pena mesmo me destruir por causa de duas pessoas que não se importaram em ferir meus sentimentos? Meu coração dizia que eu deveria tentar correr atrás de Justin, mas o orgulho e a razão argumentavam um alto e sonoro ‘não’. Estava confusas em relação aos meus sentimentos, consequentemente não me dando opções do que fazer. Eu o amava, mas não era correspondida e isso já estava evidente, só eu que não queria acreditar.

Todos os fatos indicavam que eu não poderia mais ficar neste estado, e nem deveria, isso não estava me fazendo bem, sofrer por alguém que não quer o meu melhor não era uma boa opção, e porque eu estava a seguindo? Amor? Este sentimento vive em companhia da dor, eu não deveria dar ouvidos a ele, mesmo que meu coração me mande fazer isso, nem sempre pode ser a melhor solução.

Depois de alguns minutos com esses pensamentos girando em minha cabeça, finalmente tinha chegado à conclusão; mesmo que eu tivesse falado isso milhões de vezes, dessa vez era pra valer, eu não vou me destruir por causa de Justin, não quero mais permitir que isso aconteça, em nenhum segundo. Eu quero sair desta clínica mais forte ainda, e não vai ser ele que irá me impedir novamente, como fez algumas outras vezes mesmo sem saber. Se ele pode ser feliz longe de mim, eu também posso fazer isso, basta eu lutar, e neste momento é a única coisa que eu quero, sem recaídas, sem choros, pois como dizem: não derrame uma lágrima por quem não merecia nem um sorriso seu, e quero fazer jus a esta frase, Justin não está em condições de ser o motivo de minhas lágrimas, não mais.

Duas semanas haviam se passado, Anna já tinha ido embora para Los Angeles, infelizmente, porem em toda a sua passagem até a cidade ela vinha para a clínica e conversávamos durante horas, normalmente até Emily quase expulsá-la da clínica por causa do horário, que sempre era um pouco tarde segundo as regras da Timberline Knolls.

Este estava sendo o melhor período que eu passei aqui, desde o dia em que prometi nunca mais ser a mesma estava me sucedendo a cada dia, cumprindo com todas as regras do tratamento, sem nenhuma recaída. Estava me ocupando ao máximo para não pensar em Justin, e felizmente não estava sendo em vão, o que me deixava mais orgulhosa ainda comigo mesma. Não estava mais me permitindo ser a mesma, e isso estava me ajudando bastante, ficava mais calma, como se uma paz interior tivesse me invadido, e com toda certeza era uma sensação ótima. Confesso que ainda me lembro de coisas que em deixam mal, mas nessas horas sempre mantinha um pensamento positivo, de que tudo iria ficar bem futuramente, e eu estava contribuindo para este fato, me tratando como devo, o que necessitava fazer a um bom tempo atrás.

– Demi, você tem visitas. – Emily entrou em meu campo de visão, enquanto eu estava sentado no chão do campus lendo um livro de romance.

– Obrigada. – Sorri para ela e me levantei, seguindo para a sala de visitas. Não fazia noção de quem era, Anna foi embora a pouco tempo, e não sabia que poderia ser alem dela.

– Chegamos à porta da sala de visitas e Emily passou direto, me deixando um pouco confusa.

– Não é aqui? – Perguntei.

– Surpresa, você vai gostar! – Ela disse enquanto abria um largo sorriso. Arqueei a sobrancelha para ela, porem continuei a seguindo.

Passamos por alguns corredores até chegar na recepção, que até então estava normal até eu perceber que uma figura totalmente familiar estava ali, segurando uma caixa de bombons na mão.

Minha boca foi até o chão, enquanto meu coração se acelerou ligeiramente, pensava que eu estava sonhando ou algo do tipo pelo fato de esta pessoa estar ali bem na minha frente, não poderia ser verdade, eu nunca imaginei que ela estivesse aqui, junto a mim em uma clinica de reabilitação. Eu esperava qualquer pessoa que fosse menos ela.

– Mãe? – Minha voz saiu em um sussurro quase inaudível por todos ali.